Você está na página 1de 16

Índice

1. Introdução....................................................................................................................... 2
1.1. Pergunta de Partida ................................................................................................. 2
1.2. Hipótese .................................................................................................................. 2
1.3. Objectivos ............................................................................................................... 2
1.3.1. Objectivo geral .................................................................................................... 2
1.3.2. Objectivo Espeficos............................................................................................. 2
1.4. Justificativo do Estudo ............................................................................................ 3
1.5. Metodologia do Estudo ........................................................................................... 3
1.6. Estrutura do Trabalho ............................................................................................. 3
2. Conceitos Operacionais .................................................................................................. 4
2.1. A natureza da Geopolítica ....................................................................................... 4
2.2. África Austral ......................................................................................................... 5
2.3. Kuito Kwanavale .................................................................................................... 6
3. A Batalha do Kuito Kwanavale ...................................................................................... 7
3.1. Contexto Histórico .................................................................................................. 7
3.2. Protagonistas e suas Intenções ................................................................................ 9
3.3. As operações e o fim da Batalha ........................................................................... 10
4. África Austral após a Batalha....................................................................................... 12
4.1. Independência da Namíbia.................................................................................... 12
4.2. O fim do Apartheid na África do Sul .................................................................... 13
4.3. Processo de Paz em Angola .................................................................................. 14
5. Conclusão ..................................................................................................................... 15
Bibliografia .......................................................................................................................... 16

1
1. Introdução
A África Austral é, e sempre foi, um espaço geopolítico de renovada importância no Sistema
Internacional, muito por conta dos seus recursos minerais e das suas relações interestaduais,
inter-regional e internacional, sustentadas pelos seculares laços de irmandade que ligam os
povos desta região, pelo património cultural e a luta de libertação dos países da região.

Kuito Kwanavale foi a maior batalha convencional a sul do Sahara depois da Segunda Guerra
Mundial, aquela que envolveu força militar regular do Estado Angolano, braço armado da
UNITA, as forças armadas da África do Sul, as forças armadas Revolucionaria de Cuba e
teve a participação indireta dos Estados Unidos e da União Soviética, com o maior número
de jactos caças-bombardeiros e de helicópteros, de tanques de guerra e outros veículos
blindados, o maior número de peças de artilharia de grande calibre e alcance.

1.1.Pergunta de Partida

Diante do exposto a cima nos remetemos a seguinte pergunta de partida, que nossa pesquisa
vai procura responder:

 Que influência teve a batalha do Kuito Kwanavale na geopolítica da África Austral?

1.2.Hipótese

Nosso pouco conhecimento nos permite elaborar a seguinte hipótese, ou resposta hipotética,
a pergunta de partida supracitada:

 A batalha do Kuito Kwanavale abriu caminho para a independência da Namíbia, o


fim do regime do apartheid e para a paz e a estabilidade política em Angola,
marcando assim um ponto de viragem na geopolítica da África Austral, que saí de
uma geopolítica marcado por guerras e políticas expansionistas, para uma geopolítica
marca por modernização política dos estados, promoção da democracia, respeito
pelos direitos humanos e cooperação regional.

1.3.Objectivos

1.3.1. Objectivo geral

O objetivo geral do nosso estudo é:

 Descrever a influência que a Batalha do Kuito Kwanavale teve na Geopolítica da


região da África Austral, com vista ter uma noção mais ampla do impacto que teve a
referida batalha no crescimento econômico, social e político da região Austral da
África.

1.3.2. Objectivo Espeficos

Para a materialização do objetivo geral do nosso estudo, traçamos como objetivo espeficos:

2
 Compreender o processo histórico que dá corpo a batalha do Kuito Kwanavale, uma
vez que ela nos ajudará a contexto social e político do período em que acontece a
batalha do Kuito Kwanavale;
 Identificar os protagonistas da batalha e a suas intenções na batalha, com fim último
de apontar as reais causas da batalha do Kuito Kwanavale.

1.4.Justificativo do Estudo

Este estudo é importante para a compreensão da História Política da África Contemporânea,


uma vez que ela se subscreve, sobretudo, no período da luta de libertação que dá origem
novos Estados Africanos, logo é imperioso que se estuda o contributo decisivo que a batalha
do Kuito Kwanavale deu para o fim do "apartheid" e para a libertação da África Austral.
1.5.Metodologia do Estudo

É quase que impossível conceber um trabalho acadêmico, sem recorrer a um conjunto de


procedimentos e métodos científicos, que “ajudam o investigador a testar, verificar e
comprovar fenómenos de forma científica” (Lakatos & Marconi, 1992). E este estudo sobre
a “Influência da Batalha do Kuito Kwanavale na Geopolítica da África Austral” não foge à
regra, uma vez que recorremos a um conjunto de procedimento para comprovar de forma
cientifica a influência que a referida batalha teve na geopolítica da África Austral.

Em função do nosso objetivo geral, optamos por usar a pesquisa bibliográfica, que segundo
Lakatos & Marconi (1992), se traduz no levantamento de toda a bibliografia já publicada,
em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Esta escolha não foi por
acaso, já que o a Influência da batalha do Kuito Kwanavale na geopolítica da África Austral
só poderá ser compreendida com a leitura de toda bibliografia já publicada sobre.

A leitura de toda bibliografia já publicada sobre o assunto, não foi suficiente para criarmos
um elo entre a batalha do Kuito Kwanavale e a Geopolítica da região austral, tivemos de
utilizar um enfoque exploratório, que “ tem como objetivo proporcionar maior familiaridade
com o objeto de estudo, com vista a torná-lo mais explicito” (Gil, 2008).

1.6.Estrutura do Trabalho

Este trabalho está repartido em três parte em função dos objetivos a serem alcançados:

 A primeira parte vai preocupar-se em discutir alguns conceitos que sustentam a base
teórica e conceptual do nosso estudo, nomeadamente o conceito de geopolítica,
África Austral e Kuito Kwanavale;
 A segunda parte vai falar sobre o contexto histórico da batalha do Kuito Kwanavale,
dos protagonistas da batalha e suas intenções na batalha;
 A terceira e última parte abordará sobre o objetivo geral do nosso estudo, trazendo a
discussão os acontecimentos que marcam a viragem da geopolítica da África austral.

3
2. Conceitos Operacionais
2.1.A natureza da Geopolítica

O neologismo “geopolítica” é uma combinação dos termos “Geo”, que tem o sentido de
Espaço geográfica, e “Politik”, que tem o sentido de Administração do Estado. Estes termos
combinados estabelecem uma relação Espaço/Estado.

O mérito da invenção da palavra Geopolítica pertence ao professor sueco Rudolf Kjellen


(1864-1922) que o introduz pela primeira vez em 1899 no seu artigo para a revista “Ymer”,
denominado “Studier över Sveriges politiska gränser” relativo à problemática das fronteiras
da Suécia.

O jurista sueco, também professor de Ciência Política e História, Rudolf Kjellén, volta a usar
o neologismo “geopolítica” em 1916, na sua obra “Staten som lifsform”, desta vez
acompanhado com uma base conceptual para facilmente se identificar a área de atuação da
geopolítica.

Na obra supracitada Kjellén define a Geopolítica como “a ciência do Estado, enquanto


organismo geográfico, tal como se manifeste no espaço”. As observações de Kjellén
“caracterizavam, assim, terminologicamente, uma disciplina que já vinha sendo construída,
em resultado do interesse crescente que a geografia vinha merecendo, nomeadamente nos
finais do século XIX com Elisée Réclus e com Fredrich Ratzel”. (Correia, 2012)
Entretanto para efeitos de comparação percebe-se claramente que as observações
apresentadas por Kjellén aproximam-se muitas dos estudos desenvolvidos por Ratzel na sua
obra Politische Geographie (1897), onde basicamente discute, os laços entre solo e Estado
e o crescimento espacial dos Estados ao longo da história humana.

As várias configurações sociopolíticas que foram surgindo no mundo serviram de base para
o aprofundamento da geopolítica, enquanto disciplina cientifica, dando asa a várias teorias
geopolíticas que começaram a impor-se como projetos estruturados para conquista e
expansão do poder das grandes potências, logo como teorias justificativas, comprometidas,
muitas vezes desvirtuando a essência conceptual de Kjellén, mas que foram fazendo escola,
como é o caso da Escola de Munique fundada por Karl Haushofer que serviu aos interesses
Navi.

Nos escritos do sociólogo brasileiro Josué de Castro apresentados no livro “A Geopolítica


da Fome”, encontramos uma recuperação do sentido original do neologismo “Geopolítica”,
onde define a geopolítica como uma:

... disciplina cientifica que busca estabelecer as correlações


existentes entre factores geográficos e os fenômenos políticos, afim
de mostrar que as directivas políticas não têm sentido fora dos
quadros geográficos (...) o que chamamos Geopolítica não é uma arte
de acção política na luta entre os Estados, nem tampouco uma
formula mágica de predizer a história. É apenas um método de
interpretação da dinâmica dos fenômenos políticos em sua realidade

4
espacial, com as raízes mergulhadas no solo ambiente. (Castro,
1955)

A concepção de Castro acima apresentado desconstruiu toda a narrativa teórica programática


e normativista que concebia a Geopolítica como uma formula magica que garante o domínio
de um Estado sobre os outros, para abraçar a ideia que a Geopolítica é uma disciplina
analítica descritiva que procura traçar linhas interpretativas dos fenômenos que se
apresentam.
Para a nossa pesquisa tomamos como referencial conceptual do neologismo “Geopolítica”,
a definição de Josué de Castro, porque deixa bem claro que geopolítica é estudo dos fatores
geográficos em função da decisão política, e nos permite usá-lo, como faz referência Correia,
no quadro do sistema das relações internacionais, a propósito das disputas, rivalidades e
rupturas, das alianças, alinhamentos e parcerias, da correlação de forças e do jogo
diplomático entre Estados.

É apropriado a posição que tomamos uma vez que o nosso estudo procura saber, no contexto
da Batalha do Kuito Kwanavale quem era os protagonistas, inclusive aqueles que tinham
apenas interesse secundários no conflito e posteriormente isolar as suas intenções, para
facilmente perceber as causas do conflito e as implicações para a região Austral. Todo isso
na ótica que a Geopolítica é uma disciplina analítica descritiva que “estuda a relação entre a
conduta da política exterior de um país e o quadro geográfico no qual ela se exerce”.
(Boniface, 2011)

2.2.África Austral

O continente Africano é uma unidade espacial heterogêneo, repleto de diversidade,


econômica, cultural e linguística. Esse continente possui um grande número de países com
graves problemas econômicos e geopolíticos, mas com uma diversidade importante para a
superação de uma conjuntura de estagnação.

O continente Africano é comumente dividido em cinco regiões, que: a África Setentrional,


África Ocidental, África Central e a África Meridional. Segundo Matias, “essa divisão
regional leva em conta as características naturais e proximidades socioeconômicas”. (Matias,
2015)

Para esse estudo nos interessa apenas a região Meridional, também conhecida por África
Austral, que é a região localizada na parte sul do continente africano, geograficamente, esta
região encontra-se entre o oceano Índico, a leste, e o oceano Atlântico, a oeste, com uma
economia centrada na agricultura e no extravio de minerais.

Há distintas visões sobre o que deve ser considerado como África Austral. Podem assinalar-
se 3 perspectivas:
 Restrita: RAS e territórios mantidos durante muitos anos na sua órbita política e
económica, Namíbia, Botsuana, Lesoto e Suazilândia (África Austral);

5
 Intermédia: Restrita mais Angola, Moçambique, Zimbábue, Zâmbia e Malawi;
conjunto de Estados cujos trajectos para as independências foram, ainda que em
graus diferentes, afectados pela ascensão do apartheid na RAS e que, uma vez
independentes, contribuíram decisivamente para o seu termo (África Austral mais
África Subtropical);
 Alargada: Correspondente à SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África
Austral), herdeira da SADCC (Conferência para a Cooperação e Desenvolvimento
da África Austral) formada em 1980 por Angola, Moçambique, Zimbábue, Zâmbia,
Malawi, Tanzânia, Botsuana, Lesoto e Suazilândia; a SADCC passaria a SADC em
1992 com a admissão da Namíbia, vindo depois a integrar a RAS, Maurícia,
República Democrática do Congo, Seicheles e Madagáscar.

A nossa abordagem vai centrar-se na perspectiva Intermédia, que considera África Austral
todo território controlado pela África do Sul e incluindo aqueles que são afetados pela
ascensão do regime de segregação racial instalado na África do Sul, sem descorar a
perspectiva alargada, que é um fruto caindo da Batalha do Kuito Kwanavale.

2.3.Kuito Kwanavale

Segundo o estudo elaborado pelo Development Workshop of Angola, sobre o perfil do


município Kuito Kwanavale, o nome Kuito Kwanavale é originário da junção dos dois rios,
rio Kuito e rio Kwanavale, para se referir a região que antes da chegada dos portugueses era
conhecida como “ Ntiengo”. (Development Workshop of Angola, 2007)

Kuito Kwanavale está situado na província do Kuando Kubango, delimitado a sul pelo
município de Nankhova, a oeste pelo município de Menongue, a leste pelo município de
Mavinga e a norte pelo município de Kangamba (Província do Moxico), ocupa uma área
geográfica de aproximadamente 35.610km².

Nesta região, como salienta o relatório da ONG Development Workshop of Angola, ocorreu
um dos episódios mais sangrentos da guerra civil angolana, a batalha de quatro meses que
seria considerada mais tarde um marco da libertação da África Austral. Nos confrontos,
estavam em jogo a hegemonia de forças políticas internas angolanas e das potências
mundiais EUA e URSS.

6
3. A Batalha do Kuito Kwanavale

3.1.Contexto Histórico

A batalha do Kuito Kwanavale insere no período histórico que vai de 1948 a 1994, se
tivermos em conta os antecedentes históricos que motivaram o colidir da campanha e as suas
consequências e relevância para região Austral da África.

Os factores importantes deste período que nos ajudam a compreender o desenrolar desta
campanha militar são a descolonização da África Austral no pós-Segunda Guerra Mundial e
a Guerra Fria. E admite-se que a batalha afetou o cenário securitário da África Austral até,
pelo menos, o ano 1994, marcado pelo fim do regime do apartheid.

Quanto a descolonização da África Austral, esse período, segundo o Manual de História


Geral da África VIII, foi marcado por profundas transformações políticas, sendo a destacar:

 A luta pelas independências das colônias portuguesas da região, que teve início nos
anos 1960 e terminou no meado dos anos 1970, após o derrube do regime colonial e
fascista que imperava em Portugal, culminando com a proclamação da independência
de Moçambique em 23 de junho de 1975, e de Angola em 11 de novembro 1975;
 O fim do regime de minoria branca na antiga Rodésia do Sul, actual Zimbábue, a luta
da União Popular Africana do Zimbabué (ZAPU) e da União Nacional Africana do
Zimbabué (ZANU) contra a minoria branca prolongou-se até ao ano 1980, ano em
que o povo conquistou a verdadeira independência, pondo fim ao regime de
exploração e segregação racial que vigorava no país desde início dos anos 1960;
 A independência do território do antigo Sudoeste Africano, actual Namíbia, o
problema da Namíbia foi várias vezes levado a discussão na Organização das Nações
Unidas (ONU), que declarou ilegal a ocupação do território pela África do Sul e
estabeleceu em 1961 como seu objetivo a independência da Namíbia, mas a África
do Sul negava-se a ceder as diretrizes da ONU e introduziu no território as leis do
Apartheid;
 O fim do regime de Apartheid na África do Sul, a política racial da África do Sul,
implicava a separação rigorosa e discriminatória de brancos e não brancos, lançou
uma sombra negra sobre o pais e o desenvolvimento ao não dar oportunidades aos
não brancos do território;
 A criação da Linha da Frente, que mais tarde veria a se transformar na Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral (SADC), era uma união voluntária de Estados
que, segundo Comitê Cientifico Internacional da UNESCO para Redação da Historia
Geral da África, tinha a finalidade de criar um sistema de compromissos recíprocos
e de acções de apoio ao Movimento de Libertação Nacional na luta pelo derrube do
colonialismo, do Apartheid e que defendesse os Estados membros da expansão
econômica e comercial e da ameaça militar por parte dos regimes instalados em
Angola, na África do Sul, em Moçambique, na Namíbia e no Zimbabué. (Comitê

7
Científico Internacional da UNESCO para Redação da História Geral da África,
2010)

Num olhar além das fronteiras regionais, visualizamos três conflitos primeiramente externos
que contribuíram para acrescer o valor estratégico da África Austral, se destaca nesta lista a
Guerra Fria, que é conflito sem confronto militar direto entre as potências ocidentais e o
bloco soviético, que “começa em 1946-1947, com o fim da primeira guerra mundial, e acaba
em 1989, com a queda do muro de Berlim”. (Boniface, 2011)

Na África Austral a rivalidade entre o leste e o oeste cristalizou‑se muito por conta dos
recursos minerais e da posição estratégica da região, levando a União Soviética a “estender
a sua zona de influência geopolítica e geoestratégia a posições chaves do continente”, diante
desta ofensiva Soviética, os Estados Unidos “lançaram-se no apoio aos movimentos
anticomunistas”. (Comitê Científico Internacional da UNESCO para Redação da História
Geral da África, 2010)

Uma análise geopolítica do contexto histórico em que acontece a Batalha do Kuito


Kwanavale, nos permite aferir que num período de aproximadamente 30 anos África Austral
foi marcada pelo elevado nível de violência política, que segundo Simão, está “associada às
lutas de libertação nacional na África do Sul, Angola, Moçambique, Namíbia e Zimbabué e
às agressões rodesianas e sul-africanas aos países vizinhos”. (Simão, 2007)

A região era dominada pela África do Sul com a sua política externa expansionista de
segregação racial, que servia como tampão que impedia a instalação de regimes
revolucionários negros nas suas fronteiras.

Percebe claramente que a Política Externa da África do Sul era conduzida pela lógica do
determinismo geográfico, desenvolvida por Ratzel e aprofundada nas escolas clássicas da
geopolítica, centrada na ideia de “Espaço é Poder”, logo quem quisesse ter controle
ideológico sobre uma região, que é caso da África do Sul devia garantir a hegemonia
territorial sobre os vários que compõem a região.

Para fazer frente às investidas da África do Sul para dominar a região, os países e
movimentos da região congregaram esforções e criaram a Linha da Frente, Simão descreve
que esta organização política foi criada com o objetivo “coordenar a luta pela libertação
política da região, nas frentes política, diplomática e militar” (Simão, 2007). Esta plataforma
serviu para os movimentos manterem contato e troca de ideias sobre a situação política da
região.

8
3.2.Protagonistas e suas Intenções

A definição clássica de Guerra, do general prussiano, que segundo qual, a guerra “é um acto
violência com a intenção de coagir o adversário a realizar a minha vontade” (Clausewitz
apud Boniface, 2011), nos leva a concluir que a guerra é um confronto entre Estados e/ou
unidades político-militar (Protagonistas) que implica o uso da força armada para a satisfação
dos seus objetivos (Intensões).

A Batalha do Kuito Kwanavale não foz a regra do conceito de guerra supracitado, uma vês
que com muita facilidade identificamos os protagonistas, e esta acção nos remete
rapidamente a olhar para as reais motivações da batalha, o que chamamos de intensões.

Os autores que escreveram sobre a batalha do Kuito Kwanavale são unânimes em dizer que
os “Protagonistas” desta batalha são:

 As FAPLA- força militar regular do Estado Angolano, governado pelo MPLA


(Movimento de Libertação Nacional de Angola);
 As FALA- braço armado da UNITA (União Nacional para a Independência Total de
Angola), que se rebelou contra o governo do MPLA;
 As SADF- as forças armadas da África do Sul, em apoio a UNITA;
 As FAR- as forças armadas Revolucionaria de Cuba, como reforço do MPLA para
fazer frente ao exército sul africano;
 E de forma indireta participaram do conflito as duas grandes superpotências
mundiais, como colaboradores, na lógica da guerra fria.

Marcelo Leal (2011), no seu trabalho acadêmico, aponta que a principal intenção ou objetivo
militar dos protagonistas da batalha do Kuito Kwanavale é “controle do território Angolano
a sudeste do Rio Kuito”, todas as outras intenções estavam atreladas a esta, o que levanta a
seguinte pergunta: Por quê era importante controlar o território Angolano a sudeste do Rio
Kuito?

A batalha era inevitável por conta da importância estratégica da referida localidade para as
protagonistas do conflito. Para responder à pergunta levantada acima recorremos ao texto de
Johny Santana de Araújo, publicado pela revista Florianópolis, que diz:

Para a UNITA, a posição constituía o centro de gravidade para a


defesa das suas estruturas militares no Sul de Angola. A manutenção
das suas bases e de sua logística, do centro de instrução e comando
e do núcleo da direção política da UNITA, em Jamba, dependiam do
controle da região. Por extensão, havia necessidade de manter a
estrada Menongue a Mavinga, e as passagens sobre o rio Kuito.
Para a África do Sul era imprescindível que a UNITA mantivesse
sob o seu controle a região de Kuito Kwanavale, evitando assim a
intensificação para o interior dos respectivos territórios, da guerra de
libertação da Namíbia e da África do Sul, conduzida pela SWAPO e

9
pelo Congresso Nacional Africano, em inglês: African National
Congress (ANC), respectivamente.
Para as FAPLA alcançarem a Jamba, a porta de entrada estratégica
era a região de Kuito Kwanavale. O pequeno aeródromo que lá
existia assegurava que o apoio logístico fosse efetuado por via aérea
– uma vantagem que seria explorada por qualquer contendor que
controlasse a região. (Araújo, 2021)

Alinham-se paralelamente a intensão estratégica de ocupar o território Angolano a sudeste


do Rio Kuito pelos protagonistas da Batalha, algumas intenções políticas e econômicas
como:
 A corrida das duas grandes potências, Estados Unidos da América e União Soviética,
em estender a sua zona de influência ideológica na região, para garantir o fácil acesso
aos recursos minerais existentes na região da África Austral;
 Manter a integridade territorial e a Soberania do recém Estado Angolano, que se
alcançaria com a destruição da capacidade militar da UNITA e despoja-la dos
espaços geográficos por ela ocupada e pelo fim das invasões sul Africanas no
território angolano;
 O exército sul africano veio em socorro da UNITA, mas sua real intenção era impedir
o fortalecimento dos movimentos independentistas da SWAPO, que lutava pela
independência na Namíbia, e do ANC, que luta pelo fim de regime de minoria branca
na África do Sul, pois Pretória acreditava, que para manter a sua hegemonia na região
“seria melhor que no sudoeste africano o surgimento de um governo pró-ocidental
sob sua influência e não governos marxistas como o do MPLA” (Milagre &
Chinavale, 2018);
 O governo Cubano e a sua força militar surgem na guerra como auxilio ao MPLA,
não só em armamento como em efetivos militares afim de fazer face à invasão
perpetrada pela África do Sul.

3.3.As operações e o fim da Batalha

A Campanha do Kuito Kwanaval teve início em abril de 1987 com um conjunto de ofensivas
lançadas contra a região de Mavinga, com o objetivo de desalojar a UNITA. Nestas incursões
não houve a participação da SADF e nem das FAR. Só a partir de 6 de setembro é que se
registaram os primeiros confrontos entre as forças sul-africanas e angolanas (Gomez, 2014).

Nesta mesma época, vão lançar-se as operações; Modular4 e Saludando Octuber5, colocando
URSS, Cuba, Angola, EUA e África do Sul, além da UNITA, em uma campanha que iria
determinar o futuro da África Austral – a campanha do Kuito Kwanaval.
As ofensivas de outubro foram tão fortes que obrigaram o recuo das brigadas das forças
angolanas, estacionadas perto de Mavinga. Os confrontos de 24 de outubro, de 18 de
novembro a leste do Kuito Kwanaval; 25 de novembro Entre-os-Rios Chambinga e Cuatir
foram de igual modo desastroso para as FAPLA.

10
As forças cubanas começaram a dar suporte à campanha militar das FAPLA, a partir de
novembro de 1987, e só em 1988 começaram as maiores batalhas entre as FAR/FAPLA e a
SADF/UNITA. Em janeiro de 1988, as forças sul-africanas deram continuidade à sua
ofensiva estratégica com o objectivo militar de afastar as forças combatentes cubanas e
angolanas, posicionadas a leste do rio Cuíto onde a 21ª brigada foi bombardeada e obrigada
a recuar para o rio (Gomez, 2014).

As forças coligadas das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) e Forças Armadas


Populares de Libertação de Angola (FAPLA), conseguiram alterar o equilíbrio de forças
através da defesa de um alvo estratégico para os adversários - Kuito Kwanavale e da tomada
de uma região de importância estratégica para os sul-africanos - Cunene, produzindo
resultados morais significativos para o fim das hostilidades.

No combate de 23 de março de 1988 no Triângulo do Tumpo a 82ª brigada das Forças de


Defesa Sul-Africana (SADF) e a UNITA realizaram um ataque de grande envergadura
contra as posições da 25ª brigada das FAPLA, a leste do rio Kuito onde as forças da
SADF/UNITA, foram derrotadas com perdas consideráveis, em homens e armamento,
frustrando a política de intervenção da África do Sul. A derrota das forças militares sul-
africanas obrigou o regime do apartheid a aceitar conversações quadripartidas, entre Angola,
Cuba, África do Sul e EUA (Gomez, 2014).

As mudanças das posições estratégicas dos envolvidos no conflito os levou a mesa de


negociações, tornando possível a assinatura dos acordos de Nova Iorque, os quais puseram
um fim à longa guerra de fronteira sul-africana.

Os acordos de Nova Iorque foram assinados em 22 de dezembro de 1988, colocando assim


um fim as hostilidades militares entre Angola e África do Sul, e alterando de maneira positiva
cenário geopolítico em Angola e na África Austral, por dar início a um processo de abertura
política e democrática dos países da região.

Quanto a quem venceu a batalha, há quem defenda que a batalha de Kuito Kwanavale foi
uma vitória de Pirro para ambas as partes: Angola e Cuba sofreram grandes perdas em termos
de pessoal e material, enquanto a África do Sul e a UNITA não conseguiram ganhar terreno.
Mas numa perspectiva subjetiva pode-se falar em vitória angolano-cubana, uma vez que,
Angola e Cuba tinham como objetivo estratégico segurar a cidade, enquanto o objetivo sul-
africano era capturá-la.

11
4. África Austral após a Batalha
A batalha do Kuito Kwanavale foi o de uma batalha travada entre forças cubanas, angolanas,
namibianas e sul-africanas, no sudoeste de Angola. Durou de agosto de 1987 a março de
1988 e foi a maior batalha travada em solo africano desde a Segunda Guerra Mundial. Teve
com um conjunto de ofensivas lançadas contra a região de Mavinga, com o objetivo de
desalojar a UNITA e terminou com a assinatura dos acordos de Nova Iorque, que acabou
com a presencia da África do Sul no território Angolano (Gomez, 2014).

Após essa batalha, a Áfricado Sul começou a recuar das suas aventuras militares na região e
do apartheid, pois a batalha ditou o fim da invencibilidade da máquina de guerra sul-africana,
e onde a aviação militar de combate pôs fim à supremacia aérea que o regime de apartheid
detinha, obrigando assim a sua liderança a aceitar um processo de negociações que
salvaguardou a realização de mudanças profundas de modo pacífico.

Kuito Kwanavale marca um ponto de viragem na geopolítica da região da África Austral,


colocando fim a hegemonia da África do Sul sobre os territórios da região e a violência
generalizada, abrindo espaço para uma era de pacificação e democratização da região, com
o fim do Apartheid (em 1990), a libertação de Nelson Mandela do cárcere após 26 anos de
prisão, a realização das primeiras eleições multirraciais na África do Sul (em 1993), a
retirada das forças sul-africanas do território namibiano e a independência do país (em 1990).

A nova geopolítica da Região Austral é marca por três grandes acontecimentos, que derivam
das negociações de Nova Iorque, são eles: a independia da Namíbia, por conta da
implementação da resolução 435 da ONU, a abertura política na África do Sul, que culminou
com a eleição de Nelson Mandela a presidente da África do Sul, e a Paz em Angola, uma
vez que o MPLA se viu obrigado negociar com a UNITA o fim da guerra civil.

Vamos discutir aparte cada um deste acontecimentos, para melhor compreender o impacto
que estes têm na estabilização política e segurança militar da África Austral.

4.1.Independência da Namíbia

A Namíbia era um país ocupado ilegalmente pelos racistas Sul-africanos, que entendiam, na
lógica do determinismo geográfico de Ratzel, que deviam manter controle do território para
estender a sua influência sobre a região. Para fazer frente aos Sul-africanos e a suas políticas
expansionistas surgiu a SWAPO, uma organização política de libertação da Namíbia,
fundada em 1960 e presidida por Sam Nujoma.

A SWAPO iniciou a luta armada de libertação da Namíbia em 26 de agosto de 1966 através


do exército popular de Libertação da Namíbia. Dois anos depois, a ONU proclamou a
ilegalidade sul-africano do país, com aprovação da resolução 435/78 sobre a independência
da Namíbia, mas o regime de minoria branca instalado na África do Sul se recusava a aplicar
esta resolução.

12
A independência de Angola (1975) e do Zimbabué (1980) serviu de catalizador para a
resolução do problema namibiano, uma vez que as atenções dos países da Linha da Frente a
partir de Angola ficou centrada na Namíbia. Durante este período o Estado angolano
desenvolveu intensas movimentações no domínio diplomático com os países ocidentais e no
campo regional, onde contava com o apoio do grupo dos Países da Linha da frente.

Para lá das movimentações diplomáticas, a independência da Namíbia teve um grande


impulso dos acordos assinados em 22 de dezembro de 1988, em Nova Iorque, por Angola,
Cuba e a África do Sul, sub observação dos Estados Unidos, que é “fruto da derrota imposta
pelas FAPLA às SADF, na célebre Batalha do Kuito Kwanavale a 23 de março do mesmo
ano” (Gomez, 2014).

Com o fim da batalha supracitada, o governo Sul-africano de minoria branca, foi pressionado
pela comunidade internacional a negociar com a SWAPO a descolonização da Namíbia.
Segue-se então uma série de reformas constitucionais no território namibiano, que
culminaram com proclamação da independência nacional da Namíbia a 21 de março de 1990
e a ascensão de Sam Nujoma, como presidente da República. (Comitê Científico
Internacional da UNESCO para Redação da História Geral da África, 2010)

4.2.O fim do Apartheid na África do Sul

O Apartheid foi uma política de segregação racial absoluta, instalado na África do Sul, onde
uma minoria branca dominava selváticamente uma maioria negra, negando aos negros o
direito de ser livres, de escolher o lugar de residência, de estudar e até de trabalhar.

Por conta desta política, o país conheceu, nos anos 1960, uma onda de manifestações que
foram duramente reprimidas pelo regime, como resposta à campanha civil lançada pelo
ANC, partido nacionalista criado em 1912, o líder do ANC, Nelson Mandela, é preso,
condenado a prisão perpétua e o partido é declarado ilegal.

Gomez (2014) aponta que o problema racial da África do Sul era conjuntural, logo a sua
resolução só seria possível com a solução de dois problemas que estavam ligados entre si,
que são:

 O primeiro era o de assegurar a segurança e a soberania das Repúblicas Populares de


Angola e Moçambique, que eram vítimas das investidas militar de Pretória, em apoio
a UNITA e a RENAMO;
 O segundo problema era a concessão da independência da Namíbia na letra da
resolução 435/78 da ONU.

A solução destes problemas só se materializou com o desfecho da batalha do Kuito


Kwanavale, que serviu para acabar com mito da invencibilidade do exército sul africano e
comprovar a irmandade e solidariedade dos povos africanos da região austral, e da ação da
linha da frente na salvaguarda da integridade territorial e posteriormente da intervenção
política e econômica SADC na região austral.

13
A derrocada do regime do Apartheid que imperava na África do Sul começou a desenhar-se
em fevereiro de 1990, com as reformas políticas de Frederik De Klerk, então presidente da
África do Sul, e que levaram à libertação do líder histórico do ANC, Nelson Mandela, após
28 anos de prisão e a convocação de eleições gerais multipartidárias, que terminou com a
eleição de Nelson Mandela como o primeiro presidente negro da África do Sul.

4.3.Processo de Paz em Angola

No contexto interno angolano, o fim da batalha Kuito Kwanavale vai significar o início de
uma série de negociações para um possível acordo de paz, para pôr fim ao conflito civil
iniciado em 1975, pelos movimentos de libertação nacional.

Apesar do fim da batalha do Kuito Kwanavale, a guerra armada em Angola prosseguia, pois,
a UNITA se fortificara durante o período de 1987 até 1988, ocupando espaços importantes
do território angolano, enquanto as FPLA centravam as suas forças no combate hegemônico
regional (Simão, 2007).

A posição da UNITA obrigou o MPLA a iniciar uma série de negociações, que culminaram
com a assinatura dos acordos de Bicesse, em maio de 1991, sob a presidência de Portugal e
com a presença, na qualidade de observadores, de representantes dos Estados Unidos, da
União Soviética e das Nações Unidas.

Os acordos de Bicesse trouxeram um cessar-fogo, o aquartelamento das tropas da UNITA,


a formação de novas forças armadas, a desmobilização da tropa não requerida, a restauração
da administração do Estado em áreas controladas pela UNITA, as eleições multipartidárias
e presidenciais e o país passou de uma economia centralizada para uma economia de
mercado (Simão, 2007).
Infelizmente, com a vitória do MPLA, nas primeiras eleições em 1992, houve o reacender
da guerra, porque a UNITA rejeitou o resultado das eleições.

14
5. Conclusão

Antes da Batalha do Kuito Kwanavale, a África Austral foi marcada pelo elevado nível de
violência política, causado pelas lutas de libertação nacional na África do Sul, Angola,
Moçambique, Namíbia e Zimbabué e às agressões rodesianas e sul-africanas aos países
vizinhos, de um lado, e num outro momento pela África do Sul com a sua política externa
expansionista de segregação racial, que servia como tampão que impedia a instalação de
regimes revolucionários negros nas suas fronteiras.

A batalha kuito kwanavale aconteceu por conta da importância estratégica da referida


localidade para as protagonistas do conflito e seus interesses, de um lado tínhamos o MPLA,
queria manter a integridade territorial e a Soberania do recém Estado Angolano, que se
alcançaria com a destruição da capacidade militar da UNITA e despoja-la dos espaços
geográficos por ela ocupada e pelo fim das invasões sul Africanas no território angolano, e
do outro a os sul africanos, com intenção de impedir o fortalecimento dos movimentos
independentistas da SWAPO, que lutava pela independência na Namíbia, e do ANC, que
luta pelo fim de regime de minoria branca na África do Sul.

No entanto, batalha do Kuito Kwanavale teve início com um conjunto de ofensivas lançadas
contra a região de Mavinga, com o objetivo de desalojar a UNITA, durou de agosto de 1987
a março de 1988, e terminou com a assinatura dos acordos de Nova Iorque, que acabou com
a presencia da África do Sul no território Angolano, e abriu caminho para modernização
política dos estados, promoção da democracia, respeito pelos direitos humanos e cooperação
regional.

Em suma, comprovamos com os factos apresentados que a batalha do Kuito Kwanvale


influenciou de maneira significativa a geopolítica da África Austral, por abrir caminho para
a independia da Namíbia, por conta da implementação da resolução 435 da ONU, a abertura
política na África do Sul, que culminou com a eleição de Nelson Mandela a presidente da
África do Sul, e a Paz em Angola, uma vez que o MPLA se viu obrigado negociar com a
UNITA o fim da guerra civil.

15
Bibliografia

Araújo, J. S. (2021). A batalha de Cuito Cuanavale 1987-1988: a guerra pela sua memória.
Florianópolis, 10-11.
Boniface, P. (2011). Dicionário das Relações Internacionais. Lisboa: Plátano.
Castro, J. d. (1955). A Geopolítica da Fome. Rio de Janeiro: Livraia.

Comitê Científico Internacional da UNESCO para Redação da História Geral da África.


(2010). História Geral da África. VIII. Brasília.
Correia, P. (2012). Geopolítica e Geoestratégia. Nação e Defesa, 229-246.

Development Workshop of Angola. (2007). Perfil do Município do Cuito Cuanavale.


Luanda.
Gil, A. C. (2008). Metódo e Técnica de Pesquisa Social (6ª ed.). São Paulo: Atlas.

Gomez, R. G. J. (2014). Cuito Cuanavale: crónica de uma Batalha, Luanda: Mayamba


Editora.

Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do Trabalho Científico (4ª ed.). São
Paulo: Atlas.

Leal, M. M. A campanha Militar de Cuito Cuanavale (1987-1988): uma análise baseada na


Teoria de Guerra de Clausewitz. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
2011. 74 f. Monografia de licenciatura.

Matias, V. (Janeiro de 2015). A Geografia da África: caminho e descaminhos no século XXI.


Educação e Tecnologia, XX, 77-86.
Milagre, L. P., & Chinavale, M. J. (Maio-Agosto de 2018). A IMPORTÂNCIA
HISTÓRICA DA BATALHA DO CUITO CUANAVALE. Órbita Pedagógica, 5,
88-97.

Simão, L. S. (2007). Estado e Segurança na África Austral. Em F. Luso-Americana,


Estratégia e Segurança na África Austral (pp. 49-55). Lisboa: Textype.

16

Você também pode gostar