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MODELO EDUCATIVO E FERRAMENTAS

METODOLÓGICAS DO PROGRAMA
ACADEMIA DA CIDADE
R E C I F E , 2 0 2 1
EDUCAÇÃO NA/EM SAÚDE

MODELO EDUCATIVO E FERRAMENTAS

METODOLÓGICAS DO PROGRAMA

ACADEMIA DA CIDADE
Prefeito da Cidade do Recife
João Campos

Vice - Prefeita
Izabella de Roldão

Secretária de Saúde
Luciana Albuquerque

Secretária Executiva de Atenção à Saúde


Juliana Martins

Gerente das Políticas Transversais


Renata Morais

Coordenadora Geral da Academia da Cidade


Tatiana Martins Ferraz

Coordenadores Técnico-pedagógicos da
Academia da Cidade
Charles Barbosa, Danielle de Cássia, Gabriela Campos, Gledson

Oliveira, Luiz Eduardo, Marcílio Paulo, Raquel Pajeú, Renan Santos

Grupo de Trabalho Educação na/em Saúde da


Academia da Cidade
Ameliane Reubens, Danielle de Cássia,

Juliane Galvão, Patrícia Nelly, Rossana Borges,

Silvana Brito, Tatiana Ferraz

Revisão
Ameliane Reubens, Juliane Galvão, Patrícia Nelly,

Silvana Brito, Tatiana Ferraz

Capa, Diagramação e projeto gráfico


Ameliane Reubens, Juliane Galvão, Patrícia Nelly,

Silvana Brito, Tatiana Ferraz

"Em se tratando de Saúde...


...todo(a) profissional deve ser,
também, um(a) Educador(a).

(GT Educação na/em Saúde do PAC)


ORIENTAÇÕES
FIQUE POR DENTRO
Este é um eBook interativo que possibilita que você, além

do texto, tenha contato com áudios, vídeos e materiais

suplementares através de variados tópicos. Para saber

mais, acompanhe a seguir a descrição de cada ícone:

Clicando na imagem que aparece

COM A PALAVRA... neste ícone, você poderá acessar

vídeos referentes à temática.

Este ícone traz informações

Fique Sabendo adicionais de alguns conceitos

importantes no texto.

Neste ícone, a partir de links ativos,

você poderá acessar alguns


saiba mais documentos disponibilizados na web

sobre a temática.

Ícone destinado à divulgação de

de olho nas mídias ações nas mídias e rede sociais

digitais do PAC.

Clicando no auto-falante, você

acessa o áudio de apresentação do

Áudio de apresentação capítulo, elaborado por uma das

integrantes do GT Educação na/em

Saúde.

BOAS-VINDAS
COM A PALAVRA...

Tatiana Martins Ferraz


Profissional de Educação Física e

Coordenadora Geral do programa

Academia da Cidade - Recife.

https://youtu.be/U2RnWSK5zuc

APRESENTAÇÃO
O conteúdo deste eBook é fruto de uma inquietação inicial

para qualificar o processo de trabalho da Educação em

Saúde, que acontece sistematicamente nos polos do

Programa Academia da Cidade (PAC) e em outros

espaços de intervenção do profissional de Educação Física

na Rede de Atenção à Saúde (RAS), a partir da Política

Nacional de Atenção Básica (PNAB), da Política Nacional

de Promoção da Saúde (PNPS) e da Portaria do Programa

Academia da Saúde (PAS).

Com uma trajetória iniciada em 2002 no Sistema Único de

Saúde (SUS) do Recife, em meados de 2016, o PAC

precisava alinhar alguns procedimentos relacionados à

Educação em Saúde, como:

adequar o registro das ações de Educação em Saúde

nos relatórios mensais, pois embora fossem utilizadas

metodologias diversas, eram denominadas de forma

única como Rodas de Diálogo;

ajustar o enunciado da coluna do relatório mensal

MonitoraPAC, que denominava-se Fórum de Discussão;

oportunizar momentos de matriciamento para todos os

profissionais do PAC, abordando a Educação em

Saúde, com a intenção de ampliar o conhecimento em

relação às diversas ferramentas metodológicas;

consolidar um modelo de Educação em Saúde para o

PAC, aproximando-se dos referenciais teóricos do SUS.


Foi trilhado um caminho de operacionalização para a

qualificação dessas ações. O primeiro passo foi encontrar

um(a) profissional na RAS com expertise na Educação em

Saúde e iniciar o processo de discussão no PAC.

Em seguida, foi oportunizado um Encontro de Educação

Permanente (EEP) do Programa sobre Educação em Saúde

e como encaminhamento foi organizado um Grupo de

Trabalho (GT) para aprofundar a temática. No GT, surgiu

também a necessidade de se trabalhar a Educação na

Saúde, contemplando as ações voltadas para os

processos educativos dos profissionais do PAC.

As discussões do GT foram ampliadas para as reuniões

distritais, sendo validado um modelo de Educação na/em

Saúde do PAC. Na consolidação da proposta, o GT voltou

a se reunir para organizar e registrar os conteúdos

estudados e experiências vividas no processo ampliado,

compilando o material apresentado neste eBook.

A seguir, serão descritas as 7 etapas deste caminho

operacional, que ocorreu no período de 2016 a 2021:

Identificação da facilitadora da temática, Luana Padilha, uma


profissional do Nasf-AB, que participou de uma reunião
juntamente com o Núcleo Gestor do PAC, com o objetivo de
estabelecer o processo de trabalho a ser desenvolvido no EEP .

EEP sobre Educação em saúde no PAC, em 20 de Maio de 2016.


Tomou-se como encaminhamento a formação de um GT para
aprofundar a discussão. Aderiram ao GT, membros do núcleo
gestor, Profissionais de Educação Física de cada Distrito
Sanitário, residentes, estagiários e a facilitadora.
Reuniões do GT, com objetivo de aprofundar a discussão
conceitual, além de organizar o plano de trabalho para a fase
seguinte: a discussão da temática nas reuniões distritais do
PAC.

Multiplicação da temática como pactuado na fase anterior, de


forma descentralizada, nas reuniões distritais do PAC. Foram
realizados dois momentos em cada distrito sanitário, sendo
estes conduzidos pelos integrantes do GT.

Retomada do GT no formato inicial com o objetivo de


compartilhar as experiências da etapa anterior, repassar as
contribuições de cada grupo e estabelecer diretrizes para
construção do produto final, este eBook.

Construção do eBook a partir da práxis. Foram solicitadas


experiências de Educação em Saúde facilitadas pelos
Profissionais de Educação Física na RAS e assim identificadas
as ferramentas metodológicas e suas aplicabilidades.

Revisão final e publicação do eBook. Documento que tem como


objetivo socializar o saber em pauta, tanto para os Profissionais
do PAC como para os demais profissionais da RAS.

Este eBook é, portanto, resultado da construção

compartilhada de profissionais de Educação Física e

gestores do PAC, além de profissionais, residentes e

estagiários da RAS, pretendendo ser um material de

suporte para o processo de trabalho voltado à Educação

na/em Saúde.
Na leitura deste documento, você terá oportunidade de

refletir e conhecer os principais conceitos da Educação

na/em Saúde, modelos pedagógicos, ferramentas

metodológicas e processos educativos nas práticas de

saúde, a partir de situações e exemplos da realidade do

profissional atuante na RAS. O eBook está organizado em

três capítulos:

Capítulo 1: apresenta a parte conceitual da

Educação na Saúde e da Educação em Saúde, além

da Política Nacional de Educação Popular em Saúde

no SUS.

Capítulo 2: dispara reflexões sobre o Modelo de

Educação Tradicional e o Modelo de Educação

Dialógico.

Capítulo 3: expõe as ferramentas metodológicas de

/
Educação na em Saúde e seus respectivos exemplos

no PAC.

Desejamos uma boa leitura

e que o conteúdo deste eBook possa contribuir para

qualificar ainda mais as práticas em saúde no SUS.

GT Educação na/em Saúde do PAC


Recife, 07/09/2021

INTRODUÇÃO.....................................................................13
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1.
EDUCAÇÃO NA SAÚDE E EDUCAÇÃO EM SAÚDE:

ENTENDENDO OS CONCEITOS...........................................17

CAPÍTULO 2.
MODELO DE EDUCAÇÃO NA/EM SAÚDE DO PROGRAMA

ACADEMIA DA CIDADE .....................................................23

Características do Modelo Dialógico................................25

CAPÍTULO 3.
FERRAMENTAS METODOLÓGICAS DE EDUCAÇÃO NA/EM

SAÚDE: APLICABILIDADES NO PROGRAMA ACADEMIA DA

CIDADE..............................................................................27

Educação na Saúde - segmento profissional....................27

Educação em Saúde - segmento usuário...........................31

Enfoque individual..............................................................32

Enfoque coletivo.................................................................37

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................56

REFERÊNCIAS....................................................................58

INTRODUÇÃO
O Programa Academia da Cidade (PAC)* do Recife é uma

política que foi concebida a partir do modelo de um

projeto de extensão universitária intitulado Exercício e

Saúde, que teve início no ano de 1996 e estabelecia uma

parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde da cidade

do Recife e a Escola Superior de Educação Física da

Universidade de Pernambuco (ESEF/UPE) (FEITOSA, 2015).

O Exercício e Saúde ocorria no Parque da Jaqueira, na

Praça de Jardim São Paulo, na Praça do Hipódromo e na

ESEF/UPE, oferecendo os serviços de avaliação física,

avaliação médica e avaliação nutricional. Além disso, eram

realizadas prescrições de sessões de alongamento,

exercícios resistidos e aeróbicos, bem como orientação de

caminhadas. Também contava com uma auxiliar de

enfermagem de plantão para atender as eventualidades e

prestar os socorros de urgência quando necessário, mas

não estava vinculado à Rede de Atenção à Saúde (RAS).

Considerando as potencialidades da experiência, a

Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura do Recife, em

parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE) e a

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 22 de

Fevereiro de 2002, criou o Programa Academia da

Cidade.

O Programa foi instituído pelo Decreto Municipal n º 19.808,


de 03 de Abril de 2003 (RECIFE, 2003), e tornou-se, poste-

Embora seja uma política municipal, o termo "programa" continuou

sendo utilizado ao longo dos anos para designar o Academia da

Cidade. A utilização do termo encontra-se em discussão pela gestão.

13
riormente, política de Promoção da Saúde na Atenção

Básica do Recife, pela portaria n º 122, de 28 de Setembro

de 2006 (RECIFE, 2006). Essa mudança permitiu a criação

do cargo "profissional de Educação Física (PEF)" no

município e possibilitou a realização do 1 º concurso público


para PEF no Sistema Único de Saúde (SUS) de Recife, em

2008.

O PAC é uma política de Promoção da Saúde nos âmbitos

das práticas corporais e atividades físicas, lazer e

orientação para hábitos alimentares saudáveis, a partir do

desenvolvimento de ações em equipamentos de saúde e

espaços públicos requalificados, denominados polos. Tem

como objetivo contribuir para promoção da saúde coletiva

e consequente melhoria da qualidade de vida da

população recifense, assim como, potencializar a boa

utilização dos espaços públicos e o protagonismo social.

O PAC também foi um dos precursores da inserção da

Educação Física no SUS em território brasileiro. A nível

nacional, a área ganhou protagonismo com:

a publicação da Política Nacional de Promoção da

Saúde (PNPS), aprovada em 2006, e republicada em

2017, que definiu como um dos eixos prioritários a

promoção de práticas corporais e de atividades físicas

(BRASIL, 2006; 2014d);

a consolidação da inserção do profissional de

Educação Física no Núcleo de Apoio à Saúde da

Família (NASF), criado em 2008, atualmente Núcleo

Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica

(NASF-AB), na perspectiva de ampliar as ações da A-

14
tenção Básica à Saúde, bem como sua resolubilidade junto

a Estratégia de Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2008a;

2017).

Ainda com relação a este protagonismo, avaliações de

programas populacionais de atividade física no Brasil

evidenciaram o aumento no acesso às atividades físicas de

lazer (KNUTH, 2010). Os resultados dessas avaliações foram

determinantes para a criação do Programa Academia da

Saúde (PAS), estabelecido pela Portaria n° 719, em 2011,

revogada pela Portaria n º 2.681, em 2013 (BRASIL, 2013a).

Assim, o PAC tem em seu alicerce diretrizes importantes

que impulsionam suas ações, como as descritas na PNPS,

no PAS e também na Política Nacional de Atenção Básica

(PNAB) (BRASIL, 2017). Considerando as diretrizes para os

processos educativos descritos nestas políticas, e as quais

o PAC tenta se alinhar, destacam-se:

Na PNPS (BRASIL, 2018): promover processos de

educação, de formação profissional e de

capacitação em promoção da saúde, para

trabalhadores, gestores e cidadãos.

No PAS (BRASIL, 2014): promover práticas de

Educação em Saúde.

Na PNAB (BRASIL, 2017): desenvolver ações de

educação permanente e continuada para os

profissionais; e de Educação em Saúde para a

população, utilizando abordagens adequadas às

necessidades.

15
Neste contexto, a interface educativa é um dos pilares das

ações do PAC, se apresentando como um processo

contínuo, tendo em vista os determinantes e


condicionantes sociais da saúde, a fim de proporcionar

o empoderamento dos profissionais, gestores e, sobretudo,

dos usuários para fortalecimento do autocuidado e

controle social, numa perspectiva ampliada do conceito de

saúde.

Fique Sabendo
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da

Saúde (DSS), os DSS são fatores sociais, econômicos, culturais,

étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que

influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores

de risco na população. Em 2013, o Ministério da Saúde incluiu

a atividade física como um fator determinante e condicionante

da saúde.

saiba mais
BRASIL. Lei Federal n° 12864/13. Altera o caput do art. 3° da Lei

n° 8080 de 19 de setembro de 1990.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-

2014/2013/lei/l12864.htm

BUSS, P. M.; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes

sociais. Physis, Rio de Janeiro, n. 17, v. 1, p.77-93, abr. 2007.

Disponível em:

https://www.scielo.br/j/physis/a/msNmfGf74RqZsbpKYXxNKh

m/abstract/?lang=pt

16

CAPÍTULO 1
EDUCAÇÃO NA SAÚDE E EDUCAÇÃO EM SAÚDE:
ENTENDENDO OS CONCEITOS
Áudio de apresentação do Capítulo 1
Danielle de Cássia - Profissional do Núcleo Gestor do PAC
Produzir saúde na perspectiva ampliada requer extrapolar
a prática clínica e condutas terapêuticas

descontextualizadas do cotidiano das pessoas em seus

espaços de convivência familiar ou comunitária, sendo

para isso, de extrema importância o cuidado centrado na

pessoa e o oferecimento de processos educativos

contextualizados com às suas necessidades.

Fique Sabendo

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é um

completo bem-estar físico, mental e social e não somente

ausência de afecções e enfermidades, ou seja, não ser

diagnosticado com alguma doença não define um indivíduo

como saudável, mas sim as condições de vida que levam o

indivíduo a se sentir bem tanto nos aspectos físicos quanto

mentais e sociais, estando relacionada aos determinantes

sociais de saúde.

saiba mais
BRASIL. O que significa ter saúde? Muito além da ausência de

doenças, é preciso considerar o bem-estar físico, mental e

social. 07 Agosto 2020.

Disponível em: https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-

me-exercitar-mais/o-que-significa-ter-saude

17
A fim de oferecer um melhor entendimento das práticas

educativas no campo da saúde coletiva, apresenta-se

neste tópico a diferença conceitual entre os termos

Educação na Saúde e Educação em Saúde, que

comumente são usados com os mesmos sentidos e

significados (FALKENBERG et al., 2014). Para isso, serão

utilizadas leituras complementares que visam facilitar o

entendimento dos referidos conceitos, expostos abaixo:

Esquema dos processos educativos


no campo da saúde coletiva

EDUCAÇÃO

Na saúde Em saúde

Conhecimentos
Construção de
relativos à
conhecimentos
formação

Educação Educação
Criticidade e
continuada permanente reflexão para
emancipação
Após a No processo de
graduação Trabalho Envolve gestor,
profissional e
usuário

Fonte: adaptado de Falkenberg et al. (2014)

18
A Educação na Saúde prevê a construção de estratégias e

processos que qualifiquem a atenção e a gestão em

saúde, com o objetivo de produzir um impacto positivo

sobre a saúde individual e coletiva da população. O

glossário temático da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)

considera a Educação na Saúde um processo de produção

e sistematização de conhecimentos relacionados à

formação e desenvolvimento de práticas para os cuidados

em saúde (BRASIL, 2009).

Desta forma, a Educação na Saúde viabiliza a apreensão

de conhecimentos além dos conteúdos abordados no

período da formação inicial, considerando a necessidade

de se pensar as complexidades dos casos e as realidades

sociais, muitas vezes transpondo os saberes de uma área

em particular. Educar na saúde caracteriza-se por

aproximar a atuação dos profissionais dos princípios do

SUS.

Existem duas formas de Educação na saúde: a Educação

Continuada (EC) e a Educação Permanente (EP). A

primeira refere-se às atividades acadêmicas desenvolvidas

além da formação inicial por meio de cursos de

aperfeiçoamentos ou pós-graduações.

A segunda diz respeito ao conhecimento atrelado ao

processo de trabalho na intenção de conduzir as ações do

cotidiano na direção das reais necessidades de saúde das

populações atendidas. A EP, portanto, deve estimular a

consciência crítica dos profissionais para que suas práticas

sejam predominantemente ativas no sentido de promover o

empoderamento da população.

19
Tendo o próprio ambiente de trabalho como cenário no

qual surgem os problemas e as possibilidades de resolução

dos mesmos, a EP tem como fim a transformação social e

não se constituir como um recurso para a transmissão

verticalizada de saberes. Certamente, o processo de EP é

uma prática que valoriza o aprender e o trabalhar e deve

ser um recurso comum a todos os profissionais que atuam

no SUS na perspectiva da integralidade e equidade em

saúde.

Já a Educação em Saúde pode ser compreendida como

um conjunto de práticas educativas integradas ao

cotidiano do trabalho das equipes, voltado para as

pessoas e coletividades na intenção de promover um

intercâmbio de saberes entre os envolvidos, produzindo

novos conhecimentos com base no respeito e aceitação

do outro. Nesta perspectiva, tais ações devem ser

sistematizadas em paralelo com a prática clínica,

considerando as peculiaridades do processo saúde-

adoecimento e suas interfaces com a superação das

dificuldades e alívio dos sofrimentos.

Educar em saúde expressa a necessidade de ampliar os

horizontes e espaços que conduzem ao

autogerenciamento das pessoas nos seus próprios

processos de cuidados. As ações de Educação em Saúde

devem acontecer de forma contínua e estar inseridas junto

às ações de assistência integral, culminando na produção

de saberes coletivos.

Em suma, quando se fala de Educação na Saúde trata-se

20
das práticas educativas dos profissionais, contextualizadas

a partir dos processos de trabalho no SUS, para o

oferecimento de melhores tecnologias de cuidado para os

usuários; enquanto Educação em Saúde se estabelece na

própria relação entre profissionais, usuários e gestores, a

fim de produzir conhecimentos capazes de responder às

reais necessidades individuais e coletivas, num processo

de estímulo à criticidade e ao empoderamento, para

autonomia na tomada de decisão.

Neste sentido, os processos de Educação na/em


Saúde no PAC são pilares importantes para ações
mais eficazes, na direção da transformação social
e, consequentemente, da melhoria das condições
de vida da população.

Educação na Saúde Educação em Saúde

Encontro de Educação Permanente. Temática: Saúde do Homem

Temática: Educação em Saúde no #Novembro azul

Programa Academia da Cidade Polo Hipódromo - Local: Bairro

Local: Unibra, Boa Vista, Recife/PE, Hipódromo, Recife/PE, em

em 26/06/2017. 22/11/2017.

21
Fique Sabendo

O SUS adota a Política Nacional de Educação Popular em

Saúde (PNEPS), publicada na Portaria º


n 2.761, em 19 de

novembro de 2013, como aporte teórico para embasar as

intervenções, processos educativos e práticas pedagógicas

que perpassam as ações voltadas para promoção, proteção e

recuperação da saúde, a partir do diálogo entre as

diversidades de saberes (BRASIL, 2013b).

saiba mais

Política Nacional de Educação Popular em Saúde.

Disponível em:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2761

_19_11_2013.html

Plano Operativo da Política Nacional de Educação Permanente

em Saúde.

Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1996_

20_08_2007.html

22

MODELO DE EDUCAÇÃO NA/EM SAÚDE
CAPÍTULO 2
DO PROGRAMA ACADEMIA DA CIDADE
Áudio de apresentação do Capítulo 2
Juliane Galvão - Profissional de Educação Física do PAC

O modelo de Educação na/em Saúde do PAC vem

orientar, organizar e fortalecer os processos de trabalho

dos profissionais do PAC. Entende-se que promover

Educação na/em saúde é uma estratégia para efetivação

da promoção da saúde, prevenção e atenção às doenças

crônicas não transmissíveis, além de favorecer a própria

vinculação às práticas corporais e atividades físicas

(BRASIL, 2014a).

As ações de Educação na Saúde repercutem diretamente

no processo de Educação em Saúde que visa aumentar a

capacidade de reflexão sobre as condições de saúde

individuais e coletivas, a fim de possibilitar melhorias nos

modos de vida da população. Para concretização desses

processos de aprendizagem, faz-se necessário o

desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos

usuários no cuidado com a saúde.

Segundo Freire (2005), o modelo tradicional de Educação

corresponde a um modelo de educação bancária, em que

o papel do educador consiste em “encher” os educandos

de conteúdos, fazendo depósitos de comunicados. Esse

modelo é caracterizado na Saúde por ações informativas e

recomendações sobre a prevenção de comportamentos

“certos ou errados”. Nesta visão, os usuários seriam

considerados seres passivos, de forma que caberia à

educação adaptá-los à realidade.

23
A principal crítica que aqui se faz ao modelo tradicional é

o fato de não serem considerados os determinantes e

condicionantes da saúde. Ao tomar os usuários como

objeto das práticas educativas e carentes de um saber

sobre a saúde, perde-se de vista as crenças, valores,

representações sobre o processo saúde-doença e que

estes também são geradores de saberes (ALVES, 2005;

FIGUEIREDO; RODRIGUES-NETO; LEITE, 2010).

Pensando em uma proposta que se adeque aos princípios

do SUS, fundamentada na universalidade, integralidade e

participação social (BRASIL, 1990), as práticas educativas

do PAC, assim como aborda Santos (2006) ao tratar da

Educação em Saúde na Atenção Básica, têm como

objetivo possibilitar que usuários e grupos ampliem a

capacidade de analisar de forma crítica a sua realidade,

como também, de decidir ações conjuntas para resolver

problemas e modificar situações, de modo a organizar,

realizar e avaliar criticamente.

Para tal, o PAC propõe um modelo que possa ultrapassar

as estratégias informativas e meramente científicas sobre

o processo saúde-doença, através de estratégias

permanentes de Educação na saúde, a fim de que os

profissionais possam ampliar os conhecimentos e as

possibilidades de intervenção, para que nas práticas de

Educação em saúde os usuários sejam

agentes/coprodutores no processo de aprendizagem,

compartilhando seus saberes.

Neste processo, a partir do diálogo e intercâmbio entre

saberes técnico - científicos e populares, profissionais e

24
usuários podem construir de forma compartilhada um

saber sobre o processo saúde-doença. Os usuários devem

ser vistos em uma dupla dimensão no processo: são ao

mesmo tempo objetos de trabalho dos agentes educativos

e sujeitos de sua própria educação, tendo o educador o

papel de problematizar a realidade para transformá-la.

Propomos, portanto, que estas intervenções sejam sensíveis

às necessidades subjetivas e culturais dos usuários,

considerando o diálogo o seu instrumento essencial

(BORDENAVE, 2007). A proposição de práticas educativas

alusivas às necessidades dos profissionais, gestores e

usuários insere-se no discurso emergente de Educação

na/em Saúde chamado de Modelo Dialógico.

Características do Modelo Dialógico:

É chamado de modelo dialógico por ser o diálogo seu

instrumento essencial;

Deve-se conhecer os indivíduos para os quais se

destinam as ações de saúde, incluindo suas crenças,

hábitos, papéis, e as condições objetivas em que vivem;

Deve-se envolver os indivíduos nas ações, o que se

contrapõe a sua imposição;

O usuário dos serviços é reconhecido como sujeito

portador de um saber;

No modelo dialógico e participativo, profissionais e

usuários atuam como iguais, ainda que com papéis

diferenciados.

25
O objetivo da educação dialógica não é o de informar

para saúde, mas de transformar saberes existentes,

buscando a emancipação dos sujeitos/ usuários.

Acredita-se que por meio desse modelo, a Educação em

saúde possa ampliar no usuário a capacidade de analisar

de forma crítica a sua realidade, para decidir ações

conjuntas na resolução de problemas e modificar

situações, sendo possível mudanças para a saúde, visto

serem ocasionados não pela persuasão ou autoridade do

profissional, mas pela construção de novos sentidos e

significados individuais e coletivos sobre o processo saúde-

doença-cuidado. Assim, amplia-se a autonomia dos

indivíduos para que possam fazer escolhas e adotar modos

de vida mais saudáveis.

saiba mais
FIGUEIREDO, M. F. S.; RODRIGUES-NETO, J. F.; LEITE, M. T. S..

Modelos aplicados às atividades de educação em saúde. Rev


Bras Enferm, v. 63, n. 1, p. 117-21, jan-fev;2010.
Disponível em:

https://www.scielo.br/j/reben/a/7n4TzNBqQSnG58vxZ3MhJV

R/?format=pdf&lang=pt

ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o

Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e

reorientação do modelo assistencial. Interface. v. 9, n. 16 , p.

39- 52, 2005. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/icse/a/YSHbGggsRTMQFjXLgDVRyKb

/?format=pdf&lang=pt

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 46a. ed. Rio de Janeiro: Paz

e Terra; 2005.

26

FERRAMENTAS METODOLÓGICAS DE
CAPÍTULO 3
EDUCAÇÃO NA/EM SAÚDE: APLICABILIDADES
NO PROGRAMA ACADEMIA DA CIDADE
Áudio de apresentação do Capítulo 3 - Educação na Saúde
Danielle de Cássia - Profissional do Núcleo Gestor do PAC

Educação na Saúde - segmento profissional

Assim como visto no capítulo 1, no campo da saúde

coletiva, as práticas educativas envolvem três segmentos

de atores:

Os gestores que estruturam e executam as políticas,

além de apoiarem as ações dos profissionais;

Os profissionais de saúde que valorizam a promoção e

a prevenção, tanto quanto as práticas curativas;

A população que necessita ampliar seus

conhecimentos e aumentar sua autonomia nos

cuidados individuais e coletivos.

Desta forma, serão destacadas neste eBook algumas

ferramentas metodológicas para Educação na/em Saúde,

com base no modelo dialógico, considerando estratégias

para profissionais, seja por categoria de formação

(núcleo de saber) ou integrada com outros profissionais

(campo de saber) e para usuários, com o enfoque na

dimensão individual e/ou coletiva.

27
saiba mais
Os conceitos de Núcleo e Campo de saber são apresentados

por CAMPOS, G. W. S. Saúde pública e saúde coletiva: campo e

núcleo de saberes e práticas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 5,

n.2, p.219-230, 2000.

Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/csc/v5n2/7093.pdf

Para a execução da Educação na Saúde no PAC utiliza-se

sistematicamente algumas ferramentas metodológicas,

almejando a qualificação das ações e o fortalecimento

dos princípios do SUS.

Dentre as ferramentas metodológicas para Educação na

Saúde destacam-se: Painel; Debate; Mesa redonda; e

Encontro/ reunião, como apresentado a seguir:

Mesa Encontro/
Painel Debate
redonda reunião
Possibilita a Discussão de
Discussão Grupo
participação um assunto em
informal de Estudos
de um número igualdade de

importante condições
Geralmente
de pessoas e
em grupo de 5 Matriciamento
convidados Poucos
a 8 pessoas
participantes
Diferentes

Apresentações pontos de vista


Participantes Estudo de
breves para analisar assumem
Caso
uma situação responsabilidades

Fonte: Adaptado de Padilha (2017).

28
A imagem sugere como ferramentas metodológicas para

Educação na Saúde:

Painel, que permite uma discussão informal de

temáticas específicas (LOPES et al., 2014), com

apresentações breves e participação de um número

limitado de pessoas, variando de 5 a 8 pessoas;

Debate, que possibilita a análise de diferentes pontos

de vista de uma situação-problema (BRASIL, 2014a),

através da discussão entre convidados e membros de

um grupo, permitindo a participação de várias pessoas;

Mesa redonda, tem como objetivo chegar a uma

decisão participativa, sendo necessário que as pessoas

assumam responsabilidades, que devem ser colocados

em igualdade de condições, com poucos participantes

(BRASIL, 2014a);

Encontro/Reunião, como o próprio nome já sugere, é

um encontro entre profissionais e/ou gestores para

discussão de situações de saúde e casos clínicos, e

pode acontecer em Grupo de estudo; Discussão de

Casos Clínicos; Estudo de caso; Projeto Terapêutico

Singular; Projeto de Saúde do Território; Matriciamento;

dentre outros.

Essas ferramentas metodológicas podem ser evidenciadas

nos espaços institucionais do PAC, como: Encontro de

Educação Permanente (EEP), Reuniões Distritais, Seminário

do PAC e ainda alguns Grupos de Trabalho (GT). A seguir

serão apresentados os referidos espaços:

29
EEP é um encontro/reunião que acontece mensalmente voltado
para os profissionais de Educação Física (PEF) do PAC, em seus
respectivos turnos de trabalho. Tendo uma temática a cada
encontro, o EEP é uma estratégia ordenadora dos processos de
trabalho por favorecer a reflexão da práxis pedagógica e a
ampliação dos saberes na Atenção Básica à Saúde, assim como
permite alinhar as ações a partir das discussões consolidadas
no coletivo. Esse espaço atende a necessidade do serviço,
sendo facilitado profissionais do PAC, da RAS, de outros
setores e parceiros de instituições de ensino.

Reuniões Distritais acontecem mensalmente entre


coordenadores técnico-pedagógicos e PEF de cada Distrito
Sanitário da cidade do Recife, em seus respectivos turnos de
trabalho. Nas reuniões distritais, as temáticas trabalhadas nos
EEP são revisitadas e discutidas a partir da realidade do
distrito, das microáreas e das comunidades nas quais estão
localizados os polos do PAC. Também são realizados estudos de
casos; matriciamento; planejamento das ações interpolos;
alinhamento e monitoramento das intervenções nos Polos.

Reunião de Polo são encontros semanais, entre os PEF da


mesma equipe (turno) que atuam no mesmo local, com a
finalidade de avaliar e planejar os procedimentos semanais, as
ações de educação em saúde e os eventos, assim como
discussão de casos provenientes dos acolhimentos e avaliações
físicas.

Seminário do PAC acontece no final de cada ano e é um


momento de reflexão e de avaliação das atividades
desenvolvidas, e introdução de uma temática para o ano
subsequente. São utilizadas como ferramentas metodológicas:
Painel com as apresentações de relatos dos profissionais; Mesa
Redonda com discussão de uma temática entre convidados; e
Debate entre convidados e profissionais/gestores do PAC.

30
Grupos de Trabalhos são formados a partir da necessidade de
aprofundamento de uma temática e sistematização dos
processos de trabalho para aplicabilidade no PAC. Utilizam-se
encontros/reuniões que viabilizam a realização de grupos de
estudo. Ao longo dos anos aconteceram alguns GT como:
Avaliação Física; Protocolos e Fluxos do PAC; Educação na/em
Saúde e outros. Este eBook, por exemplo, é resultado da
construção coletiva do GT de Educação na/em Saúde.

Fique Sabendo

Além dos espaços descritos para Educação na Saúde, também

são realizadas no PAC outras reuniões visando o monitoramento

e a participação social:

Reunião de monitoramento nos polos: momento de

monitoramento entre coordenador técnico-pedagógico e

professores do polo.

Reunião entre PEF do PAC e usuários, a fim de oportunizar o

planejamento e avaliação das ações do polo.

Reuniões entre a equipe gestora do polo (profissionais e

comissão de usuário).

Educação em Saúde - segmento usuário


A partir da perspectiva do Modelo dialógico, as

intervenções de Educação em Saúde visam o

desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos

usuários no cuidado com a saúde, porém não pela

imposição de um saber técnico científico detido pelo

profissional, mas sim pelo desenvolvimento da

compreensão da situação de saúde.

31
De acordo com Santos (2006), a Educação em Saúde no

Modelo dialógico, tem como finalidade o desenvolvimento

da capacidade de análise crítica do indivíduo e do grupo,

para decidir ações conjuntas, resolver problemas e

modificar situações, de modo que a organização, ação e

avaliação ocorram a partir da criticidade e suas reais

necessidades em saúde.

Dentre as metodologias propostas por Padilha (2017), nas

quais o elemento central educativo é o usuário, o enfoque

pode ser individual e/ou coletivo.

Áudio de apresentação do Capítulo 3 - Educação em Saúde - enfoque individual


Patrícia Nelly - Profissional de Educação Física do PAC

Enfoque individual
As ferramentas metodológicas com enfoque individual

ocorrem através da informação, orientação e de

aconselhamento, como apresentadas abaixo:

Informação Orientação Aconselhamento

Objetivo
Natureza
Condução para emancipatório
Informativa
formas de adoção
Reflexão para
de comportamentos
Sem comportamentos e
convenientes
exigência de modos de vida que

reflexão façam sentido

Ausência de
Experiências sob diferentes
questionamentos
Informações
perspectivas - distância do
para tomada de
breves
óbvio - novos simbolismos -
decisão
tomada de decisão

Fonte: Adaptado de Padilha (2017).

32
A ferramenta informação dar-se a partir de informes,

sem que a pessoa necessite fazer reflexões

aprofundadas sobre si mesma e sobre suas

experiências. Pode ser por abordagem oral ou textual,

como panfletos ou mensagens virtuais, possibilita o

repasse de um conhecimento (FIGUEIRA et al. 2015).

A orientação indica uma normatização a partir de uma

fundamentação pré-estabelecida cientificamente

(FIGUEIRA et al., 2015) e visa conduzir a relação do

indivíduo consigo mesmo e suas experiências, a fim de

auxiliar na construção de outras formas de pensar a

saúde, a partir de normas sociais vinculadas à adoção

de estilos de vida saudáveis, contribuindo para a

construção de competências em suas experiências.

O aconselhamento, que é um processo de diálogo e

reflexão, no qual há possibilidade do usuário articular

suas experiências com os conhecimentos científicos,

dando sentido à condução do cuidado e fortalecendo a

autonomia (BRASIL, 2014a; FIGUEIRA et al., 2015). Não é

centrada sobre a simples adoção de comportamentos e

estilos de vida saudáveis, como nas práticas de

orientação, mas sim na integração desses

comportamentos em uma vida que faça sentido.

No PAC, embora a proposta seja fundamentalmente

embasada no Modelo Dialógico, identifica-se essas três

ferramentas metodológicas nos procedimentos individuais:

acolhimento, avaliação física, mapeamento e controle da

pressão arterial e glicose, além do momento de anamnese

de alguns procedimentos com Práticas Integrativas e

Complementares em Saúde, descritos a seguir:

33
No momento em que o usuário chega ao PAC com a intenção
de conhecer e/ou aderir às atividades, ou quando o PEF
explana no acolhimento, em um primeiro contato, sobre o
funcionamento do programa e sobre os benefícios das práticas,
usualmente recorre-se à informação. Esta ferramenta vem
sendo bastante utilizada no período da pandemia de Covid-19,
sobretudo a partir do compartilhamento de informações por
meio de mídias sociais, em ações, também, coletivas.

No repasse da avaliação ou reavaliação da aptidão física,


quando há a orientação da intensidade/volume para a
caminhada/corrida e de protocolos quanto aos valores
normativos de pressão arterial e glicose para a segurança
durante as práticas, a orientação é bastante utilizada.

Identifica-se a utilização da ferramenta aconselhamento,


também, no repasse das avaliações ou reavaliações da aptidão
física, quando o PEF e o usuário estabelecem um processo de
co-gestão do cuidado, visando as necessidades individuais.

Fique Sabendo
Durante a pandemia da Covid-19, sobretudo nas fases mais

críticas no estado de Pernambuco (março a setembro de

2020/ março a junho de 2021), o PAC teve que suspender as

atividade coletivas presenciais e, por vezes, também individuais

(de acordo com o protocolo estadual), foi criado um plano de

ação (imagem abaixo) através do qual ficaram estabelecidas

propostas com a utilização de recursos tecnológicos,

especialmente redes sociais digitais, para manter a

aproximação e o cuidado em saúde. Segue o quantitativo dos

procedimentos de Educação em Saúde na pandemia, de

acordo com o plano de ação:

34
Quantitativo de procedimentos durante o 1ºmomento de
execução do plano de ação para as atividades remotas
do PAC no período de distanciamento social
Educação em saúde - Modalidade ao vivo

823 procedimentos - março a junho de 2020

Educação em saúde - Modalidade gravado

823 procedimentos - março a junho de 2020

Educação em saúde

Modalidade material educativo visual

1836 procedimentos - março a junho de 2020

Neste momento, o processo de Educação em Saúde foi

distribuído em modalidade ao vivo; modalidade gravada; e

modalidade material educativo, todos divulgados em mídias

sociais digitais.

COM A PALAVRA....

Raquel Pajeú, profissional de Educação Física que compõe o


núcleo gestor do PAC, traz um relato das ações de Educação

em Saúde neste momento de pandemia.

https://www.youtube.com/watch?v=PABF40IUICA

35
de olho nas mídias
Você pode acompanhar alguns materiais informativos produzidos pelos

profissionais do PAC durante a pandemia, clicando no @pacrecife ou

também nas imagens abaixo:

36
Áudio de apresentação do Capítulo 3 - Educação em Saúde - enfoque coletivo
Silvana Brito - Profissional de Educação Física do PAC

Enfoque coletivo

De acordo com o Caderno de Atenção Básica n º 35, as

técnicas educativas de Educação em Saúde podem ser

escolhidas de acordo com o perfil do público e o objetivo

da ação. Não há método melhor, deve-se sim, respeitar os

princípios da pertinência (adaptação da didática ao

objetivo pedagógico) e da aprendizagem, considerando a

participação ativa, direito ao erro, retroinformação,

progressão a um ritmo individual (BRASIL, 2014a).

Neste sentido, a mesma ferramenta metodológica pode ser

utilizada para objetivos diferentes, mas sem perder de vista

as características do Modelo dialógico.

No enfoque coletivo é possível identificar as seguintes

ferramentas metodológicas, descritas por Padilha (2017):

Exposição dialogada,

Tempestade de ideias,

Audiovisual (Imagens, Vídeo, Foto-expressão ou Texto),

Palavras-chave,

Jogos interativos/ Gincana Temática,

Dramatização/ Role playing, e

Roda de conversa.

Estas serão apresentadas de forma mais detalhada a

seguir, juntamente com os respectivos exemplos de

aplicabilidade no PAC:

37
Exposição Tempestade Palavras-
Audiovisual
Dialogada de ideias chave
Contextualização Expressão de Comunicação
Socialização
de temas representação de um grupo
de saberes,
de um tema
a partir de
troca de
a partir de
Adequado representações
experiências e
imagens,
para grupos individuais
conhecimentos vídeos, fotos
numerosos sobre um tema
e/ou textos

Estimulo à Construção e

reconstrução Facilita a Livre expressão,


psrticipação

por meio de de novos interação, sem

questionamentos conhecimentos principalmente


julgamentos
no 1º contato

Jogos interativos/ Dramatização/ Roda de conversa/


Gincana temática Role playing Círculo de cultura

Representação Socialização de

Aprendizagem por saberes,


teatral
meio do experiências e troca
de um tema
cumprimento de de conhecimentos

tarefas ou jogos, sobre um tema por

Estimula vivência meio do diálogo.


que estimulam a
de situações e
participação ativa
reflexões para
e cooperativa Problematização e
tomadas de
reflexão voltados
decisões
para ação.

Fonte: adaptado de Padilha (2017).

Para melhor compreensão destas ferramentas, nas

próximas páginas iremos conceituar e exemplificar com

base na aplicabilidade no PAC, cada uma:

38
A Exposição dialogada é uma forma de

compartilhamento de conteúdos e informações entre um

grande grupo de pessoas quando as possibilidades de

aprofundamento da discussão são restritas (BRASIL,

2014a, 2014b). Permite a contextualização de temas, a

partir da apresentação de conteúdos e busca a

participação dos usuários por meio de questionamentos.

Após a exposição e questionamentos, há a possibilidade

de finalização com uma síntese, formulada a partir de

conexões entre a experiência vivencial e o objeto

estudado.

EXPOSIÇÃO DIALOGADA

Apresentação dos objetivos e da

temática; busca a participação através

de perguntas; Finalização com síntese;

DESENVOLVIMENTO conexões entre a experiência vivencial

dos educandos e o objeto.

Útil para a introdução de qualquer

assunto; apresentação do assunto de


forma organizada; maior controle do

VANTAGEM facilitador em relação ao conteúdo,

sequência e duração da apresentação;

não ameaçadora para os participantes;

adaptada a diversos públicos;

Nem sempre estimula a participação dos


educandos; sucesso depende das

DESVANTAGEM habilidades do expositor; nem sempre

considera as diferenças individuais.

Público-alvo: adolescentes, adultos, idosos

CONSELHOS PARA Duração: 20 a 60 minutos;

REALIZAÇÃO Material: recursos audiovisuais;

Ideal para grupos grandes

39
No PAC a Exposição dialogada é utilizada, por
exemplo, em turmas com um grande número de
pessoas, ações interpolos e seminários de usuários,
tratando-se, sobretudo, de temas emergentes e do
calendário da saúde.

RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Pernambuco, Recife, Polo IPSEP – DS VI

Em alusão ao Setembro Amarelo, mês em que há um enfoque

no tocante à prevenção ao suicídio, bem como uma maior

atenção com os transtornos mentais, resolveu-se realizar uma

ação com os usuários do polo. A intervenção foi liderada pela

psiquiatra Ana Cláudia Gonçalves, com intermediação dos

profissionais de Educação Física João Wellington Barros e

William Souza.

O Programa Academia da Cidade (PAC) é um programa que

oferece gratuitamente atividades físicas com orientação

profissional para crianças, jovens, adultos e idosos, na cidade

do Recife, capital do estado de Pernambuco. O polo do PAC

no bairro IPSEP é bastante conhecido pela alegria dos seus

usuários, que comparecem assiduamente às aulas ao longo da

semana. Contudo, o polo também apresenta características

singulares quando o assunto é transtornos mentais. É comum o

relato dos usuários de problemas como depressão, transtornos

de ansiedade e até fobias. E nessa perspectiva, surgiu a ideia

de levar uma profissional de saúde mental para dialogar com

os mesmos. E assim foi feito. A psiquiatra Ana Cláudia

Gonçalves foi convidada e aceitou o desafio de orientar os

usuários no dia 18/09/2018, numa ação de aproximadamente

40
sessenta minutos. Para tanto, aproveitou-se o Setembro

Amarelo, que é um mês dedicado à prevenção ao suicídio, e

também contempla um maior cuidado da saúde mental com

os transtornos mentais. A intervenção foi liderada pela

psiquiatra Ana Cláudia Gonçalves, com intermediação dos

profissionais de Educação Física João Wellington Barros e

William Souza.

A intervenção consistiu em aproximadamente sessenta

minutos de duração, divididos em trinta minutos de

explanação oral da psiquiatra e trinta minutos de

questionamentos dos usuários. Foram abordados temas como

a depressão, que consiste num rebaixamento do humor,

alteração na capacidade de experimentar o prazer, redução

da energia e diminuição da atividade; o transtorno de

ansiedade generalizada, que caracteriza-se por sentimentos

de preocupação exagerada, ansiedade ou medo e que

passam a interferir na vida diária; e a agorafobia, que é um

transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo de

multidões, medo de locais públicos, entre outros; ou seja, é o

medo de situações em que o indivíduo acredita não ter

controle sobre as mesmas.

A discussão foi bastante produtiva, houve grande

questionamento por parte dos indivíduos presentes. Foi

percebido que os usuários se sentiram acolhidos pelas

explanações da psiquiatra, e até se colocaram nos exemplos

apresentados. Ao final, usuários foram de forma reservada,

procurar ajuda com a profissional convidada. Com essa

experiência realizada, ficou nítida a importância para os

indivíduos em falar sobre os seus sentimentos. Quando se

externaliza os problemas, os medos, as angústias, os

sentimentos de tristeza, e há um acolhimento por parte dos

familiares, amigos ou profissionais, o risco do adoecimento

torna-se bem menor.

41

João Wellington Barros

Email: jwobarros@yahoo.com.br

William da Rocha e Souza

(in memoriam)*

Tempestade de ideias - Permite a síntese da

expressão de ideias sobre um assunto em um tempo

curto e em grupos de 6 a 15 pessoas. Ocorre para

resolução objetiva de um problema do contexto

(BRASIL, 2014a). Possibilita socializar saberes e

implementar a troca de experiências e de

conhecimentos entre os envolvidos, na perspectiva de

construir e reconstruir novos conhecimentos sobre a

temática proposta.

TEMPESTADE DE IDEIAS

expressão de um máximo de
Facilitar a

ideias sobre um assunto em um tempo

curto; coletar sugestões para resolver um


DESENVOLVIMENTO
problema do contexto durante o processo

de construção.

*Deixamos aqui a nossa sincera homenagem ao profissional de

Educação Física William da Rocha e Souza, que muito contribuiu com

o PAC e nos deixou vítima da covid-19, 12 de março de 2021.

42
Facilitador introduz o tema, lança uma

questão ao grupo e lembra que qualquer


ideia é apropriada; Participantes expõem


VANTAGEM
suas ideias; Facilitador registra o que é

dito integralmente; Facilitador e

participantes agrupam ideias por

categorias; Facilitador realiza síntese do

que foi dito.

Nem sempre estimula a participação de


pessoas tímidas ou que não conhecem

DESVANTAGEM bem o grupo; não é uma atividade

apropriada para assuntos subjetivos, que

precisam de um ritmo lento.

Sugestão de tamanho do grupo: 6-15

pessoas

CONSELHOS PARA Público-alvo: adolescentes, adultos

REALIZAÇÃO Duração: 20 a 60 minutos (a depender da

complexidade do tema)

Material: quadro branco, marcador, caneta,

papel

Pensando na aplicabilidade, em um polo do PAC


com alta prevalência de pessoas com hipertensão
arterial, pode ser trabalhada a temática
‘autocuidado para o controle da pressão arterial’,
sobre a qual cada participante pode trazer sua
contribuição a partir de sua realidade.

43
A ferramenta Audiovisual é utilizada por meio de

imagens, vídeos, fotos ou textos para provocar a

expressão de representações de uma temática. Essa

ferramenta é utilizada para facilitar a participação e

dinâmica do grupo, por isso sugere-se um número de 8

a 15 participantes. Possibilita, também, a abordagem de

assuntos subjetivos, que podem demandar um tempo

maior de discussão (BRASIL, 2014a; 2014b).

AUDIOVISUAL

Facilitador apresenta várias

fotos/imagens ou vídeo e lança

comandos norteadores; participantes


DESENVOLVIMENTO
escolhem o que melhor representa o tema

e explicam suas escolhas; facilitador faz

uma síntese das representações do grupo

sobre o tema.

Encoraja uma participação ativa e

criativa; método interativo que facilita a


expressão oral; atividade apropriada para

VANTAGEM assuntos subjetivos, que precisam de um

ritmo lento; possibilidade de construção

coletiva.

Nem sempre estimula a participação de

pessoas tímidas ou que não conhecem


bem o grupo; pode ser de difícil condução


DESVANTAGEM
para o facilitador por permitir diferentes

interpretações sobre o tema.

Sugestão de tamanho do grupo: 8-15

pessoas; Público-alvo: adolescentes,


CONSELHOS PARA
adultos; Duração: 1h - 2h; Material: jogo
REALIZAÇÃO
de fotos, vídeos, multimídia, papel, quadro

branco, caneta.

44
RELATO DE
EXPERIÊNCIA
LOCAL: Pernambuco, Recife, Polo 13 de MAIO, Santo Amaro –

DS I

CineSaúde: estratégia para estimular a realização do

controle social pelos usuários do Programa Academia da

Cidade, polo 13 de Maio, nas microconferências de saúde.

Compreendendo que o controle social é muito importante

para garantir que as políticas atendam, de fato, às

necessidades prioritárias da população, visando adequar os

níveis de oferta e a qualidade dos serviços como também

para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, é que no

mês de junho e julho acontecem as microconferencias do

distrito sanitário I. Sentimos a necessidade de esclarecer o

motivo e a origem do controle social. Partimos de uma

enquete nas rodas de diálogos sobre o que você melhoraria

na saúde, no SUS, como gastaria o dinheiro? Percebemos que

as respostas e as ações destoavam bastante, entretanto

todos concordavam que os recursos do SUS deveriam ser

melhor empregados na oferta e qualidade do serviço. Após

esse momento, agendamos junto ao coordenador do

programa a utilização do datashow no horário de intervenção

do polo, para exibir dois vídeos da série SUS, você já ouviu

falar bem do SUS e princípios do SUS, em uma sessão de

CineSaúde. Antes de iniciar a aula de ginástica localizada

penduramos o telão, conseguido por uma das profissionais, no

pórtico do polo, deixamos o datashow, o notebook e a caixa

de som todos conectados. Reservamos 20 min ao final de

cada aula para exibir os vídeos. Em seguida, iniciamos um

debate sobre os espaços legais para reivindicar, fiscalizar e

sugerir

45
como os recursos materiais e financeiros devem ser utilizados

no SUS, ampliando a reflexão e estimulando a participação

da população na gestão do SUS, através da Conferência de

Saúde, que neste ano será propositiva. Avaliamos a

intervenção positivamente, pois todos os usuários ficaram

para assistir os vídeos, como também alguns usuários do

Parque 13 de Maio pararam para participar desse momento,

além dos questionamentos realizados e o interesse

verbalizado em participar das microrregionais. Palavras-

chave: controle social, conferência municipal de saúde,

programa academia da cidade do Recife, polo 13 de maio.

Dalva Rodrigues

dalvabarodrigues@gmail.com

A ferramenta palavras-chave também tem como

objetivo fazer emergir as representações dos

participantes sobre um tema, no entanto, essa

expressão se dará a partir de palavras. Utilizada com

grupos de 12 a 30 participantes, através da formação

de subgrupos, a ferramenta palavras-chave favorece a

comunicação progressiva dos subgrupos para o grupo

(BRASIL, 2014a).

46
PALAVRAS-CHAVE

Participantes divididos em subgrupos de 6

a 9 pessoas, cada um com uma cartolina;

Facilitador apresenta o tema, cada

participante escreve na cartolina uma


DESENVOLVIMENTO
palavra que expresse sua idéia sobre esse

tema e inicia-se o debate nos subgrupos;

Cada subgrupo apresenta a síntese da

sua discussão e o facilitador realiza a

síntese final.

Encoraja uma participação mais ativa


dentro de subgrupos; estimula a discussão

VANTAGEM mais aprofundada em subgrupos;

possibilita a construção coletiva.

A depender da quantidade de subgrupos,

a atividade pode tornar-se repetitiva e


cansativa; facilitador pode ter dificuldade

DESVANTAGEM no controle do tempo da atividade; pode

ser de difícil condução para o facilitador

por permitir diferentes interpretações

sobre o tema.

Sugestão de tamanho do grupo: 12-30

CONSELHOS PARA pessoas; público-alvo: adolescentes,

REALIZAÇÃO adultos; duração: 1h - 2h; material: quadro

branco, cartolinas, marcadores, caneta.

No PAC, esta ferramenta pode ser utilizada para


abordar temáticas delicadas, por exemplo "violência
contra a mulher", por sua característica de introdução
progressiva do tema.

47
Jogos interativos/ Gincana Temática (BRASIL, 2014a)

permitem a participação ativa dos usuários, quando a

interação é estimulada e ao mesmo tempo se promove

aprendizado sobre determinada temática, por meio da

ludicidade. Essa ferramenta pode ser utilizada em

todos os ciclos de vida.

JOGOS INTERATIVOS/ GINCANAS TEMÁTICAS


A Comissão (facilitador e representantes

dos participantes) elabora as tarefas,

seus respectivos critérios de julgamento,


DESENVOLVIMENTO
define uma comissão julgadora e escolhe

um prêmio de interesse coletivo.

Introdução e desenvolvimento de temas de

difícil compreensão; Desenvolvimento de

criatividade, senso crítico, participação,

observação e resgate do prazer em

aprender; representação de situações


motivadoras e de real desafio, auxiliando


VANTAGEM
nas estratégias de resolução de

problemas; o sujeito pode conhecer-se e

reconhecer seus limites enquanto jogador

e reavaliar o que precisa ser trabalhado/

melhorado.

Pode assumir caráter puramente aleatório;

Pode haver perda de “ludicidade” do jogo


pela interferência constante do facilitador;


DESVANTAGEM
Pode estimular disputa e competição em

detrimento do trabalho em equipe; os

participantes podem sentir-se “obrigados”

a jogar.

Tamanho do grupo depende do jogo;


CONSELHOS PARA
todos os ciclos de vida; duração: 1h - 2h;
REALIZAÇÃO
material: necessário ao jogo.

48
No PAC, utiliza-se esta ferramenta de forma
recorrente para abordar situações desafiadoras,
com estratégias para resolução de problemas,
como: redução do peso corporal, preservação e
manutenção do meio ambiente, coleta seletiva e
tratamento de lixo, entre outros.

RELATO DE
EXPERIÊNCIA

LOCAL: ACADEMIA DA CIDADE - CENTRO MÉDICO ERMÍRIO

DE MORAES (CMEM), RECIFE/PE

PROJETO BOM DIA - INTERVENÇÃO NO PROGRAMA

EDUCATIVO EM DIABETES TIPO I

O que motivou a realização da ação/experiência: Abordar,

tendo como estratégia jogos interativos, temáticas acerca do

Diabetes tipo 1 com crianças e adolescentes.

Atividade realizada no Centro Médico Ermírio de Moraes

(CMEM) - Recife/PE, através de intervenção multidisciplinar

que ocorre uma vez por semana e tem como objetivo abordar,

tendo como estratégia jogos interativos, temáticas acerca do

Diabetes tipo 1 (DM1) com crianças e adolescentes.

O planejamento, execução e avaliação das atividades do

Grupo Educativo em DM 1, são multidisciplinares e acontecem

uma vez por semana com crianças e adolescentes diabéticos.

A intervenção da Educação Física acontece antes do início

das demais atividades envolvendo a temática do dia e

objetiva integrar o grupo e fortalecer as ações da equipe

multidisciplinar.

49
Objetivo da atividade: Identificar os grupos alimentares

de acordo com a interferência na glicose.

Os participantes foram separados em duas equipes, e

em um perímetro foi distribuído imagens de alimentos, os

participantes procuraram e coletaram as imagens. No

primeiro momento ganhou a equipe que conseguiu

coletar mais imagens. No segundo momento eles

discutiram em grupos e separaram os alimentos,

colocando-os em um flip chart e separando-os de

acordo com o índice glicêmico destes. Venceu a equipe

que separou corretamente as figuras. No terceiro

momento os grupos foram convidados a montar um prato

de refeição de acordo com as imagens coletadas,

levando em consideração os conhecimentos que eles

tinham, e por fim a Nutricionista fez uma avaliação em

cada prato revelando qual deles foi o mais equilibrado

com relação a distribuição do índice glicêmico.

Fabiana Sampaio

fabianasm70azul@gmail.com

Viviane Gouveia

viviannegouveia@hotmail.com

Vivianne Leite

vivianne_leite@hotmail.com

50
Dramatização/ Role Playing é uma ferramenta que

permite a representação teatral de um tema, a fim de

estimular a vivência de situações (BRASIL, 2014a;

2014b). A dramatização pode ser utilizada a partir da

apresentação de grupos convidados ou protagonizada

pelos próprios usuários do polo, o que potencializa

ainda mais a resolução dos problemas.

DRAMATIZAÇÃO OU ROLE PLAYING


Facilitador introduz o tema, lança a

proposta de papéis ou deixa o grupo livre

para criar; participantes têm um tempo


DESENVOLVIMENTO
pré-estabelecido para preparar papéis e

dramatizar; demais participantes

realizam observação a partir de roteiro

norteador; facilitador abre o debate e a

seguir realiza síntese do que foi dito.

Desenvolve a imaginação, exercita a

criatividade e a expressividade,

aumentando autoestima e preparando


VANTAGEM
para uma comunicação mais eficaz em

contextos variados; incentiva o trabalho

em grupo e a colaboração com os outros;

apresenta um componente lúdico o que

conduz a uma melhoria da motivação.

Nem todos se sentem à vontade para

representar em frente aos colegas, alguns

podem não querer participar; a maneira


de ser de cada participante é muito


DESVANTAGEM
heterogênea, tornando a tarefa, por vezes,

difícil de gerir; é necessário despender

bastante tempo.

Tamanho do grupo: 8-20 pessoas; público-

CONSELHOS PARA alvo: adolescentes e adultos; duração: 1h -

REALIZAÇÃO 2h; material de acordo com o cenário e

papéis encenados.

51
RELATO DE
EXPERIÊNCIA
LOCAL: ACADEMIA DA CIDADE – POLO 13 DE MAIO, BAIRRO

DE SANTO AMARO, RECIFE - PERNAMBUCO.

O que motivou a realização da ação/experiência: a ação

ocorreu a partir da necessidade de abordar temas

relacionados à saúde de uma maneira diferente. Tudo

aconteceu a partir do planejamento anual realizado pelo

profissional e usuários do polo.

O planejamento é uma maneira dos usuários apresentarem

seus anseios, sugestões e proposições perante o serviço, e de

forma pactuada com o profissional, planificar as ações.

Dentre as ações corriqueiras realizadas no polo, a roda de

diálogo foi um dos pontos abordados no planejamento. Os

usuários foram provocados a refletir a respeito de outras

maneiras de, no cotidiano do polo, dialogar sobre os temas

de saúde. Foi então que o teatro foi sugerido pelos usuários

como instrumento da educação em saúde. Os interessados

em participar como “atores, roteiristas, sonoplasta e diretor”,

foram convidados a comparecer em outro momento no qual

foi decidido tema, roteiro e falas da encenação.

O teatro abordou o tema do lixo, pois, foi percebido pelo

grupo como um problema enfrentado em dias de eventos

realizados no polo, a exemplo da comemoração dos

aniversariantes do mês, momento de confraternização com

dança e lanche, com o descarte do lixo no entorno, e não no

local correto, a lixeira. Em duas semanas os usuários do grupo

de teatro, ensaiaram e apresentaram a encenação em um dia

de comemoração dos aniversariantes do mês. Os usuários

compreenderam a temática e modificaram a conduta de

descarte do lixo em local adequado.

52
Vandepaula Moraes Campos de Melo

vandepaulamoraes@yahoo.com.br

Roda de Conversa é uma ferramenta que permite

socializar saberes e implementar a troca de

experiências e de conhecimentos entre os envolvidos,

na perspectiva de construir e reconstruir novos

conhecimentos sobre a temática proposta (BRASIL,

2007).

RODA DE CONVERSA
Investigação a partir da realidade dos

participantes; tema e palavras geradoras

são codificados e decodificados,

buscando a consciência do vivido;

DESENVOLVIMENTO problematização: pedagogia da

pergunta para reflexão crítica da

realidade; finalização: elaboração

coletiva de respostas e síntese do que foi

vivenciado.

O elemento-chave do processo é diálogo;

provoca reflexão crítica da realidade, com


o entrelaçamento de conhecimentos

VANTAGEM empíricos e científicos, evidenciando focos

a serem problematizados pelo grupo,

53
provocando o debate e constituindo uma

rede de significados para tomada de

decisão; possibilita aprender a trabalhar

com o imprevisível.

Pode ser difícil estimular a participação de


pessoas tímidas ou novas no grupo;


DESVANTAGEM
facilitador pode induzir respostas e

comportamentos.

Sugestão de tamanho do grupo: 5-10

CONSELHOS PARA pessoas; público-alvo: adolescentes,

REALIZAÇÃO adultos, idosos; duração: 2h - 3h; material:

necessário ao cumprimento das etapas.

A Roda de conversa é a ferramenta mais comum nas


atividades educativas do PAC, bastante utilizada
para trabalhar temáticas do calendário de saúde,
permitindo que todos os participantes se coloquem
numa mesma posição, como detentores de
conhecimentos distintos.

de olho nas mídias


Clicando no @pacrecife você consegue acompanhar algumas imagens de

práticas coletivas de Educação em Saúde no PAC, nas quais foram

utilizadas rodas de conversa.

USF Jardim Uchôa Polo PAC Roda de Fogo

Temática: a importância do Temática: Outubro rosa -

exxercício na saúde do idoso prevenção do câncer de mama

54

Fique Sabendo

A Oficina é uma estratégia que propõe um questionamento

central que estimula a pensar sobre situações cotidianas, com

vivências práticas que possibilitam a articulação do tema com o

cotidiano e com a troca de informações no grupo, contribuindo

para o desenvolvimento de conhecimentos e estratégias de

mudança. “A oficina é um âmbito de reflexão e ação no qual se

pretende superar a separação que existe entre teoria e a

prática, entre conhecimento e trabalho e entre a educação e a

vida” (ANDER-EGG, apud OMISTE; LÒPEZ; RAMIREZ, 2000,

p.178). Na oficina podem ser utilizadas diversas ferramentas

metodológicas.

COM A PALAVRA...

Penha Albuquerque
Usuária do programa

Academia da Cidade - polo

Buriti, fala sobre sua

experiência no PAC e os

processos educativos de

Educação em Saúde.

https://youtu.be/-z5ucMtZjOI

55

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este ebook é um produto do processo de qualificação da

Educação na/em Saúde que acontece no PAC - Recife e

em outros espaços em que o Profissional de Educação

Física deste programa possa fazer intervenção. Foi um

processo que aconteceu entre os anos de 2016 a 2021, em

7 etapas, com mais de 60 momentos de reuniões.

Percebeu-se um aumento do quantitativo das ações de

Educação em Saúde desde 2016, além de uma diversidade

de ferramentas metodológicas, mesmo durante o momento

de distanciamento social em decorrência da pandemia de

COVID-19.

Observamos que as necessidades levantadas no início do

projeto foram trabalhadas e alcançadas como produto

final: houve um aprofundamento na temática Educação

em Saúde, assim como um alinhamento do modelo para

PAC; ocorreu um matriciamento da temática com todos os

Profissionais de Educação Física; aconteceu um ajuste da

coluna do relatório MonitoraPAC, que antes tinha o

enunciado de "Fórum de discussão”, sendo alterada para

“Educação em Saúde”; e houve uma ampliação de registro

das ferramentas metodológicas de forma intencional.

Este processo de qualificação das ações de Educação

na/em Saúde no PAC, além de ter sido essencial para o

desenvolvimento das atividades no polo, fomentou os

registros dos relatórios e assumiu um caráter

extremamente importante no período de lockdown da

pandemia de COVID-19, quando todas as ações do

programa foram transpostas para o formato remoto. Com

56
isso, tanto o processo educativo de enfrentamento à

COVID-19, como as ações presenciais sistemáticas

orientadas pelo profissional de Educação Física foram

qualificada.

Considerando que a temática deste eBook não se restringe

aos profissionais do PAC, acreditamos que este pode servir

de material de consulta para qualquer profissional no

âmbito da saúde.

COM A PALAVRA...

Ameliane Reubens, profissional de Educação Física, fala


em nome do GT Educação na/em Saúde do PAC

https://www.youtube.com/watch?v=15c7GGiOW2o

57

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monitoramento e fortalecimento das ações de práticas
corporais/atividade física, específicas da Política Nacional de
Promoção da Saúde, com ênfase na integração das ações de
Vigilância, Promoção e Prevenção de Doenças e Agravos Não
Transmissíveis com a Estratégia Saúde da Família, a serem alocados
no Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde (PVVPS). Diário
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