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[CONTRIBUIÇÃO] [CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO]

Fala subidos, tudo bem?


Me chamo Emerson, gestor de trafego e Advogado.
Recentemente fiz uma contribuição para o nicho da advocacia, muitos no Messenger,
me perguntaram sobre o contrato de prestação de serviço.
Analisei todos os disponíveis aqui na comunidade e espero que depois dessa
contribuição você pare de cometer esse crime de usar modelo e se profissionalize e
pense a longo prazo como EMPRESA.

Por que utilizar um contrato?


Muitas pessoas pensam que não precisam de um contrato por confiarem na outra
parte e por terem mensagens que comprovam a relação. Se tiver um problema, de
fato, a confiança e as provas podem desempenhar um importante papel em um
processo judicial. Mas será que esse é o caminho mais rápido, seguro e econômico?
Será que nesses casos é melhor remediar do que prevenir? É aí que entra o contrato!

Se você chegou aqui sem estar convencido de que precisa de um contrato, então vou
te dar 5 ótimo motivos para ter um.

1 – Para afastar dúvidas quanto ao que está sendo contratado


Problemas de comunicação na hora da contratação são comuns. Quando não
deixamos todas as pontas amarradas, fica difícil saber o que a pessoa que te contratou
esperava do serviço ou como acreditava que seria prestado.
Com um contrato, lá estaria especificado o que exatamente está incluso no serviço e
como ele será prestado, evitando desgastes no relacionamento das partes e até
mesmo uma possível ação judicial.
Mesmo os contratos mais simples podem gerar discussão acerca do seu objeto, por
isso é tão importante que as partes resolvam isso no momento da contratação e não
deixem para o juiz decidir meses ou anos depois o que era, ou não, a intenção do
contrato.

2 – Para ter segurança no caso de imprevisto


Imprevistos acontecem e até certo ponto nós entendemos que isso faz parte do
negócio, mas qual o limite? Com o contrato, esse tipo de situação fica toda regulada e
resguarda as duas partes!
O prazo de entrega/conclusão fica claro, assim como eventuais prazos de tolerância
que as partes entendem como justo. Com esses pontos claros, o prestador fica
resguardado em caso de algum imprevisto.

3 – Para que todo mundo saiba as suas responsabilidades


Em algumas relações, uma parte depende da outra para que possa fazer algo. Nesses
casos, o contrato assume grande importância na hora de esclarecer o papel
desempenhado por cada um e evita problemas futuros.

Se para prestar o seu serviço você depende de informações, documentos e reuniões


com o cliente, caso ele demore para te dar um retorno, isso pode afetar todo o
planejamento da execução do serviço e o prazo de conclusão.

Na hora de contratar, essas questões podem passar batido, ou então não serem
repassadas de forma clara, por isso o contrato é tão importante. Nele, a dinâmica do
relacionamento pode ser detalhada, assim não haverá dúvidas acerca da
responsabilidade de cada um no caso de atrasos ou aparentes erros.

4 – Para diminuir o risco de calote

O medo é real e muito mais fácil de acontecer, e difícil de remediar, do que muitas
pessoas percebem.
É preciso coletar algumas informações básicas para que seja possível cobrar os seus
direitos:

Nome completo da parte


• CPF ou CNPJ
• Endereço, preferencialmente com apresentação do comprovante de residência
Profissão
• Telefone e email
Se for uma empresa, pegar a qualificação completa de seu representante e procuração
que demonstre os poderes para contratar, Na pior das hipóteses, você vai ter todas as
informações para poder garantir os seus direitos.
5 – Para ter proteção em caso de desistência da contratação
Com a facilidade de contratar pessoas e comprar produtos possibilitada pela internet,
também ficou mais fácil desistir das contratações. Quando não há um contrato
assinado, é comum que as pessoas sintam que não há uma obrigação de cumprir com
o que foi falado.

A falta de formalidade, que no começo era vista como uma burocracia, acaba sendo o
diferencial nessas horas. Não só os casos em que é possível desistir são especificados,
como a forma, prazo e as consequências da desistência.

- Por onde começar o seu Contrato de Prestação de Serviços…


O Contrato de Prestação de Serviços é muito particular, pois ele vai regular um
processo, a forma como serviço será prestado e como as partes vão atuar para atingir
esse fim. Assim, a complexidade e riscos do serviço vão estar diretamente relacionados
ao nível de complexidade e riscos do contrato.
Por isso, para começar é preciso entender a fundo o serviço que será regulado e um
dos caminhos para isso é o mapeamento de processos.
Mapear o processo é entender tudo o que acontece do fechamento do contrato à
finalização do serviço. Para tanto, você pode construir um fluxograma ou mapa
mental, diversos aplicativos e sites te ajudam a fazer isso de forma mais visual ou você
pode fazer no papel ou com post-its.

Essa etapa de autoconhecimento do seu próprio serviço vai ser muito importante não
só para o Contrato, como também para o amadurecimento e otimização dos seus
processos.
Com o processo mapeado, você vai conseguir identificar algumas etapas, sejam elas
cíclicas ou não.
A Gestão de Redes Sociais, por outro lado, possui etapas macro e etapas cíclicas. As
etapas macros tratam do processo de alinhamento, definição de estratégia, validação
da identidade visual, construção de cronograma e execução. Mas, a última etapa ela
vai se prolongar no tempo, correto? Você vai passar, por exemplo, 3 meses
“executando” e dentro disso você terá todo um outro processo, com etapas próprias e
entregas específicas.
Com isso, você vai conseguir identificar as etapas, obrigações das partes em cada uma
delas e quais os riscos envolvidos nelas.
- O que deve ter no Contrato de Prestação de Serviços?
Cada Contrato deve ser pensado e escrito de forma personalizada para cada negócio,
mas existe uma estrutura básica que deve ser observada e alguns cuidados que devem
ser tomados em todos os Contratos.
Primeiro, é preciso esclarecer que não existe tamanho certo para um Contrato de
Prestação de Serviços. A extensão não é o mais importante. Por isso, não se preocupe
em tentar fazer um contrato one page (de uma página) que está tão na moda, mas em
assegurar que o Contratante compreende as cláusulas e que o documento realmente
corresponde ao serviço que será prestado. É a clareza e acessibilidade das informações
que importa.
Agora, vamos ver algumas das cláusulas que as pessoas mais cometem erros e acabam
se colocando em uma situação de insegurança:

1 – Qualificação das Partes


Essa é a primeira previsão contratual e também é, muitas vezes, umas das menos
valorizadas, afinal, é só colocar as informações das partes, né?
Mas a verdade é que saber quais informações colocar é muito importante e ainda
pode ser um grande trunfo no caso de uma ação judicial.
Os dados básicos que devem ser coletados são, se a Contratante for:
• Pessoa Física: Nome completo, nacionalidade, estado civil, CPF, RG, endereço, e-mail e
telefone para contato (indicar se tiver WhatsApp)
• Pessoa Jurídica: Nome, CNPJ, Endereço, e-mail e telefone para contato, mais todas as
informações referentes a Pessoa Física que representará a empresa no Contrato

Telefone para Contato e E-mail são essenciais, pois por eles vão ser realizadas todas as
comunicações acerca do contrato, sendo responsabilidade das partes comunicarem
imediatamente a outra em caso de mudança. Isso é importante pois caso seja enviada
alguma informação ou solicitação por um desses meios, a Contratante não poderá
alegar desconhecimento.

2 – Objeto do Contrato
A Cláusula de Objeto do Contrato é aquela que estabelece qual o serviço que será
prestado e o que ele inclui, por isso é essencial que ela esteja sempre atualizada e
corresponda de fato ao serviço que será prestado.
O objeto do Contrato é o que vai delimitar a responsabilidade da empresa na execução
do serviço e será justamente o parâmetro de cobranças do cliente, inclusive
judicialmente.
O objeto, muitas vezes, vai coincidir com a descrição do serviço que consta na
Proposta Comercial, até porquê a proposta vincula os termos do Contrato de
Prestação de Serviços.
Essa é uma das Cláusulas que você não deve se preocupar com o tamanho. Como ela
será o parâmetro de toda a contratação, repercutindo nas obrigações das partes e
questões de responsabilidade, se preocupe apenas em ser claro!
Por exemplo, dizer que você faz gestão de tráfego /mídias sociais não é suficiente.

O exatamente é essa gestão? Você vai fazer as artes, vídeos, reels e legendas? Vai
responder comentários e directs? Você vai criar a identidade visual? Quantas
publicações? Isso inclui tráfego pago?

3 – Etapas do Contrato
Essa Cláusula trata da forma como o serviço será prestado e também deve sempre
passar por atualizações para corresponder a efetiva prática do seu negócio.
A maioria dos serviços podem ser divididos em etapas, por isso é importante que haja
essa estruturação no contrato. A verdade é que, se você pode mapear um processo de
prestação do serviço, então você pode dividir em etapas. E é justamente por aí que
você vai começar! Expliquei isso no tópico anterior, então, se você não leu, volta lá
para conferir.
Tanto as etapas macro, quanto as cíclicas, devem estar no Contrato de Prestação de
Serviços! Contudo, deve ser ponderado o nível de detalhamento que será dado, por
isso é tão importante o auxílio de um advogado na elaboração do contrato.
Descrever essas etapas será muito importante para evitar conflitos com o cliente,
alinhar processos e para ter clareza quanto às obrigações de cada uma das partes.
Dica: Na maioria do serviços terá pelo menos uma etapa que depende parcial ou
exclusivamente do cliente. É o caso de etapas de briefings, levantamentos e análises.
Não negligencie essas etapas! Coloque no Contrato que elas vão ocorrer e que são
indispensáveis para a execução do serviço.

4 – Obrigações do Contratante
As Obrigações do Contratante vão muito além de “pagar em dia”, que é o que a
maioria dos modelos da internet trazem. A verdade é que trazer essa obrigação é até
redundante, já que no Contrato já há uma Cláusula sobre o pagamento. Então, quais
seriam as obrigações do contratante?
A obrigação de colaborar é uma das principais e que, se descumprida, pode repercutir
no resultado final do serviço e no seu prazo de execução. Colaborar é fornecer todas as
informações e documentos necessários para a execução do serviços, por isso é
essencial que você tenha uma forma organizada e sistematizada de orientar essa
colaboração.
No Contrato de Prestação de Serviços, você não vai colocar apenas o “dever de
colaborar”, mas sim a forma como o Contratante vai cumprir esse dever! Quais
informações e documentos ele deve fornecer? E quando? Qual o prazo?
Além disso, em alguns serviços existem obrigações acessórias que também podem
inviabilizar o serviço em caso de descumprimento. Na Gestão de Tráfego, por exemplo,
requer o pagamento do boleto ou cadastro do cartão de crédito com limite na
Plataforma, caso isso não seja feito, não haverá tráfego para gerir.
Assim, obrigações acessórias como o pagamento de valores não contemplados no
contrato devem estar previstas, por maios óbvios que possam parecer. Além disso,
sempre colocar um prazo para o cumprimento, assim fica fácil de visualizar e
comprovar um eventual descumprimento.

5 – Penalidades
As penalidades devem ser pensadas de forma estratégica e levando em consideração a
boa-fé. Fazer um contrato unilateral, em que todas as previsões favoreçam
unicamente uma parte, se for uma relação de consumo, então a validade das cláusulas
terá um grande risco de nulidade.
Isso não quer dizer que o Contrato deve te prejudicar, mas que ele deve ser justo e
pautado na lealdade entre as partes. Trazer previsões unilaterais, normalmente não
impede a assinatura do instrumento, mas, quando surge um problema ou interesse em
rescisão, acaba estimulando o ajuizamento de uma ação judicial.
Os Contratos, principalmente no mercado atual, não devem ser encarados como um
instrumento de poder, mas de cooperação. Essa mentalidade vai reforçar não só a
validade das cláusulas, como também o seu relacionamento com o cliente e o
posicionamento da sua marca.
As penalidades podem ser fixadas em um valor numeral fixo ou em uma porcentagem,
que pode ser do valor cheio do contrato, das parcelas já pagas ou das parcelas
vincendas.
Além disso, diferentes violações contratuais podem implicar em diferentes
penalidades, a depender da sua gravidade e repercussão no objeto contratual.
As penalidades, também chamadas de multa, não se confundem com o juros
moratório nem com a correção monetária, que são institutos diferentes. A multa é
fixa, não cresce com o tempo e possui caráter reparatório pela violação contratual, já
os juros, crescem com o tempo e têm como objetivo estimular o cumprimento da
obrigação em atraso.
Contudo, há uma penalidade extrema que também pode ser prevista no contrato: a
rescisão unilateral por descumprimento do contrato. Essa é uma medida excepcional e
só deve ser aplicada em casos pontuais e de grande repercussão.

6 – Cláusula de Comunicação
Hoje, os serviços ou são prestados de forma integralmente digital ou parte dele usa de
ferramentas digitais para a sua concretização. Esse processo fica mais claro quando
observamos a forma como nos comunicamos com os clientes.
A maioria dos negócios, para não dizer todos, usam a troca de e-mails, mensagens
e/ou ligações como suas principais formas de comunicação entre as partes.
O uso desses canais digitais, por um lado, traz mais celeridade e fluidez na prestação
do serviço, por outro, traz alguns riscos. Como todo mundo está usando esses meios
de comunicação, a concorrência pela atenção das pessoas é grande e as mensagens
acabam se perdendo. A vida também está cada vez mais corrida, por isso muitas
pessoas não atendem mais ligações, “se for urgente, ele/a vai explicar por mensagem”.
Para garantir que a comunicação com o cliente seja efetiva e que ele vá priorizar as
mensagens trocadas, é importante estabelecer no contrato 1 ou 2 meios de
comunicação oficiais. Mas não só, dar um prazo para leitura e resposta das mensagens
também é muito importante.
Outro ponto que também deve ser trazido no Contrato é o dos horários de
atendimento. Com a digitalização das nossas vidas e uma falsa sensação de
disponibilidade constante, as pessoas acabam mandando mensagens e cobrando
respostas tarde da noite, em finais de semana e feriados.
Para evitar isso e, com tranquilidade, poder responder que dará o retorno no próximo
dia útil ou na manhã do dia seguinte, sem que isso gere um atrito com o cliente., é
importante estabelecer os dias e horários de atendimento virtual.
Ao contrário do que alguns pensam, isso não prejudica o relacionamento com o
cliente. Estabelecer limites é trabalhar importantes gatilhos mentais, como o da
escassez, o que faz o cliente respeitar e valorizar o seu tempo. Além disso, quando
você responder em um horário fora do acordado, será ativado o gatilho da
reciprocidade, pois o cliente saberá que não era sua obrigação, mas ainda assim você o
fez.
Estratégia Contratual é justamente isso, pensar o Contrato não só como um
documento, mas como parte da experiência do cliente e do processo de encantamento
e fidelização. Um Contrato bem estruturado torna o over delivery na entrega do
serviço algo que o cliente será para sempre grato e não algo que o cliente acredita que
tem o direito de exigir.

7 – Cláusula de LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados deve ser aplicada do MEI às multinacionais e tem
como objetivo regular o tratamento (uso e compartilhamento) dos dados pessoais.
Para que uma empresa esteja adequada à LGPD, é preciso mapear todos os processos
e ferramentas utilizados, identificar todos os dados coletados, os seus ciclos de vidas,
pessoas que possuem acesso e vulnerabilidades.
Com o inventário dos dados, será estruturado um Programa de Adequação de todos os
processos, contratos, termos, documentos e websites da empresa devem passar por
uma adequação legal. Além disso, as empresas também devem ter um Encarregado de
Dados (DPO).
A Cláusula de LGPD, nesse contexto, acabou se tornando uma prática do mercado e
um requisito a ser cumprido nos Contratos, que muitas vezes é feito de forma vazia.
Apesar de recomendar a inclusão dessa previsão, independente da empresa ter um
Programa de Adequação e Política de Privacidade, é preciso ter cuidado com os
modelos da internet, que podem criar obrigações e processos para o seu negócio que
você não está preparado para cumprir.
Por isso, a recomendação básica que indico para os negócios não adequados é a de
prever o não compartilhamento dos dados com terceiros e que o seu uso estará
limitado a finalidade de concretizar o objeto do Contrato de Prestação de Serviços.
Também é importante indicar uma forma de contato para a resolução de questões
envolver os dados coletados.
Essas três previsões, por óbvio, criam obrigações para a parte contratada, mas não é
nada diferente do que já está expresso em lei, ou seja, que ela já é obrigada a cumprir.
Mas, ao mesmo tempo, não engessam a forma de cumprimento e nem criam um
processo complexo a seguido/cumprido pela empresa.
Se eventuais reuniões por videoconferência forem ser gravadas, também é
recomendável que se inclua de forma expressa a concordância das partes quanto a
isso.

8 – Outras previsões
Além das cláusulas padrão, o Contrato de Prestação de Serviços pode precisar de
Cláusulas especiais em razão do seu objeto e da forma como o seu negócio funciona.
São elas, por exemplo, as Cláusulas de Propriedade Intelectual, Direitos Autorais,
Direito de Imagem, Confidencialidade e Exclusividade.
Cada serviço e cada empresa vai ter uma forma de executar específica e por isso o
Contrato deve ser personalizado levando em consideração o seu negócio.

- O que fazer em caso de descumprimento contratual?


Seria bom se todo contrato fosse cumprido, né? Mas nem sempre isso acontece.
Nesses casos, é importante saber o que pode ser feito para tentar assegurar os seus
direitos. Vou te ensinar quatro alternativas diante do descumprimento contratual:
notificação extrajudicial, negativação, protesto do título e a ação judicial.

1 – Notificação extrajudicial
O primeiro passo quando há o descumprimento do contrato é lembrar a outra parte
que ela está violando o negócio firmado. Essa etapa é importante para formalizar que
você não concordou com o atraso e para comprovar que o outro sabia que estava
descumprindo o contrato.
Essa comunicação pode ser feita por meio de uma notificação junto ao Cartório de
Registro de Títulos e Documentos, por uma carta com AR ou telegrama, e até mesmo
por e-mail, por meio de plataformas como a Notificca.

Mas o que deve ter na notificação?


• Falar do contrato: qual era o objeto? quando e quem assinou? qual o tempo de
atraso?
• Contexto: a outra parte informou que não teria como cumprir no prazo? você
entrou em contato com ela? obteve resposta?
• Objeto da notificação: o que foi descumprido? qual a punição que o contrato
prevê? qual o objetivo da notificação (cumprimento forçado ou a extinção da
relação) e o prazo para cumprimento?
• Informar que o não cumprimento levará a medidas mais severas, como o
protesto do título e a ação judicial
Com o recebimento da notificação, é possível que a outra parte tente negociar o
contrato, sendo mais um momento que o auxílio de um advogado pode trazer diversas
vantagens. Mas lembre: é uma escolha sua aceitar ou não.
Por fim, se nada der certo, a notificação será uma prova importante ao entrar com um
processo na justiça, ajudando a fortalecer o seu direito.

2 – Negativação
A negativação é realizada junto aos órgãos de proteção ao crédito e pode durar até 5
anos.
Para tanto, o cadastro no site do Serasa Experian ou de algum outro órgão é
necessário.
O negativado terá restrições de acesso ao crédito para forçar que realize o
cumprimento de suas obrigações contratuais.
Nesse sentido, o cancelamento da negativação ocorrerá quando houver o
cumprimento ou com o decurso dos 5 anos.
Por fim, importante lembrar que é o credor (quem está aguardando o cumprimento do
contrato) que vai arcar com os custos.

3 – Protesto do título
Igualmente, o protesto do título (contrato) é uma alternativa quando o objetivo é
forçar o cumprimento do contrato.
Para realizar o protesto é preciso atuar junto ao Tabelionato de Protestos competente.
O objetivo é registrar que outra parte não cumpriu com suas obrigações contratuais e
negativar seu nome até que cumpra com o contrato.
Ao contrário da alternativa acima, o protesto do título levará a uma dupla negativação:
nos cadastros de devedores e nos tabelionatos de protestos.

Mas quais os diferenciais da negativação nos tabelionatos?


• Restrições na concessão de financiamentos, créditos imobiliários e em outras
operações de crédito, inclusive em bancos privados
• O devedor que vai arcar com as despesas
• A negativação permanece até que seja feito o cumprimento.

4 – Ação judicial
A ação judicial é uma opção viável tanto para quem quer forçar o cumprimento do
contrato, quanto para quem quer extinguir a relação. Além disso, nos dois casos é
possível pedir indenização por danos morais e materiais sofridos.
A depender do valor discutido e da necessidade de produção de provas, a ação pode
ser ajuizada no Juizado Especial, não sendo necessário o pagamento de custas.
Por outro lado, se for ajuizada na Justiça Comum, é possível fazer um pedido de justiça
gratuita. Mas, atenção, se não for acolhido, o processo só continuará se for realizado o
pagamento das custas.
O processo judicial possibilita a mobilização de diversas formas de cobrança, que
forçam o cumprimento do contrato ou a devolução dos valores pagos, como é o caso
do bloqueio de valores diretamente da conta do devedor.
Por outro lado, não há como prever o prazo de duração de um processo e nem o seu
resultado.
Assim, para alcançar o sonhado “êxito processual” e ter a sua real satisfação financeira
pode demorar anos, e pode até ser inferior ao pretendido.

Espero ter ajudado, SUBIDOS !

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