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Nº 9 Elzo Nivaldo Ferreira L.

de Carvalho

Estrutura Orgânica

A estrutura orgânica das sociedades em nome colectivo compreende dois


órgãos, a saber, a assembleia geral e a gerência. A assembleia é órgão supremo
deste tipo social, no qual têm assento todos os sócios. A assembleia tem
competência para deliberar sobre todas as matérias constantes da lei e do
contrato de sociedade. À gerência cabem as tarefas de representação e de
administração da sociedade, sendo esta, via de regra, integrada por todos os
sócios (só por unanimidade dos sócios podem ser designados gerentes não
sócios).

Os diversos gerentes têm poderes iguais e independentes, estando qualquer um


deles apto a vincular a sociedade.
As sociedades em comandita têm também um órgão deliberativo (a assembleia
geral) e um órgão de administração (a gerência). Nas sociedades em comandita
simples, são aplicadas, por remissão, as regras respeitantes às sociedades em
nome colectivo. Já nas sociedades em 11 comandita por acções são aplicadas,
também por remissão, as regras respeitantes às sociedades anónimas. No que
respeita à gerência, note-se que, em regra, só os sócios comanditados podem
integrá-la; tal só não sucederá se diversamente tiver sido estipulado no
contrato de sociedade.

Nas sociedades por quotas, a estrutura orgânica compreende sempre a


assembleia geral e a gerência, podendo ainda prever-se no contrato de
sociedade a existência de um órgão de fiscalização. A assembleia geral é
composta por todos os sócios, cabendo -lhe decidir sobre todas as matérias que
lhe tenham sido atribuídas por lei ou pelo contrato de sociedade; este órgão
tem ainda competência residual para deliberar sobre qualquer matéria não
integrada na competência dos demais órgãos da sociedade. Já a gerência pode
ser composta por sócios ou por não sócios e, sendo plural, ela funciona de
acordo com as regras da maioria.

As sociedades anónimas têm necessariamente três órgãos: a assembleia geral, o


conselho de administração (ou o administrador único) e o conselho fiscal (ou o
fiscal único). Na assembleia geral têm assento os sócios, mas não
necessariamente todos os sócios (uma vez que podem existir acções que não
confiram ao sócio o direito de participar na assembleia geral ou o contrato de
sociedade pode exigir a detenção de um número mínimo de acções para que
um sócio possa nela fazer-se presente).
A competência da assembleia geral varia consoante o disposto no contrato de
sociedade e é sempre subsidiária face à competência dos demais órgãos sociais.

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Nº 9 Elzo Nivaldo Ferreira L. de Carvalho

O conselho de administração é composto por um número ímpar de membros,


sócios ou não, a quem cabe representar e administrar a sociedade. O conselho
de administração só se subordina às orientações da assembleia geral quando a
lei ou o contrato de sociedade assim determinarem. Caso assim o entenda, o
conselho de administração pode delegar competências em administradores
delegados ou numa comissão executiva. O conselho fiscal é o órgão encarregue
de fiscalizar o cumprimento da lei por parte dos demais órgãos sociais,
cabendo-lhe também dar parecer sobre as contas da sociedade. O conselho
fiscal é composto por três a cinco membros efectivos (um dos quais deve ser
necessariamente um perito contabilista) e dois suplentes. Quando o capital
social da sociedade anónima for inferior ao equivalente em kwanzas a USD
50.000, pode optar-se pela figura do administrador único e do fiscal único.

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