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Resumo
A crescente tendência de pacientes adultos a utilização de pontes fixas ou implantes
procurarem tratamento ortodôntico coin- apresenta a desvantagem do envolvimen-
cide com a detecção bastante freqüente to de dentes vizinhos, da utilização de
de más oclusões mutiladas por ausência elementos artificiais e de custos elevados.
dos primeiros molares inferiores. Isto gera O Aparelho de Protração Mandibular tem
a necessidade da decisão, por parte do sido usado com freqüência na resolução de
profissional, entre fechar os espaços exis- tais casos, constituindo uma solução segu-
tentes ortodonticamente ou preenchê-los ra, de resultados previsíveis e custo redu-
proteticamente. Enquanto a opção orto- zido, já que seu emprego está integrado ao
dôntica apresenta o risco de resultados tratamento ortodôntico que geralmente se
comprometidos por inclinação lingual dos faz necessário para atender outros aspec-
incisivos inferiores, a opção protética com tos da má oclusão.
* Mestre em Ortodontia pela UNICAMP, Prof. aposentado da UFMA, prática privada de Ortodontia em São Luis, MA.
** Mestre em Ortodontia pela Baylor University, prática privada de Ortodontia, Dallas, Texas, Estados Unidos.
*** Mestrando em Ortodontia pela Universidade Uniararas, São Paulo, Brasil.
Alterações horizontais
1) is/Olp menos ii/Olp = sobressaliência horizontal (Overjet);
2) ms/Olp menos ii/Olp = relação dos molares (Valores positi-
a B
vos indicam relação Classe II, enquanto os negativos indicam uma
relação normal);
Figura 1 - Aparelho de Protração Mandibular em sua versão IV, lados 3) is/Olp = posição do incisivo central superior;
a) direito do paciente e B) esquerdo do paciente. 4) ii/Olp = posição do incisivo central inferior;
n OLp
n
NSL
NSL
S
s
ANS
NL
ss
ms ii ms ii
OL OL
mi is mi is
ML Pg
Me
Figura 2 - Cefalograma para avaliação vertical. Figura 3 - Cefalograma para avaliação horizontal.
inferiores, concentrando o espaço remanescente na mesial dos 3) Instalação do APM, associado ao arco inferior portador de
segundos molares permanentes. Durante este procedimento os bull-loops, para mesializar os segundos molares e cadeia de elastô-
segundos molares inferiores tiveram gurin-locks instalados mesial- mero para retrair os incisivos superiores.
mente aos seus tubos, no sentido de evitar que o arco deslizasse dis- 4) Retirada do APM e mesialização do 17 e 27 com elastômero
talmente durante o fechamento dos diastemas e o IMPA diminuísse em arco australiano com dobras do tipo tip-back, rentes aos bra-
além do desejado. Ao mesmo tempo os diastemas entre os incisivos quetes do 15 e 25.
superiores eram fechados, ficando os espaços concentrados na me- 5) Reavaliação da oclusão e detecção de leve desvio da linha
sial dos caninos e no local dos primeiros molares ausentes; média, corrigido com APM unilateral.
Figura 16, 17, 18 - APM instalado com Bull-loops para fechamento dos espaços dos molares inferiores ausentes e retração dos incisivos superiores com cadeia
de elastômero.
Figura 22, 23, 24 - Após o fechamento dos espaços e a retirada do APM bilateral, detectou-se a presença de leve desvio da linha média e da relação dos caninos
nos quadrantes direitos, para cuja correção decidiu-se utilizar um APM bilateral.
Figura 25, 26, 27 - APM unilateral instalado para a correção da linha média.
Figura 28, 29, 30 - APM unilateral desligado, observando-se a correção da linha média.
Figura 39 - Telerradiografia inicial. Figura 40 - Telerradiografia final. Figura 41 - Superposição dos cefalogramas ini-
cial e final.
Figura 52, 53, 54 - Dentes alinhados, nivelados e portando arco inox 0,19” x 0,25”, com alças circulares distais aos caninos. Neste ponto o caso está preparado
para receber o APM. Observar a relação interdentária Classe II mais acentuada nos quadrantes direitos.
Figura 61 - 68 - Fotografias finais. Observar o pequeno desvio remanescente da linha média, cuja correção poderia ter sido conseguida pela utilização adicional
de APM unilateralmente, o que, porém, foi descartado por cautela, baseada na retração gengival do elemento dentário nº 34. Ademais, esse desvio aparente é
decorrente de uma discrepância de Bolton na região dos incisivos, já que tanto os caninos como os molares estão interdigitados corretamente.
consIdeRações fInaIs
O emprego do APM nos casos apresentados neste artigo não da inclinação lingual dos incisivos inferiores, enquanto os segundos
corresponde à sua utilização mais convencional, quando o mesmo é molares eram mesializados. Por outro lado, os mesmos servem para
ativado mais intensamente com o objetivo de corrigir más oclusões demonstrar a versatilidade do Aparelho de Protração Mandibular,
da Classe II através de movimentos recíprocos dos processos dentoal- que, além de haver se mostrado eficiente na correção de outros tipos
veolares superior e inferior. Os casos clínicos aqui mostrados são em de desvio oclusal, vem mostrar sua utilidade no tratamento de más
verdade pertencentes à Classe I e o APM foi configurado basicamente oclusões mutiladas, dispensando alternativas mais caras, laboriosas e
para funcionar como dispositivo de ancoragem eficaz na prevenção artificiais, tais como a utilização de implantes ou próteses.
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