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04/04/2022

P R O F A . D R A . F A B I A N A M A R I A M . G . D E C A S T R O .

DO SISTEMA FECHADO AO SEMIABERTO E


DO SISTEMA FECHADO AO
PRINCÍPIOS FUNDANTES
SEMIABERTO E PRINCÍPIOS
FUNDANTES
MODALIDADES DE
OBRIGAÇÕES NO CODIGO CIVIL
P R O FA . D R A . FA B IA N A M A R IA M A R TIN S G O M E S D E C A STR O http://www.revista.direitofranca.br/index.php/refdf/article/download/259/198

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OBRIGAÇÃO CIVIL
Obrigação civil ou obrigação perfeita: vínculo jurídico

OBRIGAÇÃO MORAL
Obrigação moral: constitui dever de consciência (equidade)
QUANTO AO e sua execução é, sob o prisma jurídico, mera liberalidade

MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL: VÍNCULO


OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO AO SEU VÍNCULO
OBRIGAÇÃO NATURAL

Obrigação natural (obrigação imperfeita): tem por


fundamento o vínculo de equidade ou dever de justiça e a
execução traduz pagamento válido quando realizado por
pessoa capaz de forma espontânea

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OBRIGAÇÃO NATURAL
OBRIGAÇÃO NATURAL
(FLÁVIO TARTUCE, 2018, P.
OBRIGAÇÃO NATURAL: natureza jurídica
113/114) OBRIGAÇÃO a) mútuo feito à pessoa menor – art. 588 do CC
Para Maria Helena Diniz (2010, p. 67/68) a obrigação
a) o credor não pode exigir a prestação, pois não há
pretensão natural é norma jurídica não autônoma. NATURAL b) juros não estipulados no mútuo – art. 591 do CC
b) há debitum sem obligatio Sérgio Carlos Covello (apud Rosenvald, 2018, p. 344) a c) pagamento de dívida prescrita – art. 882 do CC
c) o pagamento por parte de devedor capaz é válido e
obrigação natural é uma obrigação imperfeita constitui d) dívida judicialmente inexigível – art. 883 do CC
irretratável
relação jurídica pré-constituída de crédito e débito todavia
HIPÓTESE DE
d) não cabe ação de repetição do indébito
INCIDÊNCIA e) empréstimo para jogo ou aposta feito no ato de apostar –
por questões de ordem legislativa não se elevou ao nível
OBRIGAÇÃO NATURAL (MARIA HELENA DINIZ,
de obrigações civis ou se elevou e perdeu sua art. 815 do CC
2010, P. 57
exigibilidade.
a) não é obrigação moral
b) obrigação juridicamente inexigível Nelson Rosenvald (2018, p. 345/346) a obrigação natural como
c) se for cumprida por pessoa capaz de forma espontânea,
dever extrajurídico preconiza a ideia de que no instante em
ter-se-á a validade do pagamento
d) irretratabilidade do pagamento que há o cumprimento a ordem jurídica considera justo ou
e) efeitos dependem de previsão normativa equitativo, sob o prisma da mera liberalidade e a lei
considera a irrepetibilidade do pagamento.

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art. 588 do CC estabelece que “O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia art. 883 do CC prescreve que “não terá direito à repetição aquele que deu
autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei”
mutuário, nem de seus fiadores”

FUNDAMENTO LEGAL: art. 591 do CC que prevê “ Destinando-se o mútuo a fins econômicos, FUNDAMENTO LEGAL: Art. 814 do CC prevê que “As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a

OBRIGAÇÃO NATURAL presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão OBRIGAÇÃO NATURAL pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se
exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.” pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva
art. 815 do CC dispõe que “Não se pode exigir reembolso do que se emprestou reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade
para jogo ou aposta, no atode apostar ou jogar” resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. §2º O preceito contido
neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se
excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos. §3º Excetuam-se,
art. 882, 1ª parte do CC dispõe que “não se poderepetir o que se pagou para
igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em
solver dívida prescrita”
competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os
interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares

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STJ REsp 1.406.487 - j. 4/8/2015 - julgado por Paulo de Tarso Vieira


Sanseverino RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DÍVIDA DE JOGO. CASA DE BINGOS.
FUNCIONAMENTO COM AMPARO EM LIMINARES. PAGAMENTO MEDIANTE
CHEQUE. DISTINÇÃO ENTRE JOGO PROIBIDO, LEGALMENTE PERMITIDO E
TOLERADO. EXIGIBILIDADE APENAS NO CASO DE JOGO LEGALMENTE PERMITIDO, CONFORME
PREVISTO NO ART. 815, § 2º DO CÓDIGO CIVIL. 1. Controvérsia acerca da exigibilidade de vultosa
dívida de jogo contraída em Casa de Bingo mediante a emissão de cheques por pessoa diagnosticada
com estado patológico de jogadora compulsiva. 2. Incidência do óbice da Súmula 284/STF no que
tange à alegação de abstração da causa do título de crédito, tendo em vista a ausência de indicação MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO
do dispositivo de lei federal violado ou objeto de divergência jurisprudencial. 3. "As dívidas de jogo CIVIL: OBRIGAÇÕES EM
ou de aposta não obrigam a pagamento“ (art. 814, caput), sendo que "o preceito contido neste RELAÇÃO AO SEU OBJETO
artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas
legalmente permitidos." (art.814, § 2º, do Código Civil). 4. Distinção entre jogo proibido, tolerado e
legalmente permitido, somente sendo exigíveis as dívidas de jogo nessa última hipótese. Doutrina
sobre o tema. 5. Caráter precário da liminar que autorizou o funcionamento da casa de bingos, não
se equiparando aos jogos legalmente autorizados. 6. Inexigibilidade da obrigação, na espécie,
tratando-se de mera obrigação natural. 7. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO

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PRO F A . D RA. F A B IA N A M AR IA M . G. D E CA STR O PRO F A . D RA. F A B IA N A M AR IA M . G. D E CA STR O

OBRIGAÇÃO DE DAR (ART. 233 AO ART. 246 DO CC)


obrigação de dar coisa certa / obrigação específica
obrigação de dar coisa incerta / obrigação genérica
OBRIGAÇÃO DE FAZER (ART. 247 AO ART. 249 DO CC)
obrigação de fazer de natureza fungível obrigação
de fazer de natureza não fungível
QUANTO AO OBRIGAÇÃO DE DAR
OBJETO OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (ART. 250 AO ART. 251 DO CC)
(ART. 233 AO ART. 246 DO CC)
Clóvis Beviláqua nos ensina que “quaisquer que sejam as espécies e
modalidades de obrigações, consistirão elas sempre numa atuação
sobre a vontade do devedor para dar alguma coisa, praticar algum
ato, ou abster-se de o praticar”.

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PRO F A . D RA. F A B IA N A M AR IA M . G. D E CA STR O PRO F A . D RA. F A B IA N A M AR IA M . G. D E CA STR O

Art. 1.245 do CC Transfere-se entre vivos a propriedade


mediante o registro do título translativo no Registro de
OBRIGAÇÃO DE DAR Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o
alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2o
Fundamento legal Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a
Bens móveis – simples tradição – art. 1.267 decretação de invalidade do registro, e o respectivo
Obrigação de Dar: objeto
imediato da prestação e o
do CC
Bens imóveis – tradição solene – art. 1.245
OBRIGAÇÃO DE DAR cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono
do imóvel
objeto mediato é a coisa
do CC Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos

Art. 481 do CC Pelo contrato de compra e venda, negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único.
.
um dos contratantes se obriga a transferir o Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a
Para Limongi França a obrigação de dar traduz “aquela em virtude da qual o possuir pelo constituto possessório; quando cede ao
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe
devedor fica jungido a promover, em benefício do credor, a tradição da coisa adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em
certo preço em dinheiro.
(móvel ou imóvel), já com o fim de outorgar um novo direito, já com o de poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da

restituir a mesma ao seu dono” (AZEVEDO, 2011, p. 34) coisa, por ocasião do negócio jurídico.

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PRO F A . D RA. F A B IA N A M AR IA M . G. D E CA STR O PRO F A . D RA. F A B IA N A M AR IA M . G. D E CA STR O

OBRIGAÇÃO DE DAR
Obrigação de dar
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (ART.
Prestações de diversas índoles 233 AO ART. 242 DO CC) OBRIGAÇÃO DE DAR COISA
INCERTA (ART. 243 AO ART. 246 DO CC)
- obrigação específica
- obrigação genérica (gênero ou quantidade) –
- princípios que regem a obrigação
de dar coisa certa: art. 243 do CC
obrigação de restituir –
a) art. 313 do CC – o credor não é obrigada a receber - estado de indeterminação é transitório
obrigação de dar – constituição ou transferência da propriedade para outra coisa, ainda que mais valiosa - nemo aliud pro - concentração da prestação – art. 244 do CC / - direito
transferência do direito uso, fruição ou posse temporária alio invito creditore solvere potest de escolha do devedor, mas há exceções (título da
direta b) art. 233 do CC – na obrigação de dar o acessório obrigação)
segue o principal, mas há exceções (resultar do título
ou das circunstâncias do caso) – acessorium sequitur - princípio da equivalência das prestações
principale (princípio da gravitação jurídica) - efeito da cientificação – art. 245 do CC
obrigação de obrigação de contribuir – solver dívida em dinheiro –
c) art. 234 do CC – na obrigação de dar coisa certa a - regra – gênero não perece (genus nunquam perit)
rege-se pelas normas de obrigação de prestações especiais em obrigações
coisa perece para o dono – res perit domino – art. 246 do CC
dar e pecuniária pecuniárias (valor quantitativo e o
dinheiro é o meio)

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Art. 313 do CC O credor não é obrigado a receber Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo
prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais gênero e pela quantidade.
valiosa.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela
Art. 233 do CC A obrigação de dar coisa certa abrange os OBRIGAÇÃO DE DAR COISA
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o
acessórios dela embora não mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou das circunstâncias do
INCERTA contrário não resultar do título da obrigação; mas não
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
caso.
Fundamento legal melhor.
Art. 234 do CC Se, no caso do artigo antecedente, a coisa
Fundamento legal
se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou
pendente a condição suspensiva, fica resolvida a Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o
obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de disposto na Seção antecedente.
culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e
mais perdas e danos. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por
força maior ou caso fortuito.

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PERECIMENTO NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA

HIPÓTESE A HIPÓTESE C HIPÓTESE D


HIPÓTESE B
perda da coisa sem culpa do perda da coisa sem culpa do deterioração da coisa sem
perda da coisa com culpa do
devedor antes da tradição devedor depois da tradição devedor – equivalente mais culpa do devedor (art. 235
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO PERECIMENTO NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA ERTA?
ou pendente de condição perdas e danos (art. 234, 2ª do CC)
parte do CC)
suspensiva (art. 234, 1ª
parte do CC)
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA DETERIORAÇÃO NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA?
deterioração da coisa com
HIPÓTESE E
culpa do devedor (art. 236
do CC)

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PERECIMENTO E DETERIORAÇÃO NA OBRIGAÇÃO DE


DAR COISA CERTA

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO PERECIMENTO NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR?

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA DETERIORAÇÃO NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR?

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PERECIMENTO NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR


PERECIMENTO NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR

HIPÓTESE A HIPÓTESE B HIPÓTESE C HIPÓTESE D

perda da coisa a ser restituída perda da coisa a ser deterioração da coisa a ser deterioração da coisa a ser
sem culpa do devedor antes restituída com culpa do restituída sem culpa do restituída com culpa do
da tradição (art. 238 do CC) devedor antes da tradição devedor antes da tradição devedor antes da tradição
(art. 239 do CC) (art. 240, 1ª parte do CC) (art. 240, 2ª parte do CC)

Enunciado 15 da I Jornada de Direito Civil prevê que “as disposições do art. 236 do novo Código Civil
também são aplicáveis à hipótese do art. 240, in fine.”

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ART. 242 DO CÓDIGO CIVIL


Melhoramentos na Obrgiação de
Restituir

Art. 241 do CC dispõe que “Se, no caso do


art. 238, sobrevier melhoramento ou
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho
Cômodos na Obrigação de Dar
do devedor, lucrará o credor, desobrigado
de indenização”.
Art. 237 do CC dispõe que “Até a tradição Art. 242 do CC estabelece que “Se para o
pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramento, ou aumento, empregou o
melhoramentos e acrescidos, pelos quais devedor trabalho ou dispêndio, o caso se
poderá exigir aumento no preço; se o credor regulará pelas normas deste Código
não anuir, poderá o devedor resolver a atinentes às benfeitorias realizadas pelo
obrigação. Parágrafo único. Os frutos possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo
único. Quanto aos frutos percebidos,
percebidos são do devedor, cabendo ao
observar-se-á, do mesmo modo, o disposto
credor os pendentes”. neste Código, acerca do possuidor de boa-fé
ou de má-fé” .

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OBRIGAÇÃO DE SOLVER DÍVIDA EM DINHEIRO

OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIAS – tem por objeto a quantia fixa em dinheiro (art. 315 do CC –
princípio do nominalismo)

OBRIGAÇÃO DE FAZER (ART. 247 a 249 do CC)


DÍVIDA DE VALOR - tem por objeto uma prestação de natureza diversa e o dinheiro é o
meio de medir ou valorar a prestação

DÍVIDA REMUNERATÓRIA - traduz prestações de juros e pressupõe a existência de um dívida de


capital em dinheiro ou outra coisa fungível – natureza acessória

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O B R I G A Ç Ã O D E F A Z E R
OBRIGAÇÃO DE FAZER OBRIGAÇÃO DE FAZER DE NATUREZA OBRIGAÇÃO DE FAZER DE NATUREZA
INFUNGÍVEL (247 E ART. 248 DO CC) FUNGÍVEL (ART. 249 DO CC)

Obrigação de Fazer: objeto imediato Hipótese A – consequência do inadimplemento Hipótese A – consequência do inadimplemento
Para Orosimbo Nonato “fazer compreende os atos,
da prestação e o objeto mediato é a voluntário de obrigação de fazer de natureza voluntário (art. 249, caput do CC)
todos os atos que deixam de incidir na expressão
atividade pessoal infungível – perdas e danos (art. 247 do CC)
fazer” (AZEVEDO, 2011, p. 47)
hipótese B – consequência da impossibilidade da hipótese B – execução da obrigação de fazer em
prestação na obrigação de fazer de natureza caso de urgência ante a recusa ou o retardamento
infungível – sem culpa = resolve-se a obrigação e – (art. 249, par. ú. Do CC)
Obrigação de Fazer duradoura Obrigação de Fazer de natureza infungível, com culpa = perdas e danos (art. 248 do CC)
imaterial ou personalíssima (intuito personae)
Obrigação de Fazer instantânea Obrigação de Fazer de natureza fungível, material
ou impessoal

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OBRIGAÇÃO DE FAZER

OBRIGAÇÃO DE FAZER E Art. 247 do CC prevê que “Incorre na Fundamento legal


obrigação de indenizar perdas e danos o

OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER devedor que recusar a prestação a ele só Art. 249 do CC prevê que “Se o fato
imposta, ou só por eleexeqüível.” puder ser executado por terceiro, será
livre ao credor mandá-lo executar à
Súmula 410 do STJ - "A prévia intimação Art. 248 do CC prevê que “Se a prestação custa do devedor, havendo recusa ou
mora deste, sem prejuízo da
pessoal do devedor constitui condição do fato tornar-se impossível sem culpa do
devedor, resolver-se-á a obrigação; se por indenização cabível. Parágrafo único.
necessária para a cobrança de multa pelo culpa dele, responderá por perdas e Em caso de urgência, pode o credor,
danos”. independentemente de autorização
descumprimento de obrigação de fazer ou judicial, executar ou mandar executar
o fato, sendo depois ressarcido.”
não fazer."

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ART. 247 DO CC
-inadimplemento voluntário / - conversão em perdas edanos
- admite ação específica com fixação de astreinte (multa pecuniária)
- art. 815 a 821 do CPC

ART. 248 DO CC OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (ART. 250


OBRIGAÇÃO - conversão em perdas e danos (natureza fungível ou infungível)
DE FAZER - se estiver em mora – art. 399 do CC AO ART. 251 DO CC)
- impossibilidade relativa / impossibilidadeabsoluta

ART. 249 DO CC
-admite-se a autotutela civil (urgência / utilização de meios necessários
indispensáveis para evitar o dano / não haja condições de obter
intervenção
judicial)
- art. 822 e 823 do CPC

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OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER


OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Obrigação de Não Fazer: objeto imediato
da prestação e o objeto mediato é a hipótese A – descumprimento pela impossibilidade da abstenção do
abstenção de praticar fato – extingue-se a obrigação (art. 250 do CC)

hipótese B – consequência por inexecução culposa do devedor –


Para Álvaro Villaça “o que se obriga a não fazer deve omitir-se nesse desfazimento do ato + perdas e danos (art. 251, caput do CC)
sentido, sob pena de inadimplemento obrigacional” (2011, p. 53)

hipótese C -consequência por inexecução em caso de urgência (art.


251, par. ú do CC)
Obrigação de Não Fazer duradoura

Obrigação de Não Fazer instantânea

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Art. 250 do CC dispõe que “Extingue-se a


obrigação de não fazer, desde que, sem
culpa do devedor, se lhe torne impossível
abster-se do ato, que se obrigou a não ART. 250 DO CC
- analisar em consonância do art. 390 do CC – o
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER praticar.”
descumprimento se dá quando

Art. 251 do CC dispõe que “Praticado pelo OBRIGAÇÃO o ato é praticado

Fundamento legal devedor o ato, a cuja abstenção se DE NÃO


obrigara, o credor pode exigir dele que o
FAZER ART. 251 DO CC
desfaça, sob pena de se desfazer à sua -conversão em perdas e danos (obrigação de não fazer
Art. 390 do CC prevê que "Nas obrigações
custa, ressarcindo o culpado perdas e instantânea)
negativas o devedor é havido por
danos. Parágrafo único. Em caso de -próprio devedor ou terceiro desfaça + perdas e danos
inadimplente desde o dia em que
urgência, poderá o credor desfazer ou (obrigação de não fazer
executou o ato de que se devia abster"
mandar desfazer, independentemente de permanentes)

autorização judicial, sem prejuízo do


ressarcimento

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OBRIGAÇÃO INSTANTÂNEA
OU MOMENTÂNIA

MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES OBRIGAÇÕES EM


RELAÇÃO AO OBRIGAÇÃO OBRIGAÇÃO
NO CÓDIGO CIVIL: OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO DIFERIDA
TEMPO DO
EM RELAÇÃO TEMPO DO
ADIMPLEMENTO ADIMPLEMENTO
OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO
CONTINUADA, PERIÓDICA
OU TRATO SUCESSIVO

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Art. 317 do CC Quando, por motivos


OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO AO TEMPO DO imprevisíveis, sobrevier desproporção
ADIMPLEMENTO manifesta entre o valor da prestação
é aquela que consuma-se num só ato em um OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO devida e o do momento de sua execução,
certo momento com menor grau de possibilidade
OBRIGAÇÃO INSTÂNEA OU
de conflitos e a resolução terá força retroativa,
AO TEMPO DO poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte,
MOMENTÂNEA
ADIMPLEMENTO
de modo que assegure, quanto possível, o
efeitos ex tunc
valor real da prestação.
Fundamento legal
é aquela que se perfaz por único ato em momento Art. 478 do CC Nos contratos de execução
OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO futuro
DIFERIDA continuada ou diferida, se a prestação de
Art. 331 do CC prevê que "Salvo
uma das partes se tornar excessivamente
é aquela que se protrai no tempo, caracterizando-se disposição legal em contrário, não tendo
onerosa, com extrema vantagem para a
pela prática ou abstenção de atos reiterados, sido ajustada época para o pagamento,
solvendo-se num espaço de tempo mais ou menos outra, em virtude de acontecimentos
pode o credor exigi-lo imediatamente."
OBRIGAÇÃO DE EXECUÇÃO longo e possui maior grau de possibilidade de extraordinários e imprevisíveis, poderá o
CONTINUADA, PERIÓDICA conflitos espácio-temporais. As prestações são devedor pedir a resolução do contrato. Os
OU TRATO SUCESSIVO
seriadas e autônomas ou independentes e os efeitos
efeitos da sentença que a decretar
são ex nunc
retroagirão à data da citação.

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Enunciado 175 da III Jornada de Direito


Civil “A menção à imprevisibilidade e à
Art. 128 do CC prevê que “Sobrevindo a
OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO extraordinariedade, insertas no art. 478 do
condição resolutiva, extingue-se, para
AO TEMPO DO Código Civil, deve ser interpretada não
todos os efeitos, o direito a que ela se
ADIMPLEMENTO
somente em relação ao fato que gere o
opõe; mas, se aposta a um negócio de desequilíbrio, mas também em relação às
Fundamento legal execução continuada ou periódica, a OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO consequências que ele produz”
sua realização, salvo disposição em AO TEMPO DO
contrário, não tem eficácia quanto aos
ADIMPLEMENTO Enunciado 176 da III Jornada de Direito
Civil “Em atenção ao princípio da
atos já praticados, desde que
conservação dos negócios jurídicos, o art.
compatíveis com a natureza da ENUNCIADOS JORNADA DEDIREITO
condição pendente e conforme aos CIVIL 478 do Código Civil de 2002 deverá
conduzir, sempre que possível, à revisão
ditames de boa-fé.
judicial dos contratos e não à resolução
contratual”

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Enunciado 365 da IV Jornada de Direito


Civil “A extrema vantagem do art. 478
MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES
deve ser interpretada como elemento NO CÓDIGO CIVIL: Obrigação
acidental da alteração das circunstâncias,
que comporta a incidência da resolução Plural
ou revisão do negócio por onerosidade
OBRIGAÇÕES EM RELAÇÃO excessiva, independentemente de sua Obrigações Obrigações
AO TEMPO DO demonstração plena”
objetivamente plural subjetivamente plural
ADIMPLEMENTO Enunciado 366 da IV Jornada de Direito
Civil “O fato extraordinário e imprevisível
obrigações cumulativas obrigações fracionárias /
ENUNCIADOS JORNADA DEDIREITO
CIVIL causador de onerosidade excessiva é obrigações alternativas divisíveis
aquele que não está coberto
obrigações indivisíveis
objetivamente pelos riscos próprios da
contratação” obrigações solidárias

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a) destina-se a produzir um único


efeito

OBRIGAÇÕES b)libera o devedor quando cumprir a

OBJETIVAMENTE Obrigação
prestação a que se obrigara
c) prestação positiva ou negativa
PLURAL simples
d) art. 313 do CC – princípio
fundamental do direito obrigação
“credor não é obrigada a aceitar
coisa diversa”

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Para Flávio Tartuce traduz “obrigação pela


qual o sujeito passivo deve cumprir todas
as prestações previstas, sob pena de art. 23 da Lei de Locação prevê “Art. 23. O locatário é obrigado a: I -
inadimplemento total ou parcial” (2018, p. pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou
69) contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o
Caracteres sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro
Obrigação a) partícula aditiva “e” local não tiver sido indicado no contrato; II – servir-se do imóvel para o
cumulativa / b)relação obrigacional múltipla (mesma uso convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e
conjuntiva causa ou mesmo título) com o fim a que se destina, devendo tratá-lo com o mesmo cuidado como
c)aplica-se o Regime Geral das se fosse seu; III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o
Obrigações recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal; IV - levar
d) art. 314 do CC– o credor não poderáser imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer
obrigado a receber e nem o devedor a dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as eventuais
pagar por partes se assim não turbações de terceiros;
convencionou

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Para Ambroise Colin e Henry Capitant “aquela


que constrange o devedor a uma, somente, de
continuação do art. 23 da Lei de Locação "V - realizar a imediata reparação duas ou mais prestações previstas, e que se
dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por extingue pela execução de uma ou outra”
si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos; VI - não (AZEVEDO, 2011, p. 56)
modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio Obrigação Notas importantes:
e por escrito do locador; VII - entregar imediatamente ao locador os alternativa / a) partícula alternativa “ou”
documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem como disjuntiva b) caracteres: dualidade ou multiplicidade de
qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que (art. 252 a 256 do prestações heterogêneas / exoneração do
dirigida a ele, locatário; VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo CC) devedor pela satisfação de uma única
de força, luz e gás, água e esgoto; IX - permitir a vistoria do imóvel pelo
prestação
locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora,
c) direito de escolha – art. 252, caput do CC
bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado por terceiros, na
d) efeitos da escolha (concentração)
hipótese prevista no art. 27; X - cumprir integralmente a convenção de
condomínio e os regulamentos internos; XI - pagar o prêmio do seguro de - obrigatoriedade
fiança [ . . . ] ” -irrevogabilidade, salvo exceção prevista no
art. 252, § 2o doCC

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Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe


ao devedor, se outra coisanão se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber
OBRIGAÇÃO
parte em uma prestação e parte em outra.
ALTERNATIVA /
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas,
DISJUNTIVA
a faculdade de opção poderá ser exercida em cada
Fundamento legal período.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO
PERECIMENTO NA OBRIGAÇÃO
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo
ALTERNATIVA?
acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo
por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA
quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha DETERIORAÇÃO NA OBRIGAÇÃO
se não houver acordo entre as partes. ALTERNATIVA?

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P R O F A . D R A . F A B I A N A M A R I A M . G . D E C A S T R O . P R O F A . D R A . F A B I A N A M A R I A M . G . D E C A S T R O .

CONSEQUÊNCIAS NA OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA CONSEQUÊNCIAS NA OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

HIPÓTESE A HIPÓTESE B HIPÓTESE C HIPÓTESE D HIPÓTESE E

todas se
impossibilidade de impossibilidade impossibilidade de impossibilidade de
impossibilitaram sem
uma das prestações de todas as uma das prestações todas as prestações
por culpa do devedor culpa do devedor –
sem culpa prestações
com culpa do devedor por culpa do devedor
e escolha do credor - art. 256 do CC
devedor, d e escolha do devedor e escolha do credor
o subsiste
remanescente - - art. 254 do CC (art. 255, 1ª parte do art. 255, 2ª parte do
art. a CCr CC
253 do CC

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P R O F A . D R A . F A B I A N A M A R I A M . G . D E C A S T R O . PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O.

Art. 253 do Código Civil prevê que “Se uma das duas Art. 255 do Código Civil prevê que “Quando a escolha
prestações não puder ser objeto de obrigação ou se couber ao credor e uma das prestações tornar-se
tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.” impossível por culpa do devedor, o credor terá direito
OBRIGAÇÃO OBRIGAÇÃO
de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra,
ALTERNATIVA / ALTERNATIVA /
com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas
DISJUNTIVA DISJUNTIVA
as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o
Fundamento legal Art. 254 do Código Civil prevê que “Se, por culpa do
Fundamento legal credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da
devedor, não se puder cumprir nenhuma das indenização por perdas e danos.”
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará
aquele obrigado a pagar o valor da que por último se Art. 256 do Código Civil prevê que “Se todas as
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso prestações se tornarem impossíveis sem culpa do
determinar” devedor, extinguir-se-á a obrigação.”

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PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O. PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O.

DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA E


Art. 535 do CC prevê que “O consignatário não se
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA
exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição
da coisa, em sua integridade, se tornar impossível,
OBRIGAÇÃO
ainda que por fato a ele não imputável.”
ALTERNATIVA /
DISJUNTIVA
Enunciado 32 da JDC “no contrato estimatório (art.
Hipótese de 534), o consignante transfere ao consignatário,
incidência temporariamente, o poder de alienação da coisa
consignada com opção de pagamento do preço de
estima ou sua restituição ao final do prazo ajustado”

F O N TE : R O S EN VA L D , N EL SO N ( 2 0 18 , P . 2 5 9 ) ; T A R T U CE , F LÁ V I O ( 2 0 18 , P .7 0 )

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PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O. PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O.

Conceito: faculdade de substituição do devedor e O art. 157 do CC estabelece que “Ocorre a lesão
seu exercício é irrestrito – art. 643 do CC argentino
quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou
“aquele que não tendo por objeto senão uma só
prestação, permite a lei ou o contrato ao devedor por inexperiência, se obriga a prestação
substituí-la por outra para facilitar-lhe o OBRIGAÇÃO manifestamente desproporcional ao valor da prestação
pagamento” FACULTATIVA oposta. § 2º Não se decretará a anulação do negócio,

Obrigação Notas importantes: se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte

Facultativa Hipótese de favorecida concordar coma redução do proveito”


- origem: convenção ou disposição legal incidência O art. 1.382 do CC prevê que “Quando a obrigação
- obrigação alternativa e obrigação facultativa incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá
- efeitos exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a
a) o credor só pode pedir a coisa propriamente devida
propriedade ao dono do dominante. Parágrafo único.
b)a obrigação nula transforma- se em obrigação sem
objeto Se o proprietário do prédio dominante se recusar a
c) perecendo a coisa devida, fica o devedor inteiramente receber a propriedade do serviente, ou parte dela,
desonerado
caber-lhe-á custear as obras.

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PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O. PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O.

DISTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA E


OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

M O D A LI D A DE S D E
O B R I G A Ç ÕE S N O C Ó D I G O
CI VI L : O B R I GA Ç Õ E S
Q U A N T O A O CON TE Ú D O

F O N TE : RO S EN VA L D , N EL SO N ( 2 0 18 , P . 2 70 )

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PR O F A . D RA . F A B IA N A M A R IA M . G . D E CA STR O.

OBRIGAÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO

OBRIGAÇÃO DE MEIO o devedor se obriga tão-somente a usar de


prudência e diligencia normais na prestação de
certo serviço para atingir um resultado, sem
contudo, sevincular a obtê-lo

OBRIGAÇÃO DE credor tem o direito de exigir do devedor a


RESULTADO produção de um resultado, sem o que se terá o
inadimplemento da relação obrigacional

OBRIGAÇÃO DE é aquela que tem por conteúdo a eliminação de um


GARANTIA risco, que pesa sobre o credor

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