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Aula 31 1º Ano – A CIÊNCIA NA IDADE MÉDIA – A

CONTRIBUIÇÃO ÁRABE

Quando falamos da Idade Média, o normal é que pensemos imediatamente


na Europa, em países como França e Inglaterra. Porém, o desenvolvimento
científico, filosófico e cultural desse período se deu em vários lugares que não
apenas a Europa. E uma contribuição que foi tão ou mais influente para o
período medieval do que a europeia, mas que costuma ser esquecida no
ocidente, é a das civilizações árabes.

Os árabes são parte de um povo que habita há séculos o Oriente Médio e o


Norte da África, que em suas origens se caracterizava pelo estilo de vida
nômade e pelo Islamismo, uma religião abraâmica (religiões que seguem a fé
iniciada pelo profeta Abraão, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo).

Os árabes sempre tiveram uma tradição científica muito forte. A


comunidade científica árabe foi um dos principais responsáveis pela
preservação de textos gregos, como os de Ptolomeu, Arquimedes, Platão e
Aristóteles, traduzindo as obras para conservação. Uma grande coleção de
conhecimentos da época foi mantida e expandida em Bagdá pelo califa Al-
mamun, a chamada Casa de Sabedoria, centro de saber tão importante quanto a
lendária Biblioteca de Alexandria.

Mas por que havia essa preocupação grande dos árabes com a preservação
do conhecimento? Uma das possíveis explicações para isso vem da própria
religião islâmica. A fé islâmica foi organizada pelo profeta Muhammad, que,
segundo a tradição islâmica, a recebeu diretamente de Deus, não para negar ou
deslegitimar outras religiões abraâmicas, mas para passar uma nova mensagem
que, para os muçulmanas, é mais completa, sendo a palavra “pura” de Deus.

No Alcorão, é explícito em muitos trechos a importância do conhecimento,


colocando o caminho da sabedoria como um caminho para Deus. Além disso,
também é notável que as tradições islâmicas muitas vezes exigem o domínio de
certos campos do conhecimento. Por exemplo, a distribuição de orações em
horários específicos do dia tem a ver com a matemática, enquanto a necessidade
de orar voltada para a direção de Meca (a cidade mais sagrada do mundo para
os muçulmanos) exige conhecimentos geográficos. Além disso, a arquitetura de
mesquitas islâmicas sempre se fundamentou em formas geométricas perfeitas.

Os algarismos que nós utilizamos também são resultado direto de estudos


árabes (aliás, boa parte das palavras começadas em “al” que temos em nossa
língua vem da língua árabe, como álgebra, alquimia, alicerce), bem como
conceitos matemáticos tais quais os números decimais.

Entre os nomes importantes do mundo científico árabe, temos nomes como


Avicena, um estudioso persa que escreveu mais de cem livros sobre temas como
filosofia, ética, matemática, ciência, teologia e lógica.

Assim, podemos ver a extensa contribuição das civilizações árabes para a


ciência medieval, influenciando a todos nós até os dias de hoje.

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