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A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA CRIANÇA.

PARA A APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA.

Aluno(a):LIDIANE SILVA DE MENEZES SOUZA


Professora-Orientadora: MARCIA FARIA

RESUMO:

Palavras-chave: Conhecimento Prévio. Criança. Aprendizagem. Sala de Aula.

1. INTRODUÇÃO

Aquilo que cada um já sabe, deveria ser uma ponte para a abordagem
de conteúdos em sala de aula, a importância de identificar o conhecimento prévio do
aluno sobre o conteúdo indagado para maior assimilação ao assunto apresentado.
Optou-se pela realização deste trabalho sobre “A Importância do conhecimento
Prévio da Criança em Sala de Aula”, objetivando a busca pela comprovação de que
o benefício dessa abordagem terá grande ênfase no ensino e aprendizagem na
atualidade e no futuro.
O enfoque da noção do Conhecimento Prévio no processo de
aprendizagem permite que o educando adquira hábito de analisar, refletir e
investigar questões antes de resolvê-las, permitindo que ele conclua fatos, mas que
antes, aprenda a levantar hipóteses levando em consideração o que ele entende
sobre o assunto apresentado. A questão norteadora desse estudo é: Como o
Conhecimento Prévio pode favorecer o desenvolvimento do aluno no processo
de aprendizagem em sala de aula?
Para se responder à questão proposta, tem-se como objetivo geral
procurar ter uma noção de o que é o conhecimento prévio e como esses estudos
investigam a capacidade do aluno em ser mais produtivo com o conteúdo
apresentado em sala de aula. Como objetivos específicos se pretende promover a
exploração da bagagem cognitiva, para desenvolver habilidades, explorar
sentimentos e valores; valorizar o que a criança já sabe e conhece; onde a criança
se comunica consigo mesma e com o mundo em sua volta; definir atividades que a
criança possa explorar suas memórias, e suas experiências.
Quanto à metodologia aplicada nesse estudo optou-se que o artigo é
teórico-empírico, tem como meio qualitativo e se utiliza das pesquisas investigativa,
descritiva e explicativa.
A obtenção foi gerada apoiada em pesquisa por intermédio de
observações em campo de estágio, documentários, artigos científicos, das quais
fundamentam processaram: “Aprendizagem e desenvolvimento infantil”, pelo
levantamento bibliográfico relacionando importantes autores, bem como suas obras
de estudos e pesquisas sobre a importância do conhecimento prévio da criança em
sala de aula. Foram pautados autores, comparando suas ideias e o enfoque deles,
respeitando e valorizando a diversidade entre eles. Escolhidos pela sua relevância e
grande contribuição para a efetivação do uso do conhecimento prévio no ato da
aprendizagem, Vygotsky, Paulo Freire, Jean Piaget e David Ausubel.

Pretende-se com este trabalho justificar que a integração entre


afetividade e a cognição na aprendizagem tem importância relevante como
facilitador na aprendizagem, identificando este conhecimento prévio da criança como
recurso pedagógico essencial para uma aprendizagem inovadora, destacando os
prós e os contras desta prática, pois a educação de forma apenas tradicional, já não
consegue prender a atenção dos alunos.

As exigências do mundo contemporâneo impõem que ofereçamos aos


alunos competências básicas que possibilitem o desenvolvimento de
conhecimentos, habilidades e atitudes, o conhecimento prévio possibilita a aquisição
de ideias que podem ser utilizadas como âncoras para novas descobertas de
conhecimento.

Pozo (1998) apresenta três origens do conhecimento prévio:


● Sensorial (concepções espontâneas) baseadas em informações obtidas por
meio de interação com o mundo natural;
● Cultural (concepções induzidas) relacionadas ao conjunto de crenças
partilhadas pelo grupo social a que o estudante pertence;
● Escolar (concepções analógicas), relacionadas entre o domínio distinto do
saber.
Para a confecção dessa pesquisa foram pautados autores, comparando suas ideias
e o enfoque deles, respeitando e valorizando a diversidade entre eles. Escolhidos
pela sua relevância e grande contribuição para o desenvolvimento e aprendizagem
do aluno e a efetivação do uso do conhecimento prévio do aluno em sala de aula,
pode-se destacar, Vygotsky (1989), Freire (1997), Piaget (1896), David Ausubel
(1918)

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A principal finalidade de toda estrutura educacional é promover a


aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano.
A criança nasce apenas com as funções psicológicas elementares e a partir
do aprendizado da cultura, estas funções transformam-se em funções
psicológicas superiores, sendo estas o controle consciente do
comportamento, a ação intencional e a liberdade do indivíduo em relação às
características do momento e do espaço presente. O desenvolvimento do
psiquismo humano é sempre mediado pelo outro que indica, delimita e atribui
significados à realidade. (Rev. e Ped – FACOS – Ago/2012.

Vygotsky tinha como objetivo constatar como as funções psicológicas,


tais como memória, a atenção, a percepção e o pensamento aparecem primeiro na
forma primária para, posteriormente, aparecerem em formas superiores. Assim é
possível perceber a importante distinção realizada entre as funções elementares
(comuns aos animais e aos humanos) e as funções psicológicas superiores
(especificamente vinculada aos humanos).

Para Lev Vygotsky a criança na fase em que começa a desenvolver a


fala, parte daí a verdadeira essência do comportamento. Destaca relações de
desenvolvimento e aprendizagem em suas obras. Para Vygotsky a criança inicia seu
aprendizado muito antes de chegar a escola, mas o aprendizado escolar vai
introduzir elementos novos no seu desenvolvimento.

A aprendizagem é um processo contínuo e a educação tem como


característica avanços qualitativos de um nível de aprendizagem a outro. Dois tipos
de desenvolvimento foram identificados: o desenvolvimento real, que é aquele onde
a criança realiza funções sozinha sem auxílio de outro indivíduo; e o
desenvolvimento potencial aquele em que a criança realiza funções com auxílio de
outro indivíduo, ambos importantes, já que a criança aprende através do diálogo,
colaborações, interações, imitações...

Vygotsky afirma que “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal


hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo
que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de
fazer sozinha amanhã” (VYGOTSKY, 1984, p. 98).

Paulo Freire, autor de várias obras, entre livros e artigos, dentre os


quais podemos citar: Educação como prática de liberdade (1967); Pedagogia do
oprimido (1968); Pedagogia da esperança (1992); A sombra dessa mangueira
(1995).
Freire vê no diálogo a oportunidade de libertação e conscientização dos homens e
mulheres em suas relações com o mundo e com os outros. Pedagogia do oprimido
(1968).

A prática pedagógica de Paulo Freire busca dar ao homem a chance


de redescobrir-se através da retomada reflexiva da própria ação em que vai ele
mesmo se descobrindo. O autor chama esse processo de “método de
conscientização” (FREIRE, 1987). Conscientização essa que é sempre um processo
inacabado, e que não significa transferir para o outro um saber descomprometido,
mas vinculá-lo a ações concretas e eficazes (GASPARIN, 2010a).

Para Freire a denominada “educação Bancária”, onde o educador não


se comunica, fazendo somente depósitos e comunicados e os educando se tornam
arquivadores do conhecimento. Pare ele esse tipo de educação anula o poder
criativo e crítico do educando.
Segundo Freire, é através do diálogo que acontece a superação da
contradição educador-educando. “Não é sujeito cognoscente em um, e sujeito
narrador do conteúdo conhecido em outro. [...] o educador problematizador
refaz, constantemente, seu ato cognoscente, na cognoscibilidade dos
educandos. Estes, em lugar de serem recipientes dóceis de depósitos, são
agora investigadores críticos, em diálogo com o educador, investigador
crítico, também” (FREIRE, 1987, p. 40).

[...] o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto


educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também
educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em
que os “argumentos de autoridade” já, não valem. Em que, para ser-se,
funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não
contra elas (FREIRE, 1987, p. 39, grifos do autor).

Se é dizendo a palavra com que, “pronunciando” o mundo, os homens o


transformam, o diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham
significação enquanto homens. Por isso, o diálogo é uma exigência
existencial. E, se ele é o encontro em que se solidariza o refletir e o agir de
seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não
pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem
tampouco tornar-se simples troca das ideias a serem consumidas pelos
permutantes (FREIRE, 1987, p. 45, grifos do autor).

De acordo com Teruya (2010), o processo tradicionalista é


condenado por quase todas as correntes pedagógicas, pois tem a função de apenas
reproduzir o conhecimento dominante, incentivando a cultura do silêncio, onde são
negados aos educandos a criatividade e a oportunidade de transformação.

No Processo Tradicional de ensino o educador é o detentor de


todo os saberes, enquanto o educando não possui saberes, por isso precisa
receber, memorizar e repetir. 4 A pesquisa bibliográfica tem sido utilizada com
grande frequência em estudos exploratórios ou descritivos, casos em que o objeto
de estudo proposto é pouco estudado, tornando difícil a formulação de hipóteses
precisas e operacionalizáveis. [...].

Portanto, a pesquisa bibliográfica possibilita um amplo alcance de


informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras
publicações, auxiliando também na construção, ou na melhor definição do quadro
conceitual que envolve o objeto de estudo proposto.

Jean Piaget (1896-1980), ao observar como as crianças


comparavam, classificavam, ordenavam e relacionavam diferentes objetos, pode
compreender que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas
fases.

Dependendo da qualidade das interações de cada sujeito com o


meio, as estruturas mentais-condições prévias para o aprendizado, conforme
descreve Piaget em sua obra, em cada fase do desenvolvimento, elas determinam
os limites do que os indivíduos podem compreender. Piaget por não estudar o
processo do ponto de vista da educação formal, não se interessava tanto pelo
conhecimento como conteúdo de ensino.

Mas foi o americano David Ausubel (1918-2008), que


possivelmente foi um dos primeiros a usar a expressão “conhecimento prévio”.De
acordo com Ausubel, o que o aluno já sabe, a ideia âncora, na sua denominação, é
a ponte para novos conhecimentos, por meio da reconfiguração das estruturas
mentais existentes ou da elaboração de novas.
A criança ao refletir sobre um novo conteúdo, ganha significado
tornando mais complexo o conhecimento prévio. O conjunto de saberes que a
pessoa traz como contribuição ao aprendizado é tão essencial que Ausubel cita no
livro Psicologia educacional, “o fato isolado mais importante influenciando a
aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo.”
A importância de se pesquisar o desenvolvimento e o plano
educacional é muito importante para avaliar o desenvolvimento individual de cada
criança, e assim elaborar estratégias pedagógicas para que a criança evolua em seu
aprendizado.
A zona cooperativa do conhecimento, em que o mediador ajuda a
criança a concretizar o desenvolvimento que está próximo. O desenvolvimento e a
aprendizagem estão inter-relacionados desde que nascemos, o meio social ou físico
influenciam no aprendizado da criança, chegando a escola com uma série de
conhecimentos adquiridos.
A escola tem um papel fundamental na formação de conceitos
científicos, através de conhecimento sistemático de algo que não está associado a
sua vivência direta principalmente na fase de amadurecimento.
Na escola através de um ensino sistematizado, diferente das extraescolares, a
criança aprende a ler, escrever, domina cálculo e outras mais, expandindo assim o
seu conhecimento.
O educador deve num ato pedagógico associar a capacidade de
avanço no desenvolvimento da criança, valorizando seu potencial. A escola deve
atentar para o aluno de modo a valorizar seu conhecimento prévio, trabalhar a partir
dele, estimulando potencialidades do aluno, a superar suas capacidades indo além
ao seu desenvolvimento e aprendizado.
Conhecer o aluno é de suma importância para que o professor faça
um bom trabalho, a partir das descobertas, hipóteses, crenças, opiniões, criando e
desenvolvendo situações e diálogos onde o aluno exponha o que sabe. Para isso,
os registros, as observações são fundamentais tanto para o planejamento e
objetivos, quanto para a avaliação.
A teoria de Vygotsky parece ser revolucionária diante nossa
realidade, mas busca aquilo que temos de melhor como: a criatividade, autonomia,
sujeito ativo e não um objeto a ser moldado. É errado pensar na educação como
algo deslocado do cotidiano, a educação verdadeira é transformadora, promovendo
respeito pela diferença, não padronizando a todos.

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Cora Coralina. 
REFERÊNCIA

COELHO, Luana; PISONI, Silene. Vygotsky: sua teoria e a influência na


educação. Revista e – Ped – FACOS/CNEC. Osório. Vol.2-Nº1-AGO/2012.

FERNANDES, Elisângela. Conhecimento prévio. Nova escola. Março/2011.

PIZANI, Izabel Cristina Micheline; OLIVEIRA, Rogerio Eduardo Cunha de; O


DIÁLOGO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ACORDO COM
PAULO FREIRE E LEV VYGOTSKY. 2014

PALANGANA, I.C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vigotsky (a


relevância do social) – São Paulo: Plexus, 1994.

A Formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.


VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. 3° Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

ALEGRO, Regina Celia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de


conceitos históricos no ensino médio. Repositório Institucional Unesp.
Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no ensino
médio (unesp.br).2008.02.21.

GERHARDT, Ana Flávia Lopes Magela; ALBUQUERQUE, Camila de Faro; SILVA,


Igor de Souza. A Cognição Situada e o Conhecimento Prévio em Leitura e
Ensino. Ciências & Cognição. 7.2009.

FENNER, Any Lamb; CORBARI, Alcione Tereza. O conhecimento prévio do aluno:


um alicerce para a aprendizagem significativa de língua estrangeira. Revista Tempo
da Ciência. O conhecimento prévio do aluno: um alicerce para a aprendizagem
significativa de língua estrangeira | Tempo da Ciência (unioeste.br).01.2000

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