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O Caderninho Azul

O Caderninho Azul

Bárbara Castro, Ingrid Marques, Luanna Cruz,


Olga Amélia, Tamara Nascimento,
Tacinara Queiroz e Luís Felipe Rios

INCLUI
ENCARTE PARA
PAIS E
EDUCADORES

Recife/PE
2015
Copyrigth @ Universidade Federal de Pernambuco, 2015

Publicações Especiais do Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana (LabESHU)


Coleção “Direitos sexuais: recursos para ações comunitárias”
Editores responsáveis: Luís Felipe Rios (UFPE) e Tacinara Queiroz (UFPE)

Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana (LabESHU)


Coordenadores: Luís Felipe Rios e Karla Galvão Adrião
Av. Arquitetura, s/n, CFCH, 7o andar – Cidade Universitária, Recife/PE
CEP: 50740–550 | Tel./ Fax: (81) 2126-8273 | Site: www.labeshu.com.br

O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade dos autores e não representa


a posição oficial dos apoiadores do Programa Diálogos Suape.

Projeto gráfico: Wilma Ferraz


Ilustração: Emerson Pontes
Revisão de texto: Débora de Castro Barros
Tiragem: 2 mil exemplares (2015)

Rua Acadêmico Hélio Ramos, 20 – Varzea


Montagem e impressão: Recife/PE | CEP: 50.740-530
Fone: (81) 2126-8397 | (81) 2126-8930
Fax: (81) 2126-8395 | edufpe@nlink.com.br | editora@ufpe.br
www.ufpe.br/edufpe

Editora associada à ABEU


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DAS EDITORAS UNIVERSITÁRIAS

Catalogação na fonte:
Bibliotecária Joselly de Barros Gonçalves, CRB4 -1748

C122 O caderninho azul / Bárbara Castro... [et al.]. – Recife : Editora UFPE, 2015.
24 p. : il. – (Coleção Direitos sexuais: recursos para ações comunitárias).
Esta cartilha é um produto do programa Diálogos Suape.
Inclui encarte para pais e educadores.
(broch.)
1. Educação sexual para crianças – Suape (PE : Microrregião). 2. Crime sexual
contra as crianças – Prevenção. 3. Direitos das crianças. I. Castro, Bárbara. II.
Título da Coleção.

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
É permitida a reprodução total ou parcial do texto desta publicação,
desde que citados a fonte e os respectivos autores.
Sumário

Apresentação.................................................................. 5

O Caderninho Azul.......................................................... 7

A História de Camila....................................................... 15

Em Defesa dos Direitos das Crianças............................ 22


Apresentação

Olá, pessoal!
Nós somos Gabi e Fábio, fazemos parte da equipe do projeto
Diálogos Suape e somos amigos da Bela, do Dudu e da Ca-
mila. Dudu e Bela moram no Cabo de Santo Agostinho, e
Camila, em Ipojuca, municípios da Região Metropolitana do
Recife, em Pernambuco.
Estamos aqui, neste Caderninho Azul, para contar sobre duas
situações difíceis que aconteceram com eles e que também
podem acontecer com outras crianças.
Resolvemos compartilhar com vocês o que aconteceu com
eles porque muitas vezes nós, crianças, não sabemos como
agir para delas nos livrarmos.
Vamos conhecer nossos personagens e suas histórias?

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O Caderninho Azul

Era uma vez uma menina muito legal e sorridente chamada


Bela. Todos os dias ela ia à escola e brincava bastante com
seus amiguinhos.
Um belo dia, um novo coleguinha chegou à escola. Seu
nome era Dudu. Ele não gostava de brincar, vivia pelos can-
tos e não conversava com ninguém.
O mais estranho é que ele sempre carregava um caderninho
azul, mas não gostava que ninguém chegasse perto.

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?
Isso deixava seus coleguinhas muito curiosos, principal-
mente Bela, que não entendia como uma criança podia ser
tão quieta e triste.
Ela tentava conversar, chamava para brincar, mas ele nunca
aceitava, preferia ficar lá sozinho com seu caderninho azul.
De tanto Bela insistir, um dia ele acabou aceitando conver-
sar com ela. A partir desse dia, eles se tornaram amigos,
mas o segredo do caderninho ainda continuava.
Até que um dia Dudu resolveu abrir o caderninho e revelar
para Bela seu tão misterioso segredo.
Dentro dele havia alguns desenhos e pequenos textos, como
se fosse um diário. Bela, por ser muito esperta, logo perce-
beu do que se tratava, pois seus pais já tinham conversado
com ela sobre isso.

?
?
O que será que os
pais de Bela já haviam
conversado com ela?

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?
O que você
acha que
estava
acontecendo
com Dudu que o
deixava tão
triste?

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Dudu contou que seu tio o chamava a um lugar escondido
para fazer umas brincadeiras que só adultos fazem.
Bela, então, começou a perguntar por que ele não tinha
contado antes. Por que não mostrava o caderninho para
seus pais?
Dudu logo respondeu que sentia muita vergonha e medo,
pois seu tio era muito grande e forte e dizia que, se ele con-
tasse para alguém, algo muito ruim iria acontecer.
Bela, então, ajudou Dudu a solucionar o problema: chamou
a professora e ele contou tudo o que estava acontecendo.
A professora Sandra o abraçou e disse que tudo ficaria bem,
que ele não se envergonhasse, pois não estava fazendo nada
de errado. Quem estava errando era seu tio.
Ela disse, ainda, que estava muito orgulhosa dele, pois tinha
sido muito corajoso em ter contado o segredo, e agradeceu
à Bela a ajuda.
Fim.

?
Você sabe por que
esse tipo de brincadeira,
entre adultos e crianças,
é proibido?

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INTEGRA A
CARTILHA

Encarte para
CADERNINHO AZUL

Educadores e Pais
Apresentação

O combate à violência sexual contra crianças e ado-


lescentes é uma prioridade nas políticas de proteção
à criança no Brasil. No entanto, a família e a escola
ainda apresentam dificuldades para enfrentar o tema,
em especial porque isso exige que se discutam com as
crianças assuntos que ainda causam desconforto nos
adultos, como é o caso da sexualidade.
Pensando nisso, o Programa Diálogos para o Desen-
volvimento Social em Suape (Diálogos Suape) elaborou
o Caderninho Azul, de modo a ajudar crianças, pais e
educadores a tratar do tema.
As duas histórias aqui apresentadas poderão oferecer
elementos para uma discussão que ajude as crianças
de 7 a 12 anos a se protegerem do abuso e da explora-
ção sexuais.
Preparamos este encarte para tirar algumas dúvi-
das antes que você possa utilizar o Caderninho Azul
para abrir uma conversa com seus(uas) filhos(as) ou
alunos(as).

ii
Qual a importância de falar sobre abuso e explora-
ção sexual infantil com as crianças?
Falar sobre isso é importante, pois ajuda a prevenir que crianças
e adolescentes sofram algum tipo de violência sexual.

Falando de sexualidade com as crianças, eu estarei


incentivando precocemente a sexualidade?
As pesquisas científicas mostram que NÃO. Vale lembrar que
crianças estão constantemente expostas a informações sobre
sexualidade. Na televisão, no rádio, na internet, em conversas
com colegas… Não há como impedir isso nos dias de hoje.
O que acontece é que elas evitam tocar no assunto, sabendo que
os adultos sentem desconforto em falar do tema e muitas vezes
proíbem e mesmo as castigam quando elas querem saber sobre
sexualidade.
Isso faz com que percam a chance de tirar dúvidas e de ter as
informações corretas. Muitas vezes, as informações que elas re-
cebem da mídia e dos amigos não são de fontes seguras e não as
preparam para se protegerem de situações de violência sexual.
Além disso, os estudos mostram que crianças que conversam
abertamente com pais e educadores sobre sexualidade, e que têm
informações corretas sobre violência sexual, reprodução, méto-
dos contraceptivos e métodos de proteção das doenças sexual-
mente transmissíveis (DSTs), tendem a adiar a iniciação sexual, e,
quando a primeira vez acontece, são mais cuidadosas, protegen-
do-se da gravidez e das DSTs.

iii
O que uma criança de 7 a 12 anos é capaz de entender
sobre sexualidade?
Pelo menos três pontos são importantes que as crianças sai-
bam: como se geram os bebês; a possibilidade de as relações
sexuais levarem à gravidez, mesmo quando a menina não deseja
engravidar; a existência de doenças transmitidas pelas relações
sexuais.
A conversa deve ser franca e verdadeira. O mais importante é
que um canal fique aberto para que a criança procure informa-
ções com os pais e/ou professores(as) sempre que dúvidas ou
problemas aparecerem.
Caso tenha dúvida sobre alguma pergunta feita pela criança, o
melhor é dizer que não tem uma resposta para ela naquele mo-
mento. Informe-se melhor e volte com uma resposta logo que
tenha oportunidade.

Nunca minta para a criança sobre


sexualidade. Certamente, ela terá
chances de confrontar a resposta
mais adiante e poderá perder a cre-
dibilidade em você. No final deste
encarte, damos dicas de onde obter
mais informações para se embasar
para uma conversa com seus(uas)
filhos(as) ou alunos(as).

iv
O que é violência sexual?
Fala-se em violência sexual sempre que não há consentimento
de alguém para a interação sexual, em especial quando há uso
da força física ou assédio moral para a realização de práticas se-
xuais. No caso da criança, o Estatuto da Criança e do Adolescen-
te, lei que rege o cuidado e a proteção das crianças no Brasil, diz
que a criança é um ser humano em estado especial de desen-
volvimento e, portanto, não pode consentir certas coisas, como
é o caso da sexualidade. Assim, sempre que um adulto interagir
sexualmente com uma criança, configura-se uma situação de
violência sexual.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, mais conhecido como ECA,


foi criado para garantir os direitos de crianças e jovens em nosso
país.
A partir dele foram criadas medidas de proteção dos direitos funda-
mentais para pessoas entre 0 e 18 anos.
Apesar de os direitos das crianças estarem situados nas leis, o en-
volvimento delas em ações de cidadania é fundamental para a ga-
rantia e a ampliação de seus direitos.
Conheça o ECA e saiba mais sobre os direitos da Criança e do Ado-
lescente. Acesse a internet e digite:
www.unicef.org/brazil/pt/resources_10079.htm

v
Uma coisa puxa outra
Quando este material foi testado com crianças na escola, observou-se
que a primeira história faz com que elas se lembrem não só da
violência sexual, mas também de outras situações que envolvem
violência contra crianças (p. ex.: oferta e exposição ao uso abusivo
de álcool e outras drogas, violência física etc.). Assim, se isso acon-
tecer, aproveite e discuta com elas essas outras modalidades de
violência física e formas de proteção e denúncia.

Qual a diferença entre abuso e exploração sexual?


As duas são modalidades de violência sexual. Basicamente, a
diferença está na utilização ou não de trocas financeiras ou de
bens para a consecução de práticas sexuais. Ou seja, na explo-
ração sexual infantil há propostas de troca de bens ou dinheiro;
no abuso, não há.

Para se configurar violência sexual, é preciso haver


penetração?
NÃO. O ato de pedir a uma criança para tirar a roupa, com fins
eróticos, por exemplo, pode configurar a situação como violência
sexual. Inclusive, esse tipo de coisa é muito comum na pornografia
infantil, no uso de imagens de crianças despidas com fins eróticos.

vi
A violência sexual contra criança é crime?
SIM, é crime! O autor desse tipo de violência é punido com cadeia.
A pena pode variar de 2 a 30 anos de reclusão.

vi
Por que falar sobre isso na escola?
A escola se mostra como privilegiada na identificação e no trata-
mento de casos de violência sexual por seu contato próximo tanto
com a criança e o adolescente quanto com a família, além de estar
presente em suas vidas em um período de tempo significativo.

Como reconhecer que a criança está sofrendo vio-


lência sexual?
Há vários indicadores para isso. Alguns também estão presentes
em outros problemas que acometem a infância, em especial ou-
tras formas de maus-tratos. De todo modo, se você perceber al-
guns dos sinais a seguir, procure ajuda especializada. Ainda que
a criança não esteja passando por situação de violência sexual,
certamente estará precisando de algum tipo de ajuda.

Físicos

• DST;
• Gravidez;
• Dores na região abdominal e genital;
• Dores somáticas, como dor de barriga, cabeça, pernas;
• Infecções de garganta crônica e que não têm relação com
resfriados;
• Infecções urinárias.

Comportamentais

• Alterações de sono e apetite;

viii
• Queda no desempenho escolar;
• Dificuldade para se concentrar nas atividades diárias;
• Comportamento de “adultos”;
• Insinuação de atividade sexual;
• Gestos sedutores com adultos
• Deficits de linguagem e aprendizagem.

Emocionais

• Culpa;
• Vergonha;
• Autoestima baixa;
• Tristeza;
• Elevados níveis de ansiedade, medo e insegurança.

ix
Onde buscar ajuda?
Os profissionais de saúde e educação podem ajudar a identificar
situações de violência sexual ou, de forma ampla, maus-tratos.
Eles podem ajudar a socorrer crianças e famílias no enfrenta-
mento da questão, orientando como se deve proceder.
Outro importante recurso para o enfrentamento da violência se-
xual são os Conselhos Tutelares.

Os Conselhos Tutelares são órgãos responsáveis por promover os


direitos previstos pelo o ECA.
Cada Conselho é composto por cinco conselheiros, que, além de
criar estratégias para prevenir as violações dos direitos infantojuve-
nis, devem dar encaminhamentos adequados quando esses direitos
estão sendo violados, como em casos de discriminação, exploração,
negligência, opressão, violência e crueldade.

Quais os telefones dos Conselhos Tutelares de Cabo


de Santo Agostinho e de Ipojuca?
Cabo de Santo Agostinho
Centro do Cabo: Tel.: 3521-6774
Ponte dos Carvalhos - Tel.: 3522-2737

Ipojuca
Centro de Ipojuca - Tel.: 3551-1359
Distrito Camela - Tel.: 9251-1363
Distrito Nossa Senhora do Ó - Tel.: 3527-9039

x
ESTOU EM OUTRA CIDADE. ONDE PROCURAR O ENDEREÇO DE
CONSELHOS TUTELARES DA MINHA CIDADE?
Você pode consultar os endereços dos Conselhos Tutelares de
todo o Brasil no Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares, dis-
ponível no seguinte endereço da internet: <http://www.sdh.gov.
br/assuntos/criancas-e-adolescentes/programas/fortalecimento-
de-conselhos/cadastro-nacional-dos-conselhos-tutelares-1>.

Eu tenho medo de sofrer represálias por denunciar


situações de violência sexual contra crianças e ado-
lescentes. Existe alguma forma de fazer denúncia
sem a necessidade de identificação?
A Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal
criou o Disque 100. Com uma ligação de telefone ou celular para
esse número, é possível fazer denúncia de situações de maus-tra-
tos e violência contra crianças e adolescentes. O serviço funciona
todos os dias, das 8h às 22h (inclusive fins de semana e feriados),
e a ligação é gratuita. A pessoa que liga não precisa se identificar
– ninguém precisa saber quem fez a denúncia.
As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas, no pra-
zo de até 24h, aos órgãos de proteção, defesa e responsabiliza-
ção, priorizando o Conselho Tutelar.
Também é possível fazer denúncias pelo e-mail disquedenuncia&
sedh.gov.br e pelo site <www.disque100.gov.br>.
Este último canal é especialmente importante para realizar de-
núncias de pornografia infantil na internet.

xi
Como posso me preparar melhor para conversar com
meu(minha) filho(a) ou aluno(a) sobre sexualidade e
violência sexual?
Sugerimos que você consulte os materiais informativos que estão
disponíveis nos seguintes endereços da internet:
http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=1250
https://www.youtube.com/watch?v=UVlNOVG MWa0
http://www.dialogos.org.br

Este encarte faz parte da cartilha O Caderninho Azul.


É permitida a reprodução total ou parcial do texto,
desde que citados a fonte e os autores.

Distribuição Gratuita

Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana (LabESHU)


Av. Arquitetura, s/n, CFCH, 7o andar, Cidade Universitária
CEP: 50740–550, Recife/PE
Tel./Fax: (81) 2126-8273
Site: www.labeshu.com.br

xii
13
14
A História de
Camila

15
Essa é a história de Camila, uma menina de 8 anos. Camila
era uma menina muito alegre e vivia sempre brincando com
seus amigos na avenida perto de casa.
Em uma das vezes em que estava brincando, Camila co-
nheceu o Tio João, um senhor que tinha se mudado para o
bairro há alguns meses.

16
Tio João era sempre muito simpático com Camila e sempre
dava doces quando a encontrava na rua, e isso fez com que
ela achasse que o conhecia bem.
Depois de algum tempo, certo dia Tio João pediu para Ca-
mila ir à casa dele quando ela terminasse de brincar na rua,
pois ele queria lhe dar um presente. Camila ficou muito
feliz, pois gostava de ganhar presentes.

?
Qual o perigo de
ir à casa de uma
pessoa
desconhecida
dos pais só
porque ela lhe
prometeu dá
presentes?

17
Chegando lá, o Tio perguntou o que Camila gostaria de ga-
nhar de presente, e ela disse que queria ganhar um celular
que tirasse foto.
Tio João disse que compraria o celular para Camila se ela
fizesse algo para ele: ele queria que ela tirasse a roupa para
que ele tirasse fotos dela.
Camila ficou com medo e falou para o Tio João que não po-
dia fazer isso, porque o corpo dela era dela, e ela não podia
ficar mostrando para ninguém.
Tio João ficou muito cha-
teado e disse que nunca
mais daria presentes a
Camila se ela não fi-
zesse o que ele estava
pedindo.

18
?
Vocês sabiam
que a
proposta de
João para
Camila é
CRIME?

19
Foi então que Camila pensou e decidiu que iria avisar o pa-
pai e a mamãe sobre o que seu vizinho estava pedindo. Ela
saiu correndo da casa dele e foi direto para casa contar tudo
para sua mãe.
Fim.

20
?
Como as crianças podem fazer
para se proteger desse
tipo de situação?

21
Em Defesa dos
Direitos das Crianças

No Brasil, existe uma lei que foi cria-


da para combater situações como essa
e promover o bem-estar de crianças e
adolescentes. Ela se chama Estatuto da
Criança e do Adolescente. Essa lei proí-
be que as crianças sejam maltratadas
e orienta sobre como agir quando isso
acontece.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, mais conhecido como ECA,


foi criado para garantir os direitos de crianças e jovens em nosso país.
A partir dele foram criadas medidas de proteção dos direitos funda-
mentais para pessoas entre 0 e 18 anos.
Apesar de os direitos das crianças estarem situados nas leis, o en-
volvimento delas em ações de cidadania é fundamental para a ga-
rantia e a ampliação de seus direitos.
Conheça o ECA e saiba mais sobre os direitos da Criança e do Ado-
lescente. Acesse a internet e digite:

www.unicef.org/brazil/pt/resources_ 10079.htm

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Se você conhece alguém que esteja passando por situações
parecidas com as de Dudu e Camila, converse com sua pro-
fessora. Ela pode ajudar a resolver a situação entrando em
contato com o Conselho Tutelar.

Os Conselhos Tutelares são órgãos responsáveis por promover os


direitos previstos pelo o ECA.
Cada Conselho é composto por cinco conselheiros, que, além de
criar estratégias para prevenir as violações dos direitos infantojuve-
nis, devem dar encaminhamentos adequados quando esses direitos
estão sendo violados, como em casos de discriminação, exploração,
negligência, opressão, violência e crueldade.

Você também pode ligar de telefone fixo ou celular direta-


mente para o Disque 100 e denunciar. O Disque 100 é um
serviço da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Go-
verno Federal. A ligação é gratuita, e você não precisa se
identificar: ninguém ficará sabendo quem denunciou.

Conselhos Tutelares
Cabo de Santo Agostinho
Centro do Cabo: 3521-6774
Ponte dos Carvalhos: Tel.: 3522-2737
Ipojuca
Centro de Ipojuca: 3551-1359
Distrito Camela: 9251-1363
Distrito Nossa Senhora do Ó: Tel.: 3527-9039

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Se você está em outra cidade, você pode consultar os ende-
reços dos Conselhos Tutelares de todo o Brasil no Cadastro
Nacional dos Conselhos Tutelares, disponível no seguinte
endereço da internet: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/
criancas-e-adolescentes/programas/fortalecimento-de-con-
selhos/cadastro-nacional-dos-conselhos-tutelares-1>.

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Realização:

Apoio:

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