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O Caderninho Azul
INCLUI
ENCARTE PARA
PAIS E
EDUCADORES
Recife/PE
2015
Copyrigth @ Universidade Federal de Pernambuco, 2015
Catalogação na fonte:
Bibliotecária Joselly de Barros Gonçalves, CRB4 -1748
C122 O caderninho azul / Bárbara Castro... [et al.]. – Recife : Editora UFPE, 2015.
24 p. : il. – (Coleção Direitos sexuais: recursos para ações comunitárias).
Esta cartilha é um produto do programa Diálogos Suape.
Inclui encarte para pais e educadores.
(broch.)
1. Educação sexual para crianças – Suape (PE : Microrregião). 2. Crime sexual
contra as crianças – Prevenção. 3. Direitos das crianças. I. Castro, Bárbara. II.
Título da Coleção.
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
É permitida a reprodução total ou parcial do texto desta publicação,
desde que citados a fonte e os respectivos autores.
Sumário
Apresentação.................................................................. 5
O Caderninho Azul.......................................................... 7
A História de Camila....................................................... 15
Olá, pessoal!
Nós somos Gabi e Fábio, fazemos parte da equipe do projeto
Diálogos Suape e somos amigos da Bela, do Dudu e da Ca-
mila. Dudu e Bela moram no Cabo de Santo Agostinho, e
Camila, em Ipojuca, municípios da Região Metropolitana do
Recife, em Pernambuco.
Estamos aqui, neste Caderninho Azul, para contar sobre duas
situações difíceis que aconteceram com eles e que também
podem acontecer com outras crianças.
Resolvemos compartilhar com vocês o que aconteceu com
eles porque muitas vezes nós, crianças, não sabemos como
agir para delas nos livrarmos.
Vamos conhecer nossos personagens e suas histórias?
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O Caderninho Azul
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?
Isso deixava seus coleguinhas muito curiosos, principal-
mente Bela, que não entendia como uma criança podia ser
tão quieta e triste.
Ela tentava conversar, chamava para brincar, mas ele nunca
aceitava, preferia ficar lá sozinho com seu caderninho azul.
De tanto Bela insistir, um dia ele acabou aceitando conver-
sar com ela. A partir desse dia, eles se tornaram amigos,
mas o segredo do caderninho ainda continuava.
Até que um dia Dudu resolveu abrir o caderninho e revelar
para Bela seu tão misterioso segredo.
Dentro dele havia alguns desenhos e pequenos textos, como
se fosse um diário. Bela, por ser muito esperta, logo perce-
beu do que se tratava, pois seus pais já tinham conversado
com ela sobre isso.
?
?
O que será que os
pais de Bela já haviam
conversado com ela?
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?
O que você
acha que
estava
acontecendo
com Dudu que o
deixava tão
triste?
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Dudu contou que seu tio o chamava a um lugar escondido
para fazer umas brincadeiras que só adultos fazem.
Bela, então, começou a perguntar por que ele não tinha
contado antes. Por que não mostrava o caderninho para
seus pais?
Dudu logo respondeu que sentia muita vergonha e medo,
pois seu tio era muito grande e forte e dizia que, se ele con-
tasse para alguém, algo muito ruim iria acontecer.
Bela, então, ajudou Dudu a solucionar o problema: chamou
a professora e ele contou tudo o que estava acontecendo.
A professora Sandra o abraçou e disse que tudo ficaria bem,
que ele não se envergonhasse, pois não estava fazendo nada
de errado. Quem estava errando era seu tio.
Ela disse, ainda, que estava muito orgulhosa dele, pois tinha
sido muito corajoso em ter contado o segredo, e agradeceu
à Bela a ajuda.
Fim.
?
Você sabe por que
esse tipo de brincadeira,
entre adultos e crianças,
é proibido?
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INTEGRA A
CARTILHA
Encarte para
CADERNINHO AZUL
Educadores e Pais
Apresentação
ii
Qual a importância de falar sobre abuso e explora-
ção sexual infantil com as crianças?
Falar sobre isso é importante, pois ajuda a prevenir que crianças
e adolescentes sofram algum tipo de violência sexual.
iii
O que uma criança de 7 a 12 anos é capaz de entender
sobre sexualidade?
Pelo menos três pontos são importantes que as crianças sai-
bam: como se geram os bebês; a possibilidade de as relações
sexuais levarem à gravidez, mesmo quando a menina não deseja
engravidar; a existência de doenças transmitidas pelas relações
sexuais.
A conversa deve ser franca e verdadeira. O mais importante é
que um canal fique aberto para que a criança procure informa-
ções com os pais e/ou professores(as) sempre que dúvidas ou
problemas aparecerem.
Caso tenha dúvida sobre alguma pergunta feita pela criança, o
melhor é dizer que não tem uma resposta para ela naquele mo-
mento. Informe-se melhor e volte com uma resposta logo que
tenha oportunidade.
iv
O que é violência sexual?
Fala-se em violência sexual sempre que não há consentimento
de alguém para a interação sexual, em especial quando há uso
da força física ou assédio moral para a realização de práticas se-
xuais. No caso da criança, o Estatuto da Criança e do Adolescen-
te, lei que rege o cuidado e a proteção das crianças no Brasil, diz
que a criança é um ser humano em estado especial de desen-
volvimento e, portanto, não pode consentir certas coisas, como
é o caso da sexualidade. Assim, sempre que um adulto interagir
sexualmente com uma criança, configura-se uma situação de
violência sexual.
v
Uma coisa puxa outra
Quando este material foi testado com crianças na escola, observou-se
que a primeira história faz com que elas se lembrem não só da
violência sexual, mas também de outras situações que envolvem
violência contra crianças (p. ex.: oferta e exposição ao uso abusivo
de álcool e outras drogas, violência física etc.). Assim, se isso acon-
tecer, aproveite e discuta com elas essas outras modalidades de
violência física e formas de proteção e denúncia.
vi
A violência sexual contra criança é crime?
SIM, é crime! O autor desse tipo de violência é punido com cadeia.
A pena pode variar de 2 a 30 anos de reclusão.
vi
Por que falar sobre isso na escola?
A escola se mostra como privilegiada na identificação e no trata-
mento de casos de violência sexual por seu contato próximo tanto
com a criança e o adolescente quanto com a família, além de estar
presente em suas vidas em um período de tempo significativo.
Físicos
• DST;
• Gravidez;
• Dores na região abdominal e genital;
• Dores somáticas, como dor de barriga, cabeça, pernas;
• Infecções de garganta crônica e que não têm relação com
resfriados;
• Infecções urinárias.
Comportamentais
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• Queda no desempenho escolar;
• Dificuldade para se concentrar nas atividades diárias;
• Comportamento de “adultos”;
• Insinuação de atividade sexual;
• Gestos sedutores com adultos
• Deficits de linguagem e aprendizagem.
Emocionais
• Culpa;
• Vergonha;
• Autoestima baixa;
• Tristeza;
• Elevados níveis de ansiedade, medo e insegurança.
ix
Onde buscar ajuda?
Os profissionais de saúde e educação podem ajudar a identificar
situações de violência sexual ou, de forma ampla, maus-tratos.
Eles podem ajudar a socorrer crianças e famílias no enfrenta-
mento da questão, orientando como se deve proceder.
Outro importante recurso para o enfrentamento da violência se-
xual são os Conselhos Tutelares.
Ipojuca
Centro de Ipojuca - Tel.: 3551-1359
Distrito Camela - Tel.: 9251-1363
Distrito Nossa Senhora do Ó - Tel.: 3527-9039
x
ESTOU EM OUTRA CIDADE. ONDE PROCURAR O ENDEREÇO DE
CONSELHOS TUTELARES DA MINHA CIDADE?
Você pode consultar os endereços dos Conselhos Tutelares de
todo o Brasil no Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares, dis-
ponível no seguinte endereço da internet: <http://www.sdh.gov.
br/assuntos/criancas-e-adolescentes/programas/fortalecimento-
de-conselhos/cadastro-nacional-dos-conselhos-tutelares-1>.
xi
Como posso me preparar melhor para conversar com
meu(minha) filho(a) ou aluno(a) sobre sexualidade e
violência sexual?
Sugerimos que você consulte os materiais informativos que estão
disponíveis nos seguintes endereços da internet:
http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=1250
https://www.youtube.com/watch?v=UVlNOVG MWa0
http://www.dialogos.org.br
Distribuição Gratuita
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A História de
Camila
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Essa é a história de Camila, uma menina de 8 anos. Camila
era uma menina muito alegre e vivia sempre brincando com
seus amigos na avenida perto de casa.
Em uma das vezes em que estava brincando, Camila co-
nheceu o Tio João, um senhor que tinha se mudado para o
bairro há alguns meses.
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Tio João era sempre muito simpático com Camila e sempre
dava doces quando a encontrava na rua, e isso fez com que
ela achasse que o conhecia bem.
Depois de algum tempo, certo dia Tio João pediu para Ca-
mila ir à casa dele quando ela terminasse de brincar na rua,
pois ele queria lhe dar um presente. Camila ficou muito
feliz, pois gostava de ganhar presentes.
?
Qual o perigo de
ir à casa de uma
pessoa
desconhecida
dos pais só
porque ela lhe
prometeu dá
presentes?
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Chegando lá, o Tio perguntou o que Camila gostaria de ga-
nhar de presente, e ela disse que queria ganhar um celular
que tirasse foto.
Tio João disse que compraria o celular para Camila se ela
fizesse algo para ele: ele queria que ela tirasse a roupa para
que ele tirasse fotos dela.
Camila ficou com medo e falou para o Tio João que não po-
dia fazer isso, porque o corpo dela era dela, e ela não podia
ficar mostrando para ninguém.
Tio João ficou muito cha-
teado e disse que nunca
mais daria presentes a
Camila se ela não fi-
zesse o que ele estava
pedindo.
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Vocês sabiam
que a
proposta de
João para
Camila é
CRIME?
19
Foi então que Camila pensou e decidiu que iria avisar o pa-
pai e a mamãe sobre o que seu vizinho estava pedindo. Ela
saiu correndo da casa dele e foi direto para casa contar tudo
para sua mãe.
Fim.
20
?
Como as crianças podem fazer
para se proteger desse
tipo de situação?
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Em Defesa dos
Direitos das Crianças
www.unicef.org/brazil/pt/resources_ 10079.htm
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Se você conhece alguém que esteja passando por situações
parecidas com as de Dudu e Camila, converse com sua pro-
fessora. Ela pode ajudar a resolver a situação entrando em
contato com o Conselho Tutelar.
Conselhos Tutelares
Cabo de Santo Agostinho
Centro do Cabo: 3521-6774
Ponte dos Carvalhos: Tel.: 3522-2737
Ipojuca
Centro de Ipojuca: 3551-1359
Distrito Camela: 9251-1363
Distrito Nossa Senhora do Ó: Tel.: 3527-9039
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Se você está em outra cidade, você pode consultar os ende-
reços dos Conselhos Tutelares de todo o Brasil no Cadastro
Nacional dos Conselhos Tutelares, disponível no seguinte
endereço da internet: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/
criancas-e-adolescentes/programas/fortalecimento-de-con-
selhos/cadastro-nacional-dos-conselhos-tutelares-1>.
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