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Esta investigação aproxima-se de uma abordagem etnomusicológica e encontra-se inserida

particularmente nos Estudos de Jazz em Portugal, contribuindo para este campo disciplinar através
da exposição de novos universos de práticas e valores ligados ao domínio do Jazz em território
nacional. A interdisciplinaridade inerente à etnomusicologia permite com que este trabalho adote
ferramentas desde da Antropologia, aos jazz studies e aos popular music studies.

contextualização histórica – discurso etnográfico/história problema com observação participante –


discurso e experiências dos informantes – contextualização política

Os estudos sobre o Jazz na Terceira são escassos à excepção da obra publicada por João Moreira
dos Santos e António Rubio Jazz na Terceira:80 anos de história (2008), que embora não pertença
ao âmbito das ciências sociais e humanas mostra diversas fontes primárias imprescindíveis de serem
examinadas. Deste modo, poucos trabalhos etnomusicológicos e da antropologia sobre as regiões
insulares portuguesas se referem às práticas musicais locais modernas incidindo, por sua vez,
maioritariamente sobre o universo ritual da tradição e dos costumes rurais e a procura da construção
de identidades colectivas, neste caso a açoriana

Nota de rodapé: é fundamental pôr em confronto os estudos etnográficos feitos nos Açores (por
exemplo o etnógrafo musical Artur Santos sobre a música tradicional dos Açores), e particularmente
na Ilha Terceira, (ver por exemplo a extensa obra do intelectual, político e etnógrafo açoriano Luís
Ribeiro (1982))

Etnografias de práticas musicais modernas vs práticas musicais tradicionais

Música Tradicional Açoriana: A questão histórica de J.M. Bettencourt da Câmara


Confrontar os discursos e construções narrativas do jazz de jornalistas e divulgadores actuais com o
estudos da etnomusicologia
enquadrada o jazz como fenónemo da popular music e desenvolvimento de industrias musicais
quadro teórico relativamente ao cruzamento do historicismo e da etnomusicologia
autores da antropologia e sociologia – análise de práticas discursivas e a nível de influencia politica

artigo que compara o pensamento de bourdieu com o de becker – formação de estrutura e


competição entre agentes por capital, e, por outro lado, rede de relações de actores

Um dos problemas que surge no cruzamento de uma perspectiva etnomusicológica e histórica reside
da compreensão da utilização, por parte dos intervenientes, da construção de narrativas como
ferramenta antropológica.

não se trata de analisar cultura expressiva mas a reconstrução de narrativas e discursos sobre o Jazz
num plano de um contexto cultural e social, localizado e tendo em conta os processos mais
abrangentes nas políticas nacionais e internacionais assim como os desenvolvimentos das industrias
musicais ao longo desse tempo.

Martin Stokes – música africana definição; música híbrida

Reflexão sobre liberdade individual – agência; subjectividades; estrutura que condiciona

depois do quadro teórico é necessário um contexto histórico do Jazz em universo anglo-saxónico


pertencente aos primeiros anos de disseminação em massa e de alta exposição mediática e os
valores que estavam assentes nestas novas práticas – até aos anos 50 – industrias musicais

cruzamento entre o histórico (documentação, artigos, livros) e os discursos actuais dos indivíduos
retirados de entrevistas etnográficas - diferencia-se da etnomusicologia tradicional ou da
antropologia tradicional porque trata de práticas modernas (ver plano de trabalho) – e não se
enquadra na musicologia histórica tradicional

the merriam model, or at least its working out over the last twenty years, has tended to lead to an
emphasis on social processes and as a consequence alienated ethnomusicology from the concerns of
historical musicology.
Realidade interpretativa – Geertz – atitude positivista do investigador (storytelling in
ethnomusicological research) – colocar em questão as entrevistas compreendidas como um meio
para alcançar uma determinada realidade que o investigador deseja
Importante a vida dos informantes, o seu background e valores – paralelo com uma análise dos
valores transversais ao Jazz no passado na ilha Terceira
old and new (ethno)musicologies – timothy taylor

The next important disciplinary milestone was the rise of jazz studies in the 1970s, the
first potential ideological attack on historical musicology as a field. Most studies of jazz,
however, as many have noted, has been until fairly recently quite formalistic, not particularly
interested in questions of race, urbanism, social class, or, more broadly, culture in the
anthropological/ethnomusicological sense of the term. In other words, most jazz studies until
recently have adopted the methodologies and orientations of historical musicology, which,
strategically or not, was a way of legitimizing its subject. Jazz musicians make beautiful forms
that transcend the time and place in which they were written. Race, class—the social situation of
the musician generally—have no bearing on the study of this canon of masterpieces. In other
words, jazz studies has historically been quite (historical) musicological in orientation, not
ethnomusicological

And until recently, most ethnomusicologists are not trained to study complex societies
with hierarchical social systems, mass media, consumerism, etc. This has been changing as a
result of the increased interest by ethnomusicologists in popular musics, and in conducting
ethnographic research closer to home.
The major figure is probably Stephen Greenblatt, widely regarded as the
founder of a new approach in, yes, literary studies called the New Historicism. Greenblatt
frequently acknowledges his debt to Clifford Geertz.

The new historicism is an approach that


not only seeks to situate literary works in cultural/historical contexts, but also attempts to
uncover meanings in works that were contemporary at the time.

Como abordar os intervenientes – ferramentas da antropologia para abordar a memória


Considerações teóricas que moldam a investigação antropológica na memória social, o relembrar do
indivíduo e a interação destes processos nas representações e performances.
When we first learn to drive a car, for example, the series of movements needed do not easily flow
from one to the other, butwith time we learn to do them without reflection. At this point, the
activity of drivingfunctions as a “unitary mass” and cannot be analytically subdivided into
separate actionswithout losing the quality of the whole. It is the massed and unitary effects of
previousreactions that provide the basis for a new response while engaged in an activity
(Barlett)

políticas da memória – intersecção com o evento da Segunda Guerra Mundial e relação com o
Jazz- subjectividades tidas em conta ao mesmo da instrumentalização política e da segregação
racial inerente às práticas musicais de Jazz

estruturas que são naturalizadas no discurso histórico na própria descrição histórica – que outras
estruturas estão presentes na construção de identidades colectivas e individuais

ao contrário do que o luis refere que o Jazz apareceu primeiro na Ilha Terceira do que em
Portugal é representado pela demonstração da interligação identitária entre os americanos e
os terceirenses assim como demonstra uma legitimação associada a este estilo da identidade
colectiva terceirense (demonstrando as raízes profundas de identidade demarcadas pelos
largos anos de relação entre os americanos e os locais terceirenses a partir da base das Lajes e
por processos exteriores à mesma como a emigração – as comunidades açorianas são um
exemplo disso)

quando a própria obra de João Moreira dos Santos é servida de apropriação discursiva de narrativas
históricas legitimadoras sobre o Jazz na Terceira – texto de José Ribeiro Pinto

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