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Módulo 4

4.1. Medidas para


evitar resíduos nos
alimentos
Professor:
▪ Dr. Hamilton Humberto Ramos

Novembro/2021 1
Sumário
Módulo 1 Módulo 2 Módulo 4
1. Introdução 1. Nível de Intervenção 4.1. Medidas para evitar resíduos
▪ Na Fonte nos alimentos
2. Conceitos de Saúde, Risco e
Segurança ▪ Na Trajetória ▪Segurança do alimento &
▪ No Indivíduo segurança alimentar
3. Fatores Associados ao Risco
2. Qualidade de Equipamentos de ▪Limite Máximo de Resíduos
• Toxicidade
Proteção Individual ▪Período de carência
• Exposição
▪ Legislação Brasileira 4.2. Rótulo e bula de defensivos
4. Controle de Riscos ▪ Portarias 121 e 11.437 do agrícolas
• Métodos de Controle MTE
3. Seleção e Uso de EPI ▪Nova classificação
- Engenharia ▪ Vestimentas de Proteção toxicológica
- Administrativos ▪ Equipamentos ▪Nova comunicação GHS
- Individuais Complementares ▪Interpretando rótulos e
4. Limpeza e Manutenção
bulas
▪ Cuidados
▪ Responsabilidades ▪Primeiros socorros

2
Sumário (Módulo 4)
4.1. Medidas para evitar resíduos nos alimentos
▪ Segurança do alimento & segurança alimentar
▪ Limite Máximo de Resíduos
▪ Período de carência

4.2. Rótulo e bula de defensivos agrícolas


▪ Nova classificação toxicológica
▪ Nova comunicação GHS
▪ Interpretando rótulos e bulas
▪ Primeiros socorros
Qual a diferença?

SEGURANÇA SEGURANÇA
DO ALIMENTO ALIMENTAR
Garantia de qualidade do alimento
com estudos para estabelecimento Direito ao acesso a alimentos
dos limites de contaminantes em quantidade e qualidade
químicos, físicos e biológicos nutricional apropriadas

Sua falta pode gerar intoxicação Sua falta está ligada


alimentar, mal-estar etc. à fome crônica

Associada à disponibilidade
Associada à condição de permanente de alimentos e acesso
fabricação/ produção / higiene regular a todas as pessoas

Proteção ao direito humano


Proteção da saúde – redução à alimentação adequada
de enfermidades causadas
por alimentos contaminados
4
Ranking dos países FATOS
que mais& empregam
MITOS
defensivos agrícolas por área
500
Uso Total de Agrotóxicos em 2018 (US$/ha)
450
400
350
7o
300
250
200
7o
150
100
50
0
Espanha
França

Reino Unido

Austrália

Ucrânia

Rússia
Canadá
Alemanha

China

Tailândia
Brasil
Coreia

Argentina

Índia
Japão

Polônia

Vietnã
Itália

México
EUA

Phillips McDougall: Industry Overview – 2019 FAO (2018) 5


Ranking dos países FATOS
que mais& empregam
MITOS
defensivos agrícolas por ton de alimento

Uso Total de Agrotóxicos em 2018 (US$/ton de Produtos Agrícolas)


100

80

13o
60

40

13o
20

Tailândia
China
Coreia

México

Ucrânia
Polônia

Rússia
Japão

EUA
Itália

Brasil

Vietnã

Índia
Reino Unido

Espanha

Austrália
Alemanha

Canadá
França

Argentina

Phillips McDougall: Industry Overview – 2019 FAO (2018) 6


Ranking dos países que mais empregam
defensivos agrícolas por área (Kg/ha)

25º

Fonte: FAO 2018 7


Pesquisa e avaliação de defensivos químicos

DESCOBERTA DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO E REGISTRO


2 ANOS 8 ANOS 8 ANOS
160 MIL 200 A 300
MOLÉCULAS AVALIAÇÃO MAPA
MOLÉCULAS
PRODUZIDAS ANVISA E IBAMA
PRODUZIDAS
TESTES DE EFICÁCIA 5MOLÉCULAS SÃO SUBMETIDAS A PERMISSÃO DE
BIOLÓGICA E SEGURANÇA TESTES DE FORMULAÇÃO, ESTUDOS
TOXICOLÓGICOS E DE SEGURANÇA REGISTRO OU NÃO
AMBIENTAL

UMA MOLÉCULA É
SELECIONADA

DO INÍCIO DAS PESQUISAS TOTAL DE 18 ANOS


ATÉ A COMERCIALIZAÇÃO
Phillips McDougall , 2018 8
Evolução dos requisitos para o
desenvolvimento de novos produtos
Neurotoxicidade Genotoxicidade Neurotoxicidade
Demorada Mutagenicidade Demorada
- In vitro
Carcinogenicidade: - In vivo Estudos Ecotoxicológicos
NOEL-ADI Metabolismo em animais
Destino ambiental
Embriotoxicidade Degradação, mobilidade e vegetais
em solo Metabolitos
Teratogenicidade Resíduos
Reprodução em
Toxicidade Crônica duas gerações Teratogenicidade
Embriotoxicidade
Toxicidade Sub Toxicidade Sub
Oncogenicidade
Crônica Crônica Toxicidade Crônica Tox. Sub crónica
Toxicidade Aguda Toxicidade Aguda Toxicidade Aguda Carcinogênicidade

1950 1970 > 2000


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Limite Máximo de Resíduos

O Limite Máximo de Resíduos (LMR) é a quantidade máxima de resíduos de


agrotóxicos ou afins – oficialmente permitida no alimento – em decorrência da
aplicação em uma cultura agrícola, expresso em miligramas do princípio ativo por
quilo do alimento (mg/Kg).

Fonte: ANVISA. Link: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/acessoainformacao/perguntasfrequentes/agrotoxicos/agrotoxicos-em-


alimentos#:~:text=O%20Limite%20M%C3%A1ximo%20de%20Res%C3%ADduos,alimento%20(mg%2FKg). Acesso em 13/11/2021.

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Limite Máximo de Resíduo
Medido em Parte Por Milhão (ppm = mg/kg)

1 Km = 1.000 m = 1.000.000 mm

1 ppm = 1 mm em 1 Km

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Avaliação do Risco na Dieta
Crônica Aguda
Ingestão Diária Aceitável (IDA) Dose de Referência Aguda (DRfA)
Estudos
Quantidade de uma substância que Toxicológicos Quantidade de um substância que pode
pode ser ingerida todos os dias, ser ingerida em um único dia sem causar
durante toda a vida, sem causar nenhum efeito à saúde.
nenhum efeito à saúde.

Exposição
Resíduo O nível de exposição é aceitável em relação
(BPA)
Consumo a IDA ou DRfA?
(Dieta
população)
Sim Não

Propor LMR Refinar a avaliação ou mudar BPA

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Avaliação do Risco na Dieta

Somatória dos resíduos


transformados em %IDA não
pode ser superior a 100

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Monitoramento brasileiro de resíduos de agrotóxicos nos
alimentos é mais abrangente que o Europeu

BRASIL * PAÍSES NA EU** MONITORAMENTO PRODUTOS


BRASILEIROS EXPORTADOS
A segurança dos produtos vegetais
Amostras 4616 389 exportados pelo Brasil
é demonstrada pelos dados dos
Alimentos 14 10 sistemas de amostras e notificações
estabelecidos pelos países
Ingredientes importadores.
ativos 270 169
Na UE, o Sistema de Alerta Rápido
Não 41 amostras 4 amostras para Alimentos e Rações – RASFF –
conformidade (0,89%) (0,90%) em 2020, não identificou
inconformidades relativas
à presença de defensivos
*Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos –
PARA (ANVISA)–resultados 2019 (amostras coletadas 2017/2018) em produtos vegetais.
**Programa Europeu de Controle – 2019 (amostras coletadas RASFF, novembro 2020
2017/2018)
14
Período de Carência ou Intervalo de Segurança

▪ É o número de dias que deve ser respeitado


entre a última aplicação e a colheita.
▪ O período de carência vem escrito na bula
do produto.
▪ Este prazo é importante para garantir que
alimento colhido não possua resíduos acima
do limite máximo permitido.

Por exemplo: se a última aplicação do produto na lavoura de tomate foi no dia 2 de março e o
período de carência é de 11 dias, a colheita só poderá ser realizada a partir do dia 13 de março.

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Uso de defensivos agrícolas químicos no Brasil

1200 DOSE MÉDIA (g/ha) Fonte: Ray Nishimoto, 2019

1000
800
600
400
200
Ano de
Antes de 1969 1970 - 1979 1980 - 1999 1990 - 1999 2000 - Atual
lançamento

Para evitar resíduos acima do LMR nos alimentos é fundamental observar a dose
recomendada na bula do produto, assim como respeitar o período de carência.

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Módulo 4

4.2. Rótulo e bula


de defensivos
agrícolas
Professor:
Dr. Hamilton Humberto Ramos

Novembro 2021
Antiga Classificação Toxicológica

Extremamente
I tóxico

Altamente
TOXICIDADE
II tóxico

III Moderadamente
tóxico

Produto
IV tóxico

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Nova Classificação Toxicológica
Fatal se ingerido, em contato com a
pele ou inalado.

Idem. A diferença para categoria 1


é que permite um tempo de
exposição maior.

Causa intoxicação se ingerido, em


contato com a pele ou inalado.

Nocivo se ingerido, em contato


com a pele ou inalado.

Pode ser perigoso se ingerido, em


contato com a pele ou inalado.

Sem riscos ou recomendações

* Conforme Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA 294 de 2019.

Nova classificação toxicológica* de acordo com os padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS).

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Rótulo & Bula → Nova Comunicação GHS

1 Os pictogramas, palavra de advertência e frases de perigos


específicos, quando necessário, constam na coluna direita do
rótulo.
2 Defensivos químicos "Não Classificados” e defensivos
biológicos classificados na “Categoria 5” e “Não
Classificados” são isentos da inclusão da CAVEIRA na faixa
3 Produtos para a agricultura orgânica são dispensados da
inclusão da CAVEIRA e a cor da faixa é branca.
inferior do rótulo.
20
Rótulo

Pictogramas: Pictogramas:
para o preparo da calda para a
aplicação

Risco = f (toxicidade x exposição)


21
Rótulo

22
Rótulo

23
Métodos de controle do risco
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Operações Manuseio/Dosagem Aplicação Manual Aplicação Tratorizada

Líqui Gran Pó Grân Emba Isca Costa Gran Líqui Gran Term
do ulado mollh ulos lage granu l ulade do ulado o-
Equipamentos de
de ável WG m lada manu ira nebul
Proteção Individual
solo hidro al izaçã
sollú o
vel
Touca árabe ou capuz ● ● ● ● ● ●
Protetor de ouvido ● ●
Viseira facial ● ● ● ● ● ●
Respirador (máscara) ● ● ● ● ● ● (1) ●
Calça hidro-repelente ou de não tecido ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Jaleco hidro-repelente ou de não tecido ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Avental impermeável ● ● ● ●
Botas impermeáveis ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Luvas impermeáveis ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
(1) Pode ser necessário na aplicação com gotas finas ou muito finas e na aplicação de produtos voláteis.
Fonte: Adaptado de ANDEF (2001) 24
Rótulo & Bula → PICTOGRAMAS
ORIENTAÇÃO ATIVIDADE

Manuseio de formulações
líquidas
Calça e Avental Luvas Protetor Botas
Jaleco Facial Manuseio de formulações
sólidas

Aplicação de formulações
Respirador Respirador Óculos Boné Lave as mãos líquidas
Árabe
Aplicação de formulações
sólidas
CUIDADO

ARMAZENAGEM

Mantenha trancado e longe do


Peixes Animais Cuidado alcance de crianças
Veneno
25
Entendimento dos Pictogramas – CEA/IAC

100 Entrevistados em Diferentes Culturas (2009)

26
Rótulo

27
Rótulos & Bulas
INTERPRETANDO RÓTULOS E BULAS DOS AGROTÓXICOS
MAPA
• Informações técnicas sobre o
IBAMA produto e o fabricante ANVISA
• Precauções de uso e advertências • Precauções de uso e recomendações
quanto aos cuidados de proteção ao gerais, quanto a primeiros socorros,
ambiente antídotos e tratamentos, no que diz
• Instruções de armazenamento e respeito à saúde humana
transporte do produto, visando sua • Telefone dos centros de informações
conservação contra acidentes FRASES OBRIGATÓRIAS toxicológicas e da empresa

Faixa de Classificação Toxicológica


PICTOGRAMAS PICTOGRAMAS
• Preparo de calda • Aplicação

28
Rótulos & Bulas

29
Rótulos & Bulas

TAL

30
Rótulos & Bulas

31
Rótulos & Bulas

32
Rótulos & Bulas

33
Rótulos & Bulas

TAL

34
Rótulos & Bulas

35
Rótulos & Bulas

36
Rótulos & Bulas

37
Rótulos & Bulas

38
Rótulos & Bulas

39
Rótulos & Bulas

40
Rótulos & Bulas
INTERPRETANDO RÓTULOS E BULAS DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

• Além das informações do rótulo, a bula deve conter:


• Instruções de uso do produto
• Dose e época de aplicação;
• Intervalo de carência;
• Intervalo de reentrada;
• Informações sobre equipamentos de proteção individual;
• Informações sobre o destino de sobras de agrotóxicos e afins;
• Informações sobre destinação de embalagens vazias;

41
Rótulos & Bulas
INTERPRETANDO RÓTULOS E BULAS DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

• Além das informações do rótulo, a bula deve conter:


• Dados relativos à saúde humana;
• Mecanismos de ação, absorção e excreção para animais de laboratório ou
quando disponíveis, para o ser humano;
• Sintomas de alarme;
• Efeitos agudos e crônicos para animais de laboratório;
• Efeitos adversos conhecidos;
• Dados relativos à proteção do ambiente

42
Rótulos & Bulas
PROCEDIMENTOS EM CASO DE INTOXICAÇÃO

• Se mesmo com todos os cuidados uma contaminação ocorrer:


• Retire o trabalhador com sintomas de intoxicação do local ou retire a fonte de
contaminação de perto dele;
• Preste atendimento ao trabalhador de acordo com as instruções de primeiros socorros
descritas no rótulo ou na bula do produto;
• Dê banho com água corrente e vista roupas limpas no trabalhador, levando-o
imediatamente para o serviço de saúde mais próximo;
• Não se esqueça de mostrar a bula ou rótulo do produto ao médico ou enfermeira;
• Ligue para o telefone de emergência do fabricante para que o profissional de saúde que
estiver fazendo o atendimento receba mais informações sobre a toxicologia do produto
43
Obrigado!

Dr. Hamilton Humberto Ramos

E-mail: engenharia@iac.sp.gov.br
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