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C

sua experiência / escrita, busca o


A

Gabriela Ziegler
centro: “Pesquiso a mim mesma.
/ Pesco a essência / de mim L
mesma. / Peco a essência / E
de mim mesma. (...) / Pulo / I
o abismo / de mim mesma.” D
Os passos da poeta agora O

Caleidoscópio
beiram regiões mais densas do
S
existir, do ser, da linguagem; o
Eros, o logos da experiência;
C
versos que seduzem e assustam Ó
a um só tempo, tal a sensualidade P
e a riqueza de efeitos semântico- I
sonoros, que percutem, saltam nas O
páginas: “Esse sagrado segredo / O primeiro livro de Gabriela,
Agrado degredo / Viagens virgens “Por enquanto / Por um canto / Por
G encanto” (marco com barras para
/ E erros eróticos / (Ex)óticos /
Eu quero.” Com uma inquietude A realçar os versos-título), mostra
sã / insana que deixa perplexas as B a poesia escrita ao longo de sua
expectativas de doçura, os poemas R infância, repleto do lirismo de uma
reúnem procura de voz poética poeta criança - livro em que se podem
I
e tom investigativo, perquiridor; entrever ecos de leituras e requintes
E de construção não previsíveis em
busca da alma do que escreve,
L uma menina, numa poesia que
do que nela está inscrito e por
escrever; desejo de saídas, desejo
A afirma, de uma ou outra maneira,
de labirintos: “Não é estranho ser que escrever não é apenas uma
humano / As entranhas que o são Z questão de soltar a imaginação...
/ E n-t r a n h a s / Ex-tranhas I Aqui no Caleidoscópio, Gabi
/ Ex-tramas / Em chamas / move as lentes, dilata e quebra
E em cacos chispantes sua lírica
Estranhos sinais / Esparramados G
no limbo / Insignificantes / Vazios (quão acertado o nome do livro!);
/ Brutos / Espasmos espalhados e
L vigor e força de uma autora que
espelhados: / Escrever é preciso.” E sente, que se desvela, radicaliza
Paulo Siqueira R

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