Este documento discute como as imagens são essenciais para o jornalismo televisivo e como coletivos midialivristas como a Mídia NINJA usam imagens. Ele explora como essas organizações "devoram" e são "devoradas" por imagens, apropriando-se delas para transmitir notícias de forma diferente dos meios de comunicação tradicionais.
Este documento discute como as imagens são essenciais para o jornalismo televisivo e como coletivos midialivristas como a Mídia NINJA usam imagens. Ele explora como essas organizações "devoram" e são "devoradas" por imagens, apropriando-se delas para transmitir notícias de forma diferente dos meios de comunicação tradicionais.
Este documento discute como as imagens são essenciais para o jornalismo televisivo e como coletivos midialivristas como a Mídia NINJA usam imagens. Ele explora como essas organizações "devoram" e são "devoradas" por imagens, apropriando-se delas para transmitir notícias de forma diferente dos meios de comunicação tradicionais.
No âmbito telejornalístico, as imagens são o que mais importa. Aliadas ao som,
transmitem a mensagem com maior eficiência, se compararmos tal mídia ao rádio ou ao jornal impresso, por exemplo. No atual cenário de convergência midiática, tal recuso passou a ser um imperativo, imprescindível às transmissões, sobretudo via redes sociais. Nesse sentido, observa-se a atuação de diversas fontes de informação que não aquelas tradicionais. Norval Baitello Junior, em seu livro “A era da iconofagia: reflexões sobre imagem, comunicação, mídia e cultura”, trata do fascínio exercido pelas imagens com relação ao homem. Para ele, a relação humana com as imagens se da num duplo movimento de “devorar” e “ser devorado” por elas (BAITELLO JUNIOR, 2014, p.07). Sendo assim, é possível transportar a realidade das imagens para o modelo informativo do século XXI, quando os grandes conglomerados de comunicação deixam de estar no centro, como detentores máximos do poder de transmitir notícias, e passam a ter a concorrência de grupo menores, organizados conforme os recursos disponíveis, normalmente aqueles que emergiram juntamente com a Era Digital. Como exemplo do mencionado, os coletivos midialivristas, tal qual a Mídia NINJA, atuam com base nessa dinâmica apontada por Baitello Junior (2014). E mais: utilizam-se da notícia como “mercadoria”, mas não uma mercadoria qualquer (GENRO FILHO, 2012, p.146). “Devorar” e “ser devorado”, na atuação dos NINJA, são palavras que significam o processo produtivo do grupo. Além de as imagens veiculadas por eles serem deles próprios, há a aceitação com relação às imagens produzidas por terceiros, por “cidadãos comuns”, aqueles que estão alheios às técnicas de produção audiovisual, mas que estão completamente imersos na situação registrada. O “devorar”, no caso NINJA, consiste basicamente em apropriação acerca dos fatos do mundo, além da aglutinação com relação às imagens que lhe são disponibilizadas voluntariamente. Já o “ser devorado”, pressupõe também relação com esse ator que auxilia na elaboração de imagens, mas, em maior grau, diz respeito à estrutura “[...] de uma sociedade mediatizada, globalizada, teleidiotizada [...]” (BAITELLO JUNIOR, 2014, p.07). Para mais, relacionando tal contexto à ideia de Genro Filho (2012, p. 146) acerca do produto informativo, percebe-se que a notícia jornalística, reproduzindo fenômenos “tal qual são”, e resguardando sua forma singular e sua aparência básica, insinua a presença de uma “essência” singular, a qual se almeja constantemente nesse tipo de produção. Além do mais, na face desse “singular”, e nas feições daquilo que é particular, emerge o universal, mostrando-se em forma de alusões que se dissolvem antes mesmo de se formarem (GENRO FILHO, 2012, p. 146). Logo, aufere-se que o status semiótico das imagens, que garante a elas uma pluralidade de realidades, conforme as interpretações de cada indivíduo, contribuí para a famigerada repercussão daquilo que é produzido pelos NINJA (BAITELLO JUNIOR, 2014, p.63). Isso porque, diferentemente da mídia tradicional, o estabelecimento de relação entre o produtor e o receptor da informação – relação que até se confunde ao longo do processo –, se dá com base justamente nesse duplo movimento referido por Baitello Junior (2014). Tal situação é igualmente explicada por Patrick Charaudeau (2013) como sendo um “duplo processo de semiotização”, o qual consiste em significar o mundo, mediante o engajamento social por meio da linguagem. Em suma, o ato informativo com base em “devorar” e “ser devorado” (BAITELLO JUNIOR, 2014, p.07) pode representar, de forma um tanto simplista, o processo produtivo, reunindo todas as instâncias as quais atuem no sentido de produção imagética com objetivos de repercussão social. REFERÊNCIAS
BAITELLO JUNIOR, Norval. A era da iconofagia: reflexões sobre imagem,
comunicação, mídia e cultura. São Paulo: Paulus, 2014.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2013.
GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do