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Soluções: Educação Literária


Ficha 6
1. A primeira estrofe apela a uma dimensão temporal do passado, evidente em
expressões como “[…] frotas dos avós […]” (v. 2), numa referência aos marinheiros
portugueses do período dos Descobrimentos, e “[…] nómadas ardentes […]” (v. 2), numa
alusão às conquistas em África. Ao mesmo tempo, o “eu”, suportando-se historicamente
nestes elementos, projeta os portugueses – “Nós […]” (v. 3) – para um desígnio futuro – v.
3 –, como que revisitando o imaginário épico dos Descobrimentos.

2. O tom épico da primeira estrofe é evidente, por exemplo, através da utilização da 1.ª
pessoa do plural – “Nós […]” (v. 3) – da interjeição do verso 1 – “Ah!” – e da frase
exclamativa do verso 4.

3. Ao tom épico da primeira estrofe contrapõe-se o tom disfórico da segunda, em que


o sujeito poético caracteriza a cidade como um espaço despido de elementos da
natureza – “Sem árvores […]” (v. 6) – rodeado de paredes, como se fosse um “vale
escuro” de “muralhas” (v. 6), onde os habitantes gritam por “socorro” (v. 8). Deste
modo, o “eu” evidencia a contradição entre um desejo de evasão e um estado de
espírito negativo, influenciado pelo espaço que o rodeia.

3.1. Através da utilização da primeira pessoa do plural, o “eu” identifica-se com os


habitantes da cidade e evidencia empatia relativamente aos sentimentos que aquele
ambiente provoca neles.

4. O sujeito poético refere os bêbedos – “ […] uns tristes bebedores” (v. 12) –, os
guardas-noturnos – “ […] os guardas, que revistam as escadas,” (v. 17) – e as
prostitutas –“ […] as imorais […]” (v. 19).

5. Nos dois últimos versos, existe um antagonismo, na medida em que os habitantes


da cidade, oprimidos, procuram a libertação nos “ […] amplos horizontes […]” (v. 23),
mas encontram, apenas, a dor – “ […] fel […]” (v. 24).

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