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OS SEUS PRODUTOS
AVISO LEGAL
O QUE VOCÊ NÃO DEVE FAZER AO COLOCAR PREÇOS NOS SEUS PRODUTOS...........................05
PERCEPÇÃO DE VALOR..........................................................................................................................13
SUMÁRIO 03
Se você chegou nesse ebook, acredito que esteja interessado em abrir o seu próprio
negócio ou já trabalha por conta própria, e gostaria de aprender mais sobre como fazer
a gestão desse negócio, não é mesmo?
Uma das etapas mais importantes e, eu diria, fundamental, é aprender a colocar preço
naquilo que você está vendendo. Porque, se for para um negócio não te trazer algum
retorno financeiro (lucro), você sequer pensaria nesse negócio, concorda?
Você sabe colocar o preço certo nos seus bolos, doces, pães ou outros produtos que
esteja vendendo?
Será que seus bolos, doces, pães ou outros produtos estão muito caros ou muito
baratos?
Será que você está explorando o potencial máximo de valor do seu produto?
Essas são as dúvidas mais comuns entre as pessoas que estão iniciando (e algumas mais
experientes também) um negócio próprio, principalmente artesanal.
Por isso, elas acabam tendo muitas dúvidas e dificuldades pra definir um preço correto e
justo de seus produtos e acabam deixando essa tarefa pra depois.
Mas deixar essa tarefa pra depois pode ser muito perigoso ou até mesmo fatal para a
saúde financeira de qualquer negocio.
Por isso, se você está pensando em montar o seu negócio, fazer bolos, doces, pães ou
outros produtos para vender (ou até mesmo se você já tem um negócio, e quer
aprender como calcular os preços corretos) esse ebook irá esclarecer as principais
dúvidas sobre precificação e te ajudar a encarar de vez essa tarefa.
Antes de mais nada, vamos começar eliminando uma prática muito comum e um tanto
perigosa: Comparação de Preços.
A verdade é que muitas pessoas, tanto no começo do seu negócio ou até para as mais
experientes, têm o hábito de comparar preços como forma de definir o quanto vão cobrar
por seus próprios produtos.
Geralmente pensam algo do tipo “Fulaninha está cobrando R$x pelo seu bolo, então eu vou
fazer igual ou mais barato”.
Isso não está totalmente errado, mas está longe de ser o mais correto. Por quê?
Imagine que você começou a fazer bolos para vender e você NÃO fez uma pesquisa para
saber quem é o seu público, então não sabe o quanto ele pagaria pelo seu bolo.
Aí você vai nos famosos grupos do Facebook, onde milhares de pessoas trocam ideias sobre
seus negócios e faz a seguinte pergunta: “Pessoal, quanto vocês estão cobrando por um
bolo sem glúten?”
Depois de pegar algumas respostas você coloca o seu preço mais ou menos igual ao que te
disseram no grupo e começa a passar esse preço para seus clientes. E é aí que mora o
grande perigo!
Primeiro: Você não olhou os SEUS próprios custos, que podem variar de cidade pra
cidade, mercado pra mercado e de receita pra receita.
Consegue entender como essa diferença de preço, em um único ingrediente, pode ter um
impacto significativo nos seus custos? Imagina quando você compara todos os ingredientes
da sua receita...
O seu trabalho tem um valor e a sua empresa precisa ser saudável para conseguir gerar
caixa para manter seus custos e despesas e te dar lucro (sim, dinheiro no bolso!) E esse
lucro precisa ser definido e adicionado ao seu custo para a formação do seu preço.
Por isso, encontrar o preço certo para o produto que você está vendendo é um passo muito
importante para o sucesso e a saúde financeira do seu negócio.
Antes de eu te explicar como você deve fazer para definir o seu preço, você precisa
entender a diferença entre preço e valor. Vou colocar de uma maneira simples, pra grudar
na sua cabeça e você nunca esquecer, de tão importante que esse conceito é:
Preço é simplesmente o número que vai na etiqueta do seu produto, com valor
monetário impresso ali, ou simplesmente quanto uma pessoa vai desembolsar pra levar
o seu produto.
Valor é algo que acontece na mente da pessoa que está comprando o seu produto.
Acontece quando você paga mais caro e sai achando que valeu a pena. Já aconteceu
com você alguma vez de comprar algo que era muito mais caro, mas você sabia que
valia a pena?
Agora pra acabar de vez com as dúvidas, pense por um instante nessa comparação:
Valor é algo realmente mágico para aumentar seu lucro, mas não vem de graça! Então vale
pensar:
Não tem problema se você escolher ganhar no preço, afinal isso também é uma estratégia
válida (e muito usada por grandes marcas). Mas tenha em mente que para isso você tem
que reduzir ao máximo os seus custos e criar uma estratégia de vendas para aumentar
muito as suas vendas se quiser ter lucro.
Philip Kotler (o pai do Marketing moderno) separa a definição de preços em 6 etapas, onde
leva em consideração a demanda e a sensibilidade preços dos vários mercados existentes.
Mas, para calcular o preço dos seus produtos, podemos simplificar e separar em 3 passos
simples, que te mostro abaixo:
Você tem que conhecer muito bem o seu mercado e ter conhecimento (o mínimo que seja)
de como seus concorrentes atuam. Isso porque em um ramo que já existe a algum tempo o
público alvo tende a ter um preço médio do produto já estabelecido em suas mentes e com
certeza vão comparar você com seu concorrente.
A questão é: Em quem o seu público vai confiar o seu suado dinheirinho? E por quê?
Eu achei um artigo bem legal no site do SEBRAE, que fala sobre esse tema. Vou te deixar o
link aqui embaixo, se quiser dar uma olhada:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/aprenda-como-identificar-seus-
concorrentes,bf8b4cd7eb34f410VgnVCM1000004c00210aRCRD
Ingredientes das receitas, luz, gás, água, aluguel, manutenção dos equipamentos da
cozinha, impostos... Se você faz seus produtos de forma artesanal, não adianta ignorar, você
com certeza tem esses custos.
A questão chave é: Você sabe exatamente quanto gasta para produzir cada um desses
produtos? Se não sabe, então é hora de descobrir.
O primeiro passo é listar as despesas fixas e as despesas variáveis que você tem na sua
produção (em um caderno mesmo, ou uma planilha no computador), para saber
visualmente quanto você tem de custos que precisam ser cobertos com as suas vendas.
Apesar de o nome sugerir essa associação, as despesas fixas não necessariamente têm
valores intocáveis e fixos. A principal característica desse gasto é, na verdade, sua
periodicidade. Assim, em outras palavras, as despesas fixas são aquelas que ocorrem todos
os meses, e elas não têm necessariamente uma relação direta com a produção do produto
que você está vendendo. Ou seja, um volume maior ou menor de produção ou vendas, não
terá impacto direto neste gasto.
É muito importante lembrar que as despesas fixas ocorrem se você vender o seu produto
ou não (se tiver um faturamento ou não). Por isso você precisa levar ela em conta ao fazer
os seus custos e suas previsões, pra se programar financeiramente (tanto para os períodos
de altas nas vendas, como nas baixas), justamente porque essas despesas aparecem
sempre e devem, de qualquer forma, ser honradas.
Ao contrário das despesas fixas, as despesas variáveis são aqueles gastos que têm relação
direta com o seu negócio. Ou seja, elas dependem e variam de acordo com o volume da sua
produção e das suas vendas.
Por exemplo, se você vende bolos, a sua despesa com os insumos/ingredientes será
variável, porque quanto mais bolos você produzir, mais quantidade de ingredientes irá usar.
Da mesma forma, quanto menos produzir, menos ingredientes irá usar.
Por isso é muito importante que você esteja sempre atenta e calcule essas despesas, se
adequando às variáveis que podem acontecer, principalmente no aumento dos preços que
podem acontecer no mercado, que se não forem levados em consideração, podem reduzir
drasticamente o seu lucro.
- Insumos (todos os ingredientes que você utiliza para preparar suas receitas);
- Embalagens para a venda dos seus produtos;
- Impostos por venda do seu produto;
- Combustível/Fretes (se você faz entrega para seus clientes);
- Comissões sobre as vendas (se você paga um percentual do preço do seu produto para
outras pessoas);
- Manutenções não programadas (conserto em um forno ou outro equipamento que você
utiliza para fazer os seu produtos);
- Incidentes ou problemas na produção do seu produto que acabam gerando um gasto
inesperado ou Outras despesas/inesperadas que podem acontecer no dia a dia.
Depois que você entendeu seu mercado, quem são os clientes e concorrentes, como eles se
comportam e levantou todas as suas despesas, você tem que escolher um método de
precificação.
Muitas pessoas costumam utilizar o famoso método do MARKUP para precificar seus
produtos. Esse é o método mais “simples” já que é muito mais fácil estimar os custos do que
a demanda de um produto. O objetivo do Markup é encontrar um preço que cubra todas as
suas despesas e ofereça o lucro desejado.
Por exemplo, se você gasta R$ 5,00 para produzir uma unidade de bolo sem glúten e
pretende ter um lucro de 50%, o preço de venda vai ser de R$ 7,50
Dessa maneira, na teoria você garante que está cobrindo todos os custos envolvidos na
produção daquela unidade de pão.
PORÉM, ao fazer o markup desta forma, você pode acabar cometendo um erro muito
comum. Isso porque, o lucro de 50% acima, na verdade não é 50% e sim 33,3%
Se você considerar R$ 2,50 de lucro para um preço de venda de R$ 7,50 (ou seja, fazer a
continha de 2,50 dividido por 7,50 e multiplicar por 100) você chega em 33,3% de lucro o
que é bem diferente dos 50% que você achou que receberia.
Ah, mas isso ainda é lucro! Concordo, é lucro! Mas é viável pra você e para o negócio que
você deseja? É o que o mercado está praticando?
Em resumo, precificar o seu produto levando em conta o método do markup pode fazer
com que você venda sem considerar o poder de compra/aquisitivo do seu consumidor.
Produtos muito caros não encontram compradores (ou têm muitas dificuldades), enquanto
produtos muito baratos acabam comprometendo a sustentabilidade do negócio a longo
prazo, porque reduzem os lucros.
Ou, ainda, pode fazer com você tenha a ilusão de um percentual de lucro, quando na
verdade você está lucrando menos.
Lucro é a receita de vendas (valor das vendas) menos todos os custos envolvidos no
negócio. É o valor que sobra após você pagar todas as suas despesas, sendo ele utilizado
para reaplicar no negócio (comprar mais insumos, fazer melhorias, deixar uma reserva
para emergência, fazer algum investimento...) ou ainda aquele valor que vai para o seu
bolso.
Por exemplo:
Vamos supor que em um determinado período, você vendeu R$ 1.000 com seus
produtos. Esse foi o seu faturamento.
Nesse mesmo período, a soma de todas as suas despesas/custos fixos e variáveis
totalizou R$ 800
Desta forma:
Conhecendo sua margem de lucro você pode identificar facilmente quanto realmente irá
sobrar para o caixa do negócio após a venda do seu produto.
Utilizando o exemplo acima, você consegue saber que, a cada R$ 100 que entram de vendas
no seu caixa, R$ 80 serão usados para pagar todos os custos e sobram R$ 20 para o seu
bolso e para reinvestir no seu negócio, fazendo ele crescer.
Por isso, para você garantir que realmente esteja lucrando o percentual desejado, use o
método de precificação incluindo a Margem de Lucro.
Aqui entra o que eu te expliquei sobre a diferença de Valor X Preço. Se você entender
bem o conceito de cada um pode utilizar isso como vantagem competitiva.
No processo de compra dos seus clientes, existe a mistura de emoção e razão. O lado
emocional geralmente fala mais alto durante as decisões de compra e é isso que temos
que levar em conta aqui.
Marca
Qualidade
Atendimento
Experiência
Status
Quando você gera essa conexão com o cliente entregando valor, ele fica menos
propenso a te trocar pelo concorrente que cobra menos e não entrega isso.
Por isso, pra encontrar o “preço-teto” que o cliente está disposto a pagar, você precisa
pesquisar. Converse com o seu público, entenda suas necessidades, suas vontades, seus
desejos, quanto eles estariam dispostos a pagar pela experiência “X” que você está
disposto a entregar pra eles?
Depois disso, em posse de todas as informações que você conseguiu, faça o cálculo do
seu preço, incluindo sua margem de lucro desejada e compare com o “preço teto” (ou
seja, o preço que o seu cliente está disposto a pagar).
PERCEPÇÃO DE VALOR 13
Se o seu preço estiver dentro do esperado pelo cliente, siga em frente e boas vendas!
Se o seu preço estiver acima do esperado pelo cliente, faça uma análise dos seus
custos, veja o que consegue “enxugar”. Se não for possível, analise os impactos da
redução de sua margem de lucro e o que você poderá fazer para manter a saúde do seu
negócio.
Se o seu preço estiver abaixo do esperado pelo cliente, aumente o valor gradualmente,
e vá sentindo o comportamento de compra deles. Lembra do ditado: “quando a esmola
é demais, o santo desconfia”?
Produtos muito baratos do que o cliente está esperando, pode levar à conclusão
precipitada de que o produto não tem a qualidade que ele está esperando. Pense:
quantas vezes você deixou de comprar algo por chegar a conclusão de que não seria tão
bom, somente porque estava mais barato do que você esperava?
PERCEPÇÃO DE VALOR 14
Por isso, de nada adianta você querer praticar um preço que está fora do que vem
sendo praticado pelo mercado.
Especialistas indicam que, para manter uma empresa pequena saudável, a margem de
lucro deve ser em torno de 20%. Por isso, utilize essa margem como ponto de partida
para o seu negócio.
Comece calculando o seu preço com a margem de 20% e faça uma pesquisa de
mercado, para avaliar os preços dos seus concorrentes. Assim você poderá, caso
necessário, ajustar o seu lucro para ficar dentro do praticado pelo mercado (justo e
competitivo) e ainda ter uma margem para descontos com seus clientes.
Você, como empreendedor, trabalha com seus produtos artesanais principalmente para
ganhar dinheiro. Claro, existe a parte de trazer felicidade para as pessoas, gerar
experiências, e outras coisas.
Mas NUNCA se engane: o seu objetivo primário é ter lucro. E sempre deverá ser isso!
Só assim você vai conseguir ter caixa e vai conseguir fazer o seu negócio crescer.
O mínimo que se espera é que o retorno financeiro do seu negócio seja maior do que o
esforço e dinheiro investido.
O preço que você vai conseguir cobrar por seus produtos vai variar de mercado para
mercado, de região para região. Afinal, existem variações de preços em todos os lugares
e, o principal: algumas pessoas simplesmente pagariam mais para ter acesso a alguns
produtos, outras não.
Então, ao precificar o seu produto, tome muito cuidado, utilize todas as dicas desse
ebook e lembre-se:
Se você colocar uma margem de lucro muito alta, seu produto pode ficar caro
demais para a percepção de valor do cliente. Assim, você ficará muito fora dos
preços do mercado e não conseguirá fazer suas vendas (daí a importância de
conhecer o seu mercado e concorrentes);
Se colocar uma margem de lucro muito apertada, você vai ter dificuldades de lucrar
e gerar receita para fazer o seu negócio crescer (lembre sempre que: seu objetivo
primário é ter lucro, e um lucro saudável);
Junto com seus bônus você também está recebendo uma Planilha de Precificação para os
seus produtos! Ela foi preparada e pensada com muito carinho para facilitar o seu dia a dia!