}) ATRAÇÃQ E RETENÇÃO
A GENTENÃO
QUER SO COMIDA
Em tempos de mercado de trabalho aquecido, funcionários ficaram mais
n
exigentes e as empresas não sabem lidar com a nova situação RENATA AVEDIANI
om uma oferta de emprego historica-
mente inédita (a taxa de desemprego
está na casa dos 6%), os funcionários
das melhores empresas do Brasil es-
U
tão mais confiantes em sua capacida-
de de se recolocar e passaram a ser
implacáveis na avaliação da empresa
em que trabalham. O Guia VOCÊ S/A-EXAME -
As Melhores Empresas para Você Trabalhar em 2011
mostra que a satisfação com o trabalho e o bom rela-
cionamento com chefes, colegas e clientes, respec-
tivamente., são os principais fatores de retenção en-
tre os funcionários das 150 melhores empresas (veja
mais no quadro Por que eles ficam?). Se a organi-
zação derrapa nesses itens, corre sério risco de per-
der gente atualmente. ; As empresas precisam apren-
AS Melhores E m p r e s a s para Você T r a b a l h a r 2011
POR
der a lidar com empregados nesse novo cenário em que j
eles têm um poder de barganha maior e. portanto, são j
mais exigentes 1 ", diz o professor André Fischer, coor-
denador do Programa de Estudos em Gestão de Pes-
soas (Progep) e da Fundação Instituto de Administra-
ção (FIA) e um dos responsáveis pela metodologia da
pesquisa que deu origem a este Guia.
O histórico dos fatores que mais motivam os fun-
cionários, segundo a pesquisa, mostra que houve uma
mudança de comportamento provocada justamente pe-
lo aquecimento do mercado de trabalho. Desde o anu
passado, g u a n d o , a economia brasileirjLd&colou de vea,
a satisfação e a motivação aparecemJJ^nle_ile__^
res como liderança, aprendizado ou identidade. Na ava- |
liaçao de Fischer, isso é reflexo das condições favorá- \
veis ao empregado, que passa a assumir uma atitude J
 mais imediatista. "As pessoas querem saber o que as
empresas podem oferecer a elas agora, pois acompa-
nham as movimentações no mercado e não querem fi-
' car de fora", diz Fischer, da FIA. Em 2009^^010 de crise_
Hrínãnceira mundial,~quândo as condições desemprego
não eram tão boas, o fator que mais motivava um pro-
fissional a ficar na empresa era a oferta de programas
de aprendizado e desenvolvimento. . V
NumacomparaçãoTquandcTomercado detfícbairr
está favorável ao trabalhador, sua visão é de curto pra-
zo. Quando está desfavorável, o profissional mira mais
o longo prazo dentro da empresa e investe mais no de-
senvolvimento pessoal. "Quando o mercado de traba-
lho está menos aquecido, a preocupação do funcioná-
rio em manter o emprego atual é maior", diz Fischer.
O fator identidade, por sua vez, aquele que faz o fun-
cionário permanecer na empresa por causa da marca,
_joroduto ou prestígio no mercado, continua sendojim
ponto de atraçáo, mas não funciona como razão para
permanência. Ou seja, na entrada, é preciso se iden-
tificar com a proposta da companhia, mas não vai ser
por causa disso que um funcionário vai deixar de olhar
oportunidades fora se não se sentir satisfeito.
Nenhum dos fatores, no entanto, pode ser descui-
dado pela empresa. Com a balança pesando para o
seu lado, o funcionário sente-se no direito de exigir
o que bem entender. Em outras palavras, quer comi-
da, diversão e arte. tudo ao mesmo tempo. ''(Jomo as
* pessoas não estão mais submissas ao siuempregador,
um bom ambiente de trabalho e uma relação de con-
fiança entre empresae funcionario_s_ãD. pontos quejfa-
^ z e m a diferença hoje", diz o francês Jean Bartoli, filó-
sÕrõT"consullor de enípresas e professor da FIA e da
Fundação Getúlio Vargas (FGV).

que, ao longo dos anos. foi o principal fator de reten-

ção presente neste Guia. continua sendo importante.

Quando o mercado está favorável,

a visão do profissional é de curto
prazo. Quando está desfavorável,
êTêTnlra o longo prazo e investe
mais no desenvolvimento pessoa!

As M e l h o r e s E m p r e s a s p a r a V o c ê T r a b a l h a r 2011 • ~/5