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O que é carreira em Y?

Entenda o que é carreira em Y e descubra se este é o caminho que você deseja para o seu
futuro.

As expectativas dos funcionários e a Carreira em Y

Para entender como funciona a carreira em Y, é interessante ter uma


ideia geral do funcionamento do plano de carreira (ou da falta dele)
para os profissionais no passado.

Durante muitos anos, a carreira da maioria dos profissionais era


bem limitada e seguia um padrão linear. Com o tempo e as
promoções, a carreira iria se desenhando até que o profissional
assumia um cargo de gerência, liderando equipes e tomando
decisões estratégicas.

Nesse caso, as opções eram muito restritas e não existia a


possibilidade de um maior desenvolvimento profissional, ou seja, ou
você ocupava o cargo gerencial, ou continuava na mesma
situação, estagnado, ou ainda optava pela demissão e partia em
busca de novos desafios.

A falta de opções, ou de um desenho de plano de carreira apropriado


acarretava em alguns problemas, sobretudo na falta de treinamento e
habilidade dos profissionais para gerenciar equipe quando a
oportunidade de promoção surgia. Por muitas vezes, a aceitação do
cargo de gerência estava diretamente ligada aos benefícios, como
salário e status. Porém, nem todos os funcionários ficavam
satisfeitos com o novo rumo da carreira.
Percebendo o problema e a insatisfação, criou-se a visão de carreira
em Y. Mas como funciona este desenho de carreira?

Como funciona a Carreira em Y?

Na Carreira em Y, o profissional pode optar entre seguir para o cargo


gerencial ou escolher ser um especialista na área técnica de um
determinado setor.

Caso o profissional tenha aspirações gerenciais, pode dar


continuidade em seu plano de carreira habitual, podendo também
aperfeiçoar os conhecimentos. O profissional que deseja ser
especialista em determinado setor pode optar por ficar responsável
também por buscar soluções alternativas no desenvolvimento de
produtos, projetos ou pesquisas.
Muitos empreendimentos incentivam o estudo continuado com pós-
graduações e MBA.

Características da Carreira em Y

Um dos fatores que alavancaram o surgimento da Carreira em Y foi a


necessidade de inovação e a conquista da vantagem competitiva da
organização, fazendo com que o conhecimento técnico fosse
valorizado.

Assim, houve a necessidade de “criar” uma nova função para


aqueles profissionais de destaque, com alto grau de conhecimento
técnico, que gostam realmente de colocar a mão na massa e que
sabem propor novas soluções para os mais variados problemas, com
o status e a remuneração proporcional aos gerentes.

Dessa forma, profissionais talentosos e com alta capacidade são


aproveitados onde realmente são bons, contribuindo ainda mais com
a organização e se sentindo ainda mais valorizados.

Esse modelo de carreira é chamado de Y, que de nada tem a ver com


a “Geração Y”. O termo Y é ligado apenas ao formato da letra que
demonstra um caminho linear até o ponto em que há a bifurcação,
indicando a possibilidade de escolha entre um caminho ou outro.
Para quem é indicada a carreira em Y

A carreira em Y é indicada, principalmente, aos profissionais que


possuem vasta bagagem de conhecimento teórico e prático, gostam
de participar do desenvolvimento das atividades técnicas da
organização e possuem visão inovadora.

Além disso, é ideal para os profissionais que não sabem lidar muito
bem com liderança de equipes, como motivação ou inspiração. O
profissional que opta pelo caminho técnico na carreira em Y é
conhecido como especialista e se encontra no mesmo nível de um
cargo gerencial, tanto em status quanto na questão salarial.

O fisioterapeuta Wellington Yamaguti, de 35 anos, começou a


trabalhar no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em 2005.
Wellington entrou como fisioterapeuta na área assistencial, até ser
promovido a sênior em 2010. Sua paixão, no entanto, sempre foi
estudar.

Fez mestrado e doutorado, paralelamente à carreira no hospital, para


atuar com ensino e pesquisa. Hoje, é líder na área de
desenvolvimento de reabilitação do hospital. Além de ser um
especialista, Wellington é responsável por coordenar ações de
treinamento educacional em diversas equipes do hospital.

Esse papel, que não fica nem na ponta técnica nem na ponta de
gestão, se encaixa em um conceito que as empresas estão difundindo
por aí: a carreira em W.

Basicamente, essa modalidade é uma alternativa à carreira em Y, na


qual os profissionais têm duas opções: seguem ou como especialistas,
ou como gestores. A nomenclatura engloba as duas coisas. O que
significa que um técnico não precisa mais deixar de colocar a mão na
massa para se tornar gestor (geralmente de equipes e durante
projetos específicos).
Isso vai ao encontro da necessidade de as empresas se tornarem
mais eficientes e não perderem profissionais por falta de uma maneira
de recompensá-los pelo bom trabalho. “As empresas precisam se
tornar mais flexíveis”, diz Anderson Sant’Anna, professor da Fundação
Dom Cabral, escola de negócios de Minas Gerais.

Mas esse tipo de atuação tem suas particularidades e, em muitas


companhias, a prática já existe informalmente, mesmo sem a
nomenclatura.

DÚVIDAS NO CAMINHO

Esse tipo de atuação ainda gera dúvidas nos profissionais. Porque,


mesmo sendo uma mistura de gestão com especialização, muitos
técnicos não têm certeza sobre se querem ou não ser líderes — ainda
que mantenham suas funções mais práticas. “É preciso ter muita
clareza sobre as funções para que as expectativas não se frustrem”,
diz Márcia Boessio, de 42 anos, coordenadora de enfermagem do
Sírio-Libanês, que supervisiona a formação das enfermeiras. Por isso,
é importante, na hora de uma promoção, entender exatamente quais
serão as novas atribuições e como será o equilíbrio entre gestão e
parte prática. “A empresa precisa apoiar e acompanhar o profissional
nas exigências de cada área, senão não dá certo”, afirma Márcia.

REVISÃO DE CONCEITOS

Há ainda o mito de que, para ser bem-sucedido, é necessário ter uma


carreira gerencial a qualquer custo. Mas, dependendo de seu perfil, a
gestão não é o melhor caminho — porque não dá, de fato, satisfação
pessoal. “O brasileiro tem de ver com outros olhos o crescimento
lateral”, afirma Denise Delboni, professora da Fundação Getulio
Vargas de São Paulo. “Crescer em W é aumentar a empregabilidade
e, também, o repertório pessoal.”

NOVAS HABILIDADES

Mesmo mantendo o trabalho de técnico, um profissional que passe


para a carreira em W terá de desenvolver competências específicas
de liderança de pessoas, como gestão de relacionamentos
interpessoais, feedback e tomada mais rápida de decisões. Esse foi
um dos desafios de Fernando Silva, de 26 anos, responsável pela
área de logística da Embraco, fabricante de compressores de Santa
Catarina. Formado em engenharia, ele teve de trabalhar pontos que
nada tinham a ver com sua formação. “Percebi que, nessa nova
função, precisava melhorar minha confiança”, diz Fernando. Isso
porque outro desafio dos técnicos-gestores é pensar na empresa
estrategicamente e, assim, tomar decisões mais abrangentes. “Na
carreira antiga era difícil manter as questões alinhadas com as dos
especialistas em outras áreas. Agora é bem mais fácil”, afirma
Fernando.

AUMENTO DO RECONHECIMENTO

Do lado das empresas, a carreira em W é uma maneira de reconhecer


e aumentar a sensação de satisfação dos técnicos. “Os líderes de
projeto precisavam de estrutura”, diz Lorena Viscomi, líder de recursos
humanos da Embraco. Do lado dos profissionais, a mudança pode
servir para dar novo fôlego ao trabalho, como ocorreu com Sandro
Osni Bunch, de 52 anos, especialista em compras da Embraco, há 30
anos na empresa. “Eu me sinto desafiado a atingir outros resultados”,
diz Sandro. “A maneira como atuo não mudou, mas a régua é
diferente e tenho mais clareza sobre o que a empresa espera de meu
trabalho.”

MAIS PRESSÃO

Ao mesmo tempo que há uma quebra de paradigmas com esse tipo


de carreira, é possível que os profissionais se sintam mais
pressionados. “A pressão aumenta, pois um excelente técnico nem
sempre aguenta ou quer desenvolver atributos relacionais”, afirma
Anderson Sant’Anna, da Fundação Dom Cabral. Outro ponto delicado
é que nem sempre as empresas recompensam o aumento da
complexidade do trabalho — e aí surge a sensação de que as
atribuições cresceram, mas o salário continuou o mesmo. “É preciso
fazer ajustes e formalizar as competências para garantir a
compensação salarial”, afirma Denise.

Plano De Carreira Nas


Organizações
Plano de Carreira nas empresas

A elaboração de um Plano de Carreira é vista como uma etapa essencial para o


desenvolvimento dos colaboradores em uma empresa. É a estratégia mais eficiente para
que, tanto a organização quanto seus funcionários possam ter uma visão de curto, médio e
longo prazo a respeito das possibilidades de crescimento de ambos, um plano estratégico
interfere desde a motivação da equipe até a redução da rotatividade, com isso aumentando a
produtividade. O principal objetivo de um plano de carreira é reter talentos presentes nas
corporações.

O planejamento de carreira possibilita o trabalho do autodesenvolvimentos de cada


colaborador, oferecendo espaços além de delimitar as possibilidades frente ao crescimento e
amadurecimento profissional, preparando seus sucessores, principalmente, para as posições
estratégicas, otimizando sua competitividade e capacidade de atuação no mercado. Aqueles
que possuem este planejamento se tornam mais focados em seus objetivos, agem mais
rápido, são mais dedicados, buscam maior conhecimento e trabalham melhor em equipe.
O Plano de Carreira é considerado um plano estratégico para a empresa, visto que
possibilita uma definição do potencial do individuo e da equipe programando o tempo
necessário para que os objetivos e metas sejam alcançados.
É importante que o Plano de Carreira agrupe os interesses da empresa com os dos seus
colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento de ambos, devendo ser regulado
conforme os princípios éticos, missão, visão e valores da organização. É imprescindível que
os gestores do setor se preparem constantemente e estejam sempre prontos para desenvolver
boas políticas de crescimento e desenvolvimento dentro das organizações, além de estarem
atentos ao comportamento humano interno e externo para poder auxiliar nos planos de
carreira.

O Plano de Carreira tem como missão a potencialização e a atuação dos colaboradores na


empresa, fazendo com que eles estejam mais motivados, aumentando a produtividade, com
isso, se desenvolvendo e ficando cada vez mais tempo no empreendimento. Pode-se
concluir que deve-se dar importância à elementos, como função, cargo, descrição do cargo,
requisitos, valor relativo e absoluto, estrutura de cargos e mercado de trabalho, para que se
possa estabelecer de forma coerente a especificidade de cada cargo/função.

Aline Telmo

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