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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1. Meritocracia é um termo que relaciona os conceitos de poder e de mérito de modo a


que o poder seja atribuído consoante o mérito individual. Esta notícia é uma forma nua
e crua de falar sobre como a meritocracia está presente no quotidiano. Um termo que
muitos nunca ouviram falar, mas é após esta leitura que percebemos, afinal não é
assim tão correta a forma como o poder está distribuído dentro da nossa sociedade. 
Como o título indica, “Meritocracia: quando o elevador social avaria” o que aconteceria
se este elevador social não avariasse? E se a meritocracia fosse implementada de
forma exímia, que mudanças aconteceriam na nossa sociedade? Por vezes
consideramos que o nosso esforço e dedicação são suficientes para ascender
socialmente, para alcançar os objetivos e chegar ao topo do poder, mas nem sempre
foi ou será assim, as oportunidades que nos são dadas ou retiradas farão toda a
diferença.
Uns têm mais facilidade do que outros para alcançar o poder; não são,
necessariamente, os mais esforçados, trabalhadores e superiores intelectualmente
que vão alcançar o topo.
A meritocracia é sinónimo de avaria do elevador social, uma vez que, com a existência
desta, a ascensão ao poder será justa e equilibrada, ao invés de facilitada para certas
classes sociais. Podemos interpretar esta comparação de meritocracia a um elevador
avariado porque um elevador é utilizado para facilitar a nossa deslocação, uma vez
avariado será mais difícil o acesso a pisos superiores, logo teremos que enfrentar mais
desafios para lá chegar, seja através de escadas, ou outro acesso mais complexo.
A meritocracia vem neste caso pôr uma “avaria” a este elevador que facilita a
ascensão apenas a indivíduos selecionados, tornando o acesso ao topo do poder
igualitário e universal.

2.Esta notícia contém uma frase que pode ser utilizada como base para uma boa
reflexão, a frase é a seguinte “Desejamos acreditar que “cada um tem aquilo que
merece”, mas os factos contam outra história: as capacidades e esforço individual
pouco podem contra a falta de oportunidades” (Teixeira, 2020). Desde pequenos que
nos é incutido que todos têm o que merecem, mas infelizmente, alguns por melhores
que sejam não conseguem obter o que merecem por falta de oportunidades,
oportunidades estas que na maioria das vezes nem dependem deles, mas sim de
terceiros.
A reprodução social é a passagem de costumes de geração em geração e existência
de uma pressão por parte da família e escola, para alcançar objetivos predefinidos.

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Por exemplo, filhos de pais analfabetos tem menos chances de chegar ao poder, pois
segundo a reprodução social devem seguir as pisadas dos pais. “Os pais dos mais
privilegiados também devem ensinar o valor da compaixão e enfatizar que qualquer
um de nós poderia ser menos afortunado se alguns acontecimentos que não
controlamos tivessem sido diferentes.” (Teixeira, 2020).
Ainda dentro do assunto temos a diferenciação social de classes, que é a separação
da sociedade em classes consoante as suas condições históricas, económicas e
financeiras - consoante o seu estatuto social. Estas classes podem ser privilegiadas e
não privilegiadas; desde os primórdios da história que a sociedade era estratificada,
contendo a base da pirâmide os mais pobres e o topo os mais afortunados.
Relacionando com reprodução social, as classes sociais são pré estabelecidas à
nascença dependendo dos ascendentes, por exemplo, em alguns países como a Índia
ainda funciona o sistema por Castas o que causa grande alvoroço e problemática “Era
também mister explicar como era que as castas, não passando de uma convenção
social, permaneciam imutáveis, cristalizadas no decorrer do tempo, furtando-se à
influência das inflexíveis leis de evolução — à tendência universal da renovação
social.” (Marcarenhas ,1924), porque mesmo com a evolução universal para defesa da
igualdade e prevalência do respeito pelos direitos humanos, este tipo de convicções
nunca foram barradas ou desmistificadas.
Com certeza que estes tipos de diferenças sociais irão levar à exclusão social, ou seja,
a uma exclusão das classes sociais problemáticas, pobres, minorias, marginalizados,
toxicodependentes, desempregados.
A sociedade é capaz de nos mostrar que devemos dar valor ao nosso mérito mas
também a quem nos ajudou a alcançar um futuro melhor, como está evidente na
noticia, um professor universitário fez uma experiência na qual “(…)pediu a três grupos
de pessoas que enunciassem algo bom que lhes tivesse acontecido na vida. Aos
participantes do grupo 1 não fizeram mais perguntas, aos do grupo 2 pediram uma
lista de três coisas que eles próprios tivessem feito para que essa coisa boa se tivesse
concretizado, e aos do grupo 3 pediram uma lista de três coisas que outras pessoas
fizeram para contribuir para isso.” Após receberem um valor simbólico pela
participação, o qual poderiam doar parte ou todo para uma instituição, concluiu-se que
o grupo 3 que referenciou coisas que os outros fizeram para contribuir para o seu
sucesso foram os que mais doaram.
Em suma, para haver uma sociedade evoluída e justa é necessário dar valor a quem o
merece, apelar ao poder justo e distributivo onde o mérito é o principal fator de
seleção. Aprender a reconhecer o nosso mérito, mas também o apoio de quem nos
ajudou a alcançar o topo.

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Bibliografia

Abrantes, P. (2011). Revisitando a teoria da reprodução: debate teórico e aplicações


ao caso português, Análise Social, 46(199), 261-281.

Alvino-Borba, A., & Mata-Lima, H. (2011). Exclusão e inclusão social nas sociedades
modernas: um olhar sobre a situação em Portugal e na União Europeia, Serviço Social
& Sociedade, 106, 219-240.

Mascarenhas, C. (1924). As Castas da India. Imprensa Nacional de Jaime


Vasconcelos

Teixeira, S. (2020, novembro 5). Meritocracia: quando o elevador social avaria.


Notícias Magazine. https://www.noticiasmagazine.pt/2020/meritocracia-quando-o-
elevador-social-avaria/estilos/comportamento/255984/

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