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UNIDADE CURRICULAR: Educação e Equidade na Sociedade Contemporânea

CÓDIGO: 11012

DOCENTE: Marta Abelha

NOME: Ricardo Jorge Almeida Coelho

N.º DE ESTUDANTE: 2300383

CURSO: Licenciatura em Educação

DATA DE ENTREGA: 04-11-2023

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1.1. Comente, nomeie, relacione, exemplifique e explicite de que forma o vídeo


remete para os conceitos discutidos no artigo de Seabra (2009).

Após a visualização do vídeo, podem retirar-se diversas conclusões das quais


saliento a problemática das Desigualdades Escolares e Desigualdades Sociais. Da
mesma forma que, a desigualdade escolar se alarga e vai abrindo brechas cada vez
mais profundas, estas no futuro serão maiores e, por conseguinte, repercutir-se-ão em
questões de desigualdades sociais. No vídeo, constata-se que os alunos, para
alcançarem o objetivo não tiveram, como premissa, a igualdade de oportunidades, pois
os da frente com um campo de visão mais alargado, conseguiram atingir o objetivo com
facilidade, uma vez que nada os distraiu tendo apenas como visão o "caixote do lixo".
Em contrapartida, os alunos posicionados nas filas detrás, tiveram diversos obstáculos
que dificultaram o alcance do objetivo, tais como a distância existente entre eles e o
caixote e ainda estarem alunos sentados à frente.

A escola e consequentemente a sociedade, só alcançarão o objetivo maior quando


conseguirem encurtar a distância entre classes sociais e existir igualdade de
oportunidades no acesso à aprendizagem de forma a que cada indivíduo possa
desenvolver as suas capacidades e assim melhorar a sua condição social. Infelizmente,
ainda estão muito distantes dessa realidade, tal como refere o artigo de Seabra (2009);
páginas 81 e 82; “podemos afirmar que a escola tem penalizado os alunos cujas famílias são
pouco escolarizadas e desempenham profissões consideradas socialmente como subalternas,
os alunos negros, os que vivem em meios rurais e do interior ou em condições de habitação
degradada (no centro das cidades ou nas periferias destas, conforme a dinâmica urbana dos
países em causa) e, ainda, os alunos do sexo masculino.”

Como forma de combater a problemática do ensino e permitir o seu acesso, a fórmula


encontrada pelos decisores públicos, foi a de garantir as condições de acesso e a
frequência da escola pública, instituindo a sua gratuitidade e posteriormente, a sua
obrigatoriedade. Numa primeira abordagem, não houve a preocupação de criar
condições para a igualdade de oportunidades, mas a de garantir a todos o acesso à
instrução elementar.

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Hoje, com a obrigatoriedade do ensino até aos 18 anos, instituída por decreto1, há
ainda muitas desigualdades e lacunas a combater e muito caminho a percorrer, uma
vez que ainda não obedece aos princípios da equidade e não consegue adaptar a
aprendizagem à situação individual do aluno; tal como refere Seabra (2009) “Condorcet,
Marquês de, um dos mais acérrimos promotores da estatização da escola, defende, em 1792,
que a escola deve permitir a “qualquer criança, em função das suas próprias capacidades, chegar
à melhor situação social possível, onde os critérios de seleção e de orientação são por isso
intrínsecos à personalidade do aluno e não sofrem o efeito da origem social”

Por fim e a título de resumo, o vídeo deixa pistas sobre o privilégio que é ter acesso
à educação superior e o poder que daí advém. Poder este, que deverá ser utilizado para
alcançar grandes feitos individuais, mas também e ao mesmo tempo para dar a
capacidade de defender os direitos e oportunidades dos que estão “sentados nas
cadeiras mais atrás”.

1.2. Reflita, relacionando de modo fundamentado, de que forma o jogo do cesto


de papeis pode ser considerado uma metáfora para a desigualdade social.

O jogo do cesto de papeis é uma atividade dinâmica que prova definitivamente que
nem todos têm as mesmas oportunidades e pode ser usado para ilustrar a desigualdade
social. Neste jogo, os participantes, neste caso alunos, estão sentados nos seus lugares
habituais, uns logo à frente, outros na fila logo a seguir, e consecutivamente até aos que
estão ao fundo da sala. É colocado um cesto de papéis à frente da sala, por baixo do
quadro, e cada aluno recebe um pedaço de papel, que deve tentar colocar no cesto.
Aqueles que estão na fila da frente e consequentemente mais próximos do cesto têm
uma probabilidade maior de acertar, enquanto os que estão mais distantes têm uma
probabilidade menor. Assim, o jogo do cesto de papeis ilustra como as pessoas são
distribuídas de maneira desigual na sociedade com base nas suas origens,
circunstâncias e oportunidades.

Nesta descrição, através do uso da metáfora Posição Inicial ou a Proximidade do


cesto identifica-se a desigualdade social. A posição inicial representa a classe social à
qual um determinado indivíduo pertence, ou um local de nascimento (país), ou ainda
indivíduos que nascem em circunstâncias privilegiadas. Assim como no jogo, algumas

1
Constituição da República Portuguesa, artigo 74.º, n.os 1 e 2, a) e b); Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro, alterada pela Lei n.º 16/2023,
de 10 de abril; Lei n.º 85/2009, de 27 de Agosto, alterada pela Lei n.º 65/2015, de 3 de junho; Decreto-Lei n.º 3/2008, de 18 de
Janeiro; Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 62/2023, de 25 de julho; Decreto-Lei n.º 176/2012, de
2 de Agosto

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pessoas nascem com privilégios devido a esta posição inicial, ao passo que outras,
distantes do cesto, sem esse benefício vêm-se obrigadas a ter uma determinação maior
para atingir o objetivo. Como referido anteriormente, os indivíduos deste grupo têm
menos oportunidades e uma menor probabilidade de sucesso.

Outra metáfora presente no jogo é a das Oportunidades Desiguais. Nesta situação,


os que se encontram mais próximos do cesto têm maior probabilidade de acertar nele,
o que pode ser visto como uma representação das oportunidades desiguais na
sociedade, isto é; aqueles que nascem numa posição social privilegiada têm mais
chances de alcançar os objetivos e de subir socialmente.

Por fim, a Perceção do Mérito. Os que acertam no cesto acreditam que o


conseguiram devido às suas capacidades, ignorando a sua Posição Inicial (ou seja,
situados nos lugares da frente) e o facto de terem tido Oportunidades de estarem à
frente. Estavam por inerência mais perto do cesto e sem os obstáculos que os das filas
de trás tiveram. Isso pode ser comparado à ideia de mérito na sociedade, onde muitas
vezes as pessoas que têm sucesso acreditam que o alcançaram devido ao seu esforço
e empenho, ignorando as vantagens ou privilégios que podem ter usufruído.

Perante este cenário, salienta-se que cada metáfora tem uma correspondência na
sociedade. À Posição Inicial corresponde o local de nascimento ou uma classe social,
às Oportunidades Desiguais equivalem o acesso a recursos e a oportunidades. Por fim,
a Perceção do Mérito refere-se à ideia do mérito como forma de alcançar o sucesso.

Assim, o Jogo do Cesto de Papeis representa a desigualdade social, destacando


como as diferenças de posição inicial de recursos e oportunidades afetam a capacidade
das pessoas de alcançar o sucesso na sociedade. Esta metáfora enfatiza a importância
de criar uma sociedade mais justa, onde todos possam beneficiar de oportunidades
equitativas.

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Referências bibliográficas

Seabra, T. (2009), DESIGUALDADES ESCOLARES E DESIGULADADES SOCIAIS,


SOCIOLOGIA, PROBLEMAS E PRÁTICAS, n.º 59, 2009, pp. 75-106

Portuguesa, Constituição da República, artigo 74.º, n.os 1 e 2, a) e b)

Webgrafia

Chat.openai.com, conversas entre aluno e a Inteligência Artificial.

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