UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
ESCOLA, CULTURA e SOCIEDADE V

Resenha Crítica

Gizele Volz Silveira

Pelotas
2023
 Lute como uma menina

Resenha

O documentário mostra como alunas que estiveram na linha de frente na

luta pela educação, contra a precarização se mobilizaram contra as medidas de
governo mostra a perspectiva da mulher em relação ao seu lugar de luta e o
enfrentamento da sociedade em geral nesse lugar. O documentário faz uma
referência à força da mulher, do poder feminino, as dificuldades e principalmente a
importância do engajamento da mulher na sociedade em busca do direito a
educação, ao que é seu de direto.

Em 76 minutos,o documentário apresenta uma vasta riqueza de imagens

das pass escolas as quais foram ocupadas na época do desmonte educacional,
elas apontam os muitos momentos que marcaram essas ocupações, como a
organização e participação dos estudantes foram importantes para essa luta, e
principalmente o enfrentamento as direções escolares que não concordavam com os
protestos, a força e abuso policial. O protagonismo feminino diante a luta popular, a
importância desse feminismo, o direito a liberdade feminina e a constante violência
policial contra essas mulheres/meninas também foram abordados no documentário
com uma riqueza de detalhes.
A educação é um direito garantido por lei constitucional, pois de acordo com

o Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. (Constituição Federal)

Mas que infelizmente a prática se encontra ainda longe desses direitos. O acesso as
escolas não é igual a todos, a vulnerabilidade social faz com que alunos de classes
mais vulneráveis sem sempre conseguem chegar a escola pelo acesso, seja ele
transporte, caminho, meios etc.

Durante a nossa trajetória adquirimos hábitos que fazem parte da nossa história de
vida, e a Educação tem como pressuposto formalizar de várias maneiras o indivíduo
para o convívio em sociedade. Um conjunto de experiências e conhecimentos que
engloba o convívio em vários campos, familiar, escolar, e todo e qualquer segmento
social. Necessário a nossa compreensão de um cenário em que muitas lutas foram
extremamente necessárias para viabilizar o mínimo de direitos, e que esses mesmos
tivessem também sua garantia viabilizada. Contudo ainda há muitas situações que
resistem o modelo societário onde a concentração de renda perdura somente de um
lado, e outro vive as margens da sociedade capitalista, explorada pela mão de obra
barata.

A Educação hoje surge como uma ferramenta de ponto de partida para a

inserção social do sujeito diante à sociedade. O processo educativo é muito amplo, e
como tal deveria ser ao menos respeitado, já que quando se fala em valorização já
se sabe como se dá esse processo. Profissionais muitas vezes desmotivados
salários não compatíveis com as funções, carga horária extensa e dificuldades
marcam esses processos, mas a educação resiste, os profissionais resistem em
meio a tudo.
Educação de qualidade começa com uma formação também de qualidade,
um ciclo de conhecimento, chegar até a universidade ainda é um processo desigual,
formar bons profissionais, qualificação adequada e condições trabalhistas justas
seriam o necessário para esse que esse profissional da educação possa reproduzir
lá no inicio do processo educacional dos alunos. É direito a ter direito ao ensino
público gratuito, de qualidade e que também seja valorizado, com profissionais
comprometidos com o projeto ético político educacional e principalmente atento as
demandas dos alunos em situação de vulnerabilidade social para que a sua
permanência e acesso sejam estes também permanentes.
Pensando na qualidade de ensino diante a precarização dos meios,
enquanto profissional gestor, também se faz necessário pensar na formação desses
alunos enquanto meios de acesso, condições aos profissionais, professores para
trabalhar, qualificação, participação ativa sobre as condições de ensino e trabalho, e
a relação constante com os alunos, pais e a comunidade a fim de melhorar todo e
qualquer processo de inserção no âmbito educacional.
A complexibilidade do trabalho do professor seria menor se as escolas
tivessem acesso a mais recursos, como assistência aos profissionais. Atualmente
equipes de psicólogos seriam fundamentais nas instituições de ensino.
Professores da rede em condições melhores, o processo de ensino e aprendizagem
renderia mais devido à alta demanda de trabalho realizada no cotidiano diário.
Diante desse cenário, a luta constante na educação por melhorias tem sido
constante e permanente, entender que somente através da educação e se possível
igualitária e justa se consegue modificar os meios. Pensar e valorizar a educação é
pensar em futuro, em condições de vida, em acesso e principalmente em dignidade.

Referência

Constituição Federal de 88
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Acesso em: 05/02/2023