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Caso Clínico 3

Profª Drª Seille Garcia


Caso clínico
o “Ser diferente e não ser compreendido nem mesmo por mim. Sentir uma urgência que,
apesar de inexplicável, é tirana. Essa coisa que me obriga e que vem de dentro do meu
ser, mas me é estranha. E, no entanto, mais forte que eu. A minha inteligência e a minha
razão não me ajudam. Eu não tenho domínio e controle. Este desejo, que não é desejo,
me faz perguntar onde está a origem da minha vontade. Às vezes me sinto um
amontoado de peças que não se encaixam num todo. Às vezes me sinto escravo
arrastado pelo seu algoz. Ah, se eu pudesse tirar esta roupa pesada, soltar as amarras,
chutar este estranho e finalmente ser só eu.”
Caso clínico

Luís é um rapaz de 13 anos, bonito, inteligente, criativo e de bom coração (adjetivos dados
pela mãe). Só que ele não tem paciência com nada. Não consegue esperar sua vez, nem
tolera quando as coisas dão errado. Pequenas frustrações já fazem com que ele perca o
controle sobre si mesmo e se torne agressivo. Há uns seis meses ele vem se ocupando com a
ordenação de objetos, passando horas alinhando seus sapatos ou as peças no armário, tudo
tem que ser disposto simetricamente. Outro comportamento preocupante é a sua extrema
ansiedade para ir à escola, em vésperas de avaliação ou quando é programado um passeio ou
qualquer outro evento que quebre, ainda que minimamente, a sua rotina.
Caso clínico

Ele também vem se mostrando mais triste e mal-humorado que de costume. Tranca-se no
quarto, não quer atender aos telefonemas de amigos e tem deixado de frequentar o clube e a
academia.
Mas, qual a história de Luís?
Caso clínico

História de Luís:
✓ Aos 7 anos: passou a piscar os olhos seguidamente quando precisava falar com alguém
(pais, professores, amigos)
✓ Aos 8 anos, piscava os olhos seguidamente, erguia o ombro esquerdo e estendia
brevemente o braço do mesmo lado.
✓ Aos 9 anos, perdeu o pai e passou a emitir pequenos vocábulos após a sequência de
movimentos. Ex.: “uf – uuf – uuufff”
Caso clínico

✓ Aos 11 anos, com movimentos e vocalizações recorrentes, já havia vivenciado diferentes


episódios de piora dos sintomas, especialmente em momentos de desafio (provas,
trabalhos, festinhas, etc.). Além disso, as crianças com as quais convivia não perdiam a
oportunidade de o imitar e zombar dos seus movimentos e vocalizações. Nesta época eles
fizeram uma gravação de um dia em que Luís foi apresentar um trabalho e não conseguiu
controlar seus movimentos e vocalizações (“um dia ruim”, como ele costuma dizer). A
gravação foi divulgada nas redes sociais com diversas frases desconsertantes sobre o Luís,
o que originou uma depressão situacional, troca de escola e rebaixamento da autoestima já
vulnerável.
Responda

1) Qual(is) a(s) hipótese(s) diagnóstica(s)?

2) Justifique seu raciocínio clínico.

3) Qual o especificador?

4) Qual a prevalência?

5) Quais são os fatores de risco? E o prognóstico?


Bom trabalho!
Profª Drª Seille Garcia

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