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FT – FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS
ENGENHARIA DE RESERVATÓRIOS I
Manaus
Abril de 2022
Lincoln Carneiro Fabar Dos Santos Junior
Manaus
Abril de 2022
1. EFEITO DE PELÍCULA E DANO (OU ESTÍMULO) DE FORMAÇÃO
Fatores mecânicos ou mesmo geológicos, tais como a penetração parcial da zona produtora,
canhoneio inefetivo, fluxo turbulento, redução da espessura permeável ou quaisquer outras
anomalias que impliquem na redução da produtividade, são também classificados como dano
de formação. Na maioria das vezes, as causas do dano de formação não são diagnosticadas,
mas seus efeitos são evidenciados através de testes realizados nos poços.
Por exemplo, supõe-se uma situação de um poço danificado onde uma região ao seu
redor se apresente com uma permeabilidade alterada. Caso a permeabilidade da região
alterada (ka) seja menor que a permeabilidade da formação (k), o fluido precisará de uma
energia adicional ao atravessar a região alterada, ocorrendo uma maior queda de pressão nas
imediações do poço.
k ka rw ka k
re
pa
pw'
pw
ka k
ln rw ln ra ln r
2 πkh
qw μ
( pa− p w ')=ln
ra
rw( )
Entretanto, a queda de pressão na região alterada é:
2 π ka h
qw μ
( p a− pw ) =ln
ra
rw ( )
Essas duas equações podem ser usadas para a determinação da queda de pressão
adicional devida à alteração da permeabilidade nas imediações do poço:
( )( )
2 πkh k ra
( pw '− p w )= −1 ln
qw μ ka rw
pw'
Δps
pw
ln rw ln r
A partir deste fenômeno, pode ser definido um fator adimensional s, denominado fator
de película, que representa a queda de pressão devida à alteração das características do
reservatório. Assim,
2 πkh
qw μ w
( p ' − pw ) =s
ou
2 πkh
∆ p s=s
qw μ
2 πkh 1
( p − p )= ln
qw μ i w 2 (
4 kt
2
γϕμ c t r w
+s
)
Para o caso específico de alteração de permeabilidade, a relação entre o fator s, as
permeabilidades e o raio da região alterada podem ser obtidos comparando-se as equações
anteriores.
( kk −1) ln ( r )
ra
s=
a w
Índice de Produtividade
qw
IP=
pi −p w
Portanto, a razão de dano é dada por:
p i − pw
RD=
p i− pw −∆ p s
Razões de dano maiores que 1 indicam poço danificado. A equação também pode ser escrita
como:
1 ∆ pS
=1−
RD pi − p w
2s
RD=1+
ln
( 4 kt
2
γϕμ c t r w )
Superposição de Efeitos
Se for utilizada a solução do modelo da linha fonte para representar a queda de pressão
no poço quando há presença de efeito de película, a expressão a ser empregada é:
[ ( ) ]
2
qw μ 1 ϕμ c t r w
∆ p(r=r w , t) ≡∆ p w (t)= Ei +s
2 πkh 2 4 kt
{ ( ) ( ) ( ) }
2 2 2
μ 1 ϕμ c t r w 1 ϕμ c t r w 1 ϕμ c t r w
∆ p w ( t N )= q 1 Ei + ( q2−q 1 ) E i +⋯+ ( q N −q N−1 ) Ei +q N s
2 πkh 2 4 k tN 2 4 k ( t N −t 1 ) 2 4 k ( t N −t N−1 )
Fluxo Pseudopermanente
re
∫ pdV
rw
p= re
∫ dV
rw
2 πkh ( p− pw )
q w=
[ ( )]
Bμ re 3
ln −
rw 4
2 πkh
IP=
[() ]
Bμ ln
re 3
−
rw 4
Para uma geometria qualquer, a equação pode ser generalizada introduzindo-se o fator
de forma ou de geometria CA, que pode mudar de acordo com a geometria a ser estudada.
Incluindo-se o fator de película, a equação passa a ser dada por:
2 πkh ( p− pw )
q w=
[ ( )]
Bμ 1 4A
ln +s
2 2
γ C A rw
Ou,
2 πkh ( p−p w )
q w=
[ ( ]
Bμ 1
2
ln
2,2458 A
2
C A rw
+s
)
Onde A é a área horizontal do reservatório. Deve-se observar que o valor de C A =
31,62 serve para o caso de um poço localizado no centro de uma área de drenagem circular.
Aplicando a definição de índice de produtividade no regime pseudopermanente, uma outra
alternativa incluindo o efeito de película, será:
2 πkh
IP=
Bμ
[ ( )]
1
2
ln
4A
2
γ CA rw
+s
E a razão de dano,
(IP)teórico q w /( p−p w −∆ p s)
RD= =
(IP)real q w /( p−p w )
Obtendo-se da expressão:
2s
RD=1+
ln
(4A
2
γ CA r w )
E para esta geometria, o tempo adimensional é dado por:
kt
t DA =
ϕμc t A
De forma mais geral, a expressão para a vazão no regime pseudopermanente é formulada por
Drake, 1978:
2 πkh ( p− pw )
q w=
[ ( ) ]
Bμ 1 4A
ln + s+ sm + D q w
2 γ C A rw
2
1 1
sCA = ln(C Aref /C A )= ln(31,62/C A )
2 2
2 πkh ( p− pw )
q w=
[() ]
Bμ re 3
ln − + s + s+ s m + D qw
r w 4 CA
Para o caso de fluxo radial, a equação do regime pseudopermanente pode ser escrita
também em termos do tempo adimensional. Para uma geometria qualquer, o comportamento
da pressão adimensional no poço é dado pela expressão:
1 A 1
pwD =2 π t DA + ln 2 + ln
2 rw 2 ( ) ( )
4
γCA
Fluxo Permanente
qw
IP=
p e− p w
Vazão:
2 πkh ( pe − pw )
q w=
Bμ ln (r e /r w )
Índice de Produtividade:
2 πkh
IP=
[()]
Bμ ln
re
rw
+s
2 πkh ( p−p w )
q w=
[() ]
Bμ re 1
ln − +s
rw 2
Uma outra forma de predefinir o dano ou estímulo do poço com a inclusão do efeito de
película nas equações de fluxo, é por meio do conceito do raio efetivo ou equivalente de um
poço. O raio efetivo seria o valor do raio do poço a ser utilizado nas equações de fluxo, com o
objetivo de substituir o efeito do fator de película s. Por exemplo, para um fluxo radial
permanente, a expressão da vazão de um poço danificado ou estimulado, é dada por:
2 πkh ( pe − pw )
q w=
Bμ [ ln ( r e /r w )+ s ]
2 πkh ( pe − pw )
q w=
Bμ [ ln( r e / r w ') ]
Em que,
1 1
=
ln (r e /r w ') ln (r e /r w )+s
Portanto,
−s
r w '=r w e
Matriz
Matriz Fratura Fratura
xf xf
L L
O ideal em uma operação de fraturamento seria a criação de uma fratura de longa
extensão e de alta condutividade, de preferência infinita, tal que não houvesse queda de
pressão durante o fluxo de fluidos no seu interior. Na prática, no entanto, isso não acontece, e
as fraturas artificiais acabam tendo comprimentos limitados e condutividades finitas. Do
ponto de vista matemático, são considerados três tipos de fratura. Como mostra a figura
abaixo:
a) Fluxo uniforme;
b) Condutividade infinita;
c) Condutividade finita.
Fratura Vertical
q*
a)
Poço
b)
c)
'
r w =L/(2 e)=x f /e , onde e=2,718
No modelo de fratura com condutividade infinita (b), se considera que a pressão seja
uniforme ao longo do comprimento da fratura. Nesse modelo a densidade de fluxo é máxima
nas extremidades da fratura e mínima no centro da fratura. O raio efetivo ou equivalente é
obtido através da expressão (Joshi, 1991):
F CD =k f b f / ( k x f )
'
r w =0,2807 k f bf / k
Um cone de água ocorre quando o contato óleo/água eleva-se mais nas imediações de
um poço produtor, provocando um aumento na razão água/óleo, com consequente perda de
produção de óleo. Por isso, ações devem ser tomadas para se minimizar ou pelo menos
retardar a formação desses cones. Em um reservatório onde não haja capa de gás, por
exemplo, uma dessas ações consiste em se completar o intervalo produtor somente em sua
parte superior. Por outro lado, em um poço com capa de gás, deve-se canhonear nas partes
inferiores do intervalo, para se evitar ou minimizar a formação de um cone de gás. E
finalmente, se um poço possui tanto um aquífero de fundo como uma capa de gás, seja ela
primaria ou secundária, então o poço deve ser canhoneado no centro do intervalo da zona de
óleo ou logo abaixo do centro, ou seja, mais próximo do aquífero do que da capa de gás.
7. POÇOS HORIZONTAIS
Inicialmente, pelo seu alto custo e aplicações específicas, os poços horizontais tiveram
pouca aplicação. A partir do início da década de 1980, no entanto, o uso desse tipo de poço
passou a ser mais frequente, devido ao desenvolvimento de novas técnicas de perfuração e de
completação, o que reduziu os problemas técnicos antes enfrentados e os custos.
reh
rev h h
óleo L
2rw
8. REFERÊNCIAS