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Nome: 1ºTEN (AFN) Éder Guimarães Nunes; Encarregado da Subsistência do BtlNav.

UMA NOVA CONCEPÇÃO DE GUERRA

Ian T. Brown -Uma nova concepção de Guerra; John Boyd, os fuzileiros navais dos EUA e
manobra guerra / Ian T. Brown.

a) Credenciais do Autor - Ian T. Brown ao escrever o livro, sinaliza que não pretendia escrevê-
lo, caracteriza como um acidente de trabalho muito bem-vindo para os amantes de
estratégia militar. Utilizou-se de fontes como: monografias, periódicos e fontes
audiovisuais. De maneira sintetizada, ele entrou como CB para a FA e se aposentou como
Coronel, o que demonstra total capacidade e sucesso alcançados.

b) resumo da obra - o livro está dividido em introdução e 06 capítulos, tem como proposta
recomendar aos Oficiais do Corpo US Marines a leitura do tema se quiserem realmente
entender as raízes da guerra de manobra. O termo quer apontar uma maneira diferente
de pensar sobre o combate na perspectiva de antecipar-se ao oponente. O livro
consta de 311 páginas maiores teóricos militares do mundo são Carl von Clausewitz, Sun
Tzu e John Boyd.

Introdução: A guerra é um fenômeno que deve ser pensado, todo oficial deve se debruçar em
guerra de manobra, pois todo inimigo independente do seu poder de combate sempre irá agir com
a mente humana O foco humano da guerra de manobra tornou-o eminentemente útil para uma
organização militar que operava sob restrições físicas significativas e ainda assim teve que ser
preparado para lutar em uma miríade de ambientes de combate. Guerra de manobra demandou
seus praticantes pensarem profundamente sobre o que deu a um adversário coesão e levou-os
então a refletir sobre o seu papel de atuação no combate.

O autor inicia sua obra, apresentando o primeiro capítulo – “Tendendo a produzir”. O coronel
John Boyd, nasceu em 23 de janeiro de 1927 em Erie, Pennsylvania e aposentado da Força Aérea
em 1975, é citado desde as primeiras narrativas pelo seu espírito incessante de fazer coisas
significativas, produtivas. James Burton, participante da biografia de Boyd relata que o Coronel
“quase sozinho. . . mudou a maneira como nossos líderes militares pensam sobre e lutar em
guerras”, ele quereria fazer a diferença - “obsessão quase patológica com a vitória”. Sua história no
militarismo iniciou-se aos 18 anos quando se alistou como cadete da aviação, mas foi reprovado por
baixa aptidão, tendo sido aproveitado como CB e logo depois promovido a SG. Contudo, ele foi de
baixa em 1947, e passou a frequentar a Universidade de Iowa no GI Bill e logo depois ingressou na
Reserva do Corpo de treinamento de oficiais (ROTC). Pelas suas características elencadas, ele
realizaria uma mudança radical em sua vida tornando-se piloto de caça da Força Aérea e manteve
conceitos próprios como - para melhorar a si mesmo deveria buscar o estresse. Em pouco tempo
se tornou instrutor na academia e foi selecionado para o Instituto de Tecnologia da Força Aérea,
onde produziu o seu próprio manual de táticas de lutador - O Estudo de Ataque Aéreo - “qualquer
estrategista deve ser capaz de definir ou imaginar um quadro de referência, dentro da qual ele deve
operar, (...) deve conhecer as ferramentas básicas que pode empregar neste quadro de referência”.
Ao formar-se em engenharia na Geórgia Tecnologia, descreveu situações importantes e observou
que uma aeronave em movimento sempre forte reação em cinética energia e potencial. A teoria
permitiu, pela primeira vez, o cálculo de um desempenho de aeronave com base em suas
características e pode-se calcular o projeto de aeronave ideal necessário em combate.
Em abril de 1972, Boyd voltou para a guerra, não pilotando, mas comandando um teatro de
combate do Sudeste Asiático Force Alpha. Sua missão era elaborar um sistema de sensores
configurado para rastrear Atividade comunista ao longo da trilha Ho Chi Minh e retomar a disciplina
da base, o que devido ao se talento de lidera homens foi alcançado. Adaptabilidade seria o termo
comum entre as FA que após os embates na guerra do Vietnã teriam que encontrar; uma nova
estrutura mental para entender o novo mundo, os novos adversários, foi sendo construído por Boyd
paralelamente.

No Capítulo dois - Feito com a Selva – o autor narra a respeito do “futuro próximo do Corpo
de Fuzileiros Navais após o Vietnã”. Após mais esse conflito, os marines desenvolveram uma
qualidade fundamental para uma tropa expedicionária que é a capacidade de adaptação. O que foi
feito e como aconteceu, foi uma indagação que os militares faziam a si mesmo no pós Vietnã; uma
coisa era tida como certa – diante das mudanças políticas no mundo, o cenário a partir de então
seria o Pacífico. A ameaça do comunismo difundido pela URSS era um ponto de grande importância
a ser observado e, assim, as tropas anfíbias seriam o vetor mais adequado para o pronto emprego.
Em resposta imediata - “Fuzileiros Navais montada às pressas, embarcando no USS Pickaway (APA
222) em San Diego, CA, ca. Julho de 1950 para ajudar defender o tênue Perímetro Pusan na Coréia”
e, ainda, certos de sua capacidade, autoridades conferiram a Força expedicionária de FN, diversas
outras missões como a crise dos mísseis em Cuba que quase resultou em uma operação de grandes
propulsões.
Foram tantas frentes em tão curto tempo que os marines passaram a aumentar seu efetivo
por meio de alistamento, o que trouxe certo prejuízo em dados momentos a quesitos básicos como
a disciplina e, além disso, adaptar-se ao combate contra inimigos não convencional e geralmente de
baixa tecnologia conflito no sudeste da Ásia foi um ponto negativo na história dos marines.
Enquanto isso, os Russos estavam desenvolvendo-se tecnologicamente e preparando-se no eixo da
guerra anfíbia, pois enxergava que o futuro dos combates se daria por esse meio.

No Capítulo três – Onde está o Corpo de Fuzileiros Navais (FN) – Vá a partir daqui?-
Preparando o caminho para a guerra de manobra, os marines estavam sendo questionados sobre
serem mantidos como Força ou incorporados ao Exército. Contudo, defina a missão era o que seus
comandantes pediam, eles partiam da análise de que a bandeira anfíbia deveria ser o elo
permanente. Entretanto, mantendo como proposta a visão de Boyd, entenderam que a solidificação
poderia vir pela guerra de manobra.
A mobilidade, flexibilidade, velocidade e surpresa, conferiria a eles uma força de prontidão,
tendo por base a implantação de um novo modelo de reaparelhamento que se fazia necessário para
oferecer ao FN maior capacidade de deslocamento no terreno com segurança e poder de combate.
Implementar tanques leves e armas combinadas como – infantaria e outros elementos dariam a
eles maior capacidade de manobra.
Os FN devem compreender que atuarão na maioria dos casos contra um inimigo em maior
número e mais equipamentos, porém a mentalidade de guerra de manobra implantada, dará maior
capacidade de reação para superar as desvantagens ao concentrá-los em um tempo e lugar
decisivos, usando assim uma vitória de manobra.

No Capítulo quatro – Boyd cria uma teoria que revela o personagem de conflito. A guerra de
manobra não se aplicaria apenas para os intelectuais, buscou mostrar que a ênfase humana exigia
compreender a mente e a moral do oponente. Apesar de alegar e admitir que sua teoria surge por
“acidente”, seu estudo em “destruição e criação” supõe que toda atividade do homem tem como
objetivo garantir sua posição e que a vitória seria alcançada por quem agisse mais rápido, encontra-
se a melhor estrutura mental. A queda da França para Hitler-por exemplo- está associado ao terror
psicológico infligido pelos alemães, uma vez não terem se preparados para o conflito que se
desencadeou, pois usavam um comando centralizado e um exército amador de conscritos e
reservistas, tendo perdido a capacidade operacional pelo fator surpresa. Dentre as suas ideias ele
afirma que não se pode tornar-se previsível, tem que ser adaptável ou então você cairá, uma
ferramenta fundamental e a confiança conquistada entre líderes e liderados. Dentro dessas
perspectivas em revelar o personagem de conflito “o Corpo de Fuzileiros Navais, privado de números
e armas e lutando com as consequências de compreender mal seus adversários no Vietnã, sentiu-se
atraída pelas ideias de Boyd”.

No Capítulo cinco – os críticos entram no debate da guerra de manobra, por volta de 1980, e o
conceito iria fazer parte de inúmeros debates entre os mais diversos escalões militares. Os FN
apegaram-se nesse tema, pois entenderam que a sua missão constitucional e de existência,
sobretudo, poderia ser compreendida pela vivência de guerra de manobra, que não seria necessário
ter equipamentos em grande escala ou multidões de soldados para vencer, mas “separe o
adversário, produza paralisia e desmorone sua vontade de resistir”. Cita-se, ainda, o extrato:
"colocar fisicamente o inimigo em desvantagem para ele mesmo e uma vantagem para nós ”e,
portanto,“ a chave para manobrar não é a nossa disposição, mas a dele. ” Ele analisa por exemplo
a Wehrmacht, a qual foi manobrada pelas forças da Rússia na Guerra Mundial, que não se renderam
a superioridade deles e se abalaram psicologicamente. Em suma buscou-se evidenciar que o tema
guerra de manobra trouxe diversos pensamentos à tona, com tons mais ríspidos, inclusive, contudo
aos poucos foi se interiorizando no CFN.

No Capítulo seis - "O que você acha Somos a favor?" - aponta-se e 1989 como divisor de águas.
O ano em destaque fez o assunto virar doutrina, ideias que nem sempre foram compreendidas por
tamanha complexidade, tem como atores de destaque - o referido William S. Lind, o Coronel
Michael D. Wyly, o General Alfred M. Gray Jr. e o Capitão John; foram fundamentais no
desenvolvimento da guerra de manobra. Ainda com o foco principal na guerra do Vietnã, pode
observar-se que os envolvidos diretamente do conflito buscavam alternativas para conseguir
manobrar contra os vietnamitas e evitar, assim, o grande volume de mortos em combate. Wyly
utilizou diversas técnicas de combate que desenvolveu para conseguir tal feito como – táticas de
guerrilhas, dispersão, patrulhas agressivas. Destaca-se também, que ao assumir o cargo de professor
no Basic School, fez questão de reformular o currículo dos novos alunos, criou uma lista de leituras
acadêmicas para eles, forçando ao estudo constante da academia.

Concluindo, observou-se que existiu a necessidade de buscar uma alternativa no campo


intelectual e da expertise conhecido como guerra de manobra. O autor compilou suas ideias por
meio das experiências, sobretudo no campo de batalha. Também, colheu experiências de outros
elementos importantes, o que culminou em objeto de estudo do Corpo de Fuzileiros Navais
Americano que não passava, naquela ocasião, por um bom momento no que diz respeito a sua razão
de ser. A capacidade de manobrar e de pensar no campo de batalha manteve de pé o CFN como
força de grande capacidade operativa.

Rio de Janeiro, RJ, em 09 de outubro de 2021.

ÉDER GUIMARÃES NUNES


Primeiro-Tenente(AFN)

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