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AGENTES PÚBLICOS
DIREITO ADMINISTRATIVO
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Sumário
1. ABORDAGEM CONSTITUCIONAL E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS .........................................................................4
2. AGENTES PÚBLICOS ..................................................................................................................................................5
2.1 Agentes Políticos.................................................................................................................................................6
2.2 Particulares em colaboração com o poder público ............................................................................................8
2.3 Servidores Públicos (Agentes Administrativos) ..................................................................................................9
2.3.1 Servidores Temporários:............................................................................................................................11
2.3.2 Celetistas....................................................................................................................................................16
2.3.3 Servidores estatutários ..............................................................................................................................18
3. FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO ....................................................................................................21
3.1. Provimento Originário .....................................................................................................................................21
3.2. Provimento Derivado .......................................................................................................................................22
3.3. Vacância do cargo ............................................................................................................................................23
3.4. Investidura no cargo ........................................................................................................................................24
3.5. Concurso Público .............................................................................................................................................27
3.6. Exceções ao concurso público .........................................................................................................................28
3.7. Regras Definidas pelo Edital ............................................................................................................................28
3.8 Realização de concurso na vigência do certame anterior: ...............................................................................30
3.9. Nulidade do Concurso .....................................................................................................................................30
3.10. Direito Subjetivo à Nomeação .......................................................................................................................34
4. ESTABILIDADE .........................................................................................................................................................36
5. VITALICIEDADE ........................................................................................................................................................38
6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS ....................................................................................................................................39
7. REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO................................................................................................................41
7.1 Irredutibilidade de Remuneração .....................................................................................................................42
7.2 Vinculação e Equiparação de Remunerações ...................................................................................................43
7.3 Subsídios ...........................................................................................................................................................43
7.4 Teto Remuneratório .........................................................................................................................................44
8. DIREITO DE GREVE ..................................................................................................................................................46
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CF/88
⦁ Art. 37 a 42
⦁ Art. 95, § único, I
⦁ Art. 128, §5º
⦁ Art. 169
CF/88
⦁ Art. 37, inc. I, II, V, VII, IX, XI, XIV, XVI, XVII
⦁ Art. 37, §§ 4º, 6º, 7º, 1º, 13º e 15º
⦁ Art. 38
⦁ Art. 39, §§ 1º, 4º, 9º
⦁ Art. 40 (leitura completa, tendo em vista a recente alteração legislativa)
⦁ Art. 41, todos os parágrafos (muito importante)
⦁ Art. 169, §3º
Lei 8112/90
⦁ Art. 5º
⦁ Art. 8º a 12º
⦁ Art. 15, 18 e 19
⦁ Art. 20 a 22
⦁ Art. 24 a 32
⦁ Art. 33 a 36
⦁ Art. 61, 68
⦁ Art. 73 a 76
⦁ Art. 77, 78, 81, 86 e 94
⦁ Art. 97
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CP
⦁ Art. 327
A CF/88 trata da Administração Pública nos arts. 37 a 42. No material, serão tratados os principais pontos
da matéria, o que NÃO dispensa a leitura dos dispositivos Constitucionais.
Os princípios constitucionais explícitos são vetores de observância obrigatória pela União, Estados, DF e
Municípios. São eles:
• Legalidade;
• Impessoalidade;
• Moralidade;
• Publicidade;
• Eficiência.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte.
(...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos.
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2. AGENTES PÚBLICOS
É expressão ampla que abrange os sujeitos que exercem funções públicas. Assim, qualquer pessoa que age
em nome do Estado é agente público, independentemente de vínculo jurídico, ainda que atue sem remuneração e
transitoriamente (CARVALHO, 2017, p. 769).
Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o
agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
referidas no art. 1º desta Lei.
Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.
▪ Agente público de direito – É aquele que exerce a função pública com vínculo jurídico, formal, válido
com o Estado. Há investidura regular nos cargos, empregos e funções públicas.
▪ Agentes públicos de fato – É aquele que exerce a função pública sem vínculo jurídico, formal, válido
estabelecido com o Estado, buscando atender o interesse público. Inexiste investidura prévia em cargo,
emprego ou função pública.
Obs.: O agente público de fato não se confunde com usurpador de função pública. Isso
porque o usurpador exerce a função pública de má fé, inclusive incorrendo no crime de
exercício irregular da função pública (art. 328, CP), ao passo que o agente público de fato
exerce a função pública para satisfazer o interesse público.
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Ex.: Servidor que se aposenta, mas permanece exercendo a função pública se em um determinado dia ele
agride um particular na repartição seus atos seriam convalidados e o Estado responderia.
(2) Agente de fato necessário – É aquele que exerce a função pública em situações excepcionais, como
emergências e calamidades públicas, em colaboração com o Poder Público, como se fossem agentes de
direito.
Ex: particular que organiza o trânsito quando todos os sinais da via queimam.
Agentes públicos que atuam no exercício da função política de Estado. São servidores estatutários, que
NÃO possuem vínculo contratual com o Estado. Seriam os detentores de mandato eletivo, secretários e Ministros
de Estado.
- Quanto aos Membros dos Tribunais de Contas, o STF já se manifestou no sentido de enquadrá-los como
AGENTES ADMINISTRATIVOS, e não como agentes políticos, razão pela qual incidiria a Súmula Vinculante
13 STF (vedação ao nepotismo).
- Quanto aos membros da magistratura e do Ministério Público, Maria Sylvia Zanella di Pietro ressalta: “É
necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma tendência a considerar os membros da
Magistratura e do Ministério Público como agentes políticos. Com relação aos primeiros, é válido esse
entendimento desde que se tenha presente o sentido em que sua função é considerada política; não
significa que participem do Governo ou que suas decisões sejam políticas, baseadas em critérios de
oportunidade e conveniência, e sim que correspondem ao exercício de uma parcela da soberania do Estado,
consistente na função de dizer o direito em última instância. Nesse sentido, o STF, no RE 228.977/SP, em
que foi relator o Ministro Néri da Silveira, referiu-se aos magistrados como “Agentes políticos, investidos
para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho
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de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica” (DJ de 12-4-02). Quanto ao vínculo com
o poder público, é de natureza estatutária, regido pela Lei Orgânica da Magistratura.”
De acordo com Rafael Carvalho, adotamos o conceito restritivo de agentes políticos que possuem as
seguintes características:
a) o acesso ao cargo político ocorre por meio de eleição (ex.: chefes do Executivo) ou pela nomeação por
agentes eleitos para ocuparem cargos em comissão (ex.: Ministros e Secretários estaduais e municipais);
b) a função política possui caráter transitório, tendo em vista o princípio republicano, e será exercida por
prazo determinado (mandato); e
c) as decisões políticas fundamentais de Estado, caracterizadoras da função política, envolvem,
primordialmente, a alocação de recursos orçamentários e o atendimento prioritário de determinados
direitos fundamentais.
A partir do conceito restritivo e das características principais dos agentes políticos, verifica-se que essa
categoria de agentes abrange apenas os chefes do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos), os
seus auxiliares (Ministros, Secretários estaduais e Secretários municipais) e os membros do Poder
Legislativo (Senadores, Deputados e vereadores), excluindo-se desse conceito, por exemplo, os membros
do Poder Judiciário e os membros do Ministério Público.
A discussão em torno do conceito de agente político possui relevância prática, cabendo mencionar dois
casos exemplificativos:
a) o STF assentou a inaplicabilidade da sua Súmula Vinculante 13, que veda o nepotismo na Administração
Pública, aos agentes políticos; e
b) controvérsias sobre a aplicabilidade da Lei 8.429/92 a determinados agentes políticos, que cometem
atos de improbidade caracterizados como crimes de responsabilidade (contudo, esta não tem mais
relevância a partir das alterações promovidas com o advento da Lei 14.230/21).
- Havia discussão se agentes políticos que praticam atos de improbidade devem ser responsabilizados com
base na lei de improbidade administrativa ou com base nas leis específicas regulamentadoras dos crimes
de responsabilidade. No entanto, em 2018 o STF pacificou o entendimento no sentido de que os agentes
politicos se submetem sim ao duplo regime sancionatório. Veja a jurisprudência:
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- Com o advento da Lei 14.230/21 houve a consolidação legal expressa do entendimento firmado outrora
pelo STF, na medida em que os agentes políticos passaram a constar expressamente na previsão da Lei de
Improbidade Administrativa:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o
servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no
art. 1º desta Lei.
- Conforme entendimento tradicional do STF, os agentes políticos não se submeteriam à SV 13, que trata
do nepotismo. Assim, seria possível ao Governador, por exemplo, nomear seu irmão Secretário de Estado.
- No entanto, tem crescido no STF uma interpretação no sentido de que, embora os agentes políticos não se
submetam à vedação ao nepotismo, é necessário analisar, se o agente nomeado possui a qualificação
técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta.
→ De acordo com o STF, a proposta de Súmula Vinculante nº 56 do STF, a ser analisada pelo Plenário,
tem a seguinte redação sugerida: “nenhuma autoridade pode nomear para cargo em comissão,
designar para função de confiança, nem contratar cônjuge, companheiro ou parente seu, até terceiro
grau, inclusive, nem servidores podem ser nomeados, designados ou contratados para cargos ou
funções que guardem relação funcional de subordinação direta entre si, ou que sejam incompatíveis
com a qualificação profissional do pretendente”.
Todos aqueles que, sem perder a qualidade de particulares, atuam em nome do Estado, mesmo em caráter
temporário ou ocasional. Dividem-se em:
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(1) Designados: Todos aqueles que atuam em virtude de convocação efetivada pelo Poder Público. Ex.:
mesários e jurados.
→ Segundo Hely Lopes, são chamados agentes honoríficos.
(3) Delegados: Atuam na prestação do serviço público mediante delegação do Estado. Ex.: titulares de
serventias de cartórios, concessionários e permissionários de serviços públicos.
(4) Credenciados: Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder Público.
Ex.: médicos privados em convênio com o SUS.
1) Agentes Políticos: são pessoas que exercem atividades típicas de governo e exercem mandatos, para qual
foram eleitos, NÃO incluem nessa classificação os membros dos Tribunais de Contas, Juízes, membros do
Ministério Público, os Advogados da Advocacia Geral da União, etc.
2) Militares: são pessoas físicas que prestem serviço às Forças Armadas.
3) Servidores: em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da
Administração indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos,
compreendem:
- Servidores estatutários;
- Empregados públicos;
- Servidores temporários-contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público (art.37, IX, da CF/88).
Obs.: Eles exercem funções, sem estarem vinculados a cargo ou empregos. É a mesma classificação feita por Hely
Lopes Meirelles em relação ao agente administrativo.
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4) Particulares em colaboração: são pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício,
com ou sem remuneração.
- Delegação do Poder Público: exercem funções e suas remunerações são pagas pelos terceiros usuários do
serviço. Ex.: empregados de empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os que exercem
serviços notariais e de registro (art.236 da CF/88) os leiloeiros, tradutores e interpretes públicos.
- Requisição, nomeação ou designação: exercem funções relevantes para o Estado, também não tem vínculo
empregatício e, em geral, não recebem remuneração. Ex.: jurados, convocados para o serviço militar ou eleitoral,
os comissários de menores, os integrantes das comissões, grupos de trabalhos.
- Gestores de negócio: são pessoas físicas que assumem espontaneamente determinada função pública em
momento de emergência e urgência, como epidemia, incêndio, enchente.
a) Cargo: É o local inserido numa PJ de Direito Público e ocupado por servidores estatutários.
b) Emprego público: É o local inserido numa PJ de Direito Privado da Administração Indireta que vai ser ocupado
pelo servidor celetista (empregado público).
Exceção: Emprego público dentro de PJ de Direito Público (Lei 9.962/00).
c) Função pública: É a própria atividade administrativa, ou seja, é a atividade que vai ser executada por um agente
público, seja qual for o regime deste agente público. Constitui o conjunto de atribuições conferidas por lei aos
agentes públicos.
Obs.: Ocupante de cargo público e emprego público exercem função pública, mas há exercício de função pública
sem investidura formal em cargo ou emprego público.
Ex.1: servidores temporários
Ex.2: particulares em colaboração com o Estado.
Ex.3: agentes públicos de fato.
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A função pública, por sua vez, compreende o conjunto de atribuições conferidas por lei aos agentes
públicos. O art. 37, V, da CRFB, por exemplo, refere-se às funções de confiança. As atribuições ou atividades dos
agentes públicos são funções administrativas.
Todos os ocupantes de cargos e empregos públicos exercem, necessariamente, funções administrativas.
Todavia, admite-se, excepcionalmente, o exercício de função pública independentemente da investidura em cargos
ou empregos, tal como ocorre, por exemplo, nos casos dos servidores temporários (art. 37, IX, da CRFB) e dos
particulares em colaboração (ex.: jurados, mesários eleitorais)” pg. 696, Livro “Curso de Direito Administrativo” da
Editora Gen.
Contratados para atendimento, em caráter excepcional, de necessidades NÃO permanentes dos órgãos
públicos, devendo cumprir os seguintes requisitos:
• SERVIÇO TEMPORÁRIO, definido por lei específica, que deve delimitar suas características, limite máximo de
duração e o regime dos servidores;
Lei de contratação temporária não pode prever hipóteses genéricas nem a prorrogação
indefinida dos contratos: São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a
autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. Plenário. ADI
3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
O STF, em 2014 decidiu que os servidores temporários podem ser contratados tanto para o desempenho
de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também para o desempenho de atividades
de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de
excepcional interesse público. Assim, a natureza da atividade a ser desempenhada (se permanente ou eventual)
não será o fator determinante para se definir se é possível ou não a contratação de servidores temporários.
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• INTERESSE PÚBLICO, devidamente justificado pela autoridade pública responsável pela contratação;
• EXCEPCIONALIDADE DA CONTRATAÇÃO, sendo o prazo de duração do contrato determinado pela lei
específica que regulamenta as contratações na esfera de cada ente federativo e deve ser definido no
contrato celebrado com o ente estatal.
Considerações importantes:
Possui assento constitucional previsto no art. 37, IV, CF/88
REGIME ESPECIAL
Aplica-se aos agentes públicos contratados por tempo determinado (temporários), com fundamento no art.
37, IX, da CRFB. Sendo norma de eficácia limitada, fica a cargo do legislador estabelecer os casos de contratação
por prazo determinado. Em razão da autonomia federativa, compete a cada ente federado legislar sobre a
matéria.
Os agentes temporários são contratados pela Administração Pública para exercer funções públicas em
caráter temporário e excepcional, mas NÃO ocupam cargos ou empregos públicos.
NÃO se exige a realização de concurso público. Requisitos:
- Existência de lei regulamentadora com a previsão dos casos de contratação temporária;
- Prazo determinado de contratação (a legislação deve estipular os prazos);
- Necessidade temporária (NÃO é possível utilizar a contratação para o exercício de funções burocráticas
ordinárias e permanentes);
- Excepcional interesse público (a contratação deve ser precedida de motivação que demonstre de maneira
irrefutável o excepcional interesse público);
- Pluralidade normativa, já que cada ente federado pode legislar autonomamente sobre as hipóteses de
contratação temporária e estabelecer os respectivos procedimentos.
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A competência para processo e julgamento é da Justiça Comum, tendo em vista o caráter jurídico
administrativo do agente, conforme entendeu o STF (embora o tema suscite divergências doutrinárias).
O plenário do STF declarou inconstitucionalidade de leis estaduais e municipais que tratavam da
contratação temporária de servidores com hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias de
concursos públicos e sem especificação da contingência fática que evidencie situação de emergência.
Info 1055, STF – Não é compatível com a CF a norma que permita a convocação
temporária de profissionais, sem vínculo com a administração pública, para funções de
magistério na educação básica e superior do estado nos casos de vacância de cargo
efetivo.
(...) II - Os dispositivos questionados, ao disciplinarem o instituto da suplência - entendido
como “o exercício temporário das atribuições de cargo de magistério durante a ausência
do respectivo titular, ou em caso de vacância, até o provimento do cargo” -, permitiram a
convocação de professores temporários, pertencentes ou não ao Quadro do Magistério,
“para assumir a regência de turma ou aulas, ou exercer função de especialista de
educação”, em dissonância com o Texto Constitucional e o entendimento consolidado
desta Suprema Corte. Precedentes. III - O chamamento de professores, sem vínculo
anterior com a administração pública, para acudir as funções de magistério em caso de
vacância de cargo efetivo, foi permitido pelos arts. 122, 123 e 125 da Lei 7.109/1977, do
Estado de Minas Gerais, de maneira genérica e abrangente, contrariando os dispositivos
constantes do art. 37, II e IX, da Constituição de 1988. IV - O caput do art. 125 é lacônico
ao prever apenas que, “na falta de professor legalmente habilitado, poderá haver
convocação”, sem explicitar suficientemente a excepcionalidade e o prazo determinado
para a contratação temporária, de modo que, em tese, qualquer falta poderá dar azo ao
chamamento contingente, sem a observância da temporariedade exigida
constitucionalmente. Precedentes. V - O art. 123, parágrafo único, da Lei mineira, autoriza
a prorrogação da convocação por prazo superior a 1 (um) ano “se perdurarem as
condições que determinaram a convocação e desde que não haja candidato com melhor
habilitação”, em ofensa ao requisito da transitoriedade constante da parte final do inciso
IX do art. 37 da CF. VI – O Pleno do Supremo Tribunal Federal já deliberou que, “ao
permitir a designação temporária em caso de cargos vagos, viola a regra constitucional do
concurso público, porquanto trata de contratação de servidores para atividades
absolutamente previsíveis, permanentes e ordinárias do Estado, permitindo que
sucessivas contratações temporárias perpetuem indefinidamente a precarização de
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relações trabalhistas no âmbito da Administração Pública.” (ADI 5.267/MG, Rel. Min. Luiz
Fux) (...) (ADPF 915, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em
23/05/2022, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2022 PUBLIC 31-05-2022)
Info 719, STJ - A norma de edital que impede a participação de candidato em processo
seletivo simplificado em razão de anterior rescisão de contrato por conveniência
administrativa fere o princípio da razoabilidade.
(...) 4. Não se desconhece a jurisprudência do STJ, no sentido de que o princípio da
vinculação ao edital demanda que as regras nele previstas sejam respeitadas,
especialmente quando a seleção tem por objeto o desempenho de funções públicas
consideradas sensíveis. Contudo, tais regras devem ser razoáveis e racionalmente
justificáveis. In casu, a Administração Pública não apresentou justificativa para a tal
previsão editalícia. Limitou-se a afirmar que o ato de exclusão a aplicou literalmente e
que, em razão do princípio da vinculação ao edital, o ato coator seria legal. 5. Impedir que
o candidato participe do processo seletivo simplificado porque, há alguns anos, seu
contrato foi rescindido por conveniência administrativa, equivale a impedir, hoje, sua
participação na seleção por mera conveniência administrativa, o que viola o princípio da
isonomia e da impessoalidade. A participação de determinado candidato em concurso ou
seleção pública não se insere no âmbito da discricionariedade do gestor. (RMS 67.040/ES,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/2021, DJe
17/12/2021).
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Info 829, STF - Lei que autoriza contratação temporária para projetos educacionais
ordinários é inconstitucional.
A LC 22/2000, do Estado do Ceará, autoriza a contratação de professores, por tempo
determinado, para atender necessidade temporária de excepcional interesse público nas
escolas estaduais. O art. 3º da referida Lei prevê diversas hipóteses nas quais é possível a
referida contratação. O STF afirmou que, em tese, é possível a contratação temporária
por excepcional interesse público (art. 37, IX, da CF/88) mesmo para atividades
permanentes da Administração (como é o caso de professores). No entanto, o legislador
tem o ônus de especificar, em cada circunstância, os traços de emergencialidade que a
justificam. (...) A alínea "f" previa que poderia haver a contratação temporária para suprir
"outros afastamentos que repercutam em carência de natureza temporária". O STF
entendeu que esta situação é extremamente genérica, de forma que não cumpre o art.
37, IX, da CF/88. O parágrafo único do art. 3º autoriza a contratação temporária para que
a Administração Pública pudesse implementar "projetos educacionais, com vista à
erradicação do analfabetismo, correção do fluxo escolar e qualificação da população
cearense". O STF entendeu que esta previsão também é inconstitucional porque estes são
objetivos corriqueiros (normais, ordinários) da política educacional. Desse modo, esse
tipo de ação não pode ser implementado por meio de contratos episódicos (temporários),
já que não constitui contingência especial a ser atendida. STF. Plenário. ADI 3721/CE, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 9/6/2016 (Info 829).
O STF decidiu recentemente que servidores temporários não possuem direito a 13º salário e férias, salvo
se previsto em lei ou houver desvirtuamento da contratação:
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2.3.2 Celetistas
Salvo em casos excepcionais, esse tipo de contratação se limita aos entes de direito privado (empresas
estatais e fundações de direito privado).
Aprovados em concurso, assinam contrato de emprego.
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Submetem-se a um regime jurídico híbrido. Isso porque, apesar de eminentemente privado, o regime
celetista não será pautado exclusivamente na CLT.
Os empregados públicos são agentes públicos e, por isso, devem observância aos princípios e regras
constitucionais relativas aos agentes públicos em geral, tais como:
⦁ Devem se submeter a concurso público;
⦁ Possuem vínculo permanente com o Estado, a prazo indeterminado;
⦁ Proibidos de acumular seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo permissivo
constitucional;
⦁ Podem ser responsabilizados por improbidade administrativa;
⦁ Seus atos de submetem a controle judicial pelos remédios constitucionais;
⦁ Salários submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral.
Obs.1: A Súmula 390, II do TST determina que não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/88 aos
empregados públicos, mesmo entendimento da doutrina majoritária, já que a estabilidade, segundo CF, só poderá
ser adquirida pelos detentores de cargo efetivo. O STF já se posicionou no sentido de que, não havendo garantia
da estabilidade, é prescindível a justificativa para dispensa dos empregados das empresas estatais, a exceção da
ECT que, segundo STF, goza de regime de Fazenda Pública, com todas as prerrogativas e limitações inerentes ao
regime jurídico administrativo.
Obs.2: Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por órgãos e
entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas.
Características:
a) Unicidade normativa: a União detém competência privativa para legislar sobre direito do trabalho, logo,
lei estadual que proibiu dispensa sem justa causa de empresa estatal estadual é inconstitucional, pela falta
de competência do Estado para legislar sobre direito do trabalho.
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Possuem vínculo permanente com a Administração, decorrente da Lei, de natureza profissional e prazo
indeterminado.
De acordo com Mazza, o regime de cargo público é mais vantajoso e protetivo para o agente do que o de
emprego público, uma vez que tal regime foi concebido para a garantia de maior estabilidade no exercício das
funções públicas, a fim de proteger o servidor contra influências partidárias e pressões políticas provocadas pela
constante alternância na cúpula diretiva do Estado.
a) Evolução Histórica:
- A CF/88, quando publicada, instituiu a exigência de regime jurídico único para ingresso de pessoal nas
entidades da Administração direta, autárquica e fundacional, não se admitindo a contratação de
empregados pela CLT e a nomeação para assumir cargos estatutários ao mesmo tempo. Com isso, a maioria
dos entes federativos optou pelo regime estatutário, mas alguns Municípios optaram pelo celetista.
- Com a EC 19/98, foi abolida a exigência de regime jurídico único da Administração Direta, autárquica e
fundacional, passando a se admitir a convivência de ambos os regimes jurídicos (estatutário + celetista).
- Todavia, foi movida a ADI 2135, para declarar a inconstitucionalidade da EC 19/98, sob alegação de
incompatibilidade formal com a CF, sendo posteriormente concedida medida cautelar para suspender a
nova redação do art. 39 CF. Com isso, passou a ser admitido apenas um regime de servidores nos entes da
Administração direta, autárquica e fundacional.
- Com isso, é obrigatório o regime jurídico único, o qual proíbe que, somente no âmbito da mesma esfera
de governo haja multiplicidade de regimes, podendo o ente optar entre o celetista ou estatutário. E todos
os servidores que ingressaram antes da ADI 2135 mantêm o seu vínculo inalterado.
- Recentemente, em 03/09/2020, a Relatora considerou inconstitucional emenda que extinguia RJU para
servidores públicos. VAMOS ACOMPANHAR O JULGAMENTO: Segundo a ministra Cármen Lúcia, houve
violação da exigência de aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos da Câmara e no Senado Federal para
alterar a Constituição. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, votou pela declaração de
inconstitucionalidade de dispositivo da Emenda Constitucional (EC) 19/1998 que suprimia da Constituição
Federal a obrigação de que os entes federados instituíssem o Regime Jurídico Único (RJU) e planos de
carreira para servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Relatora
da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2135, a ministra, única a votar na sessão, considera que
houve violação da regra constitucional que exige aprovação em dois turnos por 3/5 dos votos dos
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parlamentares na Câmara e no Senado Federal para alterar a Constituição. O texto está suspenso por
liminar deferida pelo STF desde agosto de 2007. Fonte: site STF
- O regime estatutário prevalece ao celetista, por garantir maior segurança e conforto aos servidores.
STF: NÃO há direito adquirido a regime jurídico. Logo, os direitos instituídos pelo estatuto
dos servidores público NÃO se incorporam ao patrimônio jurídico desses agentes.
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O que é cargo efetivo? É o cargo ocupado pelo servidor estatutário mediante concurso
público que confere aos ocupantes a garantia da estabilidade no serviço, se preenchidos
os requisitos constitucionais.
Obs.1: Provimento de cargo efetivo sempre depende de realização de concurso público
de provas ou provas e títulos. Não há exceção.
Obs.2: O cargo efetivo confere ao titular a garantia da estabilidade no serviço. Trata-se
de uma garantia de permanência no exercício e, uma vez adquirida, o servidor estável só
perderá o cargo em decorrência das hipóteses taxativamente elencadas no texto
constitucional.
Analisaremos a estabilidade de forma mais aprofundada adiante.
1. Função de Confiança: É uma função sem cargo, função isolada dentro do serviço público,
somente podendo ser exercida por quem já esteja investido em cargo efetivo;
2. Cargo em Comissão: É o cargo comissionado, podendo ser exercido também por servidores de
cargo efetivo.
- Cada entidade deverá estabelecer, por lei, um percentual mínimo de cargos em comissão que
necessariamente serão preenchidos por servidores efetivos.
- É possível atribuir cargo em comissão ao servidor ocupante de outro cargo em comissão, desde
que de forma interina, caso em que o sujeito receberá apenas a maior remuneração.
- STF (Info 851): Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem
à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os
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ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins
de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não
há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado compulsoriamente, permaneça no
cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação
e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a
Administração.
• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse qualquer vínculo anterior
com o Estado.
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• Ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público em virtude do fato de ter um vínculo
anterior com a Administração Pública. O preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior entre o
servidor e o Poder Público.
• Formas de provimento derivado:
(1) Promoção: Deslocamento do servidor de um cargo público de classe inferior para ingressar em outro
cargo de classe mais elevada, dentro da mesma carreira.
(2) Readaptação: Deslocamento do servidor de um cargo para outro cargo com o intuito de compatibilizar
o exercício da função pública com a limitação sofrida na capacidade física ou psíquica do servidor
público, verificada por perícia.
(4) Aproveitamento: É o retorno do servidor público estável colocado em disponibilidade para cargo com
atribuições, vencimentos e responsabilidades compatíveis com o cargo anteriormente ocupado.
(5) Reintegração: É o retorno do servidor demitido quando comprovada a ilegalidade da sua demissão no
âmbito de um processo judicial ou administrativo.
(6) Recondução: É o retorno do servidor estável ao cargo de origem tendo em vista a sua inabilitação
(inapto ou não obteve a estabilidade) em estágio probatório de outro cargo ou a reintegração de um
outro servidor a esse mesmo cargo.
→ A recondução permite o retorno ao cargo de origem. E se o cargo de origem estiver ocupado? R.:
o servidor público reconduzido deverá ser aproveitado em outro cargo com atribuição e
remuneração compatíveis.
→ De acordo com Rafael Carvalho, “entendemos que a recondução, no caso de inabilitação em
estágio probatório relacionado ao outro cargo, depende da permanência do vínculo funcional do
servidor com o cargo de origem. Ou seja: apenas será reconduzido o servidor ao seu cargo anterior
se permanecer vinculado a este. Se, por exemplo, o servidor for exonerado a pedido do cargo de
origem, não poderá ele retornar (recondução) posteriormente. Dessa forma, o servidor deve
requerer, em princípio, licença não remunerada do cargo original para ser investido no novo
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cargo. Não há óbice para acumulação dos dois cargos, pois se trata de acumulação não
remunerada.” Livro “Curso de Direito Administrativo” da Editora Gen.
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMG 2021): O provimento originário de um cargo público efetivo ou vitalício se materializa pelo ato
de nomeação do candidato aprovado em concurso público de provas ou de títulos, nos moldes previstos no artigo
37, II, da CR/88.
No que se refere ao provimento derivado, relacione cada espécie com o respectivo conceito e, em seguida, assinale
a alternativa que informa a sequência CORRETA.
(1) Promoção na carreira
(2) Recondução
(3) Readaptação
(4) Reversão
(5) Aproveitamento
( ) Forma de provimento pela qual o servidor sai do seu cargo e ingressa em outro situado em classe mais elevada,
dentro da mesma carreira.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado.
( ) Forma de provimento mediante a qual o servidor estável passa a ocupar um cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor que havia sido colocado em disponibilidade retorna a um cargo de
atribuições e vencimentos compatíveis ao anteriormente ocupado.
( ) Forma de provimento pela qual o servidor aposentado retorna à atividade.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 1, 2, 3, 5, 4.
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4) Readaptação
5) Aposentadoria
6) Posse em outro cargo inacumulável
7) Falecimento
Obs.1: O desligamento dos empregados públicos é feito por dispensa. Não é exoneração. Essa dispensa precisa ser
motivada.
É um ato administrativo complexo – nomeação + posse – que completa a relação estatutária entre Estado
e servidor público.
É imprescindível a previsão legal de todos os requisitos necessários à investidura no cargo e no emprego,
sendo VEDADA a criação de novos requisitos por mera previsão no edital do concurso.
STF e STJ exigem a comprovação do requisito temporal de três anos de atividade jurídica
para ingresso no momento da inscrição no certame, e não da data da posse.
1) Ampla Acessibilidade
• Devem ser acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei e aos estrangeiros, na
forma da legislação aplicável, em atenção ao princípio da isonomia.
• Quanto ao acesso aos cargos públicos por estrangeiros, a CF limita às hipóteses definidas em lei específica,
sendo norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação para produzir efeitos, não sendo
autoaplicável.
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A Lei 8.112/90 estipula idade mínima de 18 anos para ingresso nos cargos públicos federais.
Súmula 683 STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em
face do art. 7º, XXX da CF quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido → Essa súmula deve ser ampliada para os casos em relação a
sexo, altura mínima e outras restrições.
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia → Mesmo
diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras devem ser
estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital.
Para a magistratura, a conclusão do curso de pós-graduação na área jurídica NÃO pode ser considerada como
tempo de atividade jurídica (mas para o MP se considera). Para as demais carreiras, cabe ao edital do concurso ou
à Lei da carreira definir como será feita a análise do requisito.
2) Nacionalidade Brasileira
Obs.: A CF prevê alguns casos que só podem ser preenchidos por brasileiros natos (art. 13, §3º).
O edital deve especificar claramente a escolaridade mínima exigida para exercer as atividades naquele
cargo público, dando ampla publicidade a esta informação.
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A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guardar relação
de pertinência com as atividades a serem desenvolvidas, estiver pautada em critérios
objetivos e for passível de recurso. Em concurso público, o teste de capacidade física
somente pode ser exigido se:
a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do
certame);
b) tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo;
c) estiver pautado em critérios objetivos;
d) for passível de recurso.
STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado
em 07/08/2018.
A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de fazer a prova em
uma nova data no futuro.
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida
à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do
concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
21/11/2018 (repercussão geral).
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• É o processo administrativo pelo qual a Administração Pública seleciona o melhor candidato para integrar
os cargos e empregos públicos, buscando assegurar a impessoalidade, moralidade e isonomia no acesso a
cargos públicos.
• NÃO se admite no Brasil a escolha de candidatos unicamente com base em concurso de títulos (violação à
impessoalidade e isonomia).
• NÃO se admite qualquer espécie de provimento derivado que permita ao servidor assumir cargo em outra
carreira que não aquele em que foi regularmente investido por concurso → vide SUM 685 STF e S.V 43.
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• NÃO se admitem os concursos internos, pelos quais antigos servidores assumem cargos em nova carreira
que não guardam conformidade com a carreira na qual o servidor ingressou mediante concurso.
• Cargos em comissão;
• Servidores temporários;
• Cargos Eletivos;
• Ex-combatentes – desde que tenham participado efetivamente da II GM, conforme art. 53, I ADCT;
• Agentes comunitários de saúde e de combate às endemias – processo seletivo simplificado;
• Nomeação direta para Ministro de Tribunais de contas, STF, STJ e demais Tribunais Superiores;
• Dirigentes das Empresas Estatais – por serem detentores de cargo em comissão, NÃO dependem de
concurso para a sua nomeação;
• Empresas estatais – a doutrina admite a contratação direta, sem necessidade de concurso, em situações
excepcionais, para a contratação de profissionais qualificados em determinados ramos de atividade de
interesse da entidade;
• OAB.
• Prazo de vigência: O prazo de validade do concurso é de até 02 anos, admitindo-se uma única prorrogação, por
igual período. O prazo inicia a partir da publicação da homologação do resultado final do concurso público.
Trata-se de um prazo DECADENCIAL.
→ Cabe ao Administrador definir se há interesse na prorrogação, com base nos critérios de oportunidade
e conveniência (discricionário), devendo eventual prorrogação ocorrer antes do término de vigência
originário, sob pena de se tornar impossível. Ou seja, a prorrogação insere-se na discricionariedade, mas
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a possibilidade de prorrogação deve constar expressamente da lei ou edital, sob pena de o certame ser
improrrogável.
→ Não há óbice à investidura do candidato após o prazo de validade do concurso, por força de decisão
judicial, se a propositura da ação, com o objetivo de discutir essa questão, tenha ocorrido durante o
prazo de validade. Segundo o STJ, o término do prazo de validade do concurso NÃO enseja a perda do
objeto da ação ajuizada com a finalidade de sanar ilegalidade consistente na quebra da ordem
classificatória, sob pena de o candidato lesado ser punido pela demora na prestação jurisdicional.
• Alteração de disposições editalícias: O edital é ato administrativo discricionário expedido pela Administração,
devendo se adequar à Lei e os princípios constitucionais aplicados à atuação do Estado.
→ O edital NÃO pode estipular regras e requisitos de ingresso que extrapolem as reais necessidades daquele
cargo ou emprego, sob pena de violar a isonomia, impessoalidade e moralidade administrativa.
→ Princípio de vinculação ao instrumento convocatório: Uma vez publicado o edital, seus termos vinculam
aqueles que pretendem participar do certame, assim como a própria Administração.
STF: Veda a modificação editalícia que não seja embasada em alteração legislativa e, ainda
assim, restringe a modificação do edital enquanto não concluído e homologado o certame
(impossibilidade de alteração do edital no curso do processo de seleção).
STF: Somente a lei pode estabelecer os limites e requisitos para acesso aos cargos
públicos, não devendo ser substituída por mera regulamentação editalícia - Mesmo
diante de situações que justifiquem restrições de ingresso, estas regras devem ser
estipuladas por meio de lei, não sendo suficiente a disposição no edital.
STF (RE 611874): Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é possível
a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos previstos
em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivos de crença
religiosa, desde que presente a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade
entre todos os candidatos e que não acarreta ônus desproporcional à administração
pública, que deverá decidir de maneira fundamentada.
• Controle Judicial: Por ser ato discricionário, o instrumento convocatório e concurso público não se sujeitam
a controle jurisdicional amplo, sendo possível a análise do Judiciário quanto à regularidade do certame e
adequação dos princípios constitucionais.
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→ O Judiciário NÃO pode substituir a Banca Examinadora, definindo critérios de seleção, reavaliando
provas e notas atribuídas a candidatos, sob pena de adentrar no mérito da atuação discricionária da
Administração.
→ O edital NÃO pode definir critérios de escolha e requisitos de admissão que extrapolem a
razoabilidade e isonomia. Nesses casos, o STF admite o controle das regras do concurso, seja na
elaboração de questões ou na avaliação das respostas do candidato.
Tese de Repercussão Geral (Tema 485): Não compete ao Poder Judiciário substituir a
banca examinadora para reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de correção
utilizados, salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade.
Provas discursivas: O controle judicial não pode reexaminar a conveniência e oportunidade dos critérios
adotados na valoração das respostas pela Banca. No entanto, isso não afasta o controle judicial, inclusive com
perícia. O Judiciário NÃO pode substituir a banca para atribuir a nota que entende correta, mas apenas decidir
pela desproporcionalidade ou ilegalidade da nota, caso em que, após invalidar a atuação da banca, deverá o
Judiciário oportunizar nova correção pelos examinadores, com atribuição de nova nota à questão.
É admitida a realização de novo processo seletivo, desde que respeitada a ordem de preferência aos
candidatos aprovados no concurso anterior.
Caso o concurso possua alguma irregularidade, sua invalidação induz à invalidação da nomeação efetiva ou
da contratação feita.
• A anulação da nomeação deve respeitar o devido processo legal em que se observe o contraditório e ampla
defesa.
• A nulidade do ato de nomeação dos servidores NÃO pode justificar o não pagamento das remunerações
pelos serviços prestados efetivamente pelo agente, sob pena de enriquecimento sem causa do poder
público.
Obs.: STF - Se há anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da remuneração pelos dias
trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS.
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◇ Em regra, não se aplica a teoria do fato consumado a candidato que assumiu o cargo por força de decisão
precária posteriormente revertida.
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◇ Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais que a
manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme no sentido
de admitir a aplicação da teoria do fato consumado.
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de responder a inquérito ou a ação penal. STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral – Tema 22)
Candidato só pode ser excluído de concurso público por não se enquadrar na cota para
negros se houver contraditório e ampla defesa.
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo
critério da heteroidentificação, seja pela constatação de fraude, seja pela aferição do
fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o franqueamento do contraditório e
da ampla defesa. STJ. 2ª Turma. RMS 62040-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
17/12/2019 (Info 666).
A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar é válida desde que
haja previsão em lei específica e no edital do concurso público.
É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o
ingresso em carreira militar, devendo esse requisito, contudo, encontrar previsão legal e
não apenas editalícia. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica no sentido de
que é constitucional a exigência de altura mínima para o ingresso em carreiras militares,
desde que haja previsão legal específica. Somente lei formal pode impor condições para
o preenchimento de cargos, empregos ou funções públicas. STF. 2ª Turma. ARE 1073375
AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/03/2018.
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Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem,
salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais.
Não fere direitos dos candidatos a disposição do edital do certame que prevê limites
mínimo e máximo de idade para o ingresso na carreira militar, em razão da atividade
peculiar nela exercida, desde que tal limitação esteja prevista em legislação específica.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51864/SE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
21/03/2017.
É possível cobrar questões sobre jurisprudência no concurso mesmo que o edital não
preveja que irá exigir dos candidatos conhecimentos acerca dos entendimentos dos
Tribunais Superiores. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 50769/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 01/03/2018.
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCPR 2021): Sobre concursos públicos, é correto afirmar que é legítima a cláusula de edital de
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo fato de responder a inquérito ou ação penal, desde
que tal previsão possua fundamento em lei ou decreto (item considerado incorreto).
A aprovação do candidato em concurso público não acarreta, em princípio, direito à nomeação e à posse,
mas apenas expectativa de direito ao candidato. No entanto, o candidato possui direito, e não apenas expectativa,
quando, dentro do prazo de validade do concurso, houver inobservância pela administração, da ordem de
classificação.
Outrossim, se a Administração durante o prazo de validade do concurso, efetua contratações precárias para
o exercício das mesmas funções que justificaram a realização do certame, há o direito à nomeação dos candidatos
aprovados em concurso.
Conclusão: o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas
seguintes hipóteses (Tema 784 RG):
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3. Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, via
de regra não haverá direito à nomeação, salvo se for comprovada a inequívoca necessidade de nomeação
ou se ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos
termos acima.
STF: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca
necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser
demonstrada de forma cabal pelo candidato.
STJ: O candidato aprovado fora do número de vagas, mas que entrou nas vagas por desistência de outros na sua
frente, tem direito subjetivo à nomeação (RMS 55667, 2015).
Obs.: Esse julgado do STJ é anterior à fixação da tese em RG pelo STF. Contudo, parece-nos que
continuam válidos porque se encaixam nas exceções estabelecidas pelo próprio Supremo.
STF: Diante de demonstração de situações excepcionais, nas quais, por motivo de necessidade pública
superveniente, devidamente comprovada e justificada, a Administração poderá deixar de nomear candidatos
aprovados em concurso público, ainda que dentro do número de vagas, sob pena de priorizar o direito do aprovado
em detrimento do interesse geral (RE 598099).
Logo, são requisitos para não nomear:
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• Superveniência: Os fatos ensejadores de uma situação excepcional devem necessariamente ser posteriores
à publicação do edital;
• Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à
época da publicação do edital;
• Necessidade: A administração só pode adotar tal medida quando não existirem outros meios menos
gravosos para lidar com situação excepcional e imprevisível.
4. ESTABILIDADE
A EFETIVIDADE é atributo do cargo público, definido por lei no momento de sua criação, sendo requisito
indispensável para a aquisição da estabilidade. Os cargos públicos estatutários podem ser:
• Cargos Efetivos: aprovados por concurso e passíveis da aquisição da estabilidade;
• Cargos em Comissão: NÃO adquirem estabilidade, pois são cargos de livre nomeação e exoneração.
A aquisição da estabilidade pressupõe o efetivo exercício da função pelo período de 03 anos. Logo, na
hipótese de afastamento do cargo, a exemplo da licença, o prazo de avaliação deve ser prorrogado pelo mesmo
período do afastamento.
Obs.: O texto originário previa que a estabilidade seria adquirida com 02 anos de efetivo exercício no cargo. A EC
19/98 ampliou o prazo para a aquisição de estabilidade de 02 para 03 anos e acrescentou a aprovação em avaliação
especial de desempenho realizada por comissão designada para esse fim. Logo, os requisitos passaram a ser: (i) 03
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anos de efetivo exercício em cargo efetivo, e (ii) aprovação em avaliação especial de desempenho, por comissão
especialmente constituída.
STF: Reconheceu a estabilidade de determinado servidor que exerceu as suas funções por
mais de três anos, mas não foi submetido à avaliação especial de desempenho.
A estabilidade possui pertinência com o serviço, e não com o cargo. Logo, o STJ já asseverou que “a
estabilidade diz respeito ao serviço público, e não ao cargo”, razão pela qual o servidor estável, ao ser investido em
novo cargo, NÃO fica dispensado de cumprir novo estágio probatório, SALVO se o cargo estiver inserido na mesma
carreira e submetido ao mesmo estatuto funcional.
Doutrina e jurisprudência entendem que a avaliação pode ser expressa ou tácita, pois se passados 03 anos
de exercício e a avaliação não for realizada pelo Poder Público, presume-se que o servidor foi avaliado e aprovado.
Regra de estabilização: A estabilidade poderá ser adquirida pelos agentes que, mesmo sem aprovação em
concurso público, tenham ingressado no serviço público, ao menos 05 anos antes da promulgação da CF/88,
situação que NÃO se aplica a ocupantes de cargos, empregos de confiança ou em comissão. De acordo com o STF,
a estabilização não se aplica aos servidores das Fundações Públicas de Direito Privado.
O servidor em estágio probatório, uma vez que ainda NÃO adquiriu a estabilidade, NÃO possui a garantia
de permanência no serviço. Todavia, a perda do cargo depende necessariamente do respeito ao princípio do
contraditório e ampla defesa, conforme súmula 21 do STF.
Obs.1: Empregos Públicos - O empregado de empresa estatal, ainda que admitido por aprovação em concurso
público, não goza da garantia de estabilidade prevista no art. 41 da CF/88.
Para empregados contratados para prestação de serviços na Administração Direta e autárquica, o TST
editou Súmula 390, no sentido de que a estabilidade os alcança (aplicável para os que ingressaram no serviço
público até a EC 19/98).
Obs.2: Dispensa do servidor estável - Os servidores estáveis só perderão o cargo nas seguintes hipóteses:
a) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
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Exoneração x Demissão
1) Exoneração: Perda do cargo sem caráter de penalidade;
2) Demissão: Perda do cargo com caráter punitivo, decorrente de infração
praticada pelo agente.
5. VITALICIEDADE
Prerrogativa conferida em função dos cargos que exercem e grau de responsabilidade. É garantida a
permanência no serviço público, somente sendo possível a perda do cargo por sentença judicial transitada em
julgado. Aplica-se ao MP, magistratura e Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas.
Alcance da vitaliciedade:
⦁ Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas;
⦁ Magistrados;
⦁ Membros do MP.
A maioria dos ocupantes de cargos vitalícios só adquirem a vitaliciedade após estágio de vitaliciamento de
2 anos. Porém, a vitaliciedade será concedida automaticamente a determinado servidores a partir da investidura
no cargo, a exemplo de advogado investido magistrado pelo quinto.
A vitaliciedade, no entanto, NÃO garante a permanência eterna no cargo. Não impede a extinção do cargo,
hipótese em que o servidor ficará em disponibilidade remunerada (S. 11 do STF) e o servidor vitalício se sujeita à
aposentadoria compulsória.
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6. ACUMULAÇÃO DE CARGOS
Segundo a CF/88, em princípio NÃO é possível acumular cargos ou empregos públicos que qualquer ente
da Administração direta ou indireta da U, E, M, DF, abrangendo os servidores estatutários, celetistas e temporários.
A CF veda a acumulação remunerada, razão pela qual, em princípio, NÃO há vedação para a acumulação
não remunerada de cargos, empregos e funções, desde que haja compatibilidade dos horários.
STF/STJ: NÃO é possível a acumulação de três fontes remuneratórias.
Requisitos constitucionais para a acumulação:
i. Compatibilidade de horários;
ii. Obediência ao teto remuneratório (em relação a cada cargo separadamente);
iii. Permissão apenas nos casos expressos na CF/88.
• COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS:
→ Para que a acumulação de cargos ou empregos seja lícita, deve haver a demonstração da
compatibilidade de horários.
→ STF: Reconheceu a ilicitude na acumulação de cargos quando ambos estiverem submetidos ao
regime de 40 horas semanais e um deles exija dedicação exclusiva.
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Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto.
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e
funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de
cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto
ao somatório dos ganhos do agente público. Ex: se determinado Ministro do STF for
também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral como Ministro e mais a
remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado
especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto
no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais. STF. Plenário. RE 612975/MT e
RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral)
(Info 862).
• PERMISSÕES CONSTITUCIONAIS:
Art. 37, inciso XVI;
Art. 38, III - vereador;
art. 95, § único, I (magistrados);
art. 128, § 5º, II, “d” (promotor).
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(1) Definição de cargo científico - Cargo científico "é o conjunto de atribuições cuja execução
tem por finalidade a investigação coordenada e sistematizada de fatos,
predominantemente de especulação, visando a ampliar o conhecimento humano." (STJ. 5ª
Turma. RMS 28.644/AP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2011).
(2) Definição de cargo técnico - Cargo técnico "é aquele que requer conhecimento específico
na área de atuação do profissional, com habilitação específica de grau universitário ou
profissionalizante de 2º grau" (STJ, RMS42.392/AC - 10/02/2015).
(3) Não podem ser considerados cargos técnicos aqueles que impliquem a prática de atividades
meramente burocráticas, de caráter repetitivo e que não exijam formação específica. Nesse
sentido, atividades de agente administrativo, descritas como atividades de nível médio, não
se enquadram no conceito constitucional (STF. 1ª Info 747/2014).
Obs.: É possível acumular a aposentadoria do regime próprio de previdência com remuneração de cargo efetivo
nas seguintes hipóteses (deve respeitar o limite de remuneração):
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo em comissão;
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo eletivo;
• Proventos de aposentadoria + remuneração de cargo efetivo de cargo acumulável.
O vencimento ou remuneração configuram verbas de caráter alimentar, razão pela qual não se admite
arresto, sequestro ou penhora.
A remuneração do servidor deve ser definida mediante lei específica, sendo igualmente necessária para
revisão ou alteração do valor remuneratório das carreiras em geral. A iniciativa para a edição de lei é de cada um
dos poderes do Estado, para os seus agentes.
→ No entanto, pode ser fixado, por meio de decreto legislativo, desde que respeitada a limitação do art. 37,
XI (teto remuneratório), a remuneração do:
• Presidente da República e do Vice-Presidente;
• Ministros de Estado;
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• Senadores;
• Deputados Federais.
A remuneração do servidor NÃO pode ser inferior ao salário mínimo, mas o vencimento básico pode ser,
desde que a remuneração total não o seja.
Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição,
referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.
STF: Entendeu que, não sendo concedida a revisão, por meio de lei, NÃO compete ao
Poder Judiciário condenar o poder público ao pagamento de indenização. Isso porque a
determinação para que se indenize o servidor público seria verdadeira revisão imposta no
exercício da jurisdição, sem regulamentação legal.
STF: O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos
servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a
indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada,
acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. (STF. Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/9/2019 -
repercussão geral – Tema 19 - Info 953).
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As diferenças de vencimentos para servidores públicos serão embasadas por critérios objetivos, não sendo
possível a discriminação de determinada carreira em benefício de outras.
NÃO se admite a equiparação ou vinculação de espécies remuneratórias entre carreiras no serviço público.
O reajuste da remuneração dos servidores estaduais e municipais não pode ser vinculado a índices
oficiais federais de correção monetária, conforme SUM 681 STF, a fim de evitar os reajustes
automáticos, para se considerar a realidade orçamentária dos Estados e Municípios.
7.3 Subsídios
É a forma de pagamento feito em parcela única, não aceitando nenhum acréscimo patrimonial, a fim de
tornar mais clara a retribuição de determinados cargos.
É VEDADO aos que recebem subsídio o acréscimo fixado de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória.
Salvo as carreiras em que é obrigatório o subsídio, o Poder Público pode optar pelo pagamento em subsídio
ou remuneração.
O regime de subsídio é obrigatório para:
• Membros de poder;
• Detentor de mandato eletivo;
• Ministros e Secretários Estaduais e Municipais;
• Integrantes da AGU, Procuradores do Estado e Defensores Públicos;
• Ministros do TCU e servidores públicos policiais.
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Em qualquer hipótese, a instituição do subsídio depende de lei, NÃO decorre diretamente da Constituição,
de modo que, sem a lei regulamentadora, é inviável a renumeração por subsídio.
O STF pronunciou-se no sentido de que os Juízes estaduais NÃO se submetem à regra do subteto, mas ao
teto de remuneração (o de Ministro do STF), posto que devem ser aplicadas as mesmas regras dos Juizes Federais,
por não existir tratamento diferenciado entre eles. (interpretação conforme a Constituição).
Fica facultado aos Estados e ao DF fixar, mediante emenda às Constituições e Lei Orgânica, como limite
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% dos Ministros do STF, NÃO
se aplicando aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e Vereadores.
Empresas estatais igualmente se submetem ao teto remuneratório, salvo quando NÃO recebem qualquer
forma de auxílio do poder público.
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A EC 47/2005 admite a fixação, mediante emendas às Constituições Estaduais e Lei Orgânica Distrital, de
um subteto uniforme para os Estados e DF, em que o limite único seria o subsídio mensal dos Desembargadores do
respectivo TJ. No entanto, o referido subteto NÃO se aplicaria a Deputados Estaduais, Distritais e Senadores.
O teto só será aplicado às empresas estatais e suas subsidiárias que sejam dependentes. As não
dependentes estão excluídas do teto.
A EC 41/2003 determinou a aplicação imediata do teto, devendo ser efetivada a redução das remunerações
acima do novo limite. Para Rafael Oliveira é norma inconstitucional, pois o Poder Constituinte Derivado é limitado
e NÃO pode contrariar o direito fundamental à irredutibilidade das remunerações e o direito adquirido,
considerados cláusulas pétreas.
CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCAM 2022): O Estado Beta editou lei estadual prevendo que a remuneração do grau máximo da
carreira de Delegado de Polícia Civil estadual corresponderá a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento) da remuneração dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, escalonados conforme as respectivas
classes, sendo a diferença entre uma e outra de 5% (cinco por cento).
Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, a citada lei é inconstitucional, porque vincula
ou referencia espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras distintos, especialmente quando pretende a
vinculação entre servidores de Poderes e níveis federativos diferentes (item considerado correto).
8. DIREITO DE GREVE
Os militares NÃO têm direito à greve nem à sindicalização, por expressa vedação constitucional.
Para os servidores civis, o direito de greve está garantido e será exercido, nos termos estabelecidos em lei
especial. O STF entende que o direito de greve dos servidores público é norma de eficácia limitada à edição de lei
específica que o regulamente. Como atualmente inexiste norma infraconstitucional, o STF, ao julgar Mandado de
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Injunção referente à matéria, determinou que enquanto não houver lei específica para regulamentar a greve dos
servidores, será usada a Lei Geral de Greve (Lei 7.783/89) para possibilitar o exercício deste direito.
A greve pode ser utilizada, inclusive, por servidores em estágio probatório, pois a ausência ao trabalho
NÃO se configura imotivada em caso de greve, mas ocorrida de forma deliberada.
Competência:
✓ Se a greve for realizada por empregados públicos: Justiça do Trabalho;
✓ Se realizada por servidores estatutários: Justiça Comum;
✓ Greve de servidores públicos civis, se movimento nacional ou abarcar mais de um ente federativo:
STJ.
STF (RE 846854): A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a
abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração pública direta,
autarquias e fundações públicas.
Sindicalização: Salvo os militares, aos servidores públicos civis é assegurado o direito à greve e à
sindicalização, norma de eficácia plena. O direito à sindicalização é uma faculdade do servidor.
Os vencimentos dos servidores públicos não podem ser objeto de convenção coletiva (vide SUM 679 STF).
Tese de Repercussão Geral: A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em
virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em
caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público.
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- STJ (RMS 49399): NÃO se mostra razoável a possibilidade de desconto em parcela única sobre
a remuneração do servidor público dos dias parados e não compensados provenientes do
exercício do direito de greve. Deve-se destacar que a remuneração possui natureza alimentar
e o referido desconto em parcela única causaria, nessa hipótese, um dano desarrazoado ao
servidor.
- O STF afirmou expressamente que, ao decidir que os policiais civis não possuem direito de
greve, não estava aplicando o art. 142, § 3º, IV, da CF/88 por analogia a eles. A greve é proibida
por força dos princípios constitucionais que regem os órgãos de segurança pública.
- A carreira policial, disciplinada pelo art. 144 da CF/88, tem como função exercer a segurança
pública, garantindo a “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio. Diante da relevância de suas funções e considerando que se trata de uma atividade
que não pode ser exercida pela iniciativa privada, considera-se que a atividade policial é uma
"carreira de Estado".
- A greve não é um direito absoluto e, neste caso, deverá ser feito um balanceamento entre o
direito de greve e o direito de toda a sociedade à segurança pública e à manutenção da ordem
pública e paz social. Neste caso, há a prevalência do interesse público e do interesse social
sobre o interesse individual de uma categoria. Por essa razão, em nome da segurança pública,
os policiais não podem fazer greve. Importante destacar que a ponderação de interesses aqui
não envolve direito de greve X continuidade do serviço público. A greve dos policiais é proibida
não por causa do princípio da continuidade do serviço público (o que seria muito pouco), mas
sim por conta do direito de toda a sociedade à garantia da segurança pública, à garantia da
ordem pública e da paz social (art. 5º, caput).
- O STF estabeleceu, como alternativa, a possibilidade de o sindicato dos policiais acionar o
Poder Judiciário para que seja feita mediação com o Poder Público, nos termos do art. 165 do
CPC. Nesse caso, é obrigatória a participação do Poder Público na mediação instaurada pelos
órgãos classistas das carreiras de segurança pública, para vocalização dos interesses da
categoria.
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CAIU EM PROVA:
(Delegado de PCMS 2021): Sobre o direito de greve dos servidores públicos o STJ entende que se o servidor exerce
o direito de greve de forma lícita, em obediência ao ordenamento, embora não tenha direito à remuneração pelos
dias parados ante a não prestação dos serviços, o corte da remuneração não pode ocorrer durante o exercício desse
direito, sob pena de se considerar coerção indevida do poder público (item considerado correto).
(Delegado PCPR 2021): O direito de greve dos servidores públicos vem recebendo novos contornos na
jurisprudência das Cortes Superiores. Sobre o tema, considere as seguintes afirmativas:
1. Conquanto seja proscrito o direito de greve dos servidores militares, é lícito o seu exercício por parte de policiais
civis.
2. É ilícita a realização de greve por parte dos servidores pertencentes às carreiras da polícia penal.
3. A Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito
de greve pelos servidores públicos, exceto se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do
Poder Público.
4. A Justiça do Trabalho é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da
Administração Pública direta, bem como de autarquias e fundações públicas.
Foram consideradas corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
Referências Bibliográficas:
Rafael Carvalho Resende Oliveira. Curso de Direito Administrativo
Matheus Carvalho: Manual de Direito Administrativo
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo descomplicado.
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