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CNU

Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Servidor

Ética e Integridade

Princípios e valores éticos do serviço público, seus direitos e deveres à luz do artigo
37 da Constituição Federal de 1988, e do Código de Ética Profissional do Servidor

Ética e Integridade
Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994)............................... 1
Governança pública e sistemas de governança (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro
de 2017); Gestão de riscos e medidas mitigatórias na Administração Pública.............. 13
Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023)................................................................ 23
Transparência e qualidade na gestão pública, cidadania e equidade social................. 29
Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Administração Pública; Lei nº
14.129/2021................................................................................................................... 38
Acesso à informação; Lei nº 12.527/2011...................................................................... 52
Transparência e imparcialidade nos usos da inteligência artificial no âmbito do serviço
público............................................................................................................................ 64
Exercícios....................................................................................................................... 65
Gabarito.......................................................................................................................... 68

Apostila gerada especialmente para: Maria Antonia de Sousa Silva 022.708.962-62


Princípios e valores éticos do serviço público, seus direitos e deveres à luz do artigo
37 da Constituição Federal de 1988, e do Código de Ética Profissional do Servidor Públi-
co Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994)

O serviço público desempenha um papel crucial na sociedade, proporcionando serviços essenciais, apli-
cando a lei e promovendo o bem-estar geral. Para garantir que o serviço público seja eficiente, transparente e
justo, a Constituição Federal de 1988, no Artigo 37, estabelece princípios e valores éticos que devem orientar
a atuação dos agentes públicos. Este texto explorará os princípios, valores, direitos e deveres no contexto do
serviço público brasileiro, conforme estabelecido pelo Artigo 37 da Constituição.
Princípios do Serviço Público
O Artigo 37 da Constituição Federal de 1988 estabelece diversos princípios fundamentais que devem norte-
ar a atuação dos servidores públicos. Alguns desses princípios incluem:
• Legalidade: Os agentes públicos devem atuar de acordo com a lei, respeitando os limites e competências
definidos por ela.
• Impessoalidade: A atuação do servidor público deve ser neutra, sem discriminação ou favorecimento pes-
soal.
• Moralidade: A administração pública deve pautar-se pela ética e probidade, buscando o bem comum.
• Publicidade: Os atos da administração pública devem ser transparentes, de forma a permitir o controle
social.
• Eficiência: O serviço público deve ser prestado com qualidade e de forma eficiente, visando ao melhor
atendimento das necessidades da sociedade.
Valores Éticos no Serviço Público
Além dos princípios, o serviço público também é regido por valores éticos fundamentais. Entre esses valores
estão:
• Integridade: A honestidade e a retidão moral são valores essenciais para a atuação no serviço público.
• Respeito: O respeito pelos direitos e dignidade das pessoas é fundamental para a construção de uma
sociedade justa.
• Responsabilidade: A responsabilidade na gestão dos recursos públicos e no cumprimento das atribuições
é crucial.
• Accountability: A prestação de contas é um valor que assegura a transparência e a responsabilização dos
agentes públicos.
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos
Os servidores públicos têm direitos garantidos pela Constituição, como a estabilidade no emprego, remune-
ração digna e acesso à capacitação. No entanto, esses direitos estão intrinsecamente ligados a deveres, como
o cumprimento das obrigações funcionais, a atuação de acordo com os princípios éticos e a observância das
leis e regulamentos.
A Constituição Federal também estabelece que o servidor público deve dedicar-se integralmente ao serviço,
não se envolver em atividades político-partidárias e atuar com zelo e probidade.
Os princípios e valores éticos do serviço público, conforme delineados pelo Artigo 37 da Constituição Fe-
deral de 1988, constituem a base para a construção de uma administração pública transparente, eficiente e
responsável. O cumprimento desses princípios e valores é essencial para garantir que o serviço público atenda
aos interesses da sociedade, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento do país. É responsabilidade de
todos os agentes públicos, em todas as esferas de governo, agir de acordo com esses princípios e valores,
contribuindo para uma gestão pública ética e eficaz.

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Direitos e Deveres dos Servidores Públicos1
Os direitos do servidor público estão consagrados, em grande parte, na Constituição Federal (arts. 37 a
41); não há impedimento, contudo, para que outros direitos sejam outorgados pelas Constituições Estaduais ou
mesmo nas leis ordinárias dos Estados e Municípios.
Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam do Estatuto do Servidor que cada unidade da
Federação tem competência para estabelecer, ou da CLT, se o regime celetista for o escolhido para reger as
relações de emprego. Em qualquer hipótese, deverão ser observadas as normas da Constituição Federal.
Os estatutos promulgados antes da atual Constituição consignam os direitos e deveres do funcionário. A Lei
nº 8.112/90, também estabelece em seus artigos os direitos e deveres dos servidores públicos.
Dentre os direitos, incluem-se os concernentes a férias, licenças, vencimento ou remuneração e demais
vantagens pecuniárias, assistência, direito de petição, disponibilidade e aposentadoria, alguns deles já analisa-
dos no item concernente às normas constitucionais.
Com relação à retribuição pecuniária (direito ao estipêndio), já foi visto que a Emenda Constitucional nº
19/98 introduziu, ao lado do regime de remuneração ou vencimento, o sistema de subsídio. Para estes, o es-
tipêndio compõe-se de uma parcela única, vedado acréscimo de vantagens outras de qualquer espécie. Para
os servidores em regime de remuneração, continuam a existir as vantagens pecuniárias acrescidas ao padrão
fixado em lei.
A legislação ordinária emprega, com sentidos precisos, os vocábulos vencimento e remuneração, usados
indiferentemente na Constituição. Na lei federal, vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício
do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei (art. 40 da Lei nº 8.112/90) e remuneração é o vencimento
e mais as vantagens pecuniárias atribuídas em lei (art. 41). Provento é a retribuição pecuniária a que faz jus o
aposentado. E pensão é o benefício pago aos dependentes do servidor falecido. O vencimento, o subsídio e a
remuneração (inclusive as vantagens pecuniárias de qualquer espécie), os proventos e a pensão são definidos
em lei (arts. 37, X, 40, §3º, 61, §1º, a e d, da Constituição).
Com relação às vantagens pecuniárias, Hely Lopes Meirelles, faz uma classificação que já se tornou clás-
sica; para ele, “vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento do servidor, concedidas a título definitivo
ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções es-
peciais (ex facto officii), ou em razão das condições anormais em que se realiza o serviço (propter laborem),
ou, finalmente, em razão de condições pessoais do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies
constituem os adicionais (adicionais de vencimento e adicionais de função), as duas últimas formam a categoria
das gratificações de serviço e gratificações pessoais”. A Lei nº 8.112/90, em seu artigo 49, prevê as vantagens
que podem ser pagas ao servidor, incluindo, além dos adicionais e gratificações, também as indenizações, que
compreendem a ajuda de custo, as diárias, o transporte e o auxílio-moradia (definidos nos artigos subsequen-
tes).
São exemplos de adicionais por tempo de serviço os acréscimos devidos por quinquênio e a sexta parte
dos vencimentos, previstos na Constituição paulista (art. 129). Eles aderem ao vencimento e incluem-se nos
cálculos dos proventos de aposentadoria.
Os adicionais de função são pagos em decorrência da natureza especial da função ou do regime especial
de trabalho, como as vantagens de nível universitário e o adicional de dedicação exclusiva. Em regra, também
se incorporam aos vencimentos e aos proventos desde que atendidas as condições legais.
A gratificação de serviço é retribuição paga em decorrência das condições anormais em que o serviço é
prestado. Como exemplo, podem ser citadas as gratificações de representação, de insalubridade, de risco de
vida e saúde.
As gratificações pessoais correspondem a acréscimos devidos em razão de situações individuais do servi-
dor, como o salário-esposa e o salário-família.
Embora a classificação citada seja útil, até para fins didáticos, o critério distintivo – incorporação dos adicio-
nais aos vencimentos e não incorporação das gratificações – nem sempre é o que decorre da lei; esta é que
define as condições em que cada vantagem é devida e calculada e estabelece as hipóteses de incorporação.
É frequente a lei determinar que uma gratificação (por exemplo, a de risco de vida e saúde) se incorpore aos

1 [ Pietro, Maria Sylvia Zanella D. Direito Administrativo. (36th edição). Grupo GEN, 2023.]

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vencimentos depois de determinado período de tempo. É evidente, contudo, que, no silêncio da lei, tem-se que
entender que a gratificação de serviço somente é devida enquanto perdurarem as condições especiais de sua
execução, não havendo infringência ao princípio constitucional da irredutibilidade de vencimento na retirada da
vantagem quando o servidor deixa de desempenhar a função que lhe conferiu o acréscimo. As gratificações
que não se incorporam não são incluídas nos vencimentos para fins de cálculo dos proventos de aposentadoria
e de pensão dos dependentes.
O princípio da irredutibilidade de vencimentos diz respeito ao padrão de cada cargo, emprego ou função e
às vantagens pecuniárias já incorporadas; não abrange as vantagens transitórias, somente devidas em razão
de trabalho que está sendo executado em condições especiais; cessado este, suspende-se o pagamento do
acréscimo, correspondente ao cargo, emprego ou função.
Os vencimentos do servidor público (empregada a palavra em sentido amplo, para abranger também as
vantagens pecuniárias) têm caráter alimentar e, por isso mesmo, não podem ser objeto de penhora, arresto ou
sequestro, consoante artigos 649, IV, 821 e 823 do CPC. Pelo artigo 833, IV, do novo CPC, são impenhoráveis
os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as
pensões, os pecúlios e os montepios. Pela mesma razão, o artigo 100 da Constituição e o artigo 33 de suas
disposições transitórias, ao excluírem os créditos de natureza alimentar do processo especial de execução
contra a Fazenda Pública, sempre foram interpretados de modo a incluir, na ressalva, os vencimentos devidos
aos servidores públicos. Esse entendimento foi adotado, no Estado de São Paulo, pelo Decreto nº 29.463, de
19-12-88, e pelo artigo 57, §3º, de sua Constituição. Agora, a matéria constitui objeto de preceito constitucional
contido no artigo 100, §1º-A, da Constituição, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 30/00; ficou
expresso que “os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,
proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invali-
dez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado”.
Ainda com relação aos direitos dos funcionários, é importante lembrar que muitos deles correspondem a be-
nefícios previstos para os integrantes da Previdência Social ou, mais amplamente, da Seguridade Social (que
abrange previdência, saúde e assistência).
Com efeito, em relação aos servidores, o Poder Público pode determinar a sua inclusão na previdência
social (ressalvados aqueles direitos, como aposentadoria e disponibilidade, que constituem encargos que a
Constituição atribui ao Estado) ou assumi-los como encargos próprios. A primeira opção normalmente é utiliza-
da para os servidores contratados pela legislação trabalhista e, a segunda, para os estatutários.
Assim, examinando-se os Estatutos funcionais, normalmente, encontram-se vantagens, como a licença
para tratamento de saúde, licença-gestante, licença ao funcionário acidentado ou acometido de doença profis-
sional e auxílio-funeral, entre outras. Na esfera federal, com a Lei nº 8.112/90, essas vantagens passaram a ter
caráter previdenciário (art. 185).
Em regra, os mesmos direitos dos trabalhadores da esfera privada se aplicam aos servidores públicos,
como:
– Garantia de salário nunca inferior ao mínimo, incluindo aqueles que recebem remuneração variável;
– Décimo terceiro salário;
– Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno;
– Remuneração das horas extras em no mínimo 50% a mais da hora normal;
– Salário família para os dependentes;
– Jornada de trabalho não superior a 8 horas diária e 44 semanais + repouso semanal remunerado;
– Férias anuais remunerada com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
– Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 a 180 dias;
– Licença paternidade, nos termos fixados em lei;
– Proteção do mercado de trabalho da mulher;
– Redução de riscos inerentes ao trabalho;
– Proibição de diferença de salários, idade, cor ou estado civil.

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– No entanto, em todos esses direitos, é crucial verificar a lei que se aplica a você, porque a lei é diferente
para servidor federal, estadual ou municipal.
Deveres dos Servidores Públicos
Os deveres dos servidores públicos vêm normalmente previstos nas leis estatutárias, abrangendo, entre
outros, os de assiduidade, pontualidade, discrição, urbanidade, obediência, lealdade. O descumprimento dos
deveres enseja punição disciplinar.
Os deveres a serem abordados são: dever de agir, dever de eficiência, dever de probidade e dever de pres-
tar contas.
O dever de agir se refere à obrigação do administrador público de se desincumbir no tempo próprio das atri-
buições inerentes a cargo, função ou emprego público de que é titular. Tais atribuições devem ser exercidas em
sua plenitude e no momento legal. Sua omissão sujeita o agente público a punições de ordens administrativa e
penal (concussão e prevaricação).
O dever de eficiência traz como mandamento ao agente público o rendimento em seu serviço, que deve
ser demonstrado de maneira rápida e bem realizada. O serviço deve ser executado de forma que atenda ao
interesse coletivo, em tempo hábil, e sem deixar de lado a qualidade.
O dever de probidade impõe ao agente público o desempenho de suas atribuições de forma que indique
atitudes retas, leais, justas e honestas, características próprias da integridade de caráter do ser humano. O
administrador deve buscar sempre o melhor para a Administração Pública. É elemento essencial para legitimar
os atos do administrador público. O art. 37, §4o, da Constituição Federal preceitua que os atos de improbidade
administrativa importarão suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens
e ressarcimento ao erário na forma da lei.
O dever de prestar contas se refere à própria gestão de bens, direitos e serviços alheios. Portanto, não foge
ao administrador público a responsabilidade de prestar contas de sua atuação na gestão do patrimônio público,
não se restringindo apenas aos atos de natureza econômico-financeira, mas também aos planos de governo.
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres aos servidores públicos como requisitos para
o bom desempenho de seus encargos e regular funcionamento dos serviços públicos. A Lei de Improbidade
Administrativa, de natureza nacional, diz que constituem ato de improbidade administrativa que atenta contra
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, im-
parcialidade, legalidade e lealdade às instituições. (Lei 8.429/92, art. 10 cap), as quais, para serem punidas,
pressupõem que o agente as pratique com a consciência da ilicitude, isto é, dolosamente.
O dever de lealdade exige do servidor maior dedicação ao serviço e o integral respeito às leis e as institui-
ções.
O dever de obediência impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores e sua fiel exe-
cução.
Dever de conduta ética decorre do princípio constitucional da moralidade administrativa e impõem ao servi-
dor de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Dever de eficiência, conforme acima explanado, decorre do inciso LXXVIII do art. 5º da CF, acrescentado
pela EC 45/2004.
Outros deveres são comumente especificados nos estatutos, procurando adequar a conduta do servidor.
O servidor, por estar submetido à hierarquia administrativa, deve atuar segundo os padrões legais e éticos im-
postos, estabelecendo a Lei 8.112/1990 um rol, meramente exemplificativo, de deveres impostos aos agentes
públicos. Vejamos:
a) Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo.
b) Ser leal às instituições a que servir.
c) Observar as normas legais e regulamentares.
d) Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais.

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e) Atender com presteza: ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as prote-
gidas por sigilo; à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de
interesse pessoal; às requisições para a defesa da fazenda pública.
f) Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior
ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração.
g) Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público.
h) Guardar sigilo sobre assunto da repartição.
i) Manter conduta compatível com a moralidade administrativa.
j) Ser assíduo e pontual ao serviço.
k) Tratar com urbanidade as pessoas.
l) Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder: a representação será encaminhada pela via
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-
sentando ampla defesa.
Servidores Públicos
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços à administração pública direta, às autar-
quias ou fundações públicas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutário. Esses serviços
são prestados à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal ou aos Municípios.
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e
das fundações públicas.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de adminis-
tração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
§1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
§2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na
carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
§3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando
a natureza do cargo o exigir.
§4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
§6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da
remuneração dos cargos e empregos públicos.

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§7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
prêmio de produtividade.
§8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do §4º.
§9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de
confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter con-
tributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados
e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível
de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da
continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabe-
lecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição
e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o §2º do
art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o
disposto nos §§14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime
próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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§5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades
decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do §1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do
respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-
se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§7º Observado o disposto no §2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo
dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo,
a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o §4º-B decorrente de
agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
§8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios estabelecidos em lei.
§9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria,
observado o disposto nos §§9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins
de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.
§11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no que
couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder
Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado
o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das
pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no §16. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§15. O regime de previdência complementar de que trata o §14 oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade
fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente
regime de previdência complementar.
§17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no §3° serão
devidamente atualizados, na forma da lei.
§18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos.

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§19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular
de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por
permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da
sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão
ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o §22. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vincula-
ção a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com go-
vernança, controle interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas,
direta ou indiretamente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e ex-
traordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público.
§1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
rada ampla defesa.
§2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

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§4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade.
– Estabilidade
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de permanecer no cargo ou emprego público depois
de ter sido aprovado em estágio probatório.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade poder ser definida como a garantia consti-
tucional de permanência no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de concurso público,
para titularizar cargo de provimento efetivo, após o transcurso de estágio probatório.
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efetivo exercício, em virtude de nomeação em
concurso público. Esse é o estágio probatório citado pela lei.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, ele perderá o cargo somente nas hipóteses
elencadas no Artigo 41, §1º da CF.
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais variados concursos públicos, segue a tabela ex-
plicativa:

Estabilidade do Servidor
Cargo de provimento efetivo/ocupado em razão de concur-
so público
Requisitos para aquisição de Estabi-
3 anos de efetivo exercício
lidade
Avaliação de desempenho por comissão instituída para esta
finalidade
Em virtude de sentença judicial transitada em julgado
Mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
rada ampla defesa
Hipóteses em que o servidor estável
Mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
pode perder o cargo
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa
Em razão de excesso de despesa

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994


Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda
tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,
DECRETA:
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
que com este baixa.
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em ses-
senta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição
da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Fe-
deral da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

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ANEXO
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO
FEDERAL
CAPÍTULO I
SEÇÃO I
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que
devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser-
vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput,
e §4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acres-
cida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até
por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito,
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator
de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acrésci-
mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser
considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de
cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da
Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a
publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos
interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou es-
tabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até
mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano
moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por
descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado,
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça
suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do ser-
viço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano
moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente
por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da
função pública.

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XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada
concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade
para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
SEÇÃO II
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente
resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços
da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato
com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada pres-
tação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individu-
ais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento
indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem
obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas
e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança
coletiva;
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua orga-
nização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções,
tendo por escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun-
ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

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t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados adminis-
trativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao
interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa
à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
mulando o seu integral cumprimento.
SEÇÃO III
DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
XV - E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favo-
recimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética
ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causan-
do-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendi-
mento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal in-
terfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente supe-
riores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, co-
missão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
cente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da
pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fun-
dacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser
criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação
ou de procedimento susceptível de censura.
XVII -- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

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XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções
e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação
constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão
do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas
e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

Governança pública e sistemas de governança (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro


de 2017); Gestão de riscos e medidas mitigatórias na Administração Pública

A governança pública e os sistemas de governança são elementos cruciais para o funcionamento eficaz
das sociedades e organizações em todo o mundo. Esses conceitos estão no centro da tomada de decisões,
gestão de recursos e garantia do bem-estar da população. Vamos explorar mais profundamente o significado
e a importância desses temas.
Governança Pública
A governança pública refere-se ao processo pelo qual as decisões são tomadas e implementadas no âmbito
do setor público. Isso abrange uma ampla gama de instituições, desde governos locais até organismos interna-
cionais. A qualidade da governança pública desempenha um papel fundamental na eficiência, transparência e
responsabilidade das ações do governo.
Os princípios-chave da boa governança pública incluem a participação cidadã, o Estado de direito, a trans-
parência, a responsabilidade e a eficácia. A participação cidadã envolve a consulta e a colaboração ativa dos
cidadãos nas decisões que afetam suas vidas. O Estado de direito garante que todas as ações governamentais
estejam em conformidade com a lei e que os direitos dos cidadãos sejam protegidos. A transparência refere-se
à divulgação aberta de informações governamentais. A responsabilidade exige que os governos sejam respon-
sáveis por suas ações e usem recursos públicos de forma eficaz. A eficácia está relacionada com a capacidade
do governo de cumprir suas funções e fornecer serviços de qualidade à população.
Sistemas de Governança
Os sistemas de governança abrangem as estruturas, processos e práticas que regem a tomada de decisões
e a gestão em organizações, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor. Esses sistemas são essenciais
para garantir que as organizações operem de maneira eficiente, ética e em conformidade com seus objetivos
e valores.
Os sistemas de governança geralmente envolvem a definição clara de papéis e responsabilidades, o esta-
belecimento de regras e regulamentos internos, a supervisão por parte de órgãos de controle e a prestação de
contas aos stakeholders. No contexto empresarial, a governança corporativa é um subconjunto importante da
governança, que se concentra na gestão de empresas e na proteção dos interesses dos acionistas.

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A Importância da Boa Governança
Tanto a governança pública quanto os sistemas de governança desempenham um papel crítico na constru-
ção de sociedades justas, eficientes e sustentáveis. A boa governança pública promove a confiança dos cida-
dãos nas instituições governamentais e ajuda a prevenir a corrupção, ao passo que os sistemas de governança
eficazes são essenciais para o sucesso e a sustentabilidade de organizações e empresas.
Além disso, a governança adequada desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico,
na estabilidade política e na garantia dos direitos humanos. Organizações com sistemas de governança bem
estruturados são mais capazes de inovar, tomar decisões informadas e atender às expectativas de seus stake-
holders.
A governança pública e os sistemas de governança são elementos essenciais para o funcionamento eficaz
das instituições em todas as esferas da sociedade. A busca constante por práticas de governança transparen-
tes, responsáveis e eficazes é fundamental para construir um mundo mais justo, equitativo e sustentável.
— Governança pública
A definição de governança não é livre de contestações. Isso porque tal definição gera ambiguidades entre
diferentes áreas do conhecimento. As principais disciplinas que estudam fenômenos de “governance” são as
relações internacionais, teorias do desenvolvimento, a administração privada, as ciências políticas e a adminis-
tração pública.
Estudos de relações internacionais concebem governança como mudanças nas relações de poder entre es-
tados no presente cenário internacional. Os chamados teóricos globalizadores (globalizers), de tradição liberal,
veem governance como a derrocada do modelo de relações internacionais vigente desde o século XVII, onde o
Estado-nação sempre foi tido como ator individual, e a transição a um modelo colaborativo de relação interes-
tatal e entre atores estatais e não estatais na solução de problemas coletivos internacionais.
Governança, nesse sentido, denota o processo de estabelecimento de mecanismos horizontais de colabo-
ração para lidar com problemas transnacionais como tráfico de drogas, terrorismo e emergências ambientais.
Teorias do desenvolvimento tratam a governança como um conjunto adequado de práticas democráticas e de
gestão que ajudam os países a melhorar suas condições de desenvolvimento econômico e social.
“Boa governança” é, portanto, a combinação de boas práticas de gestão pública. O Fundo Monetário Inter-
nacional (FMI) e o Banco Mundial exigem “boa governança” como requisito para países em via de desenvol-
vimento receberem recursos econômicos e apoio técnico. Áreas de aplicação das boas práticas são aquelas
envolvidas na melhora da eficiência administrativa, da accountability democrática, e de combate à corrupção
como exemplos de elementos essenciais de um framework2 no qual economias conseguem prosperar.
Governança na linguagem empresarial e contábil significa um conjunto de princípios básicos para aumentar
a efetividade de controle por parte de stakeholders3 e autoridades de mercado sobre organizações privadas de
capital aberto.
Exemplos de princípios institucionais de governança são: a articulação entre autoridades para controlar o
respeito à legislação e a garantia de integridade e objetividade pelas autoridades reguladoras do mercado.
Exemplos de princípios de governança para empresas privadas são: a participação proporcional de acionistas
na tomada de decisão estratégica, a cooperação de empresas privadas com organizações externas (sindicatos,
credores etc.) e stakeholders internos (empregados), além de transparência nas informações e responsabiliza-
ção dos executivos do quadro dirigente perante os acionistas.
A etiqueta “governance” denota pluralismo, no sentido que diferentes atores têm, ou deveriam ter, o direito
de influenciar a construção das políticas públicas. Essa definição implicitamente traduz-se numa mudança do
papel do Estado (menos hierárquico e menos monopolista) na solução de problemas públicos. Por causa disso,
a governança pública (GP) também é relacionada ao neoliberalismo.

2 Um framework em desenvolvimento de software, é uma abstração que une códigos comuns entre vários
projetos de software provendo uma funcionalidade genérica. Um framework pode atingir uma funcionalidade
específica, por configuração, durante a programação de uma aplicação.
3 Stakeholder, é um dos termos utilizados em diversas áreas como gestão de projetos, comunicação social
administração e arquitetura de software referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as
práticas de governança corporativa executadas pela empresa.

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A GP também significa um resgate da política dentro da administração pública, diminuindo a importância
de critérios técnicos nos processos de decisão e um reforço de mecanismos participativos de deliberação na
esfera pública.
Os impulsionadores do movimento da GP são múltiplos. O primeiro é que a crescente complexidade, di-
nâmica e diversidade de nossas sociedades coloca os sistemas de governo sob novos desafios e que novas
concepções de governança são necessárias.
A segunda força por trás da GP é a ascensão de valores neoliberais e o chamado esvaziamento do Estado
(hollowing out of the state), em que a incapacidade do Estado em lidar com problemas coletivos é denunciada.
Tal movimento ideológico desconfia da habilidade estatal de resolver seus próprios problemas de forma autô-
noma e prega a redução das autoridades nacionais em favor de organizações internacionais (blocos regionais,
Nações Unidas, FMI, Banco Mundial), em favor de organizações não estatais (mercado e organizações não
governamentais) e em favor de organizações locais (governos locais, agências descentralizadas etc.)
A terceira força motriz da GP é a própria APG como modelo de gestão da administração pública nacional,
estadual e municipal, focando maior atenção no desempenho e no tratamento dos problemas do que nas per-
guntas “quem” deve implementar ou “como” devem ser implementadas as políticas públicas. Na verdade, al-
guns acadêmicos consideram a GP uma consequência do movimento da APG, com a qual compartilha algumas
características: há alguma semelhança entre as duas perspectivas e parece claro que o recente interesse em
governança, em parte, tem sido alavancado pela crescente popularidade da administração pública gerencial e
a ideia de formas genéricas de controle social.
Delineiam-se os elementos inexoráveis da GP: estruturas e interações. As estruturas podem funcionar por
meio de mecanismos de hierarquia (governo), mecanismos autorregulados (mercado) e mecanismos horizon-
tais de cooperação (comunidade, sociedade, redes). As interações dos três tipos de estrutura são fluidas, com
pouca ou nenhuma distinção clara entre elas.
Essa abordagem relacional, e o resgate das redes/comunidades/sociedades como estruturas de construção
de políticas públicas, é a grande novidade proposta pelos teóricos da GP. A governança não é mais baseada na
autoridade central ou políticos eleitos (modelo da hierarquia) e nem passagem de responsabilidade para o setor
privado (modelo de mercado), mas sim regula e aloca recursos coletivos por meio de relações com a população
e com outros níveis de governo.
Um aspecto de maior discordância dentro da comunidade epistêmica de administração pública é a questão do
papel do Estado num contexto de GP. Por um lado, percebe-se uma diminuição do protagonismo estatal no processo
de elaboração de políticas públicas.
A GP implica não apenas o envolvimento de atores não estatais no planejamento e implementação das po-
líticas públicas, mas também em todo o processo de coprodução e cogestão de políticas. O Estado torna-se
uma coleção de redes interorganizacionais compostas por atores governamentais e sociais sem nenhum ator
soberano capaz de guiar e regular.
Alguns autores contestam esse tipo de entendimento, respondendo que o Estado mantém seu papel de lide-
rança na elaboração de políticas públicas. De acordo com estes, a GP provoca a criação de centros múltiplos
de elaboração da política pública, em nível local, regional, nacional ou supranacional.
O Estado, no entanto, não perde importância, mas sim desloca seu papel primordial da implementação para
a coordenação e o controle. Essa abordagem centrada no Estado argumenta que a GP cria instrumentos de
colaboração e um modelo mais transparente e integrador de Estado, que serve como um veículo ao alcance de
interesses coletivos.
Tratando de questões mais práticas, a GP disponibiliza plataformas organizacionais para facilitar o alcance
de objetivos públicos tais como o envolvimento de cidadãos na construção de políticas, fazendo uso de me-
canismos de democracia deliberativa e redes de políticas públicas. As redes de políticas públicas (policy ne-
tworks) podem ser consideradas uma abordagem de pesquisa, uma filosofia de mediação de interesses ou uma
forma específica de interação entre atores públicos e privados numa área de política pública.

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A democracia deliberativa foi experimentada em indústrias japonesas no pós-guerra como um procedimento
adequado a aproveitar o conhecimento e os frames cognitivos dos empregados no momento de decidir sobre
produtos e processos produtivos. Essa experiência organizacional também vem sendo usada na esfera gover-
namental com o intuito de melhorar a interação entre atores públicos e privados para a solução de problemas
coletivos e a redução de elos na cadeia de accountability.
Os mecanismos de democracia deliberativa já foram experimentados em diferentes lugares e áreas de po-
líticas públicas. Exemplos desses mecanismos são o fortalecimento da comunidade na gestão do patrimônio
público (community empowerment), os planejamentos e orçamentos participativos, os conselhos deliberativos
nas diversas áreas de políticas públicas.
As redes de políticas públicas (policy networks) representam outra forma específica de interação entre ato-
res públicos e privados. A participação nas redes de políticas públicas é aberta a qualquer interessado e tal tipo
de arena produz baixa externalidade negativa ao ambiente externo. Um exemplo de rede desse gênero seria
o grupo de jovens que se organiza para resolver o problema de cachorros abandonados nos grandes centros
urbanos, ou ainda o grupo de empresários e organizações do terceiro setor que se organizam para encontrar
soluções locais para combater a criminalidade.
A relativa independência das redes de políticas públicas é sublinhada quando diz-se que as mesmas se
auto-organizam. Trocando em miúdos, auto-organização quer dizer que as redes são autônomas e autogover-
náveis, redes se desvinculam da liderança governamental, desenvolvem suas próprias políticas e moldam seus
ambientes.
O ideal subjacente a essa forma de organização é a substituição da agregação numérica de preferências
(votos) pelo processo cíclico e dialético de fertilização cruzada das preferências no momento de elaborar políti-
cas públicas. A GP também denota a coordenação de atores estatais e não estatais nas operações de governo,
e as parcerias público-privadas (PPPs) são os exemplos mais básicos.
Definem-se as PPPs como cooperação entre atores públicos e privados de caráter temporário no qual os
atores desenvolvem produtos mutuamente e/ou serviços e onde riscos, custos e benefícios são compartilhados.
As áreas de políticas públicas onde as PPPs têm sido intensamente adotadas são os setores de infraestrutura e
proteção ambiental, e os contratos preveem mecanismos de controle para mensurar resultados e impactos no
ambiente econômico e social.
— Gestão de riscos e medidas mitigatórias na Administração Pública
A gestão de riscos e medidas mitigatórias desempenha um papel fundamental na administração pública, ga-
rantindo a eficiência, transparência e responsabilidade na condução dos assuntos governamentais. Neste con-
texto, é essencial compreender o que são riscos na administração pública, como identificá-los, avaliá-los e, o
mais importante, como implementar medidas mitigatórias adequadas para proteger os interesses da sociedade.
Definição de Riscos na Administração Pública
Os riscos na administração pública referem-se a eventos ou circunstâncias que podem afetar negativamente
a capacidade do governo de cumprir seus objetivos e entregar serviços públicos de qualidade. Esses riscos
podem ser de natureza financeira, operacional, estratégica, legal, reputacional ou política. Por exemplo, a ins-
tabilidade econômica, desastres naturais, fraudes, decisões judiciais desfavoráveis e escândalos políticos são
exemplos de riscos que podem afetar a administração pública.
Identificação e Avaliação de Riscos
A identificação e avaliação de riscos na administração pública envolvem a análise minuciosa de todos os
processos, atividades e operações governamentais. Isso inclui a revisão de políticas, regulamentos e proce-
dimentos, bem como a análise de dados históricos e tendências. O objetivo é identificar possíveis ameaças e
vulnerabilidades que podem comprometer o desempenho do governo.
Uma vez identificados, os riscos devem ser avaliados quanto à sua probabilidade de ocorrência e impacto
potencial. A avaliação de riscos ajuda a priorizar quais riscos merecem maior atenção e recursos para mitiga-
ção.

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Medidas Mitigatórias
A implementação de medidas mitigatórias é uma etapa crucial no processo de gestão de riscos na adminis-
tração pública. Essas medidas visam reduzir a probabilidade de ocorrência de riscos ou minimizar seu impacto
quando ocorrem. Existem várias estratégias que podem ser adotadas, incluindo:
• Políticas de Controle Interno: Estabelecimento de políticas robustas de controle interno para prevenir frau-
des, corrupção e má administração de recursos públicos.
• Seguro e Reservas Financeiras: Aquisição de seguros adequados e a criação de reservas financeiras para
cobrir despesas imprevistas, como desastres naturais ou crises econômicas.
• Planos de Continuidade de Negócios: Desenvolvimento de planos de continuidade de negócios para garan-
tir a prestação contínua de serviços públicos em situações de emergência.
• Treinamento e Capacitação: Investimento em treinamento e capacitação de servidores públicos para lidar
com riscos específicos, como a implementação de medidas de segurança cibernética.
• Transparência e Prestação de Contas: Fortalecimento da transparência e prestação de contas, permitindo
que a sociedade acompanhe de perto as ações do governo e denuncie irregularidades.
Monitoramento e Aperfeiçoamento Contínuo
A gestão de riscos na administração pública não é um processo estático, mas sim contínuo e iterativo. É
essencial estabelecer sistemas de monitoramento para acompanhar a eficácia das medidas mitigatórias e ajus-
tá-las conforme necessário. Além disso, a aprendizagem com experiências passadas e a incorporação de boas
práticas são elementos-chave para aprimorar a gestão de riscos ao longo do tempo.
A gestão de riscos e medidas mitigatórias desempenha um papel vital na administração pública, permitindo
que o governo atue de forma mais eficiente, responsável e transparente. Ao identificar, avaliar e implementar
medidas adequadas, as organizações governamentais podem proteger seus interesses e, o que é mais impor-
tante, garantir que os serviços públicos sejam entregues de maneira consistente e de alta qualidade à socieda-
de. Portanto, a incorporação de uma cultura de gestão de riscos na administração pública é essencial para o
sucesso e a integridade do setor público.
DECRETO Nº 9.203, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017
Dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput , inciso VI, alínea
“a”, da Constituição,
DECRETA :
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autár-
quica e fundacional.
Art. 2º Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se:
I - governança pública - conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para
avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços
de interesse da sociedade;
II - valor público - produtos e resultados gerados, preservados ou entregues pelas atividades de uma orga-
nização que representem respostas efetivas e úteis às necessidades ou às demandas de interesse público e
modifiquem aspectos do conjunto da sociedade ou de alguns grupos específicos reconhecidos como destinatá-
rios legítimos de bens e serviços públicos;
III - alta administração - Ministros de Estado, ocupantes de cargos de natureza especial, ocupantes de car-
go de nível 6 do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS e presidentes e diretores de autarquias,
inclusive as especiais, e de fundações públicas ou autoridades de hierarquia equivalente; e
IV - gestão de riscos - processo de natureza permanente, estabelecido, direcionado e monitorado pela alta
administração, que contempla as atividades de identificar, avaliar e gerenciar potenciais eventos que possam
afetar a organização, destinado a fornecer segurança razoável quanto à realização de seus objetivos.
Art. 3º São princípios da governança pública:

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I - capacidade de resposta;
II - integridade;
III - confiabilidade;
IV - melhoria regulatória;
V - prestação de contas e responsabilidade; e
VI - transparência.
Art. 4º São diretrizes da governança pública:
I - direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando soluções tempestivas e ino-
vadoras para lidar com a limitação de recursos e com as mudanças de prioridades;
II - promover a simplificação administrativa, a modernização da gestão pública e a integração dos serviços
públicos, especialmente aqueles prestados por meio eletrônico;
III - monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os resultados das políticas e das
ações prioritárias para assegurar que as diretrizes estratégicas sejam observadas;
IV - articular instituições e coordenar processos para melhorar a integração entre os diferentes níveis e es-
feras do setor público, com vistas a gerar, preservar e entregar valor público;
V - fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta administração para orientar o comportamento
dos agentes públicos, em consonância com as funções e as atribuições de seus órgãos e de suas entidades;
VI - implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que privilegiará ações estratégicas
de prevenção antes de processos sancionadores;
VII - avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoamento de políticas públicas e de concessão de
incentivos fiscais e aferir, sempre que possível, seus custos e benefícios;
VIII - manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformidade legal, pela qualidade regu-
latória, pela desburocratização e pelo apoio à participação da sociedade;
IX - editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas práticas regulatórias e pela legitimidade, esta-
bilidade e coerência do ordenamento jurídico e realizando consultas públicas sempre que conveniente;
X - definir formalmente as funções, as competências e as responsabilidades das estruturas e dos arranjos
institucionais; e
XI - promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das atividades e dos resultados da organiza-
ção, de maneira a fortalecer o acesso público à informação.
Art. 5º São mecanismos para o exercício da governança pública:
I - liderança, que compreende conjunto de práticas de natureza humana ou comportamental exercida nos
principais cargos das organizações, para assegurar a existência das condições mínimas para o exercício da
boa governança, quais sejam:
a) integridade;
b) competência;
c) responsabilidade; e
d) motivação;
II - estratégia, que compreende a definição de diretrizes, objetivos, planos e ações, além de critérios de
priorização e alinhamento entre organizações e partes interessadas, para que os serviços e produtos de res-
ponsabilidade da organização alcancem o resultado pretendido; e
III - controle, que compreende processos estruturados para mitigar os possíveis riscos com vistas ao al-
cance dos objetivos institucionais e para garantir a execução ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz
das atividades da organização, com preservação da legalidade e da economicidade no dispêndio de recursos
públicos.

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Art. 6º Caberá à alta administração dos órgãos e das entidades, observados as normas e os procedimentos
específicos aplicáveis, implementar e manter mecanismos, instâncias e práticas de governança em consonân-
cia com os princípios e as diretrizes estabelecidos neste Decreto.
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de governança de que trata o caput incluirão,
no mínimo:
I - formas de acompanhamento de resultados;
II - soluções para melhoria do desempenho das organizações; e
III - instrumentos de promoção do processo decisório fundamentado em evidências.
Art. 7º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 7º-A. O Comitê Interministerial de Governança - CIG tem por finalidade assessorar o Presidente da
República na condução da política de governança da administração pública federal. (Incluído pelo Decreto nº
9.901, de 2019)
Art. 8º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§2º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§3º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 8º-A. O CIG é composto pelos seguintes membros titulares: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o coordenará; (Incluído pelo
Decreto nº 9.901, de 2019)
II - Ministro de Estado da Economia; e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - Ministro de Estado da Controlaria-Geral da União. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º Os membros do CIG poderão ser substituídos, em suas ausências e seus impedimentos, pelos respec-
tivos Secretários-Executivos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§2º As reuniões do CIG serão convocadas pelo seu Coordenador. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§3º Representantes de outros órgãos e entidades da administração pública federal poderão ser convidados
a participar de reuniões do CIG, sem direito a voto. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 8º-B. O CIG se reunirá, em caráter ordinário, trimestralmente e, em caráter extraordinário, sempre que
necessário. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º O quórum de reunião do CIG é de maioria simples dos membros e o quórum de aprovação é de maioria
absoluta. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§2º Além do voto ordinário, o Coordenador do CIG terá o voto de qualidade em caso de empate. (Incluído
pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 9º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III- (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
V - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)

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§1º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§2º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 9º-A. Ao CIG compete: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - propor medidas, mecanismos e práticas organizacionais para o atendimento aos princípios e às diretrizes
de governança pública estabelecidos neste Decreto; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - aprovar manuais e guias com medidas, mecanismos e práticas organizacionais que contribuam para a
implementação dos princípios e das diretrizes de governança pública estabelecidos neste Decreto; (Incluído
pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - aprovar recomendações aos colegiados temáticos para garantir a coerência e a coordenação dos pro-
gramas e das políticas de governança específicos; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - incentivar e monitorar a aplicação das melhores práticas de governança no âmbito da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional; e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
V - editar as resoluções necessárias ao exercício de suas competências. (Incluído pelo Decreto nº 9.901,
de 2019)
§1º Os manuais e os guias a que se refere o inciso II do caput deverão: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de
2019)
I - conter recomendações que possam ser implementadas nos órgãos e nas entidades da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional definidos na resolução que os aprovar; (Incluído pelo Decreto
nº 9.901, de 2019)
II - ser observados pelos comitês internos de governança, a que se refere o art. 15-A. (Incluído pelo Decreto
nº 9.901, de 2019)
§2º O colegiado temático, para fins do disposto neste Decreto, é a comissão, o comitê, o grupo de trabalho
ou outra forma de colegiado interministerial instituído com o objetivo de implementar, promover ou executar
políticas ou programas de governança relativos a temas específicos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 10. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§2º (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 10-A. O CIG poderá instituir grupos de trabalho específicos com o objetivo de assessorá-lo no cumpri-
mento das suas competências. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§1º Representantes de órgãos e entidades públicas e privadas poderão ser convidados a participar dos
grupos de trabalho constituídos pelo CIG. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
§2º O CIG definirá no ato de instituição do grupo de trabalho os seus objetivos específicos, a sua composi-
ção e o prazo para conclusão de seus trabalhos. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 10-B. Os grupos de trabalho: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - serão compostos na forma de ato do CIG; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - não poderão ter mais de cinco membros; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - terão caráter temporário e duração não superior a um ano; e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - estarão limitados a três operando simultaneamente. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 11. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)

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II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
V - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 11-A. A Secretaria-Executiva do CIG será exercida pela Secretaria Especial de Relações Governamen-
tais da Casa Civil da Presidência da República. (Redação dada pelo Decreto nº 10.907, de 2021) (vigência)
Parágrafo único. Compete à Secretaria-Executiva do CIG: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - receber, instruir e encaminhar aos membros do CIG as propostas recebidas na forma estabelecida no
caput do art. 10-A e no inciso II do caput do art. 13-A; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - encaminhar a pauta, a documentação, os materiais de discussão e os registros das reuniões aos mem-
bros do CIG; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - comunicar aos membros do CIG a data e a hora das reuniões ordinárias ou a convocação para as reu-
niões extraordinárias; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - comunicar aos membros do CIG a forma de realização da reunião, que poderá ser por meio eletrônico
ou presencial, e o local, quando se tratar de reuniões presenciais; e (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
V - disponibilizar as atas e as resoluções do CIG em sítio eletrônico ou, quando o seu conteúdo for classifi-
cado como confidencial, encaminhá-las aos membros. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 12. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 12-A. A participação no CIG ou nos grupos de trabalho por ele constituídos será considerada prestação
de serviço público relevante, não remunerada. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 13. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 13-A. Compete aos órgãos e às entidades integrantes da administração pública federal direta, autárqui-
ca e fundacional: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - executar a política de governança pública, de maneira a incorporar os princípios e as diretrizes definidos
neste Decreto e as recomendações oriundas de manuais, guias e resoluções do CIG; e (Incluído pelo Decreto
nº 9.901, de 2019)
II - encaminhar ao CIG propostas relacionadas às competências previstas no art. 9º-A, com a justificativa da
proposição e da minuta da resolução pertinente, se for o caso. (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 14. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
II - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
III - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 15-A. São competências dos comitês internos de governança, instituídos pelos órgãos e entidades da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional: (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
I - auxiliar a alta administração na implementação e na manutenção de processos, estruturas e mecanismos
adequados à incorporação dos princípios e das diretrizes da governança previstos neste Decreto; (Incluído pelo
Decreto nº 9.901, de 2019)
II - incentivar e promover iniciativas que busquem implementar o acompanhamento de resultados no órgão
ou na entidade, que promovam soluções para melhoria do desempenho institucional ou que adotem instrumen-
tos para o aprimoramento do processo decisório; (Incluído pelo Decreto nº 9.901, de 2019)

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III - promover e acompanhar a implementação das medidas, dos mecanismos e das práticas organizacio-
nais de governança definidos pelo CIG em seus manuais e em suas resoluções; e (Incluído pelo Decreto nº
9.901, de 2019)
IV - elaborar manifestação técnica relativa aos temas de sua competência. (Incluído pelo Decreto nº 9.901,
de 2019)
Art. 16. Os comitês internos de governança publicarão suas atas e suas resoluções em sítio eletrônico, res-
salvado o conteúdo sujeito a sigilo.
Art. 17. A alta administração das organizações da administração pública federal direta, autárquica e funda-
cional deverá estabelecer, manter, monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e controles internos com
vistas à identificação, à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos que possam
impactar a implementação da estratégia e a consecução dos objetivos da organização no cumprimento da sua
missão institucional, observados os seguintes princípios:
I - implementação e aplicação de forma sistemática, estruturada, oportuna e documentada, subordinada ao
interesse público;
II - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento estratégico e aos seus desdobramentos,
às atividades, aos processos de trabalho e aos projetos em todos os níveis da organização, relevantes para a
execução da estratégia e o alcance dos objetivos institucionais;
III - estabelecimento de controles internos proporcionais aos riscos, de maneira a considerar suas causas,
fontes, consequências e impactos, observada a relação custo-benefício; e
IV - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à melhoria contínua do desempenho e dos
processos de gerenciamento de risco, controle e governança.
Art. 18 A auditoria interna governamental deverá adicionar valor e melhorar as operações das organizações
para o alcance de seus objetivos, mediante a abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a
eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, dos controles e da governança, por meio da:
I - realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma independente, segundo os padrões de audi-
toria e ética profissional reconhecidos internacionalmente;
II - adoção de abordagem baseada em risco para o planejamento de suas atividades e para a definição do
escopo, da natureza, da época e da extensão dos procedimentos de auditoria; e
III - promoção à prevenção, à detecção e à investigação de fraudes praticadas por agentes públicos ou pri-
vados na utilização de recursos públicos federais.
Art. 19. Os órgãos e as entidades da administração direta, autárquica e fundacional instituirão programa de
integridade, com o objetivo de promover a adoção de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, à
detecção, à punição e à remediação de fraudes e atos de corrupção, estruturado nos seguintes eixos:
I - comprometimento e apoio da alta administração;
II - existência de unidade responsável pela implementação no órgão ou na entidade;
III - análise, avaliação e gestão dos riscos associados ao tema da integridade; e
IV - monitoramento contínuo dos atributos do programa de integridade.
Art. 20. (Revogado pelo Decreto nº 9.901, de 2019)
Art. 20-A. Revogado pelo Decreto nº 10.756, de 2021 Vigência
Art. 21. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de novembro de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

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Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023)

A integridade na esfera pública é um princípio fundamental para o funcionamento eficaz e confiável das
instituições governamentais. Ela se refere à honestidade, ética e responsabilidade no exercício do poder e na
prestação de serviços públicos. A promoção da integridade pública é vital para garantir a confiança dos cida-
dãos nas instituições governamentais e na administração pública como um todo. Neste texto, exploraremos o
conceito de integridade pública, sua importância e as estratégias para promovê-la.
Definição de Integridade Pública
A integridade pública vai além da ausência de corrupção. Ela abrange a honestidade, a imparcialidade, a
transparência e a ética na tomada de decisões e na condução dos assuntos públicos. Isso inclui a prestação de
serviços públicos eficientes e equitativos, bem como a proteção dos interesses da sociedade em detrimento de
interesses pessoais ou políticos.
Importância da Integridade Pública
A integridade pública desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade justa e equitativa.
Quando os governos e seus agentes são íntegros, os cidadãos têm maior confiança nas instituições públicas,
o que fortalece a democracia e promove a participação cívica. Além disso, a integridade ajuda a garantir o uso
eficiente dos recursos públicos, evitando o desperdício e a corrupção.
Estratégias para Promover a Integridade Pública
Promover a integridade pública requer a implementação de várias estratégias:
• Transparência e Acesso à Informação: Garantir que informações relevantes sobre as atividades governa-
mentais sejam amplamente acessíveis ao público, tornando mais fácil para os cidadãos monitorar e avaliar o
desempenho do governo.
• Ética e Código de Conduta: Estabelecer códigos de ética e conduta rigorosos para servidores públicos,
definindo padrões de comportamento e responsabilização.
• Auditorias e Fiscalização: Realizar auditorias regulares e fiscalizações independentes para detectar e pre-
venir irregularidades e corrupção.
• Participação Cívica: Incentivar a participação ativa dos cidadãos na tomada de decisões e na supervisão
das atividades governamentais, através de consultas públicas e canais de comunicação abertos.
• Educação e Capacitação: Oferecer treinamento e capacitação contínuos para servidores públicos sobre
ética, integridade e prevenção de corrupção.
• Denúncias e Proteção de Denunciantes: Estabelecer mecanismos seguros para que denúncias de irregu-
laridades possam ser feitas anonimamente e proteger os denunciantes de retaliação.
A integridade pública é essencial para a credibilidade e a eficiência do governo. Ela promove a confiança
dos cidadãos nas instituições públicas, fortalece a democracia e garante o uso adequado dos recursos públi-
cos. Ao adotar estratégias que enfatizem a transparência, a ética e a participação cívica, os governos podem
construir uma base sólida de integridade pública, que beneficie a sociedade como um todo e ajude a criar um
ambiente mais justo e responsável na administração pública.
DECRETO Nº 11.529, DE 16 DE MAIO DE 2023
Institui o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal e
a Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”,
da Constituição,
DECRETA:

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23
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto dispõe, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional,
sobre:
I - o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal; e
II - a Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA DE INTEGRIDADE, TRANSPARÊNCIA E ACESSO À INFORMAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Art. 2º Fica instituído o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação da Administração Pú-
blica Federal - Sitai, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica
e fundacional. (Vigência)
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: (Vigência)
I - programa de integridade - conjunto de princípios, normas, procedimentos e mecanismos de prevenção,
detecção e remediação de práticas de corrupção e fraude, de irregularidades, ilícitos e outros desvios éticos e
de conduta, de violação ou desrespeito a direitos, valores e princípios que impactem a confiança, a credibilida-
de e a reputação institucional;
II - plano de integridade - plano que organiza as medidas de integridade a serem adotadas em determinado
período, elaborado por unidade setorial do Sitai e aprovado pela autoridade máxima do órgão ou da entidade; e
III - funções de integridade - funções constantes nos sistemas de corregedoria, ouvidoria, controle interno,
gestão da ética, transparência e outras essenciais ao funcionamento do programa de integridade.
Parágrafo único. O programa de integridade tem o objetivo de promover a conformidade de condutas, a
transparência, a priorização do interesse público e uma cultura organizacional voltada à entrega de valor públi-
co à sociedade.
Art. 4º São objetivos do Sitai: (Vigência)
I - coordenar e articular as atividades relativas à integridade, à transparência e ao acesso à informação;
II - estabelecer padrões para as práticas e as medidas de integridade, transparência e acesso à informação;
e
III - aumentar a simetria de informações e dados nas relações entre a administração pública federal e a
sociedade.
Art. 5º Compõem o Sitai: (Vigência)
I - a Controladoria-Geral da União, como órgão central; e
II - as unidades nos órgãos e nas entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional
responsáveis pela gestão da integridade, da transparência e do acesso à informação, como unidades setoriais.
§1º Na administração pública federal direta, as unidades setoriais do Sitai para a gestão da integridade, da
transparência e do acesso à informação são as assessorias especiais de controle interno.
§2º Na administração pública federal autárquica e fundacional, as unidades setoriais do Sitai são aquelas
responsáveis pela gestão da integridade, da transparência e do acesso à informação.
§3º O dirigente máximo das entidades de que trata o §2º designará uma ou mais unidades responsáveis
pela gestão da integridade, da transparência e do acesso à informação.
§4º O responsável pela unidade setorial de que trata o §1º será designado para o exercício das atribuições
previstas no art. 40 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§5º Na hipótese de alteração de unidade setorial responsável, as entidades da administração pública federal
deverão informá-la ao órgão central do Sitai.

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Art. 6º As atividades das unidades setoriais do Sitai ficarão sujeitas à orientação normativa e à supervisão
técnica do órgão central, sem prejuízo da subordinação administrativa ao órgão ou à entidade da administração
pública federal a que pertençam. (Vigência)
Art. 7º Compete ao órgão central do Sitai: (Vigência)
I - estabelecer as normas e os procedimentos para o exercício das competências das unidades integrantes
do Sitai e as atribuições dos dirigentes para a gestão dos programas de integridade;
II - orientar as atividades relativas à gestão dos riscos para a integridade;
III - exercer a supervisão técnica das atividades relacionadas aos programas de integridade geridos pelas
unidades setoriais, sem prejuízo da subordinação administrativa dessas unidades ao órgão ou à entidade da
administração pública federal a que pertençam;
IV - coordenar as atividades que exijam ações conjuntas de unidades integrantes do Sitai;
V - monitorar e avaliar a atuação das unidades setoriais;
VI - realizar ações de comunicação e capacitação relacionadas às temáticas de integridade, transparência
e acesso à informação;
VII - dar ciência aos órgãos ou às entidades de fatos ou situações que possam comprometer o seu programa
de integridade e recomendar a adoção das medidas de remediação necessárias;
VIII - planejar, coordenar, executar e monitorar a Política de Transparência e Acesso à Informação da Admi-
nistração Pública Federal;
IX - estabelecer normas complementares necessárias ao funcionamento do Sitai;
X - desenvolver e disponibilizar procedimentos, padrões, metodologias e sistemas informatizados que per-
mitam a disseminação, a obtenção, a utilização e a compreensão de informações públicas;
XI - monitorar o atendimento às solicitações de acesso à informação e o cumprimento das obrigações de
transparência ativa e de abertura de dados;
XII - estimular e apoiar a adoção de medidas de integridade, transparência e acesso à informação para o
fortalecimento das políticas públicas;
XIII - definir critérios e indicadores para a avaliação e o monitoramento da implementação da Política de
Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal;
XIV - promover o uso dos dados e das informações públicas pela sociedade para a melhoria da gestão, das
políticas e dos serviços; e
XV - identificar bases de dados e de informações de interesse público e, conforme o caso, sugerir às unida-
des setoriais a abertura em transparência ativa.
Art. 8º Compete às unidades setoriais do Sitai: (Vigência)
I - assessorar a autoridade máxima do órgão ou da entidade nos assuntos relacionados com a integridade,
a transparência e o acesso à informação e com os programas e as ações para efetivá-los;
II - articular-se com as demais unidades do órgão ou da entidade que desempenhem funções de integri-
dade, com vistas à obtenção de informações necessárias à estruturação e ao monitoramento do programa de
integridade;
III - coordenar a estruturação, a execução e o monitoramento de seus programas de integridade;
IV - promover, em coordenação com as áreas responsáveis pelas funções de integridade, a orientação e o
treinamento, no âmbito do órgão ou da entidade, em assuntos relativos ao programa de integridade;
V - elaborar e revisar, periodicamente, o plano de integridade;
VI - coordenar a gestão dos riscos para a integridade;
VII - monitorar e avaliar, no âmbito do órgão ou da entidade, a implementação das medidas estabelecidas
no plano de integridade;

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VIII - propor ações e medidas, no âmbito do órgão ou da entidade, a partir das informações e dos dados
relacionados com a gestão do programa de integridade;
IX - avaliar as ações e as medidas relativas ao programa de integridade sugeridas pelas demais unidades
do órgão ou da entidade;
X - reportar à autoridade máxima do órgão ou da entidade informações sobre o desempenho do programa
de integridade e informar quaisquer fatos que possam comprometer a integridade institucional;
XI - participar de atividades que exijam a execução de ações conjuntas das unidades integrantes do Sitai;
XII - reportar ao órgão central as situações que comprometam o programa de integridade e adotar as medi-
das necessárias para sua remediação;
XIII - supervisionar a execução das ações relativas à Política de Transparência e Acesso à Informação da
Administração Pública Federal;
XIV - monitorar o cumprimento das normas de transparência e acesso à informação no âmbito dos órgãos
e das entidades;
XV - manter atualizadas as informações sobre os serviços de informação ao cidadão; e
XVI - manter atualizados o inventário de base de dados e a catalogação dos dados abertos no Portal Bra-
sileiro de Dados Abertos.
Art. 9º O Sitai atuará de forma complementar e integrada aos demais sistemas estruturadores, principalmen-
te aqueles que coordenem as atividades de instâncias que lhe prestem apoio, de forma a evitar a sobreposição
de esforços, racionalizar os custos e melhorar o desempenho e a qualidade dos resultados. (Vigência)
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA DE TRANSPARÊNCIA E ACESSO À INFORMAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FEDERAL
Art. 10. A Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal compreende a:
I - transparência passiva, para garantir a prestação de informações em atendimento a pedidos apresentados
à administração pública federal com fundamento na Lei nº 12.527, de 2011;
II - transparência ativa, para garantir a divulgação de informações nos sítios eletrônicos oficiais; e
III - abertura de bases de dados produzidos, custodiados ou acumulados pela administração pública federal,
para promover pesquisas, estudos, inovações, geração de negócios e participação da sociedade no acompa-
nhamento e na melhoria de políticas e serviços públicos.
Art. 11. São princípios e objetivos da Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração
Pública Federal:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
II - amplo acesso da sociedade às informações e aos dados produzidos, custodiados ou acumulados pela
administração pública federal e livre utilização desses dados e dessas informações, independentemente de
autorização prévia ou de justificativa;
III - primariedade, integralidade, autenticidade e atualidade das informações disponibilizadas;
IV - tempestividade no provimento de informações;
V - utilização de linguagem acessível e de fácil compreensão;
VI - ênfase na transparência ativa como forma de atender ao direito das pessoas físicas e jurídicas de te-
rem acesso às informações e aos dados produzidos, custodiados ou acumulados pela administração pública
federal;
VII - observância das diretrizes:
a) previstas na Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal, instituída pelo Decreto nº 8.777, de
11 de maio de 2016;

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b) previstas na Política Nacional de Governo Aberto, nos termos do disposto no Decreto nº 10.160, de 9 de
dezembro de 2019; e
c) de Governo Digital e de eficiência pública, nos termos do disposto na Lei nº 14.129, de 29 de março de
2021;
VIII - foco no cidadão para definição de prioridades de transparência ativa e abertura de dados e informa-
ções;
IX - participação da sociedade na formulação, na execução e no monitoramento das políticas públicas e no
controle da aplicação de seus recursos;
X - utilização de tecnologias de informação e de comunicação para disseminação e incentivo ao uso de
dados e informações;
XI - compartilhamento de informações com vistas ao estímulo à pesquisa, à inovação, à produção científica,
à geração de negócios e ao desenvolvimento econômico e social do País;
XII - melhoria da gestão das informações disponibilizadas pela administração pública federal para a provisão
mais eficaz e eficiente de serviços públicos e para a prestação de contas adequada à sociedade;
XIII - combate à corrupção por meio da inibição da prática de atos ilícitos na administração pública federal e
de desvios de conduta de agentes públicos; e
XIV - respeito à proteção dos dados pessoais.
Art. 12. A transparência ativa será realizada por meio da divulgação de dados e informações nos sítios ele-
trônicos oficiais dos órgãos e das entidades da administração pública federal.
Parágrafo único. A ações de transparência ativa de que trata o caput se darão:
I - em cumprimento às normas vigentes;
II - por demanda ou interesse coletivo ou geral da sociedade; e
III - por iniciativa dos órgãos e das entidades.
Art. 13. A Controladoria-Geral da União manterá o Portal da Transparência do Poder Executivo Federal para
divulgar dados e informações sobre a gestão de recursos públicos e sobre servidores públicos.
Art. 14. Os dados e as informações divulgados no Portal da Transparência do Poder Executivo Federal com-
preenderão aqueles relativos à gestão de recursos do Governo federal, incluídos, no mínimo:
I - o orçamento anual de despesas e de receitas públicas do Poder Executivo federal;
II - a execução das despesas e das receitas públicas, nos termos do disposto na Lei Complementar nº 101,
de 4 de maio de 2000;
III - os repasses de recursos federais aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal;
IV - os convênios e as operações de descentralização de recursos orçamentários em favor de pessoas na-
turais ou de organizações não governamentais de qualquer natureza;
V - as licitações e as contratações realizadas pelo Poder Executivo federal;
VI - as notas fiscais eletrônicas relativas às compras públicas disponíveis no Ambiente Nacional da Nota
Fiscal Eletrônica, nos termos do disposto no art. 6º do Decreto nº 10.209, de 22 de janeiro de 2020;
VII - as informações sobre os servidores públicos federais e sobre os militares, incluídos nome, detalhamen-
to dos vínculos e remuneração;
VIII - as informações individualizadas relativas aos servidores inativos, aos pensionistas e aos reservistas
vinculados ao Poder Executivo federal, incluídos nome, detalhamento dos vínculos e remuneração;
IX - as viagens a serviço custeadas pela administração pública federal;
X - a relação de empresas e de profissionais que sofreram sanções que tenham como efeito a restrição ao
direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a Administração;

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XI - a relação das entidades privadas sem fins lucrativos impedidas de celebrar novos convênios, contratos
de repasse, termos de fomento, termos de colaboração ou termos de parceria com a administração pública
federal; e
XII - a relação dos servidores da administração pública federal punidos com demissão, destituição ou cas-
sação de aposentadoria.
§1º A Controladoria-Geral da União poderá incluir outras informações de interesse coletivo e geral a serem
divulgadas no Portal da Transparência do Poder Executivo Federal.
§2º Cabe às unidades setoriais do Sitai fornecer os dados e as informações necessários ao cumprimento
do disposto neste artigo.
§3º Os órgãos e as entidades fornecerão acesso gratuito aos dados necessários para a manutenção e a
atualização do Portal da Transparência do Poder Executivo Federal, nos prazos e nas formas acordadas com
a Controladoria-Geral da União.
§4º Os órgãos e as entidades poderão solicitar à Controladoria-Geral da União, mediante indicação do
fundamento legal, a restrição de publicação, no Portal da Transparência do Poder Executivo Federal, de infor-
mações sigilosas por eles produzidas ou custodiadas.
§5º A solicitação de que trata o §4º permanecerá à disposição do público em seção específica do Portal da
Transparência do Poder Executivo Federal e conterá, no mínimo:
I - as características gerais da informação de cuja publicação foi solicitada a restrição; e
II - os fundamentos legais da restrição de publicação.
§6º As unidades setoriais do Sitai que não tiverem as informações publicadas no Portal da Transparência
do Poder Executivo Federal por não utilizarem sistemas estruturantes do Governo federal publicarão as infor-
mações em seus sítios eletrônicos oficiais ou proverão os dados na forma e nos prazos estabelecidos pela
Controladoria-Geral da União.
§7º Constará no Portal da Transparência do Poder Executivo Federal a lista dos órgãos e das entidades que
publicam informações no sítio eletrônico e das informações publicadas.
Art. 15. A Controladoria-Geral da União é responsável pela gestão do Portal Brasileiro de Dados Abertos.
Parágrafo único. O Portal de que trata o caput tem a finalidade de prover o catálogo de referência para a
busca e o acesso aos dados públicos e a seus metadados, informações, aplicativos e serviços relacionados.
Art. 16. A transparência passiva será realizada por sistema eletrônico específico para registro e atendimento
de pedidos de acesso à informação direcionados aos órgãos e às entidades da administração pública federal.
Parágrafo único. Compete à Controladoria-Geral da União a gestão do sistema eletrônico específico de que
trata o caput.
Art. 17. Os pedidos de acesso à informação registrados no sistema eletrônico específico de que trata o art.
16 e suas respostas serão disponibilizados para consulta aberta na internet, resguardados os dados pessoais
e as informações protegidas por outras hipóteses legais de sigilo.
§1º A publicação de que trata o caput não incluirá dados do solicitante de acesso à informação.
§2º Os órgãos e as entidades responsáveis pelo tratamento dos pedidos de informação indicarão a existên-
cia de dados pessoais ou de informações protegidas por outras hipóteses legais de sigilo que impeçam a sua
disponibilização em transparência ativa.
Art. 18. Os órgãos e as entidades da administração pública federal que receberem atribuições por força de
transferência de competência de outros órgãos ou de outras entidades ficam responsáveis pelo atendimento às
solicitações de acesso à informação em andamento e pelo provimento das informações em transparência ativa.

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CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 19. Ficam revogados:
I - o Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005; e
II - o Decreto nº 10.756, de 27 de julho de 2021. (Vigência)
Art. 20. Este Decreto entra em vigor:
I - em 17 de julho de 2023, quanto aos art. 2º a art. 9º e quanto ao inciso II do caput do art. 19; e
II - na data de sua publicação, quanto aos demais dispositivos.
Brasília, 16 de maio de 2023; 202º da Independência e 135º da República.

Transparência e qualidade na gestão pública, cidadania e equidade social

Com o passar dos anos, a administração pública tem incorporado - e aplicado - alguns conceitos oriundos
da administração privada, como:
• governabilidade, a qual diz respeito a uma capacidade política do Estado;
• governança, que refere-se à capacidade da administração de executar as políticas públicas; e
• accountability, que corresponde principalmente à prestação de contas da administração para a socieda-
de, mas não fica limitada a isto.
Governabilidade
A governabilidade da administração pública tem forte relação com a afinidade de legitimidade do gestor pú-
blico em relação à sociedade. Sem legitimidade não há como se falar em governabilidade. Diz respeito a uma
capacidade política do Estado, refletindo na credibilidade e imagem pública da burocracia.
Conforme Paludo (2013, p. 128), governabilidade significa também que “o governo deve tomar decisões am-
paradas num processo que inclua a participação dos diversos setores da sociedade, dos poderes constituídos,
das instituições públicas e privadas e segmentos representativos da sociedade, para garantir que as escolhas
efetivamente atendam aos anseios da sociedade, e contem com seu apoio na implementação dos programas/
projetos e na fiscalização dos serviços públicos”.
A fonte ou origem da governabilidade é representada pelos cidadãos e pela cidadania organizada, os parti-
dos políticos, as associações e demais agrupamentos representativos da sociedade (PALUDO, 2013).
Sendo assim, o desafio maior da governabilidade está em conciliar as divergências constantes nos interes-
ses dos diversos atores da sociedade, e uní-las em um ou vários objetivos comuns. Portanto, a viabilização dos
objetivos políticos do Estado está muito relacionada com a capacidade de articulação em alianças políticas e
pactos sociais.
Governança
A governança possui um caráter mais amplo que a governabilidade e refere-se a uma capacidade adminis-
trativa de executar as políticas públicas.
Pereira (1997) explica que um governo pode ter governabilidade, na medida em que seus dirigentes contem
com os necessários apoios políticos para governar, e no entanto pode governar mal por lhe faltar a capacidade
da governança.
A governança no contexto da administração pública é um reflexo da governança corporativa da administra-
ção privada.

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As boas práticas de governança corporativa surgiram como uma busca para solucionar conflitos entre acio-
nistas e gestores a respeito do desempenho do patrimônio, da sustentabilidade financeira e da transparência
na gestão. A governança é também reflexo das relações da organização com seus stakeholders (partes inte-
ressadas).
De acordo com Paludo (2013), a governança é instrumental, pois é o braço da governabilidade. Além disso,
relaciona-se com competência técnica, abrangendo as capacidades gerencial, financeira e técnica propriamen-
te dita.
A fonte de origem da governança é, em sentido lato, os agentes públicos, e em sentido estrito os servidores
públicos.
Accountability
Por sua vez, a accountability trata da prestação de contas, mas não apenas isso. A accountability possui três
planos:
1. Prestação de contas: irá refletir na transparência do governo com a população. Exemplo: o Relatório de
Gestão Fiscal, instituído pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF);
2. Responsabilização dos agentes: os agentes devem responsabilizar-se pela correta utilização dos recur-
sos. Exemplo: a Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que instituiu mecanismos para punir maus gestores;
3. Responsividade dos agentes: diz respeito à capacidade de resposta do poder público às demandas
sociais. Um governo responsivo buscará satisfazer as necessidades da população e colocar em prática as po-
líticas escolhidas pelos cidadãos.
Podemos ainda classificar a accountability em dois tipos:
1. Horizontal: não há hierarquia, pois corresponde a uma mútua fiscalização e controle existente entre os
poderes. Exemplos: prefeitura recebe recursos do governo e a CGU faz uma auditoria; atuação dos Tribunais
de Contas, do Ministério Público;
2. Vertical: trata do controle da população sobre o governo. É uma relação entre desiguais, pois o povo
pode fiscalizar e punir as más gestões, principalmente através do voto em eleições livres e justas. “É algo que
depende de mecanismos institucionais, sobretudo da existência de eleições competitivas periódicas, e que é
exercido pelo povo” (Miguel, 2005).
Conclusões
A governabilidade, a governança e a accountability constituem diferentes conceitos, mas que trabalhados
conjuntamente correspondem a fatores essenciais para a boa gestão de um Estado.
Para finalizar, cabe ressaltar que a governabilidade está fortemente relacionada com a legitimidade; a gover-
nança é mais ampla que a governabilidade, e está relacionada com a capacidade de execução e com compe-
tência técnica; já a accountability está relacionada com o uso do poder e dos recursos públicos, em que o titular
da coisa pública é o cidadão e não os políticos eleitos.
Sendo assim:
Podemos dizer que a governança mostra a direção que uma empresa deve seguir para alcançar os resulta-
dos esperados.
A governança corporativa tem suas bases fundamentadas na Teoria da Agência, que trata das questões
associadas à relação entre principais e agentes.
Você deve estar se perguntando: “Tá, mas quem são essas pessoas?”
Atribui-se a posição de principais aos donos da empresa. Já os agentes são as pessoas contratadas pelos
donos para administrar o negócio e representar seus interesses. Contudo, nem sempre é isso o que acontece.
Os administradores também possuem suas próprias demandas e podem acabar cometendo deslizes, por
diversos motivos. Mas, você sabia que dá para evitar e contornar esses deslizes?

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Para que serve a governança corporativa?
A governança corporativa assegura que os interesses dos administradores estejam alinhados aos interesses
dos donos do negócio. Ela garante que os processos e as estratégias estão sendo corretamente seguidos, além
de promover uma cultura de prestação de contas na empresa.
Afinal de contas, como as empresas dependem das pessoas para conduzir seus processos, é importante
que haja um monitoramento para minimizar impactos em caso de deslizes. A regulação da relação entre admi-
nistradores e donos é feita de três formas: através de regras, auditorias e restrições de autonomia.
1. Regras
Estabelecer regras significa estipular normas para estruturar a organização e limitar o comportamento inde-
sejável dos administradores, conduzindo as suas decisões.
2. Auditorias
Fazer auditorias é fundamental para checar se as regras estabelecidas previamente estão sendo cumpridas
ou não, além de monitorar as ações dos administradores.
3. Restrições de autonomia
Impor restrições de autonomia se trata de limitar a atuação dos administradores e determinar ações que eles
estão autorizados a fazer.
Vale lembrar que, dependendo da intensidade de como esse controle é feito, pode-se obter diferentes efei-
tos, como veremos no próximo tópico.
Impactos da governança corporativa nas empresas
Você já parou para pensar o que acontece quando os donos do negócio impõem muitas regras e restrições?
Ou pior, quando não estabelecem regras e restrições suficientes?
Em uma governança muito forte, o administrador não consegue fazer seu trabalho, pois não possui auto-
nomia para isso. Ele está sempre “amarrado” à decisão de outras pessoas. Podemos observar esse tipo de
governança na área pública e em grandes empresas.
Já em uma governança muito fraca, as chances do administrador usar de má-fé para buscar apenas seus
próprios interesses aumentam significativamente. Ou, pode ser que ele não atue com a competência necessá-
ria. Esse tipo de governança pode ser observado em startups e em pequenas empresas.
Encontrar um ponto de equilíbrio é o grande dilema da governança corporativa ideal! Por isso, é preciso cui-
dar para que os instrumentos de controle não sejam mais caros que eventuais prejuízos dos administradores.
O conceito de governança também pode ser aplicado em outros campos de negócio, para além da esfera
organizacional.
Eficiência: refere-se ao bom uso dos recursos disponíveis. É a relação entre os insumos utilizados e os pro-
dutos/serviços gerados.
Eficácia: está relacionada ao alcance dos objetivos. É a relação entre os resultados ovitidos e os resultados
esperados.
Efetividade: diz respeito ao impacto positivo gerado na sociedade.
Accountability é a responsabilização dos agentes públicos pelos atos praticados e sua obrigação ética de
prestar contas. Em outras palavras, é o conjunto de mecanismos e procedimentos que induzem os dirigentes
governamentaisa prestar contas dos resultados de suas ações à sociedade, garantindo, dessa forma, maior
nível de transparência, participação da sociedade e exposição das políticas públicas. Quanto maior for a possi-
bilidade de os cidadãos discernirem se o agente público está agindo em prol da coletividade e de sancioná- lo,
mais accountable é um governo.
Horizontal: exercido por instituições do Estado devidamente encarregadas da prevenção, reparação e puni-
ção de ações ilegais cometidas por agentes públicos. É feita pelos mecanismos institucionalizados, abrangendo
os Poderes e também agências governamentais que tenham como finalidade a fiscalização do poder público e
de outros órgãos estatais, como por exemplo os Tribunais de Contas.

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Vertical: são as atividades de fiscalização feitas pela sociedade procurando estabelecer formas de controle
sobre o poder público. Para grande parte dos autores, ela é exercida “de baixo para cima”, por pessoas e en-
tidades da sociedade civil, geralmente sob a forma de voto ou de mobilizações. Certo autor separou a vertical
em duas:
- Eleitoral - os eleitores avaliam governos e fazem suas escolhas;
- Societal - especificamente para o controle exercido por agentes ou entidades de representatividade social
(conselhos, associações etc.), ou seja, grupos se mobilizam para impor suas demandas em relação à preven-
ção, reparação ou punição de ilegalidades. Outro autor aventou a possibilidade de uma accountability vertical
“de cima para baixo”, quando há direito de sanção a partir de uma relação de hierarquia, ou seja, entre chefia
e subordinados.

Estado racionalizado Redução das tarefas do estado


Separação dos níveis estratégicos e operacional: a política
Separação dos níveis de decisão
decide O QUE e a Administração COMO
Aplicação de gestão por objetivos, hierarquia planejada, gestão
Gestão racionalizada por projetos, remuneração de acordo com o desempenho e
métodos modernos de liderança
Orientação de acordo com o cliente: satisfação como ponto
Nova atitude nos serviços
central; mudança de comportamento
Atitudes definidas por metas claras, avaliação de resultados,
Novo sistema de controle
transparência na aplicação de recursos
Descentralização Tarefas, responsabilidade, competência
Garantia de serviços de qualidade de acordo com a formação,
Gestão de qualidade
competência e pela transparência

Descrição de todos os serviços administrativos como “produ-


Enfoque no produto
tos”: recursos, custos, clareza no prazo de entrega

Características Gestão pública burocrática Gestão pública gerencial


Modelo de gestão Rígido e ineficiente Flexível e eficiente
Maior confiança e flexibilidade de
Ideologia Formalismo e rigor técnico
gestão
Rigidez nos procedimentos, ex-
Atributos Maior autonomia e responsabilidade
cesso de normas e regulamentos
Foco Poder do Estado Cidadão / sociedade
Ênfase Processos / procedimentos Resultados
Indicadores Produção Efetividade, eficácia e eficiência
Decisão Centralizada Descentralizada
Valorização do servidor, investindo
Servidor Público Estabilidade
em capacitação
Controle “A priori” nos processos “A posteriori” nos resultados
Racionalidade aboslutada para Campo de conflitos, cooperação e
Sociedade / ambiente
ser impessoal incertezas
Papel do Estado Executor Regulador, provedor ou promotor

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NOVA GESTÃO PÚBLICA
*Antecendentes:
- Estados grandes, caros e ineficientes (burocráticos);
- Crises Mundiais;
- Necessidade de reequilíbrio financeiro/fiscal;
- Desenvolvimento tecnológico e globalização - competição.
*Foco:
- Superar a Administração Burocrática
- Rompe com os princípios negativos, mantém os positivos.
- Melhorar a Administração Pública
- Eficiência, Redução de Custos, Aumento da Qualidade
*New Public Management: Modelo Pós-Burocrático - Modelo Gerencial
- Conjunto de doutrinas administrativas que orientaram as reformas da Adm. Pública em nível mundial.
- Incorporação, pelo serviço público, de alguns pressupostos e inovações da administração gerencial - pri-
vada
- Cuidado: não é exatamente igual à Adm. Privada.
* Downsizing e Empowerment
* Descentralização e autonomia
* Redução do tamanho da máquina administrativa
* Aumento da eficiência
* Criação de mecanismos voltados à responsabilização dos atores políticos
*Evolução:
- Início: Neoliberalismo - diminuir o Estado, reduzir custos
- Após: Qualidade dos serviços
Foco no cidadão
* Três fases (não são independentes, não há um núcleo comum):
- Generalismo puro: fazer mais com menos - eificência e redução de custos;
- Consumerismo: fazer melhor - foco no cliente e na qualidade;
- Serviço orientado ao cidade: fazer o que deve ser feito - efetividade, cidadania, equidade, Accountability.
GERENCIALISMO PURO
* Fazer mais com menos
- Foco no aumento da eficiência
- Redução de custos
- Melhoria da qualidade do gasto público
- Evitar o desperdício
- Aumentar a produtividade

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*Cidadão = taxpayer = contribuinte = financiador
CONSUMERISMO
* Fazer melhor - melhoria da qualidade dos serviços
- Uso de estratégia - análise de stakeholders
- Descentralização administrativa e competição entre organizações
- Paradigma do Consumidor - dar ao cidadão atendimento semelhante ao que ele teria como cliente em uma
empresa privada - visão liberal
*Cidadão = cliente, consumidor, usuário dos serviços
CRÍTICAS AO MODELO DE CONSUMIDOR

*Relação cliente-fornecedor *Relação Cidadão-Servidor


- Mais simples - Mais complexa
X
- Mais opções ao cliente (concorrência) - Monopólio estatal
- Tratamentos diferenciados - Serviços compulsórios
- Equidade no tratamento
* Conceito de consumidor deve ser substituído pelo de cidadão
- Termo mais amplo
- Cidadania implica direitos e deveres
- Participação ativa na elaboração das políticas e na avaliação dos serviços públicos
- Accountability
SERVIÇO ORIENTADO AO CIDADÃO
*Public Service Orientation
- Fazer o que deve ser feito
- Acrescenta conceitos ignorados até então pela visão gerencial: accountability, transparência, participação
política, equidade e justiça;
*Cidadão é ciddadão - mais que um consumidor, titular da coisa pública
NOVA GESTÃO PÚBLICA: OBJETIVOS
*Objetivo da Nova gestão Pública
- modernizar o aparelho do Estado, tornando a administração pública mais eficiente, eficaz e efetiva e mais
voltada para o cidadão, buscando maior governança, controle por resultados e accountability.
- Estado ganha dinamismo e reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviço, mantendo-se,
entretanto, no papel de regulador, provador ou promotor.
• Eficiência
• Eficácia
• Efetividade
• Governança
• Governabilidade
• Accountability
- Horizontal
- Vertical: Societal e Eleitoral
GOVERNANÇA

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* Pilares: participação cidadã, tr4ansparência e medição de resultados.
- Participação de diversos atores (estado, terceiro setor, mercado etc.) no desenvolvimento, na gestão de
políticas públicas e no provimento de serviços.
- Amplia de forma sistemática as oportunidades individuais, institucionais e regionais;
- Promove a adoção de modelos de gestão pós ou neoburocráticos: redes, modelos de gestão orgânicos,
mecanismos amplos de accountability, controle e permeabilidade.
*É um processo complexo de tomada de decisão que antecipa e ultrapassa o governo.
*Quatro princípios:
- relações éticas;
- conformidade, em todas as suas dimensões;
- transparência;
- prestação responsável de contas - accountability
NOVA GESTÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS
- Reorientação dos mecanismos de controle
- Foco na racionalização de recursos
- Focalização da ação do Estado no cidadão
- Flexibilidade administrativa
- Controle social - participação cidadã
- Valorização dos servidores
- Transparência
— Prêmios da qualidade públicos
A partir da década de 80, governos de diversos países começaram a implementar um conjunto de ideias que
ficou conhecido como a „nova administração pública – NPM, do inglês, New Public Management. O objetivo
principal dessa doutrina é o de modernizar a administração pública de forma a propiciar mais benefícios ao
cidadão4.
As principais diretrizes da NPM são: administração visível e profissional, utilização de medidas e padrões de
desempenho, maior ênfase no controle de resultados, desagregação de unidades para melhor administrar, au-
mento da competição no setor público (principalmente, em licitações e parcerias), foco na utilização dos estilos
de gestão da iniciativa privada, e maior disciplina e economia no uso dos recursos públicos.
Desde então, o serviço público caminha, cada vez mais, no sentido de modernizar suas práticas de gestão.
Para execução dessa tarefa, a gestão da qualidade é uma importante aliada, pois traz conceitos que auxiliam
na consecução de objetivos com uma melhor utilização de recursos. Na aplicação da gestão da qualidade em
serviços públicos, é importante que se alinhe esses conceitos com as políticas a serem implementadas e com as
expectativas dos cidadãos.
Dessa maneira, é preciso melhorar internamente, sem perder, porém, o foco externo. Portanto, além de boas
políticas, é necessário que as organizações adotem boas práticas de gestão, alinhadas à estratégia traçada, com
a possibilidade de medição de desempenho.
Aplicar a gestão da qualidade a serviços é um desafio, tanto para o setor privado quanto para o público. Em
uma pesquisa realizada, onde usuários atribuíram notas a alguns serviços públicos e privados oferecidos no
Estado da Geórgia (EUA), apesar do estereótipo consagrado de que os serviços públicos possuem um nível de
desempenho abaixo do nível privado, esses recebem notas semelhantes às atribuídas à iniciativa privada em
processos de prestação de serviços.

4 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/97354/000919637.pdf?sequence=1

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Além disso, as notas atribuídas pelas pessoas que não utilizaram o serviço público (baseadas apenas na sua
percepção) foram menores do que as notas das pessoas que os haviam utilizado recentemente. A melhoria na
qualidade dos serviços públicos beneficia, além do cidadão, o funcionário público.
Estudos demonstraram, por meio de uma pesquisa realizada com 274 gestores públicos, que a motivação
dos funcionários está diretamente relacionada com o ambiente da organização. Uma organização pública que
consegue manter um alto nível de motivação e uma boa imagem perante a sociedade facilita o recrutamento de
novos funcionários e aumenta o comprometimento com o serviço público.
Os agentes públicos tendem a ter um perfil pessoal e profissional diferente daquelas que optam pela inicia-
tiva privada. Gestores públicos tendem a ser menos sensíveis a incentivos financeiros do que os seus pares
privados.
Para que ocorra a motivação dos agentes públicos, é necessário que eles sintam que prestam um serviço
que agrega valor à sociedade, e não apenas servem à burocracia. Dessa forma, é importante um trabalho de
comunicação que permita a esses agentes visualizar os benefícios que trazem para a sociedade.
Nesse processo, a gestão da qualidade é válida, pois aumenta a eficiência da prestação de serviços, me-
lhora a comunicação organizacional e focaliza resultados. Qualidade já é um requisito básico para a existência
das empresas da iniciativa privada.
Em alguns mercados, uma qualidade superior significa, ainda, um diferencial competitivo. A disseminação
dessa filosofia nas empresas ocorreu, em grande parte, devido à criação dos prêmios da qualidade.
Neste momento, para que os governos sirvam à população com qualidade, os prêmios da qualidade públicos
estão sendo utilizados enquanto estratégia gerencial. Um prêmio da qualidade público pode ser definido como
um instrumento que incentiva inovação e desempenho no setor público, por meio da identificação de organiza-
ções públicas com excelência em serviços.
Dessa forma, introduz competição em setores que não possuem concorrência e incentivam o aprendizado
organizacional, pois as companhias que se destacam mostram suas virtudes para outras organizações, parti-
cipantes ou não da premiação. Boa parte das premiações da qualidade premiam tanto organizações privadas
quanto as públicas.
O que motiva a criação de prêmios exclusivamente públicos é o fato de as restrições desse ambiente serem
diferentes das do ambiente privado. Fundamentalmente, o setor público pertence a uma comunidade, enquanto
o setor privado pertence a um empresário ou grupo de acionistas.
Além disso, os serviços públicos são custeados, majoritariamente, com recursos de impostos, enquanto
que os serviços privados são sustentados pelos valores pagos pelos clientes. Assim, as organizações públicas
são guiadas, principalmente, por forças políticas ao invés de forças econômicas, gerando diferentes fontes de
autoridade, que podem ser conflitantes.
Tais características influenciam no modo de administração. Na administração privada, os empresários ou
sócios procuram controlar o negócio diretamente, e os administradores possuem benefícios financeiros diretos
de um bom resultado da companhia, seja através de ações ou de programas de incentivo. Na administração
pública, geralmente, os administradores não obtêm benefícios financeiros de um bom resultado alcançado na
instituição.
Outro entrave é a burocracia, que tende a ser maior no setor público, devido à necessidade de controle sobre
o patrimônio público. Muitas vezes, essa característica pode levantar barreiras à busca de inovações, ou, ainda,
uma preocupação excessiva com regras e processos ao invés de resultados.
Por fim, o horizonte de planejamento, geralmente é curto, dada a instabilidade decorrente do fato de as
forças políticas mudarem periodicamente. Em relação à medição da qualidade em serviços públicos, definem-
-se dez dimensões principais: acesso ao serviço (p.ex., localização, tempo de espera, disponibilidade, dentre
outros), nível de comunicação (associado à linguagem simplificada, mas que mantenha o rigor à legislação),
sistema administrativo inteligível (por meio de processos simplificados com informação suficiente e de boa qua-
lidade), respostas flexíveis e rápidas (realização de adaptação quando as necessidades dos cidadãos mudam),
receptividade aos serviços (privilegiando o envolvimento dos cidadãos na definição dos serviços), competên-

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cia do pessoal que presta o serviço (habilidade técnica do servidor), polidez e gentileza do pessoal (que é um
elemento-chave na qualidade de um serviço), credibilidade (no setor público, requer tratamento igualitário e
profissionalismo.
Possui relação direta com a imagem da organização), confiabilidade e responsabilidade (consistência e
precisão na prestação do serviço), e segurança e qualidade dos aspectos tangíveis (instalações adequadas,
acesso a pessoas deficientes, por exemplo, e que passem uma imagem de serviço de qualidade, mobiliário,
por exemplo).
Quanto à medição de desempenho, no setor privado ela ocorre de forma mais simples, visto que pode-se
utilizar resultados financeiros como forma de comparação, enquanto que, no setor público, há que se consi-
derar resultados para os diferentes interessados (usuários do serviço, sociedade, dentre outros). Os prêmios
públicos, em sua maioria, são compostos por modelos gerenciais, conhecidos como modelos de excelência em
gestão.
Esses modelos são focados numa gama de atividades gerenciais, comportamentos e processos que influen-
ciam a qualidade dos produtos e serviços entregues pelas organizações e contêm critérios a serem atendidos
pelo setor. Eles estão baseados nos princípios, conceitos e linguagem próprios da natureza pública das orga-
nizações.
— Cidadania e Equidade Social
A cidadania e equidade social estão interligadas e desempenham papéis fundamentais no desenvolvimento
de comunidades e sociedades mais justas e democráticas. Vou explicar cada um desses conceitos e como eles
se relacionam:
A cidadania
É o estado e os direitos de uma pessoa como membro de uma comunidade, cidade, estado ou nação. Ela
inclui direitos e responsabilidades como o direito de votar, a liberdade de expressão, o acesso à justiça, a igual-
dade perante a lei e a participação na vida política e pública. Em uma democracia, a cidadania é fundamental
porque envolve a participação ativa dos cidadãos no governo e na tomada de decisões.
Além disso, a cidadania é associada ao senso de pertencimento a uma comunidade e à responsabilidade
de contribuir para o bem comum. A promoção da cidadania inclui garantir que os cidadãos tenham acesso a
educação, informação e recursos para exercer seus direitos e deveres.
Equidade Social
Refere-se à busca de justiça e igualdade na distribuição de recursos, oportunidades e benefícios na so-
ciedade. Ela pressupõe que todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero, raça, orientação
sexual, classe social ou outras características, devem ter a chance de alcançar seu pleno potencial e desfrutar
de uma qualidade de vida decente.
Ela implica a redução das desigualdades econômicas e sociais, a eliminação da discriminação e o acesso
igualitário a serviços, como saúde, educação, moradia e emprego. Ela é uma parte essencial da justiça social
e da construção de uma sociedade mais inclusiva e coesa.
Esses conceitos estão interligados na medida em que uma boa gestão local pode promover a cidadania ati-
va e a equidade social. Quando as autoridades locais são responsivas às necessidades de suas comunidades,
promovem a participação dos cidadãos na tomada de decisões e garantem que os recursos sejam distribuídos
de maneira justa, isso contribui para o fortalecimento da cidadania e a redução das desigualdades sociais. Uma
gestão local eficaz é, portanto, fundamental para promover uma cidadania ativa e a equidade social em nível
comunitário e municipal.

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Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Administração Pública; Lei nº
14.129/2021

O avanço da tecnologia da informação e comunicação (TIC) tem transformado profundamente a manei-


ra como os governos interagem com a sociedade e conduzem os assuntos públicos. O Governo Eletrônico,
também conhecido como e-Gov ou e-Government, refere-se à utilização das TICs para melhorar a eficiência,
transparência e acessibilidade dos serviços governamentais. Neste texto, exploraremos o impacto do Governo
Eletrônico na sociedade e na administração pública.
A Sociedade no Centro da Transformação
O Governo Eletrônico coloca a sociedade no centro da transformação digital do governo. Ele proporciona
uma série de benefícios diretos aos cidadãos, como o acesso conveniente a serviços públicos, redução de
burocracia e a possibilidade de interagir com o governo de forma mais eficiente. Por exemplo, a obtenção de
documentos, como carteiras de identidade ou passaportes, pode ser realizada online, economizando tempo e
recursos para os cidadãos.
A Transparência como Pilar Fundamental
A transparência é um pilar fundamental do Governo Eletrônico. A disponibilização de informações públicas
de forma acessível e compreensível promove a prestação de contas e a participação cívica. Os cidadãos po-
dem monitorar as atividades do governo, avaliar o desempenho de seus representantes e fiscalizar o uso dos
recursos públicos. A transparência fortalece a confiança na administração pública e na democracia como um
todo.
Eficiência na Administração Pública
O Governo Eletrônico também tem um impacto significativo na administração pública. A automação de
processos e a digitalização de documentos reduzem a burocracia, diminuem os erros humanos e tornam as
operações governamentais mais eficientes. Os servidores públicos podem se concentrar em tarefas mais es-
tratégicas, enquanto as operações rotineiras são realizadas de forma automatizada.
Participação Cidadã Ampliada
Além da transparência, o Governo Eletrônico também amplia a participação cidadã. Os governos podem re-
alizar consultas públicas online, permitindo que os cidadãos expressem suas opiniões sobre políticas e regula-
mentações. Essa abordagem colaborativa contribui para a elaboração de políticas mais inclusivas e adequadas
às necessidades da sociedade.
Desafios e Considerações Éticas
Embora o Governo Eletrônico ofereça inúmeras vantagens, também apresenta desafios, como questões
de segurança cibernética, privacidade de dados e exclusão digital. É fundamental que os governos adotem
medidas rigorosas para proteger informações sensíveis e garantir que todos os cidadãos tenham acesso aos
serviços digitais, independentemente de sua capacidade tecnológica.
O Governo Eletrônico é uma revolução que está moldando a maneira como os governos servem à socie-
dade e gerenciam seus assuntos. Ele promove a transparência, eficiência e participação cidadã, fortalecendo
a democracia e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. No entanto, é importante abordar os desafios
éticos e tecnológicos que surgem com essa transformação, para garantir que ela seja inclusiva e beneficie a
todos. O Governo Eletrônico representa um passo importante na busca por um governo mais eficiente, respon-
sável e orientado para o cidadão.
LEI Nº 14.129, DE 29 DE MARÇO DE 2021
Dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública
e altera a Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
Informação), a Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, e a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

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CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre princípios, regras e instrumentos para o aumento da eficiência da administra-
ção pública, especialmente por meio da desburocratização, da inovação, da transformação digital e da partici-
pação do cidadão.
Parágrafo único. Na aplicação desta Lei deverá ser observado o disposto nas Leis nºs 12.527, de 18 de
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), 13.460, de 26 de junho de 2017, 13.709, de 14 de agosto de
2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), e 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacio-
nal), e na Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001.
Art. 2º Esta Lei aplica-se:
I - aos órgãos da administração pública direta federal, abrangendo os Poderes Executivo, Judiciário e Legis-
lativo, incluído o Tribunal de Contas da União, e o Ministério Público da União;
II - às entidades da administração pública indireta federal, incluídas as empresas públicas e sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e controladas, que prestem serviço público, autarquias e fundações públi-
cas; e
III - às administrações diretas e indiretas dos demais entes federados, nos termos dos incisos I e II do caput
deste artigo, desde que adotem os comandos desta Lei por meio de atos normativos próprios.
§1º Esta Lei não se aplica a empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e con-
troladas, que não prestem serviço público.
§2º As referências feitas nesta Lei, direta ou indiretamente, a Estados, Municípios e ao Distrito Federal são
cabíveis somente na hipótese de ter sido cumprido o requisito previsto no inciso III do caput deste artigo.
Art. 3º São princípios e diretrizes do Governo Digital e da eficiência pública:
I - a desburocratização, a modernização, o fortalecimento e a simplificação da relação do poder público com
a sociedade, mediante serviços digitais, acessíveis inclusive por dispositivos móveis;
II - a disponibilização em plataforma única do acesso às informações e aos serviços públicos, observadas
as restrições legalmente previstas e sem prejuízo, quando indispensável, da prestação de caráter presencial;
III - a possibilidade aos cidadãos, às pessoas jurídicas e aos outros entes públicos de demandar e de aces-
sar serviços públicos por meio digital, sem necessidade de solicitação presencial;
IV - a transparência na execução dos serviços públicos e o monitoramento da qualidade desses serviços;
V - o incentivo à participação social no controle e na fiscalização da administração pública;
VI - o dever do gestor público de prestar contas diretamente à população sobre a gestão dos recursos pú-
blicos;
VII - o uso de linguagem clara e compreensível a qualquer cidadão;
VIII - o uso da tecnologia para otimizar processos de trabalho da administração pública;
IX - a atuação integrada entre os órgãos e as entidades envolvidos na prestação e no controle dos serviços
públicos, com o compartilhamento de dados pessoais em ambiente seguro quando for indispensável para a
prestação do serviço, nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais), e, quando couber, com a transferência de sigilo, nos termos do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de
outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), e da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001;
X - a simplificação dos procedimentos de solicitação, oferta e acompanhamento dos serviços públicos, com
foco na universalização do acesso e no autosserviço;
XI - a eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco
envolvido;
XII - a imposição imediata e de uma única vez ao interessado das exigências necessárias à prestação dos
serviços públicos, justificada exigência posterior apenas em caso de dúvida superveniente;

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XIII - a vedação de exigência de prova de fato já comprovado pela apresentação de documento ou de infor-
mação válida;
XIV - a interoperabilidade de sistemas e a promoção de dados abertos;
XV - a presunção de boa-fé do usuário dos serviços públicos;
XVI - a permanência da possibilidade de atendimento presencial, de acordo com as características, a rele-
vância e o público-alvo do serviço;
XVII - a proteção de dados pessoais, nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais);
XVIII - o cumprimento de compromissos e de padrões de qualidade divulgados na Carta de Serviços ao
Usuário;
XIX - a acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, nos termos da Lei nº 13.146,
de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência);
XX - o estímulo a ações educativas para qualificação dos servidores públicos para o uso das tecnologias
digitais e para a inclusão digital da população;
XXI - o apoio técnico aos entes federados para implantação e adoção de estratégias que visem à transfor-
mação digital da administração pública;
XXII - o estímulo ao uso das assinaturas eletrônicas nas interações e nas comunicações entre órgãos públi-
cos e entre estes e os cidadãos;
XXIII - a implantação do governo como plataforma e a promoção do uso de dados, preferencialmente ano-
nimizados, por pessoas físicas e jurídicas de diferentes setores da sociedade, resguardado o disposto nos arts.
7º e 11 da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), com vistas, es-
pecialmente, à formulação de políticas públicas, de pesquisas científicas, de geração de negócios e de controle
social;
XXIV - o tratamento adequado a idosos, nos termos da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto
do Idoso);
XXV - a adoção preferencial, no uso da internet e de suas aplicações, de tecnologias, de padrões e de for-
matos abertos e livres, conforme disposto no inciso V do caput do art. 24 e no art. 25 da Lei nº 12.965, de 23 de
abril de 2014 (Marco Civil da Internet); e
XXVI - a promoção do desenvolvimento tecnológico e da inovação no setor público.
Art. 4º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - (VETADO);
II - autosserviço: acesso pelo cidadão a serviço público prestado por meio digital, sem necessidade de me-
diação humana;
III - base nacional de serviços públicos: base de dados que contém as informações necessárias sobre a
oferta de serviços públicos de todos os prestadores desses serviços;
IV - dados abertos: dados acessíveis ao público, representados em meio digital, estruturados em formato
aberto, processáveis por máquina, referenciados na internet e disponibilizados sob licença aberta que permita
sua livre utilização, consumo ou tratamento por qualquer pessoa, física ou jurídica;
V - dado acessível ao público: qualquer dado gerado ou acumulado pelos entes públicos que não esteja
sob sigilo ou sob restrição de acesso nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso
à Informação);
VI - formato aberto: formato de arquivo não proprietário, cuja especificação esteja documentada publica-
mente e seja de livre conhecimento e implementação, livre de patentes ou de qualquer outra restrição legal
quanto à sua utilização;

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VII - governo como plataforma: infraestrutura tecnológica que facilite o uso de dados de acesso público e
promova a interação entre diversos agentes, de forma segura, eficiente e responsável, para estímulo à inova-
ção, à exploração de atividade econômica e à prestação de serviços à população;
VIII - laboratório de inovação: espaço aberto à participação e à colaboração da sociedade para o desen-
volvimento de ideias, de ferramentas e de métodos inovadores para a gestão pública, a prestação de serviços
públicos e a participação do cidadão para o exercício do controle sobre a administração pública;
IX - plataformas de governo digital: ferramentas digitais e serviços comuns aos órgãos, normalmente oferta-
dos de forma centralizada e compartilhada, necessárias para a oferta digital de serviços e de políticas públicas;
X - registros de referência: informação íntegra e precisa oriunda de uma ou mais fontes de dados, centra-
lizadas ou descentralizadas, sobre elementos fundamentais para a prestação de serviços e para a gestão de
políticas públicas; e
XI - transparência ativa: disponibilização de dados pela administração pública independentemente de soli-
citações.
Parágrafo único. Aplicam-se a esta Lei os conceitos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral
de Proteção de Dados Pessoais).
CAPÍTULO II
DA DIGITALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DA PRESTAÇÃO DIGITAL DE SERVIÇOS
PÚBLICOS - GOVERNO DIGITAL
SEÇÃO I
DA DIGITALIZAÇÃO
Art. 5º A administração pública utilizará soluções digitais para a gestão de suas políticas finalísticas e admi-
nistrativas e para o trâmite de processos administrativos eletrônicos.
Parágrafo único. Entes públicos que emitem atestados, certidões, diplomas ou outros documentos com-
probatórios com validade legal poderão fazê-lo em meio digital, assinados eletronicamente na forma do art. 7º
desta Lei e da Lei nº 14.063, de 23 de setembro de 2020.
Art. 6º Nos processos administrativos eletrônicos, os atos processuais deverão ser realizados em meio ele-
trônico, exceto se o usuário solicitar de forma diversa, nas situações em que esse procedimento for inviável, nos
casos de indisponibilidade do meio eletrônico ou diante de risco de dano relevante à celeridade do processo.
Parágrafo único. No caso das exceções previstas no caput deste artigo, os atos processuais poderão ser
praticados conforme as regras aplicáveis aos processos em papel, desde que posteriormente o documento-ba-
se correspondente seja digitalizado.
Art. 7º Os documentos e os atos processuais serão válidos em meio digital mediante o uso de assinatura
eletrônica, desde que respeitados parâmetros de autenticidade, de integridade e de segurança adequados para
os níveis de risco em relação à criticidade da decisão, da informação ou do serviço específico, nos termos da
lei.
§1º Regulamento poderá dispor sobre o uso de assinatura avançada para os fins de que tratam os seguintes
dispositivos:
I - art. 2º-A da Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012;
II - art. 289 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
III - art. 2º da Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018;
IV - art. 282-A da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro);
V - (VETADO);
VI - art. 8º da Lei nº 12.618, de 30 de abril de 2012;
VII - art. 38 da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.
§2º O disposto neste artigo não se aplica às hipóteses legais de anonimato.

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Art. 8º Os atos processuais em meio eletrônico consideram-se realizados no dia e na hora do recebimento
pelo sistema informatizado de gestão de processo administrativo eletrônico do órgão ou da entidade, o qual
deverá fornecer recibo eletrônico de protocolo que os identifique.
§1º Quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio eletrônico, serão
considerados tempestivos os efetivados, salvo disposição em contrário, até as 23h59 (vinte e três horas e cin-
quenta e nove minutos) do último dia do prazo, no horário de Brasília.
§2º A regulamentação deverá dispor sobre os casos e as condições de prorrogação de prazos em virtude
da indisponibilidade de sistemas informatizados.
Art. 9º O acesso à íntegra do processo para vista pessoal do interessado poderá ocorrer por intermédio da
disponibilização de sistema informatizado de gestão ou por acesso à cópia do documento, preferencialmente
em meio eletrônico.
Art. 10. A classificação da informação quanto ao grau de sigilo e a possibilidade de limitação do acesso aos
servidores autorizados e aos interessados no processo observarão os termos da Lei nº 12.527, de 18 de no-
vembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e das demais normas vigentes.
Art. 11. Os documentos nato-digitais assinados eletronicamente na forma do art. 7º desta Lei são conside-
rados originais para todos os efeitos legais.
Art. 12. O formato e o armazenamento dos documentos digitais deverão garantir o acesso e a preservação
das informações, nos termos da legislação arquivística nacional.
Art. 13. A guarda dos documentos digitais e dos processos administrativos eletrônicos considerados de valor
permanente deverá estar de acordo com as normas previstas pela instituição arquivística pública responsável
por sua custódia.
SEÇÃO II
DO GOVERNO DIGITAL
Art. 14. A prestação digital dos serviços públicos deverá ocorrer por meio de tecnologias de amplo acesso
pela população, inclusive pela de baixa renda ou residente em áreas rurais e isoladas, sem prejuízo do direito
do cidadão a atendimento presencial.
Parágrafo único. O acesso à prestação digital dos serviços públicos será realizado, preferencialmente, por
meio do autosserviço.
Art. 15. A administração pública participará, de maneira integrada e cooperativa, da consolidação da Es-
tratégia Nacional de Governo Digital, editada pelo Poder Executivo federal, que observará os princípios e as
diretrizes de que trata o art. 3º desta Lei.
Art. 16. A administração pública de cada ente federado poderá editar estratégia de governo digital, no âmbito
de sua competência, buscando a sua compatibilização com a estratégia federal e a de outros entes.
SEÇÃO III
DAS REDES DE CONHECIMENTO
Art. 17. O Poder Executivo federal poderá criar redes de conhecimento, com o objetivo de:
I - gerar, compartilhar e disseminar conhecimento e experiências;
II - formular propostas de padrões, políticas, guias e manuais;
III - discutir sobre os desafios enfrentados e as possibilidades de ação quanto ao Governo Digital e à efici-
ência pública;
IV - prospectar novas tecnologias para facilitar a prestação de serviços públicos disponibilizados em meio
digital, o fornecimento de informações e a participação social por meios digitais.
§1º Poderão participar das redes de conhecimento todos os órgãos e as entidades referidos no art. 2º desta
Lei, inclusive dos entes federados.

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§2º Serão assegurados às instituições científicas, tecnológicas e de inovação o acesso às redes de co-
nhecimento e o estabelecimento de canal de comunicação permanente com o órgão federal a quem couber a
coordenação das atividades previstas neste artigo.
SEÇÃO IV
DOS COMPONENTES DO GOVERNO DIGITAL
SUBSEÇÃO I
DA DEFINIÇÃO
Art. 18. São componentes essenciais para a prestação digital dos serviços públicos na administração públi-
ca:
I - a Base Nacional de Serviços Públicos;
II - as Cartas de Serviços ao Usuário, de que trata a Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017; e
III - as Plataformas de Governo Digital.
SUBSEÇÃO II
DA BASE NACIONAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Art. 19. Poderá o Poder Executivo federal estabelecer Base Nacional de Serviços Públicos, que reunirá
informações necessárias sobre a oferta de serviços públicos em cada ente federado.
Parágrafo único. Cada ente federado poderá disponibilizar as informações sobre a prestação de serviços
públicos, conforme disposto nas suas Cartas de Serviços ao Usuário, na Base Nacional de Serviços Públicos,
em formato aberto e interoperável e em padrão comum a todos os entes.
SUBSEÇÃO III
DAS PLATAFORMAS DE GOVERNO DIGITAL
Art. 20. As Plataformas de Governo Digital, instrumentos necessários para a oferta e a prestação digital dos
serviços públicos de cada ente federativo, deverão ter pelo menos as seguintes funcionalidades:
I - ferramenta digital de solicitação de atendimento e de acompanhamento da entrega dos serviços públicos;
e
II - painel de monitoramento do desempenho dos serviços públicos.
§1º As Plataformas de Governo Digital deverão ser acessadas por meio de portal, de aplicativo ou de outro
canal digital único e oficial, para a disponibilização de informações institucionais, notícias e prestação de servi-
ços públicos.
§2º As funcionalidades de que trata o caput deste artigo deverão observar padrões de interoperabilidade e
a necessidade de integração de dados como formas de simplificação e de eficiência nos processos e no aten-
dimento aos usuários.
Art. 21. A ferramenta digital de atendimento e de acompanhamento da entrega dos serviços públicos de que
trata o inciso I do caput do art. 20 desta Lei deve apresentar, no mínimo, as seguintes características e funcio-
nalidades:
I - identificação do serviço público e de suas principais etapas;
II - solicitação digital do serviço;
III - agendamento digital, quando couber;
IV - acompanhamento das solicitações por etapas;
V - avaliação continuada da satisfação dos usuários em relação aos serviços públicos prestados;
VI - identificação, quando necessária, e gestão do perfil pelo usuário;
VII - notificação do usuário;
VIII - possibilidade de pagamento digital de serviços públicos e de outras cobranças, quando necessário;

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IX - nível de segurança compatível com o grau de exigência, a natureza e a criticidade dos serviços públicos
e dos dados utilizados;
X - funcionalidade para solicitar acesso a informações acerca do tratamento de dados pessoais, nos termos
das Leis nºs 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e 13.709, de 14 de agosto de
2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais); e
XI - implementação de sistema de ouvidoria, nos termos da Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017.
Art. 22. O painel de monitoramento do desempenho dos serviços públicos de que trata o inciso II do caput
do art. 20 desta Lei deverá conter, no mínimo, as seguintes informações, para cada serviço público ofertado:
I - quantidade de solicitações em andamento e concluídas anualmente;
II - tempo médio de atendimento; e
III - grau de satisfação dos usuários.
Parágrafo único. Deverá ser assegurada interoperabilidade e padronização mínima do painel a que se refe-
re o caput deste artigo, de modo a permitir a comparação entre as avaliações e os desempenhos dos serviços
públicos prestados pelos diversos entes.
Art. 23. Poderá o Poder Executivo federal:
I - estabelecer padrões nacionais para as soluções previstas nesta Seção;
II - disponibilizar soluções para outros entes que atendam ao disposto nesta Seção.
SEÇÃO V
DA PRESTAÇÃO DIGITAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Art. 24. Os órgãos e as entidades responsáveis pela prestação digital de serviços públicos deverão, no
âmbito de suas competências:
I - manter atualizadas:
a) as Cartas de Serviços ao Usuário, a Base Nacional de Serviços Públicos e as Plataformas de Governo
Digital;
b) as informações institucionais e as comunicações de interesse público;
II - monitorar e implementar ações de melhoria dos serviços públicos prestados, com base nos resultados
da avaliação de satisfação dos usuários dos serviços;
III - integrar os serviços públicos às ferramentas de notificação aos usuários, de assinatura eletrônica e de
meios de pagamento digitais, quando aplicáveis;
IV - eliminar, inclusive por meio da interoperabilidade de dados, as exigências desnecessárias ao usuário
quanto à apresentação de informações e de documentos comprobatórios prescindíveis;
V - eliminar a replicação de registros de dados, exceto por razões de desempenho ou de segurança;
VI - tornar os dados da prestação dos serviços públicos sob sua responsabilidade interoperáveis para com-
posição dos indicadores do painel de monitoramento do desempenho dos serviços públicos;
VII - realizar a gestão das suas políticas públicas com base em dados e em evidências por meio da aplica-
ção de inteligência de dados em plataforma digital; e
VIII - realizar testes e pesquisas com os usuários para subsidiar a oferta de serviços simples, intuitivos,
acessíveis e personalizados.
Art. 25. As Plataformas de Governo Digital devem dispor de ferramentas de transparência e de controle do
tratamento de dados pessoais que sejam claras e facilmente acessíveis e que permitam ao cidadão o exercício
dos direitos previstos na Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
§1º As ferramentas previstas no caput deste artigo devem:

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I - disponibilizar, entre outras, as fontes dos dados pessoais, a finalidade específica do seu tratamento pelo
respectivo órgão ou ente e a indicação de outros órgãos ou entes com os quais é realizado o uso compartilhado
de dados pessoais, incluído o histórico de acesso ou uso compartilhado, ressalvados os casos previstos no inci-
so III do caput do art. 4º da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais);
II - permitir que o cidadão efetue requisições ao órgão ou à entidade controladora dos seus dados, especial-
mente aquelas previstas no art. 18 da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais).
§2º A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) poderá editar normas complementares para regu-
lamentar o disposto neste artigo.
Art. 26. Presume-se a autenticidade de documentos apresentados por usuários dos serviços públicos ofer-
tados por meios digitais, desde que o envio seja assinado eletronicamente.
SEÇÃO VI
DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DA PRESTAÇÃO DIGITAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Art. 27. São garantidos os seguintes direitos aos usuários da prestação digital de serviços públicos, além
daqueles constantes das Leis nºs 13.460, de 26 de junho de 2017, e 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral
de Proteção de Dados Pessoais):
I - gratuidade no acesso às Plataformas de Governo Digital;
II - atendimento nos termos da respectiva Carta de Serviços ao Usuário;
III - padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários, de guias e de outros documentos
congêneres, incluídos os de formato digital;
IV - recebimento de protocolo, físico ou digital, das solicitações apresentadas; e
V - indicação de canal preferencial de comunicação com o prestador público para o recebimento de noti-
ficações, de mensagens, de avisos e de outras comunicações relativas à prestação de serviços públicos e a
assuntos de interesse público.
CAPÍTULO III
DO NÚMERO SUFICIENTE PARA IDENTIFICAÇÃO
Art. 28. Fica estabelecido o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como número suficiente para identificação do cidadão ou da pessoa ju-
rídica, conforme o caso, nos bancos de dados de serviços públicos, garantida a gratuidade da inscrição e das
alterações nesses cadastros.
§1º O número de inscrição no CPF deverá constar dos cadastros e dos documentos de órgãos públicos, do
registro civil de pessoas naturais, dos documentos de identificação de conselhos profissionais e, especialmen-
te, dos seguintes cadastros e documentos:
I - certidão de nascimento;
II - certidão de casamento;
III - certidão de óbito;
IV - Documento Nacional de Identificação (DNI);
V - Número de Identificação do Trabalhador (NIT);
VI - registro no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servi-
dor Público (Pasep);
VII - Cartão Nacional de Saúde;
VIII - título de eleitor;
IX - Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
X - Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou Permissão para Dirigir;

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XI - certificado militar;
XII - carteira profissional expedida pelos conselhos de fiscalização de profissão regulamentada;
XIII - passaporte;
XIV - carteiras de identidade de que trata a Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983; e
XV - outros certificados de registro e números de inscrição existentes em bases de dados públicas federais,
estaduais, distritais e municipais.
§2º A inclusão do número de inscrição no CPF nos cadastros e nos documentos de que trata o §1º deste
artigo ocorrerá sempre que a instituição responsável pelos cadastros e pelos documentos tiver acesso a docu-
mento comprobatório ou à base de dados administrada pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil
do Ministério da Economia.
§3º A incorporação do número de inscrição no CPF à carteira de identidade será precedida de consulta à
base de dados administrada pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia
e de validação de acordo com essa base de dados.
§4º Na hipótese de o requerente da carteira de identidade não estar inscrito no CPF, o órgão de identifica-
ção realizará a sua inscrição, caso tenha integração com a base de dados da Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil do Ministério Economia.
§5º (VETADO).
CAPÍTULO IV
DO GOVERNO COMO PLATAFORMA
SEÇÃO I
DA ABERTURA DOS DADOS
Art. 29. Os dados disponibilizados pelos prestadores de serviços públicos, bem como qualquer informação
de transparência ativa, são de livre utilização pela sociedade, observados os princípios dispostos no art. 6º da
Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
§1º Na promoção da transparência ativa de dados, o poder público deverá observar os seguintes requisitos:
I - observância da publicidade das bases de dados não pessoais como preceito geral e do sigilo como ex-
ceção;
II - garantia de acesso irrestrito aos dados, os quais devem ser legíveis por máquina e estar disponíveis em
formato aberto, respeitadas as Leis nºs 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais);
III - descrição das bases de dados com informação suficiente sobre estrutura e semântica dos dados, inclu-
sive quanto à sua qualidade e à sua integridade;
IV - permissão irrestrita de uso de bases de dados publicadas em formato aberto;
V - completude de bases de dados, as quais devem ser disponibilizadas em sua forma primária, com o maior
grau de granularidade possível, ou referenciar bases primárias, quando disponibilizadas de forma agregada;
VI - atualização periódica, mantido o histórico, de forma a garantir a perenidade de dados, a padronização
de estruturas de informação e o valor dos dados à sociedade e a atender às necessidades de seus usuários;
VII - (VETADO);
VIII - respeito à privacidade dos dados pessoais e dos dados sensíveis, sem prejuízo dos demais requisitos
elencados, conforme a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais);
IX - intercâmbio de dados entre órgãos e entidades dos diferentes Poderes e esferas da Federação, respei-
tado o disposto no art. 26 da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pesso-
ais); e
X - fomento ao desenvolvimento de novas tecnologias destinadas à construção de ambiente de gestão pú-
blica participativa e democrática e à melhor oferta de serviços públicos.

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§2º Sem prejuízo da legislação em vigor, os órgãos e as entidades previstos no art. 2º desta Lei deverão
divulgar na internet:
I - o orçamento anual de despesas e receitas públicas do Poder ou órgão independente;
II - a execução das despesas e receitas públicas, nos termos dos arts. 48 e 48-A da Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000;
III - os repasses de recursos federais aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal;
IV - os convênios e as operações de descentralização de recursos orçamentários em favor de pessoas na-
turais e de organizações não governamentais de qualquer natureza;
V - as licitações e as contratações realizadas pelo Poder ou órgão independente;
VI - as notas fiscais eletrônicas relativas às compras públicas;
VII - as informações sobre os servidores e os empregados públicos federais, bem como sobre os militares
da União, incluídos nome e detalhamento dos vínculos profissionais e de remuneração;
VIII - as viagens a serviço custeadas pelo Poder ou órgão independente;
IX - as sanções administrativas aplicadas a pessoas, a empresas, a organizações não governamentais e a
servidores públicos;
X - os currículos dos ocupantes de cargos de chefia e direção;
XI - o inventário de bases de dados produzidos ou geridos no âmbito do órgão ou instituição, bem como
catálogo de dados abertos disponíveis;
XII - as concessões de recursos financeiros ou as renúncias de receitas para pessoas físicas ou jurídicas,
com vistas ao desenvolvimento político, econômico, social e cultural, incluída a divulgação dos valores recebi-
dos, da contrapartida e dos objetivos a serem alcançados por meio da utilização desses recursos e, no caso
das renúncias individualizadas, dos dados dos beneficiários.
§3º (VETADO).
Art. 30. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de abertura de bases de dados da administração
pública, que deverá conter os dados de contato do requerente e a especificação da base de dados requerida.
§1º O requerente poderá solicitar a preservação de sua identidade quando entender que sua identificação
prejudicará o princípio da impessoalidade, caso em que o canal responsável deverá resguardar os dados sem
repassá-los ao setor, ao órgão ou à entidade responsável pela resposta.
§2º Os procedimentos e os prazos previstos para o processamento de pedidos de acesso à informação, nos
termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), aplicam-se às solicitações
de abertura de bases de dados da administração pública.
§3º Para a abertura de base de dados de interesse público, as informações para identificação do requerente
não podem conter exigências que inviabilizem o exercício de seu direito.
§4º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de abertura de
base de dados públicos.
§5º Os pedidos de abertura de base de dados públicos, bem como as respectivas respostas, deverão com-
por base de dados aberta de livre consulta.
§6º Consideram-se automaticamente passíveis de abertura as bases de dados que não contenham infor-
mações protegidas por lei.
Art. 31. Compete a cada ente federado monitorar a aplicação, o cumprimento dos prazos e os procedimen-
tos para abertura dos dados sob seu controle.
Art. 32. (VETADO).
Art. 32. A existência de inconsistências na base de dados não poderá obstar o atendimento da solicitação
de abertura. (Promulgação partes vetadas)

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Art. 33. A solicitação de abertura da base de dados será considerada atendida a partir da notificação ao
requerente sobre a disponibilização e a catalogação da base de dados para acesso público no site oficial do
órgão ou da entidade na internet.
Art. 34. É direito do requerente obter o inteiro teor da decisão negativa de abertura de base de dados.
Parágrafo único. Eventual decisão negativa à solicitação de abertura de base de dados ou decisão de
prorrogação de prazo, em razão de custos desproporcionais ou não previstos pelo órgão ou pela entidade da
administração pública, deverá ser acompanhada da devida análise técnica que conclua pela inviabilidade orça-
mentária da solicitação.
Art. 35. No caso de indeferimento de abertura de base de dados, poderá o interessado interpor recurso con-
tra a decisão no prazo de 10 (dez) dias, contado de sua ciência. (Promulgação partes vetadas)
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão
impugnada, que deverá manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Promulgação partes vetadas)
Art. 36. Os órgãos gestores de dados poderão disponibilizar em transparência ativa dados de pessoas físi-
cas e jurídicas para fins de pesquisa acadêmica e de monitoramento e de avaliação de políticas públicas, desde
que anonimizados antes de sua disponibilização os dados protegidos por sigilo ou com restrição de acesso
prevista, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação).
Art. 37. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
ao procedimento de que trata este Capítulo.
SEÇÃO II
DA INTEROPERABILIDADE DE DADOS ENTRE ÓRGÃOS PÚBLICOS
Art. 38. Os órgãos e as entidades responsáveis pela prestação digital de serviços públicos detentores ou
gestores de bases de dados, inclusive os controladores de dados pessoais, conforme estabelecido pela Lei nº
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), deverão gerir suas ferramentas
digitais, considerando:
I - a interoperabilidade de informações e de dados sob gestão dos órgãos e das entidades referidos no art.
2º desta Lei, respeitados as restrições legais, os requisitos de segurança da informação e das comunicações,
as limitações tecnológicas e a relação custo-benefício da interoperabilidade;
II - a otimização dos custos de acesso a dados e o reaproveitamento, sempre que possível, de recursos de
infraestrutura de acesso a dados por múltiplos órgãos e entidades;
III - a proteção de dados pessoais, observada a legislação vigente, especialmente a Lei nº 13.709, de 14 de
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
Art. 39. Será instituído mecanismo de interoperabilidade com a finalidade de:
I - aprimorar a gestão de políticas públicas;
II - aumentar a confiabilidade dos cadastros de cidadãos existentes na administração pública, por meio de
mecanismos de manutenção da integridade e da segurança da informação no tratamento das bases de dados,
tornando-as devidamente qualificadas e consistentes;
III - viabilizar a criação de meios unificados de identificação do cidadão para a prestação de serviços públi-
cos;
IV - facilitar a interoperabilidade de dados entre os órgãos de governo;
V - realizar o tratamento de informações das bases de dados a partir do número de inscrição do cidadão no
CPF, conforme previsto no art. 11 da Lei nº 13.444, de 11 de maio de 2017.
Parágrafo único. Aplicam-se aos dados pessoais tratados por meio de mecanismos de interoperabilidade as
disposições da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
Art. 40. Os órgãos abrangidos por esta Lei serão responsáveis pela publicidade de seus registros de refe-
rência e pelos mecanismos de interoperabilidade de que trata esta Seção.

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§1º As pessoas físicas e jurídicas poderão verificar a exatidão, a correção e a completude de qualquer um
dos seus dados contidos nos registros de referência, bem como monitorar o acesso a esses dados.
§2º Nova base de dados somente poderá ser criada quando forem esgotadas as possibilidades de utilização
dos registros de referência existentes.
Art. 41. É de responsabilidade dos órgãos e das entidades referidos no art. 2º desta Lei os custos de adap-
tação de seus sistemas e de suas bases de dados para a implementação da interoperabilidade.
CAPÍTULO V
DO DOMICÍLIO ELETRÔNICO
Art. 42. Os órgãos e as entidades referidos no art. 2º desta Lei, mediante opção do usuário, poderão realizar
todas as comunicações, as notificações e as intimações por meio eletrônico.
§1º O disposto no caput deste artigo não gera direito subjetivo à opção pelo administrado caso os meios
não estejam disponíveis.
§2º O administrado poderá, a qualquer momento e independentemente de fundamentação, optar pelo fim
das comunicações, das notificações e das intimações por meio eletrônico.
§3º O ente público poderá realizar as comunicações, as notificações e as intimações por meio de ferramenta
mantida por outro ente público.
Art. 43. As ferramentas usadas para os atos de que trata o art. 42 desta Lei:
I - disporão de meios que permitam comprovar a autoria das comunicações, das notificações e das intima-
ções;
II - terão meios de comprovação de emissão e de recebimento, ainda que não de leitura, das comunicações,
das notificações e das intimações;
III - poderão ser utilizadas mesmo que legislação especial preveja apenas as comunicações, as notificações
e as intimações pessoais ou por via postal;
IV - serão passíveis de auditoria;
V - conservarão os dados de envio e de recebimento por, pelo menos, 5 (cinco) anos.
CAPÍTULO VI
DOS LABORATÓRIOS DE INOVAÇÃO
Art. 44. Os entes públicos poderão instituir laboratórios de inovação, abertos à participação e à colaboração
da sociedade para o desenvolvimento e a experimentação de conceitos, de ferramentas e de métodos inova-
dores para a gestão pública, a prestação de serviços públicos, o tratamento de dados produzidos pelo poder
público e a participação do cidadão no controle da administração pública.
Art. 45. Os laboratórios de inovação terão como diretrizes:
I - colaboração interinstitucional e com a sociedade;
II - promoção e experimentação de tecnologias abertas e livres;
III - uso de práticas de desenvolvimento e prototipação de softwares e de métodos ágeis para formulação e
implementação de políticas públicas;
IV - foco na sociedade e no cidadão;
V - fomento à participação social e à transparência pública;
VI - incentivo à inovação;
VII - apoio ao empreendedorismo inovador e fomento a ecossistema de inovação tecnológica direcionado
ao setor público;
VIII - apoio a políticas públicas orientadas por dados e com base em evidências, a fim de subsidiar a tomada
de decisão e de melhorar a gestão pública;
IX - estímulo à participação de servidores, de estagiários e de colaboradores em suas atividades;

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X - difusão de conhecimento no âmbito da administração pública.
Art. 46. (VETADO).
CAPÍTULO VII
DA GOVERNANÇA, DA GESTÃO DE RISCOS, DO CONTROLE E DA AUDITORIA
Art. 47. Caberá à autoridade competente dos órgãos e das entidades referidos no art. 2º desta Lei, obser-
vados as normas e os procedimentos específicos aplicáveis, implementar e manter mecanismos, instâncias e
práticas de governança, em consonância com os princípios e as diretrizes estabelecidos nesta Lei.
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de governança referidos no caput deste artigo
incluirão, no mínimo:
I - formas de acompanhamento de resultados;
II - soluções para a melhoria do desempenho das organizações;
III - instrumentos de promoção do processo decisório fundamentado em evidências.
Art. 48. Os órgãos e as entidades a que se refere o art. 2º desta Lei deverão estabelecer, manter, monitorar
e aprimorar sistema de gestão de riscos e de controle interno com vistas à identificação, à avaliação, ao tra-
tamento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos da prestação digital de serviços públicos que possam
impactar a consecução dos objetivos da organização no cumprimento de sua missão institucional e na proteção
dos usuários, observados os seguintes princípios:
I - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento estratégico e aos seus desdobramentos,
às atividades, aos processos de trabalho e aos projetos em todos os níveis da organização, relevantes para a
execução da estratégia e o alcance dos objetivos institucionais;
II - estabelecimento de controles internos proporcionais aos riscos, de modo a considerar suas causas, fon-
tes, consequências e impactos, observada a relação custo-benefício;
III - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à melhoria contínua do desempenho e dos
processos de governança, de gestão de riscos e de controle;
IV - proteção às liberdades civis e aos direitos fundamentais.
Art. 49. A auditoria interna governamental deverá adicionar valor e melhorar as operações das organizações
para o alcance de seus objetivos, mediante a abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a
eficácia dos processos de governança, de gestão de riscos e de controle, por meio da:
I - realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma independente, conforme os padrões de audi-
toria e de ética profissional reconhecidos internacionalmente;
II - adoção de abordagem baseada em risco para o planejamento de suas atividades e para a definição do
escopo, da natureza, da época e da extensão dos procedimentos de auditoria;
III - promoção da prevenção, da detecção e da investigação de fraudes praticadas por agentes públicos ou
privados na utilização de recursos públicos federais.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 50. O acesso e a conexão para o uso de serviços públicos poderão ser garantidos total ou parcialmente
pelo governo, com o objetivo de promover o acesso universal à prestação digital dos serviços públicos e a re-
dução de custos aos usuários, nos termos da lei.
Art. 51. O art. 3º da Lei nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3º . ..............................................................................................................
.............................................................................................................................
g) assinatura do dirigente do órgão expedidor;
h) número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

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50
§1º A inclusão do número de inscrição no CPF na Carteira de Identidade, conforme disposto na alínea “h”
do caput deste artigo, ocorrerá sempre que o órgão de identificação tiver acesso a documento comprobatório
ou à base de dados administrada pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
§2º A incorporação do número de inscrição no CPF à Carteira de Identidade será precedida de consulta e de
validação com a base de dados administrada pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
§3º Na hipótese de o requerente da Carteira de Identidade não estar inscrito no CPF, o órgão de identifica-
ção realizará a sua inscrição, caso tenha autorização da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.” (NR)
Art. 52. O art. 12 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), passa vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação é gratuito.
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento dos custos
dos serviços e dos materiais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da informação exigir re-
produção de documentos pelo órgão ou pela entidade pública consultada.
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste artigo aquele cuja situação econômica não
lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29
de agosto de 1983.” (NR)
Art. 53. O caput do art. 3º da Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3º O processo de digitalização deverá ser realizado de forma a manter a integridade, a autenticidade e,
se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o emprego de assinatura eletrônica.
...............................................................................................................” (NR)
Art. 54. A Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 7º . .................................................................................................................
.................................................................................................................................
§6º Compete a cada ente federado disponibilizar as informações dos serviços prestados, conforme disposto
nas suas Cartas de Serviços ao Usuário, na Base Nacional de Serviços Públicos, mantida pelo Poder Executivo
federal, em formato aberto e interoperável, nos termos do regulamento do Poder Executivo federal.” (NR)
“Art. 10-A. Para fins de acesso a informações e serviços, de exercício de direitos e obrigações ou de obten-
ção de benefícios perante os órgãos e as entidades federais, estaduais, distritais e municipais ou os serviços
públicos delegados, a apresentação de documento de identificação com fé pública em que conste o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) será suficiente para identificação do cidadão, dispensada a
apresentação de qualquer outro documento.
§1º Os cadastros, os formulários, os sistemas e outros instrumentos exigidos dos usuários para a prestação
de serviço público deverão disponibilizar campo para registro do número de inscrição no CPF, de preenchi-
mento obrigatório para cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, que será suficiente para sua
identificação, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro número para esse fim.
§2º O número de inscrição no CPF poderá ser declarado pelo usuário do serviço público, desde que acom-
panhado de documento de identificação com fé pública, nos termos da lei.
§3º Ato de cada ente federativo ou Poder poderá dispor sobre casos excepcionais ao previsto no caput
deste artigo.”
Art. 55. Esta Lei entra em vigor após decorridos:
I - 90 (noventa) dias de sua publicação oficial, para a União;
II - 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial, para os Estados e o Distrito Federal;
III - 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial, para os Municípios.
Brasília, 29 de março de 2021; 200o da Independência e 133o da República.

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51
Acesso à informação; Lei nº 12.527/201

Lei de Acesso à Informação (LAI)


A Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011 no Brasil) é um instrumento legal que regulamenta o di-
reito dos cidadãos de acessarem informações públicas. Ela estabelece procedimentos claros e objetivos para
a solicitação e a divulgação de informações públicas, promovendo a transparência e o princípio do acesso à
informação como um direito fundamental.
— Principais pontos da LAI incluem
Abrangência
A LAI se aplica a todos os órgãos e entidades públicas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em
todos os níveis de governo (federal, estadual e municipal), bem como a entidades privadas sem fins lucrativos
que recebam recursos públicos.
Princípios
A lei estabelece princípios fundamentais, como a publicidade, a autenticidade, a integridade e a primazia do
interesse público, garantindo que as informações sejam disponibilizadas de forma fidedigna e que a proteção
do interesse público prevaleça.
Procedimentos para Solicitação
A LAI define procedimentos claros para solicitar informações públicas, incluindo prazos para resposta, for-
mas de disponibilização e a possibilidade de recursos em caso de negativa de acesso.
Divulgação Ativa
Além das solicitações individuais, a LAI estabelece a obrigação de os órgãos e entidades públicas divulga-
rem ativamente um conjunto mínimo de informações, como dados orçamentários, contratos, licitações, estrutu-
ra organizacional, entre outros.
Responsabilização
A lei prevê medidas para responsabilizar aqueles que dificultem ou impeçam o acesso à informação, incluin-
do sanções administrativas e penais em casos de infrações.
Proteção de Informações Sensíveis
A LAI também prevê a proteção de informações sensíveis, como aquelas relacionadas à segurança nacio-
nal, a questões diplomáticas e à privacidade individual.
Empoderamento Cidadão
A transparência e a LAI buscam empoderar os cidadãos, permitindo que participem ativamente da fiscaliza-
ção do governo e contribuam para uma gestão pública mais eficiente.
Impacto na Governança e Democracia
A aplicação efetiva da transparência e da LAI contribui para fortalecer a governança, promover a confiança
na administração pública e consolidar os princípios democráticos.
Entender esses pontos essenciais é crucial para compreender como a transparência e a LAI desempenham
um papel vital na relação entre governo e sociedade, promovendo uma administração pública mais aberta,
responsável e participativa.
Assim, a transparência e a LAI são essenciais para fortalecer a participação cidadã, e garantir o direito à
informação. O acesso à informação pública contribui para uma sociedade mais informada, empoderada e capaz
de regular as ações governamentais.
Até janeiro de 2022, a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) estava em vigor no Brasil. No entan-
to, é importante observar que leis podem ser modificadas, atualizadas ou revogadas ao longo do tempo.

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52
Recomenda-se, sempre verificar fontes oficiais, como o Diário Oficial da União, o site oficial da Presidência
da República, ou o site do Senado Federal para obter informações atualizadas sobre a Lei de Acesso à Infor-
mação. Essas fontes fornecerão os textos mais recentes, emendas ou quaisquer mudanças na legislação.
Além disso, é possível que tenham ocorrido alterações legislativas após a minha última atualização em
janeiro de 2022. Instruí-se verificar fontes confiáveis e atualizadas para obter informações precisas sobre o
estado atual da Lei de Acesso à Informação no Brasil.
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do
art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5
de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do
§3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as
Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou me-
diante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instru-
mentos congêneres.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela
dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam
legalmente obrigadas.
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e
com as seguintes diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração pública.
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de co-
nhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato;
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável;

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V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização,
acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avalia-
ção, destinação ou controle da informação;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamen-
tos ou sistemas autorizados;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada
por determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível,
sem modificações.
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante proce-
dimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.
CAPÍTULO II
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos
aplicáveis, assegurar a:
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação;
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticida-
de, integridade e eventual restrição de acesso.
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter:
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá
ser encontrada ou obtida a informação almejada;
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entida-
des, recolhidos ou não a arquivos públicos;
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vín-
culo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política,
organização e serviços;
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação,
contratos administrativos; e
VII - informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entida-
des públicas, bem como metas e indicadores propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de con-
trole interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
§1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pes-
quisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado.
§2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado
o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
§3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da
tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.

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§4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no
art. 1º , quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta
Lei.
§5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente
a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
§6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulga-
ção em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral
por eles produzidas ou custodiadas.
§1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e
horários de atendimento ao público;
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;
III - registros das despesas;
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados,
bem como a todos os contratos celebrados;
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios
e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial
de computadores (internet).
§3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes
requisitos:
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, trans-
parente, clara e em linguagem de fácil compreensão;
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietá-
rios, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis
por máquina;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica,
com o órgão ou entidade detentora do sítio; e
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com defici-
ência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
§4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação
obrigatória na internet a que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de in-
formações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante:
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com
condições apropriadas para:

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a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de
divulgação.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
SEÇÃO I
DO PEDIDO DE ACESSO
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades
referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente
e a especificação da informação requerida.
§1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exi-
gências que inviabilizem a solicitação.
§2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de
acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.
§3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações
de interesse público.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponí-
vel.
§1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que
receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que
a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa
de seu pedido de informação.
§2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa,
da qual será cientificado o requerente.
§3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o
órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que
necessitar.
§4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o re-
querente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição,
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.
§5º A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do re-
querente.
§6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qual-
quer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual
se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou
entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios
para realizar por si mesmo tais procedimentos.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de
documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente
o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129, de
2021) (Vigência)

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Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econô-
mica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei nº
7.115, de 29 de agosto de 1983.
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129,
de 2021) (Vigência)
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento dos custos
dos serviços e dos materiais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da informação exigir
reprodução de documentos pelo órgão ou pela entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de
2021) (Vigência)
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste artigo aquele cuja situação econômica não
lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29
de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência)
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar
sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original.
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas ex-
pensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a
conservação do documento original.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
SEÇÃO II
DOS RECURSOS
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o
interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão
impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente
poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indi-
car a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
desclassificação;
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido ob-
servados; e
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei.
§1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de
submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
§2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão
ou entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
§3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Co-
missão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35.
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação protocolado em órgão da
administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das
competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
§1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de
submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a
decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.

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§2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta
ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15
e de revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em
qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
Art. 19. (VETADO).
§1º (VETADO).
§2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e
ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem
acesso a informações de interesse público.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimen-
to de que trata este Capítulo.
CAPÍTULO IV
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos
fundamentais.
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos
direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto
de restrição de acesso.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as
hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por
pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.
SEÇÃO II
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E PRAZOS DE SIGILO
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de
classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que
tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus fa-
miliares; ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento,
relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, se-
creta ou reservada.

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§1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput,
vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
III - reservada: 5 (cinco) anos.
§2º As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da Repú-
blica e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término
do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.
§3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser estabelecida como termo final de restrição de
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de
classificação.
§4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação
tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.
§5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse
público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.
SEÇÃO III
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus
órgãos e entidades, assegurando a sua proteção.(Regulamento)
§1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pes-
soas que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamen-
to, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.
§2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de res-
guardar o sigilo.
§3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de infor-
mação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não
autorizados.
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordina-
do hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento
de informações sigilosas.
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder pú-
blico, executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para
que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das
informações resultantes da aplicação desta Lei.
SEÇÃO IV
DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competên-
cia:(Regulamento)
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

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e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou em-
presas públicas e sociedades de economia mista; e
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de dire-
ção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou
de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o
disposto nesta Lei.
§1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta,
poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a
subdelegação.
§2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d”
e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.
§3º A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar
a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no
prazo previsto em regulamento.
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que
conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
I - assunto sobre o qual versa a informação;
II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final,
conforme limites previstos no art. 24; e
IV - identificação da autoridade que a classificou.
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classifi-
cada.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade
hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento,
com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regula-
mento)
§1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas
no exterior por autoridades ou agentes públicos.
§2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e
a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como ter-
mo inicial a data da sua produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na
internet e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura;
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos,
bem como informações genéricas sobre os solicitantes.
§1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública
em suas sedes.
§2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da
data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.

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SEÇÃO V
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à inti-
midade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.
§1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e ima-
gem:
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100
(cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que
elas se referirem; e
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento
expresso da pessoa a que elas se referirem.
§2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso
indevido.
§3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigido quando as informações forem necessárias:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utiliza-
ção única e exclusivamente para o tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em
lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem;
III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - à defesa de direitos humanos; ou
V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
§4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações
estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal.
CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu forne-
cimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou par-
cialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do
exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou infor-
mação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato
ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a ou-
trem, ou em prejuízo de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos
humanos por parte de agentes do Estado.
§1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas
no caput serão consideradas:

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I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves,
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal;
ou
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações adminis-
trativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
§2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbi-
dade administrativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de
1992.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer
natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração públi-
ca por prazo não superior a 2 (dois) anos; e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.
§1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegu-
rado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
§2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarci-
mento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
no inciso IV.
§3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão
ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da
abertura de vista.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da
divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo
a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de re-
gresso.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de
vínculo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
submeta a tratamento indevido.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 35. (VETADO).
§1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que decidirá, no âmbito da administração
pública federal, sobre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência para:
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta e secreta esclarecimento ou con-
teúdo, parcial ou integral da informação;
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou mediante provocação de
pessoa interessada, observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrassecreta, sempre por prazo determi-
nado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à inte-
gridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no
§1º do art. 24.
§2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação.

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§3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos,
após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.
§4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações nos prazos
previstos no §3º implicará a desclassificação automática das informações.
§5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento da Comissão Mista de Rea-
valiação de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposições
desta Lei.(Regulamento)
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá
às normas e recomendações constantes desses instrumentos.
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Nú-
cleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento)
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físicas, empresas,
órgãos e entidades para tratamento de informações sigilosas; e
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países ou organiza-
ções internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou
qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos
demais órgãos competentes.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcionamento do NSC.
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de
pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
público.
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das informações classificadas como
ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.
§1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os
prazos e condições previstos nesta Lei.
§2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a qual-
quer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.
§3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da
informação nos termos da legislação precedente.
§4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput
serão consideradas, automaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão
ou entidade da administração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente
subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada
aos objetivos desta Lei;
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumpri-
mento;
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento das normas e procedi-
mentos necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus regu-
lamentos.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública federal responsável:
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na adminis-
tração pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informação;

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II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à
transparência na administração pública;
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública federal, concentrando e
consolidando a publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com informações atinentes à imple-
mentação desta Lei.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a con-
tar da data de sua publicação.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 116. ...................................................................
............................................................................................
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior
ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração;
.................................................................................” (NR)
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciên-
cia à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente
para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.”
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as nor-
mas gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9º e
na Seção II do Capítulo III.
Art. 46. Revogam-se:
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

Transparência e imparcialidade nos usos da inteligência artificial no âmbito do serviço


público

A Inteligência Artificial (IA) é uma das tecnologias mais revolucionárias do nosso tempo, e seu impacto na
esfera pública é inegável. À medida que governos e órgãos públicos exploram as possibilidades oferecidas
pela IA para melhorar a eficiência, a qualidade dos serviços e a tomada de decisões, surgem desafios críticos
relacionados à transparência e à imparcialidade. Este texto abordará a importância da transparência e impar-
cialidade na implementação da IA no serviço público.
A Revolução da Inteligência Artificial no Serviço Público
A IA oferece uma série de benefícios potenciais para o setor público, incluindo automação de tarefas rotinei-
ras, análise de dados em grande escala e tomada de decisões baseadas em informações precisas e rápidas.
No entanto, a implantação da IA no serviço público também traz desafios éticos e sociais, particularmente no
que diz respeito à transparência e imparcialidade.

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Transparência na IA Governamental
A transparência é um princípio fundamental para garantir que a IA no serviço público seja compreendida e
confiável. Os algoritmos e modelos de IA devem ser transparentes, com explicações claras sobre como tomam
decisões e processam informações. Isso é essencial para que os cidadãos compreendam como suas informa-
ções são usadas e como as decisões são tomadas em seu nome.
A transparência também implica a divulgação de dados e práticas de coleta, para que o público possa
avaliar a qualidade e a integridade dos sistemas de IA. Os governos devem adotar políticas que garantam a
abertura de algoritmos e modelos, bem como permitir auditorias independentes.
Imparcialidade na IA Governamental
A imparcialidade é outro aspecto crítico na implementação da IA no serviço público. Os sistemas de IA de-
vem ser projetados para evitar discriminação e viés. Isso requer a identificação e a correção de preconceitos
nos dados usados para treinar os algoritmos. Caso contrário, a IA pode perpetuar ou amplificar injustiças e
desigualdades existentes.
A imparcialidade também envolve a garantia de que os sistemas de IA não favoreçam determinados grupos
ou interesses. Isso requer a supervisão rigorosa e a regulamentação adequada para garantir que a IA seja usa-
da de maneira justa e equitativa.
Desafios e Soluções
A implementação da transparência e imparcialidade na IA governamental enfrenta desafios significativos.
Um deles é a complexidade dos algoritmos de IA, que muitas vezes são difíceis de entender completamente.
No entanto, pesquisas contínuas em IA explicável estão buscando abordar esse desafio, tornando os sistemas
de IA mais transparentes e compreensíveis.
Outro desafio é a falta de regulamentação adequada e de padrões éticos estabelecidos. Os governos de-
vem trabalhar em estreita colaboração com especialistas em ética de IA, pesquisadores e a sociedade civil para
desenvolver políticas e regulamentos que garantam a transparência e imparcialidade na IA governamental.
A IA tem o potencial de transformar positivamente o serviço público, tornando-o mais eficiente e responsivo
às necessidades dos cidadãos. No entanto, é imperativo que os governos priorizem a transparência e imparcia-
lidade ao implementar essas tecnologias. A falta de transparência pode minar a confiança do público, enquanto
a parcialidade pode perpetuar injustiças. Portanto, o desenvolvimento e a aplicação responsáveis da IA no
âmbito do serviço público são essenciais para garantir que a tecnologia beneficie a sociedade como um todo,
de forma justa e ética.

Exercícios

1. CESGRANRIO - 2019 - UNIRIO - Administrador


K, cidadão no pleno exercício dos seus direitos políticos, requereu a um certo órgão público o reconheci-
mento de determinado benefício a que, no seu entender, faria jus. Ao procurar informações no órgão compe-
tente, recebeu a noticia de que seu requerimento tinha grande probabilidade de ser deferido, embora o agente
público que havia fornecido tal informação já tivesse ciência de que houvera o seu indeferimento.
Nesse caso, consoante as normas do Decreto n° 1.171/1994, o tal agente público que prestou essa infor-
mação a K violou o direito à
(A) capacidade
(B) existência
(C) verdade
(D) fraternidade
(E) ambiência

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2. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR
Um cidadão resolve atualizar os seus cadastros em inúmeras plataformas, mediante a modificação de suas
senhas, consideradas fracas pelo sistema.
Nos termos da Lei nº 14.129/2021, fica estabelecido como número suficiente para identificação do cidadão
nos bancos de dados de serviços públicos o número de inscrição no
(A) Documento Nacional de Identificação
(B) Cadastro de Pessoas Físicas
(C) Documento de Identificação do Trabalhador
(D) Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(E) Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
3. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR
Um cidadão requer acesso a documentos e informações guardados por determinado órgão público e rece-
be, como resposta, que uma parte está protegida pelo sigilo, e a outra foi objeto de extravio.
Nos termos da Lei nº 12.527/2011, informado do extravio da informação solicitada, poderá esse cidadão,
para apurar o desaparecimento da respectiva documentação, requerer à autoridade competente a imediata
abertura de
(A) investigação
(B) verificação
(C) sindicância
(D) restauração
(E) responsabilização
4. CESGRANRIO - 2022 - ELETROBRAS-ELETRONUCLEAR
Segundo o Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012, que regulamenta a Lei nº 12.527, de 18 de novembro
de 2011, a Lei de Acesso à Informação, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal assegurarão às
pessoas naturais e jurídicas o direito de acesso à informação, proporcionado mediante procedimentos obje-
tivos, ágeis e transparentes, em linguagem clara e de fácil compreensão, observados os princípios da Admi-
nistração Pública e as diretrizes previstas nessa Lei. Essa informação é obtida por transparência ativa e por
transparência passiva.
São exemplos de transparência ativa e de transparência passiva, respectivamente, o(s)
(A) atendimento pelo telefone e o atendimento presencial
(B) formulário eletrônico e as redes sociais
(C) formulário físico e o pedido no protocolo
(D) serviço de informações ao cidadão e os sítios na internet
(E) sítios na internet e o serviço de informações ao cidadão
5. CESGRANRIO - 2019 - UNIRIO
K, cidadão no pleno exercício dos seus direitos políticos, requereu a um certo órgão público o reconheci-
mento de determinado benefício a que, no seu entender, faria jus. Ao procurar informações no órgão compe-
tente, recebeu a noticia de que seu requerimento tinha grande probabilidade de ser deferido, embora o agente
público que havia fornecido tal informação já tivesse ciência de que houvera o seu indeferimento.
Nesse caso, consoante as normas do Decreto no 1.171/1994, o tal agente público que prestou essa infor-
mação a K violou o direito à
(A) capacidade
(B) existência

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(C) verdade
(D) fraternidade
(E) ambiência
6. Quais são alguns dos valores éticos mencionados no texto que devem guiar a atuação dos servidores
públicos?
(A) Ambição e concorrência.
(B) Integridade, respeito, responsabilidade e accountability.
(C) Secretismo e partidarismo.
(D) Lucro e eficiência.
7. Qual é um dos deveres dos servidores públicos mencionados no texto que está relacionado à sua atua-
ção política?
(A) Atuar com zelo e probidade.
(B) Garantir a estabilidade no emprego.
(C) Engajar-se em atividades político-partidárias.
(D) Abster-se de dedicar-se integralmente ao serviço.
8. Quais são alguns dos desafios mencionados no texto relacionados à implementação da Inteligência Arti-
ficial no serviço público?
(A) A falta de regulamentação e a ausência de algoritmos de IA.
(B) A complexidade dos algoritmos de IA e a falta de especialistas em ética de IA.
(C) A falta de financiamento e a falta de apoio público à IA governamental.
(D) A falta de interesse dos cidadãos na transparência e imparcialidade da IA no governo.
9.Qual é o objetivo principal do Governo Eletrônico, conforme discutido no texto?
(A) Facilitar o acesso dos servidores públicos aos documentos governamentais.
(B) Tornar a administração pública mais burocrática.
(C) Melhorar a eficiência, transparência e acessibilidade dos serviços governamentais.
(D) Restringir o acesso dos cidadãos à informação governamental.
10. Texto: “A integridade pública é essencial para a credibilidade e a eficiência do governo. Ela promove a
confiança dos cidadãos nas instituições públicas, fortalece a democracia e garante o uso adequado dos recur-
sos públicos.”
De acordo com o texto, qual é a importância da integridade pública?
(A) A integridade pública é importante apenas para garantir a eficiência do governo.
(B) A integridade pública é essencial para a credibilidade do governo, a confiança dos cidadãos e o uso ade-
quado dos recursos públicos.
(C) A integridade pública não tem relevância para a democracia.
(D) A integridade pública só afeta o setor privado, não o governo.

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Gabarito

1 C
2 B
3 C
4 E
5 C
6 B
7 C
8 B
9 C
10 B

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