Você está na página 1de 46

INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO - IFMA

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E


ADULTOS (EJA) NO MUNICIPIO DE AÇAILÂNDIA-MA

FRANCISCA DA COSTA RIBEIRO DA SILVA

CAXIAS - MA
2022
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHAO - IFMA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E


ADULTOS (EJA) NO MUNICIPIO DE AÇAILÂNDIA-MA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Pedagogia do Instituto
Federal do Maranhão como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

Orientador: Prof. Dr. Vicente Henrique de Oliveira Filho

Francisca da Costa Ribeiro da Silva

CAXIAS - MA
2022
FRANCISCA DA COSTA RIBEIRO DA SILVA

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E


ADULTOS (EJA) NO MUNICIPIO DE AÇAILÂNDIA-MA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenação do Curso de Pedagogia do Instituto
Federal do Maranhão como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

Orientador: Prof. Dr. Vicente Henrique de Oliveira Filho

APROVADO EM ___/___/___.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Vicente Henrique de Oliveira Filho

Prof. 1º Examinador)

_______________________________________________________________________

Prof. Me. (2º Examinador)

AÇAILÂNDIA-MA
2022
RESUMO

A presente pesquisa objetivou analisar e compreender as repercussões da Educação de


Jovens e Adultos no município de Açailândia estado do Maranhão, por meio da
percepção dos professores atuantes nessa modalidade. Para isto, foi realizado uma
pesquisa com os seguintes objetivos: identificar a concepção dos professores que atuam
na educação de jovens e adultos sobre o processo de ensinar; contextualizar a educação
jovens e adultos no município de Açailândia; e, analisar a percepção dos professores
sobre aprendizagem escalar e os saberes docentes. A principal fonte teórica no
desenvolvimento do trabalho teve como base os estudos de Paulo Freire (1963). Esta
pesquisa se caracteriza como estudo de caso e possui caráter qualitativo, utilizou-se
como coleta de dados, questionários e entrevistas com professores que atuam na EJA
em Açailândia-MA. As pesquisas evidenciaram que a execução do ensino no município,
embora possua um projeto pedagógico e políticas públicas voltadas para esse setor, se
encontra carente de um método eficaz, focado nas particularidades do público atendido,
por meio de investimento na formação continuada dos professores desse setor.

Palavras-chave: EJA. Educação. Professores EJA. EJA em Açailândia-MA.


Metodologias EJA.
ABSTRACT

The present research aimed to analyze and understand the repercussions of Youth and
Adult Education in the municipality of Açailândia, state of Maranhão, through the
perception of teachers working in this modality. For this, research was carried out with the
following objectives: to identify the conception of teachers who work in the education of
young people and adults about the teaching process; contextualize youth and adult
education in the municipality of Açailândia; and, to analyze the teachers' perception of
scalar learning and teaching knowledge. The main theoretical source in the development
of the work was based on the studies of Paulo Freire (1963). This research is
characterized as a case study and has a qualitative character, used as data collection,
questionnaires and interviews with teachers who work at EJA in Açailândia-MA. Research
has shown that the implementation of education in the municipality, although it has a
pedagogical project and public policies aimed at this sector, is lacking an effective
method, focused on the particularities of the public served, through investment in the
continuing education of teachers in this sector.

Keywords: EJA. Education. EJA teachers. EJA in Açailândia-MA. EJA methodologies.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................6
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................8
2.1 Educação de jovens e adulto: contextualização...................................................10
3. FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA EJA...................................15
3.1. EJA no cenario do municipio de Açailândia maranhão......................................22
4 PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS...................................................................................................................28
5 METODOLOGIA DA PESQUISA E ANALISE DOS DADOS.................................33
6 DISCUSSÃO DOS DADOS: achados da pesquisa..............................................35
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................................41
ANEXO 1.....................................................................................................................44
ANEXO 2.....................................................................................................................45
1 INTRODUÇÃO

A educação tem o poder de socializar e ressocializar o ser humano ao longo da


sua vida e, operar mudanças de comportamentos e posicionamentos, por assim ser, fica
claro que se trata de um processo contínuo. Freire (1992), já defendia a ideia de
educação permanente e que, portanto, deve ser aprimorada.
É notório que a Educação de Jovens e Adultos (EJA), representa uma
transformação na sociedade como um todo e na qualidade de vida, uma vez que tem a
capacidade de reduzir a exclusão social, o desemprego, a miséria e promover a luta pela
vida e por melhores condições de trabalho, fazendo com que a EJA represente mais que
um movimento ou modalidade de ensino, mas uma remodelação de vidas.
Arroyo (2001), explica que a EJA se trata de uma tensa relação de poderes e
intenções, movida por conflitos, políticas e diferentes concepções socioculturais,
dependendo da realidade social e do local em que essa modalidade é desenvolvida e
aplicada. A fala do autor defende a ideia de uma educação planejada, direcionada
e desenvolvida por abordagens específicas para a realidade de cada estudante e de
cada localidade.
A promoção de uma educação que valorize o ser humano em todas as esferas
muitas vezes fica prejudicada diante da realidade do ensino, especialmente da EJA,
sabe-se que esse setor já apresentou defasagem devido ao descaso dos poderes
públicos no Brasil, que levou a fechamento de secretarias especializadas e redução de
investimentos. Conforme o Sistema Integrado de Operações (Siop), o Ministério da
Educação (MEC), reservou R$: 74 milhões ao programa em 2019, no entanto, somente
R$: 16, 6 milhões foram aplicados, ou seja, somente 22% do previsto, o que representou
o menor investimento na modalidade desde 2014.
Todas essas questões contribuem para desestabilização do ensino e se reflete na
evasão escolar, principalmente quando há interrupção das aulas devido à greves, desde
2020, devido ao cenário pandêmico e a falta de estrutura escolar para dá apoio aos
alunos, muitos deixaram a escola por falta de motivação.
A partir destes questionamentos foi delimitada a questão de pesquisa: Quais as
repercussões da educação de jovens e adultos no município de Açailândia estado do
Maranhão? Objetivo geral compreender as repercussões da Educação Jovens e adultos
no município de Açailândia estado do Maranhão. Com os seguintes objetivos específicos:
1) identificar a concepção dos professores que atuam na educação de jovens e adultos
sobre o processo de ensinar. 2) contextualizar a educação jovens e adultos no município

6
no município de Açailândia 3) analisar a percepção dos professores sobre a
aprendizagem escalar e os saberes docentes.
No capítulo um, apresenta-se o referencial teórico da pesquisa, foi realizado um
levantamento acerca das normas que regem a Educação de Jovens e Adultos, foi
apresentado ainda os principais autores relacionados ao tema a ser explorado dentro da
pesquisa e realizado uma breve contextualização da EJA, foi apresentada sua trajetória
do Brasil e os pioneiros nesta modalidade.
No capítulo dois, apresenta-se um discursão sobre a formação do professor no
contexto da EJA, atrelado a políticas públicas de formação dos docentes. Destaca-se
também os aspectos educacionais voltados para o município de Açailândia-Ma.
No capítulo três, abre-se um debate sobre os processos de aprendizagem da EJA
fazendo uma relação entre o ato de ensinar e aprender.
Enquanto o capítulo quatro apresenta as metodologias da pesquisa e análise de
dados com base nos instrumentos de coletas utilizado no presente estudo.
Já no capítulo cinco, encontra-se o processamento dos achados na pesquisa. Foi
realizado um discursão embasado nas entrevistas com os professores do ensino EJA do
município de Açailândia e apresentado um parecer pautado nas respostas obtidas, a
partir das percepções dos envolvidos.
Por fim, no capítulo seis apresenta-se, as considerações finais desta pesquisa, um
breve parecer sobre os resultados obtidos.

7
2 REFERENCIAL TEÓRICO

A Constituição Federal de 1988 apresenta consideráveis avanços para a


Educação no Brasil. A Lei de Diretrizes e Base da Educação (Lei 9394/96) determina a
educação como direito público subjetivo, sendo obrigação do Estado garantir o acesso e
a permanência dos indivíduos na escola, bem como a qualidade do ensino ofertado
(inciso VII do artigo 206).
Entretanto, embora os avanços notáveis quanto ao direito e acesso ao ensino,
tratar sobre esse tema se mostra desafiador, principalmente determinar o que de fato é
qualidade de ensino, tais questões são complexas mesmo para os especialistas na
educação, uma vez que a qualidade se encontra relacionado a quem recebe. Paiva
(2013), discorre sobre o conceito de qualidade com base em concepções históricas,
econômicas e políticas:
A polissemia do conceito garante à qualidade sentidos e significados
diversos, segundo tempos históricos e concepções, o que possibilita afirmar
a relação sincrônica que este estabelece com tempo e lugar; com projeto
popular e hegemônico, enfim, com a complexidade que o traduz, dependendo de
quem o faz, para quem o faz, para que o faz, em disputa permanente, o que
implica explicitação das concepções que se forjaram, ao servirem aos diversos
“senhores” da educação no país [...] (PAIVA, 2013, p. 85).

A qualidade do ensino na Edução de Jovens e Adultos (EJA), se mostra ainda


mais dificil, devido aos antecedentes aplicados a ela, que a colocava como uma
educação para suprir ou corrigir uma deficiencia educaional ou seja, impondo limites na
continuação dessa modalidade o que resulta na negação dos direitos dos induvidos. A
educação contínua é defendido por Luciana Bandeira Barcelos (2014), que relaciona o
aprendizado ao desenvolvimento humano, uma formação que não tem fim, outrosim, que
a educação é necessaria durante toda a vida na sociedade.
Ao analisar a EJA, percebe-se que se trata de uma modalidade marcada pela
invisibilidade dos problemas sociais que retem jovens e adultos a um ciclo constante de
exclusão social, cultural, politica e econômica resultante de modo de produção
capitalista. Durante muito tempo foi rejeitado ao voluntarismo, primeiro dos jesuítas
quando ocuparam o Brasil, no período colonial; em seguida por partes da sociedade civil
nos anos 40 e 50, e pelos movimentos sociais a partir dos anos 60 e 70 (STRELHOW,
2010).
A constituição federal de 1988, dá fundamentação legal à EJA e a cosntitui como
um direito público para o cidadão sob o dever do Estado de prover e garantir a inclusão
formal de jovens e adultos que não tiveram acesso ao ensino regular desde a infância.
Nos anos de 1990 foi instituido a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
nº 9394/96. Essa lei transforma a EJA em uma política voltada aos direito dos
8
estudantes, que visa assegurar condições dignas de trabalho, qualidade de vida,
respeito e visibilidade social (FERREIRA; ALCÂNTARA; GAHYVA, 2009).
O Parecer CNE/CEB nº. 11/2000, bem como a Resolução nº 01/00 - CNE, a
Resolução nº 180/00 - CEE/MT; e Decreto nº 5.840, de 13/07/06, determinam que é
dever da EJA buscar cumprir as funções: "reparadora, equalizadora e qualificadora",
visando com isso a restauração dos direitos violados quanto a educação dos sujeitos,
nivelação nas oportunidades de educação e qualificação continua (FERREIRA;
ALCÂNTARA; GAHYVA, 2009). Mesmo que tais funções sejam legalizadas, sua
aplicação se mostra deficiente, devido a programas que não geram resultados
satisfatórios ao requerido pela modalidade por se apresentar unicamente como
reparação e se dá de modo acelerado apenas como uma mera formalização de
protocolo, sem comtemplar todas as vertentes do ensino: reparar, equalizar e qualificar.
Outrossim, fica evidente as particularidades dos indivíduos que formam a EJA,
tanto em relação aos docentes quantos os discentes, o que requer uma individualidade
para esses jovens e adultos, pois dentro dessa modalidade existem sub modalidades,
baseado em faixa etária de idade, condições sociais, trajetórias de vidas etc. Todas
essas particularidades afetam diretamente no aprendizado e a maneira como assimilam
o conhecimento e o tempo em que isso ocorre, o que os diferenciam entre si, mesmo
dentro de um mesmo “grupo” cada indivíduo possui características únicas, o que exige
mais de um recurso quanto as práticas pedagógicas. Deste modo, ratifica a importância
da formação de professores com foco na EJA, só assim será possível cumprir as
vertentes dessa modalidade.
Portanto, percebe-se, com base nisso, que a formação dos docentes em
Açailândia Maranhão, voltado para a modalidade EJA se encontra carente de uma
restruturação. A fim de direcionar esses profissionais a uma formação continuada que
seja capaz de possibilitar uma prática pedagógica que leve em conta a diversidade
existente dentro do ambiente educacional, de modo a agregar qualidade no ensino e
assim, executar um direito constitucional, que todo indivíduo possui quanto a educação.
Ao apresentar e discorrer sobre esses aspectos, fica uma reflexão acerca da
importância da EJA na sociedade, sobre a contribuição dessa modalidade de ensino na
vida dos sujeitos envolvidos, bem como a importância da voz e da qualificação dos
professores na execução do ensino, dos direitos e nas deficiências existentes. Destaca-
se ainda, a necessidade de um olhar crítico por parte dos profissionais de educação
voltado a essa modalidade de ensino.

9
2.1 Educação de jovens e adultos: contextualização

A educação de jovens e adultos foi marcada por uma trajetória repleta de lutas
pela alfabetização, permeada por seu extenso caminho no Brasil, durante muitos anos o
índice de pessoas analfabetas no país foi altíssimo, com o passar do tempo vários
programas de alfabetização foram criados com a finalidade de transformar esse cenário.
O analfabetismo se tornou um problema no período colonial, com as
transformações da sociedade e se estendeu durante muito tempo, mais precisamente,
durante quatro séculos. No processo de alfabetização, os primeiros a serem
beneficiados foram os jesuítas, onde a principal motivação se dava em relação a
formação religiosa desses indivíduos, pautada pelas regras e mandamentos religiosos.
Devido à falta de acesso às escolas, esses povos não sabiam ler e nem escrever, deste
modo, o método educacional ocorria por meio da oralidade (BACELOS, 2014).
Moura (2003), relata que apenas muito tempo após os jesuítas terem acesso à
educação eles conseguiram difundir os ensinamentos, através de muito trabalho
estabeleceram escolas para os filhos dos colonizadores e dos indígenas. Deste modo:
Foi ela, a educação dada pelos jesuítas, transformada em educação de classe,
com as características das que tão bem distinguiam a aristocracia rural brasileira
que atravessou todo o período colonial e imperial e atingiu o período republicano,
sem ter sofrido, em suas bases, qualquer modificação estrutural, mesmo quando
a demora social de educação começou a aumentar, atingindo as camadas mais
baixas da população e obrigando a sociedade a ampliar sua oferta escolar
(MOURA, 2003, p. 26)

A Educação de Jovens e Adultos não se trata somente da educação no âmbito


escolar, por ela também ocorrer em ambientes não formais, como por exemplo,
associação de moradores, grupos religiosos, centros culturais, sindicatos etc.
A EJA foi rejeitada por um longo período no Brasil, até ser legalizada. Em 1930
com a chegada de Getúlio Vargas, deu-se início a implantação desse sistema,
impulsionado pela política de exportação do café, onde chamava-se um adulto não
alfabetizado de “sem futuro”, fadados apenas ao trabalho na roça, sem mais
oportunidades, com a instituição da ditadura civil implantada pelo governo de Vargas,
voltou-se o foco para a educação das crianças e jovens, somente mais tarde, após
diversos conflitos e interesses políticos iniciou-se as tratativas para a educação dos
adultos (LELLIS; COSTA, 2021).
Embora as atenções tenham se voltado para a Educação de Jovens e Adultos,
durante quatro séculos, viu-se a segregação na execução desse direito básico, a
educação, uma vez que a alfabetização era privilégio de homens brancos e cristãos,
10
deixando de fora os negros, os índios e as mulheres. Com foco na política, por volta da
metade do século XX, foram aprovados projetos de leis com foco na educação de jovens
e adultos, o projeto tinha por finalidade atender os interesses da elite e aumento nos
números de eleitores. A partir desses feitos, o ensino foi legalizado pela Lei Saraiva de
1882, adicionada a pós Constituição Federal de 1991, que indefere o voto para pessoas
analfabetas. Tal movimento teve seu início em 1925, quando se instaurou a Reforma
João Luís Alves, que liderou o ensino a fim de satisfazer os interesses outrora citados
(BARCELOS, 2014).
Sabe-se, que o analfabetismo é visto pela sociedade como “uma doença para
nação”, enquanto o próprio sujeito analfabeto é taxado, como “limitado, sem cultura,
burro, incapaz” entre outros adjetivos, pois é fato que para assumir um cargo em uma
empresa, assinar seu próprio nome, ter acesso a informações se faz necessário a leitura
e a escrita, entretanto, fica evidente que o analfabetismo se trata de uma dívida social,
Couto defende, que:
[...] analfabetismo é o cancro que aniquila o nosso organismo, com suas múltiplas
metáteses, aqui a ociosidade, ali o vício, além o crime. Exilado dentro de si
mesmo como em um mundo desabitado, quase repelido para fora da espécie
pela sua inferioridade, o analfabeto é digno de pena e a nossa desídia indigna de
perdão enquanto não lhe acudirmos com o remédio do ensino obrigatório.
(COUTO, 1933, p. 190).

O ensino se tornou uma obrigação em 1934, e garantido como um direito gratuito


na Constituição Federal, entretanto tal direito comtemplava apenas o ensino primário,
então no século XX deu-se início ao ensino voltado as pessoas que foram privadas
desses direitos na ‘idade adequada”, as aulas foi instituída no período noturno afim de
alcançar os trabalhadores que não poderiam estar em sala de aula durante o dia.
Após a segunda guerra mundial, deu-se início a um movimento educacional,
marcado por campanhas de incentivo a alfabetação, nesse então momento, o governo
federal almeja um tipo de compensação a esses trabalhadores que viviam no campo
principalmente, nesse período a EJA, garantia apenas o ensino primário, que dava direito
a alfabetação básica, somente algum tempo depois, em 1960 passou se também a
ofertar o ginásio, ou seja o ensino secundário (LELLIS; COSTA, 2021).
Necessitada de uma nova vertente, a educação no Brasil foi submetida a uma
reestruturação no início dos anos de 1960, fundamentada pelas ideias de Paulo Freire,
que tinha por objetivo suprir as carências das classes menos abastadas e ignorada pela
sociedade, Freire desenvolveu praticas pedagógicas de acordo com suas experiencias
que fossem capaz de garantir melhor aprendizado dos alunos, visando também a
capacitação dos professores, para atuar com os alunos dessa categoria, deste modo ele
utilizou a realidade desses profissionais para alterar a realidade dos alunos, uma vez que

11
até então, a educação ainda era bem limitada e repleta de falhas (LELLIS; COSTA,
2021).
Freire estabeleceu um novo caminho para a EJA, onde foi associado a
aprendizagem da leitura e da escrita, como também o conhecimento e as expressões
culturais, assim como o desenvolvimento da conscientização, do ser pensante capaz de
perceber, analisar e criticar a realidade aos seus derredores, bem como os conflitos
políticos e econômicos do Brasil.
Freire (2005), defendia que somente através da educação o indivíduo seria capaz
de entender o mundo e as condições humanas, ou seja, sua própria existência, que até
então estava sendo negligenciada ou limitada. Por meio dessa perspectiva, ampliou-se a
metodologia do ensino, que a partir de então, comtemplou o conhecimento das causas, a
identificação dos sujeitos, com a finalidade de se estabelecer um método com base na
realidade dos envolvidos no processo de alfabetização que fosse eficaz para o
verdadeiro aprendizado, baseado na linguagem do povo, assim surgiu as práticas
pedagógicas de Paulo Freire, que destaca:

Sempre confiáramos no povo. Sempre rejeitáramos fórmulas doadas. Sempre


acreditávamos que tínhamos algo a permutar com ele, nunca exclusivamente a
oferecer-lhe. Experimentávamos métodos, técnicas, processos de comunicação.
Superamos procedimentos. Nunca, porém, abandonamos a convicção que
sempre tivemos, de que só nas bases populares e com elas, poderíamos realizar
algo de sério e autêntico para elas. Daí, jamais admitirmos que a democratização
da cultura fosse a sua vulgarização, ou por outro lado, a doação do povo, do que
formulássemos nós mesmos, em nossa biblioteca e que a ele entregássemos
como prescrições a serem seguidas. (FREIRE, 2005, p. 110)

Para Freire, o indivíduo necessita conhecer suas dificuldades e também


desenvolver o pensamento positivo diante das situações em que se encontram, para isto
se faz necessário que este, seja capaz de desenvolver meios que lhe permita alterar sua
realidade, afim de caminhar rumo a um futuro digno e que somente através da educação
ele será liberto da opressão e poderá vislumbrar um futuro que esteja em suas próprias
mãos e não dependa de outros a sua própria existência, Casali (1998), ratifica essa ideia:

[...] a obra de Paulo Freire, assim como a obra de todo bom herói, é um desses
fenômenos de forte apelo mítico. De tão bem que ele desencantou o mundo,
encantou-se, e nos fez encantarmo-nos com ele. Sua obra e sua figura pessoal
encontram-se, pois, intensamente cercadas de uma aura. Isso não é
surpreendente. Isso veio sendo construído ao longo de sua vida profissional, e se
acentuou à medida que envelhecia. O fundamento político dessa construção foi
sua condição de patriota vitimado, que arriscou sua vida para realizar um projeto
salvador: a libertação cultural e política de seus irmãos miseráveis, analfabetos,
oprimidos. O que lhe custou um exílio. Ao mesmo tempo, valeu-lhe o acesso ao
mundo, e ao mundo, o acesso a ele (CASALI, 1998, p. 98).

12
Segundo as ideologias de Paulo Freire, o ato de ensinar não pode obedecer a
uma única regra, um sistema não se aplica a todos, afinal se faz necessário uma boa
didática baseado nas características e individualidade das pessoas, afinal, não pode se
limitar uma simples transmissão de conteúdo, mas sim um processo de construção de
ideias e desenvolvimento do intelectual. Assim a conversa, o conhecimento dos
costumes, da pessoa como um todo de modo que, para a alfabetização do indivíduo todo
o contexto em que ele está inserido, são primordiais, para que haja sucesso no
aprendizado. Desta forma, tem-se a LDB na EJA (LELLIS; COSTA, 2021).
As experiências educacionais que marcaram os primórdios da alfabetização, pode-
se evidenciar o Movimento de Educação de Base (MEB) que foi criado pela
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os Centros Populares de Cultura
(CPCs) estabelecidos pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e também o início da
execução do Plano Nacional de Alfabetização (PNA), de janeiro de abril de 1964, todos
esses movimentos, se tratam de programas desenvolvidos pelo governo federal com
base nas ideias e metodologias propostas por Paulo Freire, que prioriza as questões
econômicas, políticas e sociais do país (LELLIS; COSTA, 2021).
Após o golpe militar de 1964, o governo desenvolveu o Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL), este se limitava a alfabetizar de modo mais funcional e técnico,
com essa metodologia sistematizada se utilizava apostilas como recurso. Com a LDB
5692/71, o MOBRAL entrou em declínio, quando implantou-se o ensino supletivo onde
um capítulo ficou destinado para a EJA. Em 1967 qualquer pessoa poderia ministrar as
aulas neste programa, desta maneira o MOBRAL se tornou alvo de críticas, porque não
dava garantia de permanência nos estudos, e os alunos esqueciam com facilidade a ler e
escrever. Pelo fato de não haver um caráter crítico e problematizador, toda a orientação
do programa se tratava de um programa centralizado, assim os alunos muitas vezes
aprendiam apenas escrever o nome, mas não conseguiam se desenvolver na leitura e
tão pouco na leitura (LELLIS; COSTA, 2021).
Em 1985 com o início da Nova República, o governo federal tornou o MOBRAL
obsoleto e criou a Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos, educar.
Quando então houve a descentralização dos recursos que antes se tratava de
reponsabilidade do governo federal, foi transferida para os estados e municípios. No
entanto, a educar não permaneceu durante muito tempo, em 1990 no governo de
Fernando Afonso Collor de Mello, ela foi extinta. Nesse período não houve nenhum
programa voltado para Educação de Jovens e adultos, que sofreu um declínio.

13
Ainda em 1990 foi promulgado a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei nº 9394/96, passando a considerar a EJA uma modalidade de educação
básica nas etapas do ensino médio.
No ano 2000 houve inúmeros questionamentos acerca das práticas de educação
de jovens e adultos adotas na década de 1990. A divulgação das Diretrizes Curriculares
Nacionais de Educação, foi divulgada no dia 10/05/2000, a partir dessas diretrizes se
abre uma novo caminha para a EJA. Esse documento detalha as diferenças de tempo e
espaço dos jovens e adultos, o debate dos conteúdos circulares e ainda a importância de
compreender as faixas etárias e diferenças que há nessa modalidade de ensino de
jovens e adultos para a formalização dos projetos pedagógicos (LELLIS; COSTA, 2021).
As Diretrizes destacam a EJA como direto, promovendo a ideia de compensação e
transformando-a em reparação de equidade. Sendo que para realizar o exame de acesso
se faz necessário que o aluno tenha mais de 15 anos para o ensino fundamental e mais
de 18 para o ensino médio. Ainda nessa época, foi ressaltado a inclusão da educação de
jovens e adultos no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 09/01/2001, pelo
governo federal, essa determinação nacional adiciona como um dos objetivos do PNE a
integração de ações de responsabilidade do poder público de promover ações capazes
de erradicar o analfabetismo (BRASIL, 2002).
Diante dos dados descritos, discutir sobre a Educação de Jovens e Adultos se
mostra essencial e urgente, principalmente devido ao cenário de crises políticas no
Brasil. Apesar de haver vários pontos de vistas técnicos que são úteis ao
desenvolvimento profissional, a educação também deve contribuir para a formação
integral do indivíduo e, principalmente, atingir objetivos pessoais e alianças interpessoais
dos jovens e adultos. E, deste modo, o pensamento em relação a EJA e sua qualidade
de ensino exigem flexibilidade, maturidade psicológica, criatividade e complexidade
cognitiva, ao mesmo tempo em que se busca satisfazer às características e qualidades
de desenvolvimento e de cultura dos jovens e adultos, às suas histórias de vida e
contextos sociais.

14
3. FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA EJA

O acesso à educação é um direito estabelecido pela Constituição de 1988, onde


descreve, de acordo com o Art. 205 que tal direito é de responsabilidade do Estado e
também da família, além disso: “será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Onde um dos princípios que norteiam o
ensino é a igualdade no acesso e permanência na escola. Outro importante marco
também, foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), sendo presente nas
disposições atuais no artigo VII sobre a educação regular para jovens e adultos “com
características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades,
garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na
escola", assim como também descreve que dentre os princípios e fins para a Educação
Nacional:

“Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.”( LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996)

De acordo como presente no Artigo 3º, o qual apresenta os seguintes princípios: I -


igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III -
Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - Respeito à liberdade e apreço à
tolerância; V - Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - Gratuidade
do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - Valorização do profissional da
educação escolar; X - Valorização da experiência extraescolar; XI - Vinculação entre a
educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; XIII - Garantia do direito à educação e
à aprendizagem ao longo da vida. (incluído pela Lei 13.632 de 2018).

15
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), se alia a esta base fundamental, com o
objetivo de garantir a escolarização para sujeitos que de alguma forma anteriormente
foram excluídos dela. Em 1997, foi realizada a V Conferência Internacional de Educação
de Adultos, conhecida como Declaração de Hamburgo sobre Aprendizagem de Adultos.
Afirma que a educação de jovens e adultos seria a chave para o século XXI, sendo uma
ação conjunta tanto de empenho da sociedade em prol disso quanto também, um ato de
cidadania:

A educação de adultos engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou não,


em que pessoas consideradas adultas pela sociedade à qual pertencem
desenvolvem suas habilidades, enriquecem seus conhecimentos e
aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as para
a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. A aprendizagem de
adultos inclui a educação formal e continuada, a aprendizagem não formal e o
espectro da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade de
aprendizagem multicultural em que abordagens teóricas e práticas são
reconhecidas. (DECLARAÇÃO DE HAMBURGO,2014, p..3)

As políticas públicas federais para a educação de jovens e adultos e à educação


profissional: Plano Nacional de Qualificação dos Trabalhadores (PLANFOR) que tem por
objetivo ofertar educação profissional qualificada desde de 1999 para pelo menos 20%
da população economicamente ativa; Plano Nacional de Qualificação (PNQ) - busca
promover inclusão social efetiva e baseia-se na qualificação profissional voltado para as
políticas públicas de geração de renda e mercado de trabalho tanto formal quanto
informal. O PNQ foi concebido tendo como fundamentos seis dimensões principais:
política, ética, conceitual, institucional, pedagógica e operacional (BRASIL, 2003); Projeto
Escola de Fábrica, o Programa Nacional de Inclusão de Jovens- uma iniciativa do
Governo federal, por meio do Ministério da Educação e da Secretária de Educação
Profissional e Tecnológica, com a finalidade de possibilitar a inclusão social de jovens de
baixa renda a partir da formação profissionais em instituições formadoras no próprio setor
de trabalho, a fim de aproximar o setor produtivo dos processos de educação, gerando
maior responsabilidade social nas empresas.

Tem também a Educação, Qualificação e Ação Comunitária (PROJOVEM)-


Programa Nacional que tem por objetivo introduzir à juventude uma política de
intervenção com uma visão inovadora, onde aglutina a educação básica, a qualificação
para o trabalho e a ação comunitária; O Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
(PROEJA); O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos
(ENCCEJA) – o ENCCEJA é uma prova do Governo Federal que avalia as competências,
as habilidades e os saberes de jovens e adultos que não concluíram o ensino
fundamental ou o ensino médio na idade adequada e o Programa Nacional de Acesso

16
ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) - O Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi criado pelo Governo Federal em 2011, por
meio da Lei nº 12.513, com a finalidade de ampliar a oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT), por meio de programas, projetos e ações de
assistência técnica e financeira.
A Educação de Jovens e Adultos, segundo o autor Soares et al (2005) via Cartilha
sobre Diretrizes Operacionais Educação de Jovens e Adultos do Distrito Federal (2021),
é constituída por jovens e adultos oriundos de camadas populares que em algum
momento tiveram a necessidade de interromper seus estudos, portanto é necessário
considerar não apenas o acesso à educação, mas fatores políticos, culturais e
socioeconômicos interferentes também.
[...] concepções e propostas da EJA voltadas à formação e à emancipação
humana, que passam a entender quem são esses sujeitos e que processos
político-pedagógicos deverão ser desenvolvidos para dar conta de suas
necessidades, desejos, resistências e utopias (BRASIL, 2009a, p. 28)

Sabe-se, que os indivíduos incluídos nessa modalidade de ensino, são pessoas


que em algum momento de suas vidas foram privadas do direito básico a educação,
podendo ser elas, ainda jovens, adultas ou idosas. São trabalhadores formais, outros
informais ou desempregados, esse rompimento com a escola pode ter ocorrido em
diferentes fases de suas vidas ou até mesmo nem ter sido iniciado, movido por diferentes
razões. Assim, a Educação de Jovens e Adultos pode ser descrita como a educação que
se destina para os sujeitos que “não tiveram oportunidades educacionais em idade
própria ou que a tiveram de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os
conhecimentos básicos necessários” (PAIVA, 1973 apud FERNANDES; GOMES, 2015
p.2).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos


(Parecer CEB nº 11/2000), em concordância com a nova Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDB, apontam três funções como responsabilidade da
EJA: reparadora (restaurar o direito a uma escola de qualidade); equalizadora
(restabelecer a trajetória escolar); qualificadora (propiciar a atualização de
conhecimentos por toda a vida) (BALSANELLI,2012 p.2)

Em análise sobre a EJA com dados apresentados referentes à 2019, segundo


texto de referência do Conselho Nacional de Educação, mostra que de acordo com o
educasenso, o Brasil registrou “3,2 milhões de estudantes na educação de jovens e
adultos, onde 30% seriam compostos por jovens entre 15 a 19 anos, que encontram no
EJA, uma nova oportunidade de regressarem aos estudos.

De acordo com Fernandes et al (2015), os educadores que atuam no EJA além


de exercer sua atividade pedagógica, também detém da responsabilidade empática de
considerar as vivências dos educandos, suas histórias de vidas, uma vez que essas

17
implicam diretamente no processo pedagógico. Conhecer como se estabelece a
formação dos professores atuantes do EJA é fundamental, bem como as dificuldades por
eles enfrentadas, desafios com o intuito de se alcançar o acesso à educação frente aos
sujeitos outrora excluídos.

Para tanto, faz-se necessário usar estratégias sensíveis que favoreçam o exercício
da autonomia, e promovam um clima favorável para que haja a participação e
diálogo entre os diferentes sujeitos jovens e adultos. Podemos destacar que a EJA,
entre outras coisas, exige do docente uma visão ampla, voltada a desenvolver o
conhecimento a partir da diversidade cultural e social, respeitando a
heterogeneidade de seus alunos. (FERNANDES; GOMES, 2015 p.2).

Em conformidade com a Lei sobre Diretrizes e Bases da Educação Nacional –


LDB n° 9.394/96, como presente no Artigo 62, determina quanto a formação dos
professores atuantes na educação básica, esta deve ser:

em nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em


universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação
mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras
séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
(BRASIL, LDB 9394/96 p.3).

A Diretrizes Curriculares Nacionais destinada à formação de professores -


Resolução n°. 2/2015, descreve que:

A formação inicial e a formação continuada destinam-se,


respectivamente à preparação e ao desenvolvimento de profissionais para
funções de magistério na educação básica em suas etapas–educação infantil,
ensino fundamental, ensino médio e modalidades educação de jovens e adultos,
educação especial, educação profissional e técnica de nível médio, educação
escolar indígena, educação do campo, educação escolar quilombola e educação a
distância – a partir da compreensão ampla e contextualizada de educação e
educação escolar, visando assegurar a produção e difusão de conhecimentos
de determinada área e a participação na elaboração e implementação do
projeto político -pedagógico da instituição, na perspectiva de garantir, com
qualidade, os direitos e objetivos de aprendizagem e o seu
desenvolvimento, a gestão democrática e a avaliação institucional (BELMAR;
WIELEWSKI, 2018, p.22).

Para Fernandes et al (2015), a formação do educador do EJA deve ser voltada


para uma busca da ampliação de seus conhecimentos e suas metodologias, uma vez
que o trabalho com jovens e adultos exige não apenas a formação básica profissional, no
nível de graduação, mas também essa deverá ser continuada, buscando-se sua
expansão, ou seja, ser entendida e “ compreendida como a realização de cursos de
especialização, cursos, fórum, seminários que promovem a atualização dos conteúdos
curriculares de ensino.

Com maior razão, pode-se dizer que o preparo de um docente voltado para a EJA
deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor,
aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino. Assim,
esse profissional do magistério deve estar preparado para interagir empaticamente
com esta parcela de estudantes e de estabelecer o exercício do diálogo. Jamais
um professor aligeirado ou motivado apenas pela boa vontade ou por um
voluntariado idealista e sim um docente que se nutra do geral e das

18
especificidades que a habilitação como formação sistemática requer. (FERREIRA,
2008 p.14)

A adaptação de metodologias especificamente destinadas aos sujeitos da EJA


contribuiria diretamente em prol da não evasão deles, destacando-se a
interdisciplinaridade como um importante mecanismo para isso. Sendo necessária uma
formação específica para se atuante na EJA: “Trata-se de uma formação em vista de
uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com marca das
experiências vitais que não podem ser ignoradas” (FERNANDES; GOMES, 2015 p.6).
Aproveitar a bagagem e vivências do estudante do EJA é fundamental para o ensino-
aprendizagem, valorizando os conhecimentos pregressos do aluno, de forma a incentivar
e garantir a não evasão escolar.

A formação continuada também é fundamental neste processo, no


desenvolvimento de competências necessárias, bem como seminários. Está prevista na
Lei A Formação continuada, de acordo com Artigo 62 da LDB 9394/96, Lei nº 12.056, a
qual determina que “A União, o Distrito Federal, os estados e os municípios, em regime
de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos
profissionais de magistério”. Paulo Freire (2002, p.58), descreve sobre a relação entre
educadores e educandos, destacando principalmente a importância do diálogo.

Para ser um ato de conhecimento o processo de alfabetização de adultos


demanda, entre educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo.
Aquela em que os sujeitos do ato de conhecer (educador-educando; educando-
educador) se encontram mediatizados pelo objeto a ser conhecido. Nesta
perspectiva, portanto, os alfabetizandos assumem, desde o começo mesmo da
ação, o papel de sujeitos criadores. Aprender a ler e escrever já não é, pois,
memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio
processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem. (GOMES,
2015 p.8)

De acordo com Ferreira (2008) não existe a exigência quanto uma formação
específica dos professores para atuarem na EJA, são eles os responsáveis pela sua
própria formação, de forma que para atuar exigiria que qualquer professor, obviamente
com formação, possa atuar no Ensino Fundamental e Médio como docente de EJA,
ainda que esse professor não tenha realizado disciplinas específicas para a EJA
durante a sua graduação ou tenha visto sobre a temática por meio de outras disciplinas
que tenham a abordado.

Como descrito por Jamil Cury (2000), o qual foi relator do PARECER CNE/CNB
11/2000, a Educação de Jovens e Adultos possui três funções: reparadora, equalizadora
e qualificadora, a saber:

Função Reparadora

19
“Segundo o autor, a Função Reparadora da EJA não se refere apenas à entrada
dos jovens e adultos no âmbito dos direitos civis. Passa também pela restauração
de um direito a eles negado, ou seja, o direito a uma escola de qualidade e ao
reconhecimento da igualdade de todo e qualquer ser humano ter acesso a um bem
real, social e simbolicamente importante. No entanto, não se pode confundir a
noção de reparação com a de suprimento, pois é indispensável que seja um
modelo educacional que crie situações pedagógicas satisfatórias para atender as
necessidades de aprendizagens específicas de alunos jovens e adultos” (apud
FERREIRA,2008, p.7).

Função Equalizadora

relaciona-se à igualdade de oportunidades que possibilita oferecer aos indivíduos


novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e
nos canais de participação. A equidade é a forma pelos quais os bens sociais são
distribuídos, tendo em vista maior igualdade, dentro de situações específicas.
Nessa linha, a EJA representa uma possibilidade de efetivar um caminho de
desenvolvimento a todas as pessoas, de todas as idades, permitindo que jovens e
adultos atualizem seus conhecimentos, mostrem habilidades, troquem
experiências e tenham acesso a novas formas de trabalho e cultura.”
(FERREIRA,2008, p.7).

Função Qualificadora

refere-se à educação permanente, com base no caráter incompleto do ser


humano, cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode-se atualizar em
quadros escolares. Mais do que uma função, é o próprio sentido da educação de
jovens e adultos.” (FERREIRA,2008, p.8).

Outro importante elemento destacado pelo autor Ferreira (2008), presentes nas
Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA (DCEs,), a qual destaca a importância da
função social da Educação de Jovens e Adultos. Com base no perfil a que se destina o
ensino dos educandos, os métodos de avaliação e formas. O currículo de EJA seria
dividido em três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo.

A partir das reflexões durante o processo de elaboração das DCE para a Educação
de Jovens e Adultos, identificaram-se os eixos cultura, trabalho e tempo como os
que deverão articular toda a ação pedagógico-curricular nas escolas. Tais eixos
foram definidos tendo em vista a concepção de currículo como um processo de
seleção de cultura, bem como pela necessidade de atender o perfil do educando
da EJA. (FERREIRA,2008, p.8)

Assim como descritas por meio das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, a
ideia é que a Educação de Jovens e Adultos seja uma forma de ensino que possua uma
estrutura mais flexível quando comparada ao ensino regular, onde o tempo de
20
aprendizagem do aluno seja considerado, onde os educadores apresentem propostas
educativas que atendam às necessidades individuais dos sujeitos e que dessa forma, se
combata a evasão do ensino e permanência nas escolas.

Os autores Belmar e Wielewski (2018), ressaltam que é durante a licenciatura o


futuro docente atuante no EJA, uma vez que é onde o discente terá contato com uma
variedade de conhecimentos que será essencial para o processo pedagógico nos
diferentes níveis de aprendizado, Segundo o autor Imbernón (1998, apud Belmar e
Wielewski, 2018, a formação do docente deve prepará-lo com: “bagagem sólida nos
âmbitos cultural, psicopedagógico e pessoal (...) assumir a tarefa educativa em toda sua
complexidade, atuando com a flexibilidade e a rigorosidade necessária, isto é, apoiando
suas ações em uma fundamentação sólida”.
Outro autor Diniz-Pereira (2013, apud Dantas, 2019, p.33) menciona a atividade
de pesquisa como também sendo importante para o processo de formação dos
professores, principalmente os atuantes frente ao EJA, uma vez que esta temática possui
poucas pesquisas sobre e que, portanto, fomentar a pesquisa entre os futuros docentes e
atuantes é primordial. Até mesmo para se analisar os desafios enfrentados pelos
profissionais e de que forma se pode melhorar frente a isso.
De acordo com Machado (2002, apud Dantas, 2019, p.34), quando analisado a literatura
de 226 dissertações e teses do período de 1986 - 1998 “foi observado que somente 32
trabalhos continham temáticas relacionadas com o professor e apenas 11 trabalhos
sobre o educador deste segmento educacional.”, sendo ainda pouco explorada. Como
expresso por Dantas (2019):

As pesquisas mostram que existe enorme necessidade de formar professores de


EJA para que consigam construir um conhecimento sobre a prática, perceber as
necessidades básicas de aprendizagem dos seus alunos, trabalhando de forma
adequada e com autonomia as dificuldades e demandas especificas, formando
seres críticos e pensantes, preparando-os para o mundo do trabalho.” (DANTAS
2019, p. 34),

Segundo Dantas (2019), a Educação de Jovens e Adultos se apresenta como uma


área promissora para estudos e pesquisas, porém necessita de “ações pedagógicas
especificas, diferenciadas das demais etapas de educação básica, estar a exigir um
tratamento distinto para formar educadores, bem como caminhos outros que levem à
construção identitária dos professores e à sua proe sinalização”.

Ainda segundo o autor, ele menciona a necessidade de uma formação específica


para os educadores da EJA, ou seja: “de uma qualificação docente mediante uma
formação continuada, cursos de pós-graduação, dada às especiais necessidades da
modalidade e as características peculiares dos sujeitos a serem educados.” De forma

21
que a compreensão dos sujeitos envolvidos é essencial e, portanto, uma forma de
inclusão dos mesmos no processo de ensino- aprendizagem:

A inclusão social e educacional desses sujeitos se dá mediante ações


extensionistas, ações voltadas para a internacionalização do programa, articulação
entre estudantes da graduação e da pós-graduação, incremento da inserção
social, desenvolvimento de pesquisas, intercâmbio entre programas de pós-
graduação. Acredita-se que este é o caminho para que a inclusão escolar se
materialize na prática, tornando-se necessário que os saberes e fazeres adquiridos
pelos sujeitos nas vivências, no trabalho, no convívio cotidiano em relação com
outras pessoas, possam ser valorizados e considerados como material de estudo
no cotidiano da escola e /ou instituição educativa (DANTAS, 2019, p.38).

Um importante avanço para a formação de professor para a EJA é quanto a


promulgação do Parecer nº. 11/2000, oriundo da Câmara Nacional de Educação (CNE),
que dispõe das Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA (BRASIL, 2000), onde há
algumas exigências a serem seguidas durante a formação dos professores destinados a
esse segmento:

Com maior razão, pode-se dizer que o preparo de um docente voltado para a EJA
deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor,
aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino.
Assim, esse profissional do magistério deve estar preparado para interagir
empaticamente com esta parcela de estudantes e de estabelecer o exercício do
diálogo. Jamais um professor aligeirado ou motivado apenas pela boa vontade ou
por um voluntariado idealista e sim um docente que se nutra do geral e das
especificidades que a habilitação como formação sistemática requer (BRASIL,
2000, , apud BELMAR; WIELEWSKI, 2018 p.???).

Um desafio ressaltado pela autora Ferreira (2008) é quanto ao processo de


formação dos profissionais habilitados para o EJA e que repensar em prol da formação
deles é essencial, onde mais professores qualificados têm mais potencial de
transformação social por meio do EJA. A autora destaca que:

Poucos cursos estão criando habilitações ou inserindo disciplinas para tratar


sobre o ensino de jovens e adultos, ou ainda programas de pós-graduação em
nível de especialização com trabalhos produzidos nessa modalidade. Assim,
percebe-se que o educador da EJA adquire seus saberes na prática e na
formação continuada, pois, dificilmente, na formação inicial ele teve
oportunidades de aprender e refletir sobre os processos de desenvolvimento do
aluno adulto. (FERREIRA, 2008 p.15)

Segundo a autora Ferreira (2008), como expresso na citação anterior, a formação


continuada e as práticas diárias de ensino é que criam a base dos saberes do educador
da EJA, uma vez que ao longo da formação desse profissional são disponibilizadas
poucas formas de inserção de informações ou habilitações sobre essa modalidade de
ensino. Assim, a formação específica para esta atuação é por meio atuante do pedagogo
e da sua busca por qualificações.
Portanto, se faz necessário refletir sobre a formação de professores,
principalmente do EJA, uma vez que mais professores que estejam qualificados para
atuar na educação de jovens e adultos, maiores as possibilidades de geração de
22
mudanças não apenas educacionais, mas também sociais por meio da educação,
impactando positivamente a vida dos educandos e comunidade e ambiente escolar.
Desenvolver essa modalidade de ensino ainda recente no país é fundamental, sendo o
fortalecimento da educação continuada dos professores da EJA uma das estratégias
essenciais para a garantia desses resultados.

3.1. EJA no cenário do municipio de Açailândia maranhão

O município de Açailândia é de emancipação política recente, conta com apenas


41 anos (emancipada do município de Imperatriz- MA (06/06/1981), entretanto ocupa a
oitava posição entre os municípios mais populosos do Estado do Maranhão, responsável
por o terceiro maior produto interno bruto do estado. No setor educacional, possui
diversas instituições. De acordo com dados do Plano Municipal de Educação, que reúne
informações do período 2014-2024, a relação apresentada é de: i) Oito escolas estaduais
de ensino médio - onde 02 dessas oferecem ensino fundamental; ii) 79 escolas da rede
pública municipal de ensino - de Educação Infantil e Ensino Fundamental; oito escolas
privadas - de Educação Infantil ao Ensino Médio.
Também possui outras instituições de ensino Instituições técnicas e profissionalizantes,
entre elas: Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI); Serviço Social da
Indústria (SESI); Universidade Estadual do Maranhão (UEMA); Instituto Federal do
Maranhão (IFMA) e Faculdades particulares: Unidade de Ensino Vale do Aço
(UNEVALE); Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS); Universidade Santo Amaro
(UNISA) e Universidade Internacional (UNINTER).

No município o analfabetismo, segundo dados do Plano Municipal de Educação


(2014-2024), as taxas de analfabetismo são alarmantes uma vez que entre crianças e
adolescentes entre 10- 14 anos, a taxa é em torno de 5% de analfabetismo, já entre
jovens e adultos como 15 anos ou mais, a taxa é estimada em 17,7% entre aqueles que
ainda não sabem ler e nem escrever, resultando em um total de 22,7% de analfabetos
em Açailândia, esse número em 2010 equivale a 23.618 pessoas (2010). Tais resultados
quanto às avaliações educacionais no município, quando comparados com os mesmos
dados em relação ao Estado do Maranhão e com o país, mostram que há uma tentativa
de esforço coletivo quanto às escolas municipais e estaduais, entretanto ainda se mostra
necessário uma melhoria quanto a proficiência dos alunos. Tais dados afetam
diretamente o cenário da Educação de Jovens e Adultos.

O desenvolvimento do Ensino da Educação de Jovens e Adultos, para o município


de Açailândia começou no ano de 1997. Onde atualmente por meio do chamado
23
Programa Brasil Alfabetizado, o qual tem como objetivo de atuar em prol da luta contra o
analfabetismo entre os jovens, com 15 anos ou mais, bem como entre adultos e idosos.
Dessa forma, contribuindo assim na defesa da universalização do ensino fundamental, o
número de alunos atendidos é de 419 alunos, conta com 25 turmas, além de 18 escolas
atreladas a rede municipal com 48 alunos, em 04 turmas e também 04 escolas, na rede
estadual.

No ano de 2013 o número de alunos matriculados pelo EJA foi de 1.438 alunos, os
quais estavam distribuídos em 57 turmas, em 17 escolas/polos da zona urbana e
educação do campo. Atuando diretamente assim no combate à evasão e permitindo para
esses jovens e adultos um direito à educação que antes foi excluído, seja por motivos
socioeconômicos entre outros. Esse combate à evasão escolar é um desafio tanto do
município de Açailândia quanto uma luta nacional.

A formação e valorização do profissional que atua neste segmento também é


importante, tanto em prol de garantir uma formação inicial, como também de permitir uma
formação continuada e valorização do profissional, o que é de fundamental importância
para o EJA. Dentre algumas dessas ações estão: PROCAD em parceria com a UEMA –
Universidade Estadual do Maranhão, com o objetivo de oferecer formação superior dos
educadores; cursos de formação de professores da Educação Infantil ao 9º ano e EJA.
Parceria com o Ministério da Educação a exemplo do Programa de Formação de
Professores Alfabetizadores (PROFA). Pró-Letramento- mobilização pela Qualidade da
Educação - programa de formação continuada de professores para a melhoria da
qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos/séries iniciais do
ensino fundamental (PME, 2014).

Tem ainda, Gestar Língua Portuguesa e Matemática- esse Programa Gestão da


Aprendizagem Escolar oferece formação continuada em língua portuguesa e matemática
aos professores dos anos finais (do sexto ao nono ano) do ensino fundamental em
exercício nas escolas públicas. A formação possui carga horária de 300 horas, sendo
120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos individuais) para cada área
temática e o Programa de Formação de Professores 6º ao 9º ano em Área Específica
(PROFAP), (PME, 2014).

Tem também o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que se


trata de um programa do Ministério da Educação (MEC) que conta com a participação
articulada entre Governo Federal, governos estaduais e municipais e do Distrito Federal,
afim de mobilizar esforços e recursos na valorização dos professores e das escolas; no
apoio pedagógico com materiais didáticos de qualidade para todas as crianças da
24
alfabetização e também com implementação de sistemas adequados de avaliação,
gestão e monitoramento, com a finalidade de alfabetizar todas as crianças até oito anos
de idade, apresentando como referência o Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007 e a
Meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE) ou seja garantir o acesso à educação para
as crianças na idade escolar e assim reduzir o analfabetismo entre jovens e adultos, a
execução do PNAIC se mostra eficiente uma vez que tem a finalidade de evitar o
problema (PME, 2014).
Enquanto a Formação para Alfabetização e Correção de Fluxo, Acelera e Se Liga-
atende alunos do 1º ao 4º ano alfabetizados, mas que reprovaram de ano, assim como
no Se Liga são agrupados em salas de até 25 crianças e acompanhados por um
professor da rede de ensino devidamente capacitado para aplicar a metodologia do
Programa e assim evitar atrasos na educação (PME, 2014).
Parcerias da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (SEDUC-MA) e
Instituto Ayrton Senna, com a finalidade de promover conhecimentos práticos e
inovadores, com foco tecnológico e na capacitação de professores voltados para o
desenvolvimento da educação integral (PME, 2014).
A Gestão de Escola e Escola que Vale: parceria com Fundação Vale, se trata de
uma iniciativa da fundação desde 2020, o programa realiza um conjunto de ações que
permitam o enfretamento da exclusão escolar em parceria com organizações públicas,
privadas e toda a sociedade civil e também Sistema de Gestão Integrado (SGI) parceria
61 com a Fundação Pitágoras, proporciona a melhoria dos resultados da aprendizagem
e dos processos operacionais do sistema escolar de forma sistêmica e alinhada, e
compartilhando os valores.
Vale ressaltar que o educador precisa do aperfeiçoamento profissional continuado
e utilizar adequadamente o período reservado a estudos, planejamentos e
avaliações. Todos esses processos são necessários para que o docente se
mantenha constantemente atualizado e possa dispor do tempo para elaborar de
forma mais detalhada seus materiais de trabalho, bem como planejar todo o
desenrolar de sua aula visando o aprendizado do aluno. (PME, 2014, p.61)

Em 2014, de acordo com o Plano Municipal de Educação, o município oferecia


alguns programas que também influenciavam diretamente ou indiretamente o EJA:
A Prefeitura Municipal de Açailândia, através da Secretaria de Educação em
parceria com o Governo Federal tem assumido o compromisso de manter a
qualidade do ensino, também por meio dos Programas que ajudam melhorar a
qualidade da educação: Bolsa-Família; Programa Nacional de Alimentação
Escolar; PNLD-Programa Nacional do Livro Didático; PAR-Plano de Ações
Articulada; PDDE Interativo; PBA-Programa Brasil Alfabetizado; Educação Integral;
PNAT- Programa Nacional do Transporte Escolar; PNAE- Programa Nacional da
Alimentação Escolar; PNAIC-Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa;
Pronatec Campo Pronatec EJA;- PDDE Campo; PDDE Acessível; PDDE Atleta na
Escola; PDDE Sustentável; Caminho da Escola Campo, Caminho da Escola
Acessível; Mobiliário Escola; Programa de Creche; Programa de Formação-
Educação Especial, Formação Continuada com base na 10. 639; mobiliário e
25
Equipamento de Creche; Novas Turmas da EJA; Cota Salário Educação; Novas
Turmas de Educação Infantil; Construção e outros. (PME, 2014, p.63)

Entre as metas do município de Açailândia para a educação, de acordo com o


Plano Municipal de Educação e que influencia o EJA, dentre as metas consta na meta 2
do documento a proposta de universalização do ensino fundamental distribuído no
período de 9 anos, oferecido para crianças e adolescentes de e 06 a 14 anos, de forma a
garantir uma taxa de no mínimo 95% dos alunos possam concluir essa que é idade
recomendada. De forma a se alcançar a meta consta como estratégias: “2.26 Retomar e
efetivar o uso da FICAI – Ficha de Controle do Aluno Infrequente vistas a reverter os
quadros de baixa frequência, baixo aproveitamento escolar, evasão e distorção idade-
ano.”. Outra estratégia em cumprimento desta meta é a meta de número 2.27 presentes
no documento que menciona a promoção de uma busca ativa, para crianças que se
encontram fora da escola, tal realização seria feita em parceria com áreas: Saúde,
Conselho Tutelar e também por meio do Ministério Público.

Outra meta descrita era a de ampliar até o ano de 2016, o atendimento escolar
oferecido a população de 15 - 17 anos, elevar esse número em 99% “a elevar até 2020 a
taxa líquida* de matrículas de 40,6% para 75,4% nessa faixa etária. “Entre as estratégias
para o cumprimento da meta constava uma busca ativa dos jovens de 15 a 17 anos que
estavam fora da escola, isso juntamente por meio de parcerias com serviços de
assistência social, à saúde e de proteção do adolescente e da juventude. Outra
estratégia seria uma articulação para promover uma chamada pública de matrícula e
“recenseamento de adolescentes, jovens e adultos”, atualizando assim o censo
educacional de Açailândia.

Constava também a meta diretamente relacionada com foco no EJA, descrita


como: “Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 90% até
2020 e, até o final da vigência deste PME, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir
em 50% a taxa de analfabetismo funcional.” Como uma das estratégias explicava que se
deveria assegurar a ofertada de forma gratuita para a Educação de Jovens e Adultos e
Idosos, e também para todos que foram excluídos da educação básica e até mesmo para
os que estão privados da liberdade ou cumprindo alguma medida socioeducativa. Outra
estratégia para a redução do analfabetismo era a de instituir um comitê Açailandense,
para acompanhar e monitorar o enfrentamento ao analfabetismo. Além de mais
estratégias como: “elaborar e executar um plano de ação integrado de alfabetização em
parceria com entidades governamentais e não governamentais no município.”,
organização de turmas de alfabetização do EJA e também de idosos, no ensino
fundamental, por meio de recursos provenientes do Fundo Nacional para o

26
Desenvolvimento, assim favorecendo o ensino continuado básico. Mais estratégias em
prol da meta eram de turmas diurnas do EJA, realização de diagnóstico de demanda
ativa para vagas do EJA, chamadas públicas a cada dois anos, realizada em pares, para
monitorar os dados quanto à alfabetização da população do segmento do EJA.

9.7 Realizar chamada pública anualmente para Educação de Jovens,


Adultos e Idosos, promovendo-se busca ativa em regime de colaboração
com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de
Saúde e Secretaria Municipal de Indústria e Comércio do município e em
parceria com organizações da sociedade civil.” (PME 2014, p.86).

Além de por meio de parcerias com o governo federal e estadual ou mesmo


iniciativa privada, promover o atendimento do segmento atendido do EJA para o
oferecimento de incentivos de programas extras, nas áreas do transporte, saúde e
outros. E outro importante meta era a de: “Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de
Educação de Jovens e Adultos na forma integrada à Educação Profissional, no Ensino
Fundamental.”

O último documento atualizado do Plano Estratégico Municipal- Educação do


Município de Açailândia, informa que os números referentes ao EJA é de: 1.410 (mil
quatrocentos e dez) sendo estes professores, onde 1100 (mil e cem) deles são efetivos e
310 (trezentos e dez) contratados.

O plano apresenta algumas metas e objetivos e propõem outras, como por


exemplo a implementação da AMEF - Avaliação Municipal no Ensino Fundamental, com
o objetivo de Implementar de ser uma forma de monitoração e avaliação interna e
institucionalizada, em prol do acompanhamento das aprendizagens.

O Plano de Ação da Secretaria Municipal de Educação atualizado para ocorrer de


2021 – 2024 busca o compromisso de possibilitar a promoção e continuação para o
funcionamento do segmento EJA, possibilitando assim a garantia do direito ao acesso à
educação para os sujeitos que anteriormente tiveram o acesso ou garantia a esse direito
excluída.

Diante dos dados apresentados, a educação básica do Município de Açailândia


ainda se mostra desafiador, sendo necessário uma mobilização de políticas públicas,
como as estratégias e metas apresentadas no Plano de Ação da Secretaria Municipal de
Educação e sua consolidação, além da participação conjunta também da sociedade,
educandos e educadores, para que haja a superação das dificuldades vigentes,
superação do analfabetismo e oferecimento de educação de ensino de qualidade para
jovens e adultos por meio do EJA.

27
4 PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS

Os processos de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos está


também relacionada diretamente quanto a formação dos docentes, é quanto a
valorização os saberes dos alunos, compondo-se assim uma forma de aproximar
professor- aluno, contribuindo diretamente para o processo de ensino e aprendizagem,
sendo assim os sujeitos como autores diretos também da formação de sua
aprendizagem.

Segundo Belmar e Wielewski (2018) refletem que se faz necessário uma


transformação nas abordagens dos conteúdos de sala de aula, exemplificando com os
conteúdos de matemática, onde se é ministrado os conteúdos regulares e ditos como
essenciais e não simplesmente excluídos os mais complexos, de forma a garantir a
continuidade dos estudos e etapas posteriores à educação básica.

As autoras também destacam quando a forma de dirigir aos alunos, onde devido a
condição prévia de exclusão da escola, além de misturados a sensação de ou
dificuldades em conseguir aprender, pode despertar nos alunos do EJA a sensação de”
incapacidade para aprender”. Assim, esse conjunto é importante para se refletir e
também considerar durante o processo de aprendizagem.

transformações na realidade escolar da EJA precisam passar,


necessariamente, por uma mudança da perspectiva em que os conteúdos
escolares oficiais deixem de ser encarados como fim na educação e sejam vistos
como meios para a construção da cidadania e de uma sociedade mais justa,
passando a fazer sentido para a sociedade quando estiverem integrados em um
projeto educacional que almeja o estabelecimento de relações interpessoais,
sociais e éticas de respeito às outras pessoas e à diversidade cultural”.(BELMAR;
WIELEWSKI, 2018, p.112)

28
Os autores Belmar e Wielewski (2018) consideram que esses cuidados durante o
processo de ensino-aprendizagem são importantes, não por considerar que os
estudantes do EJA sejam limitados a aprender ou que deva ser ministrado conteúdos
mais fáceis, portanto:

respeitar a condição de aprendizagem e reconhecer o esforço desses sujeitos que


buscam a escola para o atendimento de necessidades atuais de formação. Uma
prática docente que não considere relevante essa especificidade do aluno jovens e
adultos pode desestimular a participação ou até mesmo impossibilitar sua
permanência na escola.”. (BELMAR; WIELEWSKI, 2018, p.113)

De forma a incentiva a autonomia no processo de ensino-aprendizagem é


importante que o professor da EJA, de acordo Medeiros et al (2019) deve “instaurar
situações dialógicas em que se cruzam, se interpenetram e se transformam as
experiências, conhecimentos e estratégias prévios dos estudantes e seus conhecimentos
científicos, nos diferentes níveis formativos.”. Onde a função do educador, como
expresso por Zanella (1994, apud MEDEIROS; ARAUJO, 2019, p.108-109):

[...] organizar o espaço interativo (formando grupos compostos por indivíduos com
diferentes níveis de conhecimento), apresentar problemas desafiadores e,
fundamentalmente, prover feedback, ao longo da realização do trabalho. Essa
pontuação do adulto, mais do que direcionar, possibilita um referencial para os
grupos prosseguirem em suas discussões, de modo a alcançarem o resultado
esperado. O feedback do adulto consiste, portanto, em signo mediador da
atividade, o que remete claramente à concepção do método genético
experimental ou método da dupla estimulação, proposto por Vygotsky. A dupla
estimulação consiste, nesse caso, na própria tarefa proposta e nos signos
linguísticos utilizados, pelo adulto, como mediação, de modo a permitir às
crianças alcançarem os objetivos propostos. Destaca-se, por outro lado, que, em
situações de instrução sistematizada, sempre que a discussão envolver regras,
valores ou conceitos em processo de construção (para os quais não há, portanto,
consenso), cabe ao adulto não só permitir - como promover - a manifestação, por
parte de seus alunos, de seus pontos de vista, explicitando que verdades
absolutas não existem, pois, todo conhecimento, por ser sempre uma construção,
é necessariamente provisório.” (Zanella (1994, apud MEDEIROS; ARAUJO,
2019, p. 108-109)

Para Medeiros e Araújo (2019), quando é considerado as diferentes


vivências dos sujeitos que compõem a Educação de Jovens e Adultos, implica em
também se considerar a existência de diferentes composições de constituição do
conhecimento e do aprender. De forma que por lidar com sujeitos concretos, em
constantes transformações e, portanto, também de construção de significados.

Conhecer seu modo de inserção na vida social, suas atividades, seu acesso a
diferentes tecnologias e linguagens para estabelecer diálogo com instrumentos,
signos e modos de pensar próprios da escola é uma tarefa que possibilita maior
participação dos estudantes adultos e jovens em seu processo de escolarização,
tornando-o mais significativo e motivador” (MEDEIROS; ARAÚJO, 2019 p.8).

No processo de aprendizagem segundo Medeiros e Araújo (2019), o professor do


EJA, deve buscar caminhos pedagógicos que não se restrinjam apenas na ministração
expositiva dos conteúdos teóricos, de forma tradicional, e sim que atuem com novos e

29
plurais recursos didático-pedagógicos, para se expandir as possibilidades de tais recurso
pelos estudantes, de acordo também com seus próprios interesses e necessidades, e
também de forma que melhor lhe atenda suas condições de vida.

A EJA, por diferenciar-se da educação regular devido às suas especificidades,


requer um quadro de professores preparados para atuar de forma que não venha
apenas suprir ou compensar a escolaridade perdida do aluno, mas como forma de
garantir sua permanência na escola e a continuação de seus estudos.”
(FERREIRA, 2008, p.5).

Ainda segundo os autores, anteriormente o processo ensino-aprendizagem, eram


entendidos de forma separada, ensino e aprendizagem, entretanto, eles não devem ser
separados, pois constituem parte de um processo.

Segundo Santos (2009, apud DALBOSCO, 2019, p.16), o processo de ensino-


aprendizagem também decorre como os estudantes “interagem e desempenham seu
papel social”, sendo necessário a compreensão portanto dos diversos fatores que
influenciam na interação pedagógica. Ainda segundo Santos (2009), “inúmeros são os
desafios que afetam a educação, tanto na ordem econômica, quanto na política e na
cultural”.

Segundo o autor Assmann (1998, apud BALSANELLI, 2012, p. 132), o aprender


“não se trata apenas de entender conceitos novos, entendidos como ferramentas
interpretativas. Trata-se de entender, inicialmente, quais são as consequências disso
tudo para a transformação das relações pedagógicas”.

Dessa forma, se aprenderia tanto sozinho “dentro de nós” como também a partir
da relação com o ambiente inserido, onde também é impactado e aprende com o sujeito
que atua tanto aprendendo como contribuindo para aprendizado. Este mesmo processo
esperasse também no ambiente de sala de aula, estimulando a autonomia dos sujeitos
envolvidos.

Considerando que cada sujeito possui diferentes fatores da história de vida e


cultura, isso impacta diretamente no desenvolvimento de como e o tempo necessário
para se aprender, isso também deve ser considerado no processo de ensino-
aprendizagem de jovens e adultos, conforme Legal e Devan (2009, p.66, apud
BALSANELLI, 2012, p.8):

O modo como aprendemos cada ação, é individual, mas os fatores psicobiológicos,


históricos e ambientais, influenciam em como esse processo se dá em nossas
mentes. “Em situações distintas, somos requisitados a dar respostas
condicionadas ou a construir novas estratégias de resolução de problemas.
Ambas, então, são aprendizagens importantes dentro de seus devidos contextos
(apud BALSANELLI, p.8,2012).

30
Outro autor que também reflete sobre isso é Imenes (1997, apud RIBEIRO, 2021,
p. 55), onde discorre sobre o processo de aprendizagem, explicando que este não ocorre
somente quando se ministra os conteúdos de sala de aula de forma organizada ou ainda
quando “os alunos repetem os modelos estudados. Ela somente se completa pela
reflexão do aluno em face das várias situações que envolvem uma mesma ideia”.

Ao trabalhar com jovens e adultos, o educador deverá ter a humildade de aceitar


os conhecimentos já adquiridos por eles e tolerância para saber articular tais
conhecimentos com os que pretende fazê-los adquirir; consequentemente, os
jovens e adultos terão mais facilidade em aprender se o que estiver sendo
ensinado estiver articulado com sua vivência, quando houver a junção entre o
conhecimento erudito e a experiência do cotidiano.” (FERREIRA,2008 p.11).

Antunes (2003, apud RIBEIRO, 2021), ressalta que essa responsabilidade no


alcance de conhecimentos não se restringe somente ao educador, mas também
perpassa pelo educando, onde cabe ao estudante também buscar nos diferentes meios,
de forma uma vez que a educação se trata de um dos principais meios de interação
social, está se mostra capaz de inserir o aluno do programa de educação de jovens e
adultos a vários núcleos da sociedade, sejam esses educacionais ou de trabalho.

Ribeiro (2021), destaca que por meio de uma pesquisa realizada, mostra que um
importante aliado no processo de ensino do EJA é a tecnologia, por meio dos recursos
tecnológicos, os quais “têm sido bastante importantes no programa do EJA para os
alunos, pois os ensinamentos através dos computadores ajudam muito neste novo
modelo de passar conhecimentos”. (RIBEIRO, 2021, p.5)

Andrade (2003 apud RIBEIRO, 2021, p. 6) ressalta que para os novos avanços de
aprendizagem, provêm de “educadores mais dinâmicos e reflexivos que têm levado os
alunos a terem uma percepção melhor de sua realidade”, onde tais profissionais
estimulam que os alunos do EJA sejam mais críticos de sua realidade, uma vez que por
meio de reflexões eles através destes questionamentos são possíveis aprender mais
facilmente.

Outro importante ponto a se abordar é quanto ao sentimento de exclusão que


acompanha os educandos, que por diversos motivos tiveram que abandonar o ambiente
escolar, seja por motivos sociais ou econômicos. Nesse processo excludente afeta a
aprendizagem quando o estudante retorna por meio do EJA, uma vez que a exclusão
pode provocar um distanciamento em relação à escola. Para Santos (2003, apud
FERREIRA, 2008, p.10):

Os jovens e adultos pouco escolarizados trazem consigo um sentimento de


inferioridade, marcas de fracasso escolar, como resultado de reprovações, do não
aprender. A não-aprendizagem, em muitos casos, decorreu de um ato de
31
violência, porque o aluno não atendeu às expectativas da escola. Muitos foram
excluídos da escola pela evasão (outro reflexo do poder da escola, do poder
social); outros a deixaram em razão do trabalho infantil precoce, na luta pela
sobrevivência (também vítimas do poder econômico)” (apud FERREIRA,2008
p.10).
Outra importante reflexão sobre o assunto está presente no no pensamento de
Zabala (1998, p.29) destaca que:

É preciso insistir que tudo quanto fazemos em aula, por menor que seja, incide
em maior ou menor grau na formação de nossos alunos. A maneira de organizar
a aula, o tipo de incentivos, as expectativas que depositamos, os materiais que
utilizamos, cada uma destas decisões veicula determinadas experiências
educativas, e é possível que nem sempre estejam em consonância com o
pensamento que temos a respeito do sentido e do papel que hoje em dia tem a
educação (apud FERREIRA,2008 p.13)”.
Ferreira (2008) destaca algumas práticas essenciais a serem desenvolvidas por
educadores para com os educandos: I) Valorizar os conhecimentos do aluno, ouvir suas
experiências e suposições e relacionar essa sabedoria aos conceitos teóricos; II)
Dialogar sempre, com linguagem e tratamento adequado ao público; III) Perguntar o que
os estudantes sabem sobre o conteúdo e a opinião deles a respeito dos temas antes de
abordá-los cientificamente. Dessa forma, o educador mostra que eles sabem mesmo sem
se dar conta disso; IV) compreender que educar jovens e adultos é um ato político e,
para isso, ele deve saber estimular o exercício da cidadania.

De acordo Ferreira (2008), em consonância com as Diretrizes Curriculares


Estaduais, os conteúdos ministrados na EJA devem ser os mesmos do ensino regular,
entretanto o trabalho pedagógico deve ser atrelado a três eixos: cultura, trabalho e
tempo:

A proposta para a organização metodológica das práticas pedagógicas de EJA,


deve levar em consideração os três eixos articuladores propostos 17 para as
Diretrizes Curriculares: cultura, trabalho e tempo, os quais deverão estar,
intrinsecamente, ligados. A cultura, eixo principal, norteará a ação pedagógica,
haja visto que dela emanam todas as manifestações humanas, entre elas, o
trabalho e o tempo”. (FERREIRA, 2008 p.17-18).

A autora também destaca quanto alguns princípios que seriam para o


desenvolvimento de um currículo que atenda às necessidades da EJA, de acordo com a
Política da EJA para as escolas da rede pública: I) Compromisso com a vida, com a
realidade e com os interesses dos educandos, com sua formação humana e com o seu
acesso à cultura; II) Ampliar sua reflexão crítica com atitudes éticas e compromisso
político, através do desenvolvimento de sua autonomia intelectual; III) Educando como
sujeito na construção do próprio conhecimento, mediante a compreensão dos processos
de trabalho, de criação, de produção e de cultura; IV) Dialogicidade no ato educativo; V)
Conteúdos escolares trabalhados a partir da realidade social dos jovens e adultos;
VI)Valorização da práxis (reflexão a ação dos educandos); VII) Tempo diferenciado de

32
aprendizagem, respeitando os limites e possibilidades; e, VIII) Compromisso com a
transformação social (FERREIRA, 2008).

5 METODOLOGIA DA PESQUISA E ANALISE DOS DADOS

A presente pesquisa possui carater qualitativo. Configurando-se como estudo de caso


que visa compreender as repecussões da Eduducação de Jovens e Adultos no muncipio de
Açailandia- MA. Tal metodo permite realizar uma melhor descrição dos fatos, de modo que ao se
utilizar dessa investição se torna possivel uma melhor compreensão dos fatos, com base em
todo o contexto em que determinado problema se encontra inserido, assim expõe-se o problema
com mais clazera, logo, pode se chegar a soluções mais eficazes. Dessa maneira essa pesquisa
classificada também como não estruturada e exploratoria é capaz de proporcionar recortes da
realidade que axuliam na exposição do todo.
Baseado na ideia de pesquisa acima citado, foi estabelido esse método de pesquisa,
direcionado aos professores da EJA, uma vez que tais profissionais são os protagonistas dos
acontecimentos que ocorrem nas salas de aula, se encontram diretamente ligados aos alunos,
de forma que são capazes de comprender e apontar tantos os problemas quantos soluções de
perto, são capazes ainda de discorrecorer sobre metodologias de ensino, carga horaria,
capacitação, clientela atendida, evasão escolar entre outros. Assim optou-se, por abrir um
discurso com base no relato de quatro professores.
Os relatos dos professores foram realizados por meio de questionarios e entrevistas com
questões abertas, afim de constuir uma narrativa que atendesse a proposta do trabalho em
questão, no entando, os participantes das pesquisas tiveram liberdade para responder conforme
33
suas experincias vivenciadas no ambito das intituições que ofertam a EJA em Açailandia- MA, a
linguagem utilizada pelos mesmos possui cunho proprio e pessoal, sem qualquer interferência.
A coleta dos dados foi realizada entre os dias 9 de agosto a 1 de setembro de 2022, por
meio de formulário impresso e entregue aos participantes, o convite inicial para a participação foi
realizado por meio de contato pelo WhatsApp e posteriormente entregue pessoalmente aos
professores selecionados, da rede de ensino publico EJA em Açailandia – MA.
O questionario (apêndice A) compostos por seis questões. As entrevistas (apêndice B).
relacionados a formação dos professores atuantes na EJA, etapas de atuação, organização da
oferta do ensino no municipio, relevancia da EJA para a sociedade local bem como para a
clientela atendida, materiais didaticos entegue pelo governo e metodologias aplicada ao ensino,
dificuldades tanto do docente quanto do discente, bem como a segurança na atuação desses
profissionais.
A partir das respostas obitidas pelos professores que participaram da pesquisa foi
possivel realizar uma análise das percepções dos professores acerca da EJA em Açailândia-MA.
Deixando então claro os apontamentos negativos e positivos.
Pesquisa qualitativa
Utilizou-se os seguintes instrumentos para coleta de dados: questionario (Apêndice A) e
entrevista (Apêndice B)
Os sujeitos da pesquisa foram dez professores que atuam na Educação de Jovens e
Adultos no municipio de Acailandia.
Para identificar os sujeitos da pesquisa, utilizou os seguintes termos: professor 1;
professor 2; professor 3; professor 4; (...) professor 10. Para preservar o anonimato..

34
6 DISCUSSÃO DOS DADOS: achados da pesquisa

A autora priorizou entender como os professores percebem a EJA, sobre a


formação dos profissionais que atuam na educação jovens e adultos, oferta do ensino,
metodologia, dificuldades entre outras questões inseridas dentro dessa modalidade.
Do total de professores entrevistados, sete eram femininos e três do gênero
masculino. Seis atuam na 1º etapa do EJA, dois professores na 2º etapa e na 3º etapa,
dois professores.
Os professores que responderam à pesquisa atuam na modalidade de Educação
Jovens e Adultos, todos com formação em Pedagogia, somente dois deles possui curso
de pós-graduação, e ambos atuam na modalidade de ensino EJA há mais de dez anos.
Assim pode se afirmar que todos esses professores vivenciaram muitas experiências e
transformações no ensino do município bem como puderam acompanhar a evolução de
muitos alunos ao longo dos anos.
Parte dos docentes que atuam na educação de jovens e adultos se mostram
preocupados com detalhes semelhantes, como a falta de base e de estruturas dos
alunos, o que por sua vez aumenta a necessidade de métodos simples, porém eficientes,
para incentivar a leitura, despertar a criatividade, bem como o pensamento crítico e a
curiosidade, características essas, que são essenciais para um bom aprendizado.
Com a análise dos questionários foi possível perceber o lugar de fala dos

35
professores, suas experiências e considerações acerca da EJA, assim como os pontos
negativos e positivos da execução desta modalidade.
Entre os pontos positivos citados pelos professores, percebe-se a oportunidade
ofertada por meio do conhecimento aos alunos que em algum momento da sua vida foi
privado do direito à educação, destaca-se também a metodologia de ensino aplicado na
modalidade que segundo a professora 01 que atua na 4 etapa da EJA em Açailândia, se
trata de métodos lúdicos, que visa garantir que os alunos se sintam à vontade e
motivados a participar de forma mais próxima, ela acrescenta que a interação entre
professor e aluno garante uma troca de experiências e aprendizados, logo, tal método se
torna eficiente na construção do conhecimento. A professora 3, que é graduada em
pedagogia desde de 2005 e atua na EJA há escrever por extensos anos, relata que se
sente segura no exercício do ensino em sala de aula e acrescenta que o seu público
atendido, é formado pessoas que priorizam o respeito e a disciplina, a mesma relata que
não sente nenhuma dificuldade para ministrar suas aulas da EJA.
Enquanto o professor 4, que atua na EJA desde de 1997 (vinte e cinco anos) se
encontra na terceira e quarta fase da EJA, destaca que as etapas do ensino são
oferecidas e organizadas com base na idade. Acrescenta que sobre a relevância da EJA
no município de Açailândia falta interesse e investimento no programa. relata que sua
maior dificuldade na oferta do ensino está relacionada a falta de disciplina do público
adolescente, no entanto, acrescenta que se sente seguro para atuar como professor da
EJA e acredita que essa segurança se deve ao fato de poder acrescentar mais
conhecimento na vida dos alunos.
Para o professor 6, que trabalha há 20 anos com a EJA e atuante na quarta fase
do ensino em Açailândia, a dificuldade de alguns alunos na aprendizagem é nítida e
acrescenta que as dificuldades encontradas em sala de aula, se deve à falta de disciplina
dos alunos e também a base escolar, ela diz ainda se sentir segura na sala de aula e que
isso se deve a identificação que sente com os alunos.
A professora 8, atuante no ensino da EJA há 15 anos e atualmente na terceira
etapa EJA, chama a atenção quanto a dificuldades enfrentadas em sala de aula, ela
afirma está relacionada a falta de base. Ela explica que se sente segura quanto sua
atuação em sala de aula e que tal segurança está atrelada a identificação que ela sente
com os alunos, ela destaca ainda a relevância da EJA na sociedade e na vida dos
alunos, pois segundo sua percepção garantir a educação desses alunos é extremamente
importante.
Diante da pesquisa realizada e com base na percepção dos professores é possível
observar que a oferta do ensino em Açailândia - MA, se encontra estruturada de acordo

36
com a idade e dividido em etapas.
Os professores que atuam na EJA, necessitam de incentivo e investimento das
políticas públicas em educação, para melhorar a base de ensino dos estudantes, uma
vez que as maiores dificuldades citadas pelos professores estão diretamente atreladas a
ausência de conhecimentos prévios dos estudantes e a indisciplina de uma parte do
público.
No questionário utilizado para levantamento de dados, no item 3, os professores
foram indagados quanto a se sentirem seguros para atuar como professor(a) do EJA e o
porquê e também quanto a relevância do EJA, para o município de Açailândia. As
respostas foram variadas, alguns destacaram as dificuldades encontradas como falta de
interesse ou investimentos.
O professor 4, ressaltou que: “Falta mais interesse e investimento no programa”.
De acordo com o professor 6: “No bairro em que estamos inseridos percebemos a
dificuldade de alguns alunos na aprendizagem "Além disso, foi mencionado também
quanto à importância que o programa desempenha na vida dos jovens e adultos quanto à
possibilidade de acesso à educação”, segundo o Professor 1: “É muito importante, pelo
fato de que está oferecendo uma nova chance para aquelas pessoas que não tiveram
oportunidade de estudar quando eram jovens/crianças.” Para o professor 4, o programa
do EJA é fundamental uma vez que segundo ele é uma oportunidade de acrescentar
mais conhecimentos na vida dos alunos.
Percebe-se, dois pontos positivos a saber: i) a metodologia de ensino, sejam elas
por meio das leituras criativas, caracterização de situações problemas, ii) interação entre
professores e alunos por meio das dinâmicas e conversas. Todas elas se mostram
eficientes quanto sua execução e finalidade, uma vez que são capazes de aproximar os
alunos de seus professores, gerando assim mais confiança para fazer perguntas e
interagir.
No item 4, da entrevista perguntou-se aos professores exatamente quanto ao
método, que eles citassem algum método de ensino que utiliza na sala de aula na
modalidade EJA. A leitura foi o principal método destacado utilizado,” leitura
compartilhada de textos”. De acordo com o Professor 1, o qual faz uso de métodos
lúdicos, estes são importantes uma vez que permite que: “os alunos se sintam à vontade
e possam participar de forma mais próxima, professor/aluno. Fazendo troca de
experiências e aprendizado.” Outro método também citado foi a utilização de situações
problema, fundamental para que o aluno relacione o conhecimento com o cotidiano e
assim assimilar mais facilmente o conteúdo ministrado em sala de aula.
Logo, evidencia-se que o principal aspecto da proposta pedagógica para EJA,

37
deve estar relacionado a estratégias diferenciadas e com foco no ensino, a fim de suprir
as necessidades existentes dentro desse grupo em questão. Deste modo fica perceptível
que a formação continuada precisa contemplar a gestão escolar e os professores, pois
dessa maneira será possível enfatizar e trabalhar as particularidades dos sujeitos da
EJA, a fim de gerar um maior entendimento acerca desta modalidade de ensino.
Conforme defendido por Ventura (2012 apud LELLIS; COSTA, 2021, p.12), "superar o
amadorismo e a improvisação e qualificar os quadros docentes para um trabalho que
respeite às especificidades do público jovem e adultos” pois somente assim será possível
promover um ensino qualificado que gere qualidade em todos os aspectos do processo
de escolaridade desses indivíduos.
No item 6 da entrevista, os professores foram questionados quais seriam as
dificuldades para ministrar aulas na modalidade EJA, alguns destacaram quanto ao
comportamento dos jovens em sala de aula: “dificuldade em relação à indisciplina dos
adolescentes”, outros destacaram a “falta de base”, ou seja, um ensino primário
deficitário o que prejudica para a compreensão dos conhecimentos subsequentes e há
ainda aqueles que não listaram dificuldades, pois não enfrentam.
Ainda que com respostas variadas, quanto as dificuldades e desafios, notou-se
que para o educador do EJA é notório o quanto o programa pode fazer a diferença na
vida de jovens e adultos, mas que ainda precisa de mais investimentos de políticas
públicas, como também esforço e engajamento para o seu fortalecimento, tanto dos
educandos quanto da sociedade, além oferecimento de uma educação de base
adequada e incentivos da formação continuada para o professor atuante nesta
modalidade.

38
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se, que no Brasil uma grande parte da sua população ainda se


encontra privada do direito básico a educação e sendo a EJA uma modalidade
de ensino estabelecida pela LDB 9394/96, determina que o poder público tem o
dever de identificar e realizar ações a fim de garantir a essas pessoas a
execução do direito e acesso à educação permanente. Nota-se, que muitos
estados e municípios enfrentam dificuldades para atender e garantir que tais
determinações sejam exercidas em sua totalidade.
Assim, as considerações aqui elencadas foram alcançadas, quanto ao
caráter da pesquisa, porém, diante das dificuldades apresentadas acerca do
município de Açailândia -MA. Fica nítido a importância de novas pesquisas
mais abrangentes e a continuação do debate acerca da EJA, afim de provocar
uma reflexão quanto a qualidade do ensino ofertado, o investimento nas
escolas, a formação continuada dos professores e o foco no público atendido,
todas essas questões possuem grande relevância dentro da EJA, sendo por
tanto o foco de uma potencial pesquisa no futuro.
Os relatos dos professores deixam explicito suas preocupações acerca
da deficiência do ensino direcionado ao público em questão, devido à falta de
investimento necessário na EJA, os alunos apresentam dificuldade para
aprender, o que requer a utilização de métodos mais elaborados que sejam
capazes de nivelar a base educacional em sala de aula.
De acordo com as respostas dos professores é evidente que embora a
EJA no município de Açailândia -MA, siga sendo executada, falta políticas de
incentivo por parte do poder público bem como investimento financeiro, ajustes
nas metodologias de ensino e na qualificação dos profissionais atuantes.
Deste modo, o método utilizado na EJA, se apresenta pouco eficiente e
negligenciado. Com base nas informações da pesquisa a falta de suporte
adequado aos alunos tem gerado dificuldade no aprendizado e falta de
interesse por parte dos mesmos, o que pode refletir diretamente na evasão
escolar desses indivíduos.
Por tanto, fica claro que o município de Açailândia, embora possua plano
de educação voltado para a EJA, não dá atenção necessária a esta

39
modalidade, bem como a qualificação dos professores, que atuam há mais de
dez anos na Educação de Jovens e Adultos, o que ratificando a falta de
políticas públicas efetivas voltadas para essa modalidade de ensino.
Por fim, a pesquisa mostra que a EJA em Açailândia - MA, está carente
de uma restruturação, pois os planos de ensino se mostram ineficiente devido à
falta de planejamento e investimento adequado ao setor, necessita
principalmente de mais investimento na qualificação dos docentes e na
elaboração de métodos que visem tanto o desenvolvimento intelectual dos
sujeitos quanto social e profissional.

40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ARROYO, Miguel Gonzáles. Educação de Jovens e Adultos em


tempos de exclusão. Alfabetização e Cidadania. São Paulo: Rede de
Apoio à Ação Alfabetizadora do Brasil (RAAAB), n.11. p. 09-20. 2001.
Disponivel em:
https://aedmoodle.ufpa.br/pluginfile.php/178642/mod_resource/content/
1/11.%20A%20EJA%20em%20tempos%20de%20exclus%C3%A3o.pdf.
Acesso em: 01 jul. de 2022

BARCELOS, Luciana Bandeira. O Que é Qualidade na Educação de Jovens


e Adultos? Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 487-509,
abr./jun. 2014. Disponível em:
http://www.ufrgs.br/edu_realidade. Acesso em 30 jun. 2022.

BELMAR, Cesar Cristiano; WIELEWSKI, Gladys Denise. A FORMAÇÃO DO


PROFESSOR COMO EDUCADOR DE JOVENS E ADULTOS: uma
investigação nos projetos pedagógicos de cursos presenciais de
licenciatura em matemática de instituições de ensino superior públicas da
região amazônica. Revista Prática Docente, [S.L.], v. 3, n. 1, p. 107-124, 26
jun. 2018. Revista Pratica Docente.http://dx.doi.org/10.23926/rpd.2526-
2149.2018.v3.n1.p107-124.id177.Disponível:https://periodicos.cfs.ifmt.edu.br/
periodicos/index.php/rpd/article/view/177.Acesso em: 15 set. 2022.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

BRASIL/MEC. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: 20 de dezembro de
1996.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Políticas Públicas de


Emprego. Plano Nacional de Qualificação – PNQ: 2003-2007. Brasília, 2003.

BALSANELLI,A.P.Aprendizagem de jovens e adultos: a aprendizagem a


seu tempo.USP.2012Disponível:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/
1285643/mod_resource/content/0/Aprendizagem%20jovens%20e%20adultos
%201.pdf.Acesso em: 17 set. 2022.

DANTAS, T. A formação de professores em educação de jovens e adultos


(eja) na perspectiva da inclusão social.Revista de Educação, Ciência e
Cultura- RECC, Canoas, v. 24, n. 1, p. 29-39, mar. 2019.
http://dx.doi.org/10.18316/recc.v24i1.4570.Disponível:https://revistas.unilasalle.
edu.br/index.php/Educacao/article/viewFile/4570/pdf. Acesso em: 15 set. 2022.

DALBOSCO, Alberto. Processo de Ensino Aprendizagem na Educação de


Jovens e Adultos-EJA. SENAC–Serviço Nacional de aprendizagem
Comercial,
2015.Disponível:https://repositorio.ifsc.edu.br/bitstream/handle/123456789/200/
Alberto%2028062015.pdf?sequence=1&isAllowed=y.Acesso em: 17 set. 2022.

41
DELORY, M. Christine. A pesquisa biográfica: projeto epistemológico e
perspectivas metodológicas. In: ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto;
PASSEGGI. Maria da Conceição. (Org.). Dimensões epistemológicas e
metodológicas da pesquisa (auto) biográfica: Tomo I. Natal: EDUFRN: Porto
Alegre: EDIPUCRS, Salvador, EDUNEB, p. 71-93. 2012.

FERREIRA, D.C. Caderno Temático sobre a EJA (Educação de Jovens e


Adultos). REVISTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS,
2008.Disponível:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/
1711-6.pdf. Acesso em: 20 set. 2022.

FERREIRA, D.C. Caderno Temático sobre a EJA (Educação de Jovens e


Adultos). REVISTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS,
2008.Disponível:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/
1711-6.pdf. Acesso em: 20 set. 2022.

FERREIRA, Gislaine Dias Florentino; ALCÂNTARA, Liliane Cristine Schlemer;


GAHYVA, Sabrina Rondon Gahyva. Identidade do aluno EJA. Portal da
Revista Profiscientia v. 4, p. 185-208, 2009. Disponível em:
http://www.profiscientia.ifmt.edu.br/profiscientia/index.php/profiscientia/article/
view/42 . Acesso em 29 de jul. 2022

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.16 ed. Rio de Janeiro:Paz e


Terra.2002

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia


do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

JORGE, T.A.S. Plano Nacional de Qualificação - PNQ. In:OLIVEIRA, D.A.;


DUARTE, A.M.C.; VIEIRA, L.M.F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição
docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM

LELLIS, Lilian Barreto; COSTA, Vanderlei Balbino. Educação de Joses e


Adultos. 2021. Revista Cocar. Ed . 11/2022. Belém-Pará.

MEDEIROS, B.C.D; ARAUJO, T.M.S. Processos de ensino e aprendizagem


de jovens e adultos: Contribuições da teoria histórico-cultural. VI
CONEDU,2019.
Disponível:https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/
TRABALHO_EV127_MD1_SA4_ID9708_11082019164836.pdf. Acesso em: 17
set. 2022.
MEC-Ministério da Educação. Agenda territorial de EJA. 2021. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/32737-eja. Acesso em: 16 de
out. 2021.

MOURA, Maria da Gloria Carvalho. Educação de Jovens e Adultos: um


olhar sobre sua trajetória histórica. Curitiba: Educarte,2003.

42
NUNES, Larissa Soares; PAULA, Luciane de; BERTOLASSI, Thiago; NETO,
Antônio Faria. A análise da narrativa como instrumento para pesquisas
qualitativas. Revista Ciências Exatas. v. 23. nº. 1. 2017. Disponível em:
http://periodicos.unitau.br/ojs/index.php/exatas/article/viewFile/
2547/1704#:~:text=Desta%20forma%2C%20a%20narrativa%2C%20e,cient
%C3%ADfico%2C%20investigativo%2C%20pedag%C3%B3gico%20e
%20social. Acesso em 26 ago 2022.

PAIVA, Jane. Qualidade na educação de jovens e adultos: traduções em


disputa na prática de redes públicas no Rio de Janeiro. Cadernos de
Pesquisa em Educação - PPGE/UFES. Vitória- ES. a. 10, v. 19, n. 37, p. 79-
108, jan./jun. 2013.

RIBEIRO,E.G.As considerações da Educação EJA: Estudo de Caso no


Município de Pastos Bons–MA. VII CONEDU,2021.
Disponível:https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/
TRABALHO_EV150_MD1_SA112_ID4351_15102021002435.pdf. Acesso em:
17 set. 2022.

STRELHOW, Thyeles Borcarte. Breve história sobre a educação de jovens


e adultos no Brasil.Revista HISTEDBR. Campinas, SP. v. 10, n. 38, p.
49–59. 2012. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639689.
Acesso em: 24 jul.2022.

UNESCO-INSTITUTE FOR EDUCATION -Adult education: the Hamburg


Declaration; the Agenda for the Future. Publicado em 1997 pelo Instituto da
UNESCO em Educação (UNESCO-UIE).

VENTURA, Jaqueline. A EJA e os desafios da formação docente nas


licenciaturas. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade,
Salvador-BA, v. 21, n. 37, p. 71-82, jan./jun. 2012.

43
APÊNDICE A

44
APÊNDICE B

45

Você também pode gostar