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Legis - Lei-De-Execução-Penal
Legis - Lei-De-Execução-Penal
Rafael Figueiredo
Aprovado na Defensoria Pública de Rondônia e do Distrito Federal.
Especialista em Processo Penal. Graduado pela UFGD. Advogado.
ISBN:– 978-65-990143-3-8.
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Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públi-
cos, bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei
é que, cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova
objetiva, o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante.
Para vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legis-
lação. No Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na
preparação para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários
rápidos e objetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamen-
to do conteúdo estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e
organização do estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e
agradável possível.
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
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Sumário
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Art. 9º-A. Os condenados por crime prati- § 8º Constitui falta grave a recusa do con-
denado em submeter-se ao procedimen-
cado, dolosamente, com violência de nature- to de identificação do perfil genético.
za grave contra pessoa, ou por qualquer dos
crimes previstos no art. 1º da Lei no 8.072, de
25 de julho de 1990, serão submetidos, obriga- Comentários: o parágrafo 8º, também incluído
pela Lei 13.964/19, diz que é falta grave a negativa
toriamente, à identificação do perfil genético,
de submissão a identificação do perfil genético.
mediante extração de DNA - ácido desoxirribonu- Interessante que para alguns autores, como Aury
cleico, por técnica adequada e indolor. Lopes Jr., esse dispositivo seria inconstitucional,
dada a vedação de produção de prova contra si
§ 1º A identificação do perfil genético será (nemo tenetur se detegere). Aliás, esse comando
armazenada em banco de dados sigiloso, é repetido no novo inciso VIII do art. 50.
conforme regulamento a ser expedido
pelo Poder Executivo.
Anotações sobre os artigos anteriores:
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer
constar garantias mínimas de proteção
de dados genéticos, observando as me-
lhores práticas da genética forense.
§ 2º A autoridade policial, federal ou esta-
dual, poderá requerer ao juiz competente,
no caso de inquérito instaurado, o acesso
ao banco de dados de identificação de
perfil genético.
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de da-
dos genéticos o acesso aos seus dados
constantes nos bancos de perfis genéti-
cos, bem como a todos os documentos da
cadeia de custódia que gerou esse dado,
de maneira que possa ser contraditado
pela defesa.
§ 4º O condenado pelos crimes previstos
no caput deste artigo que não tiver sido
submetido à identificação do perfil gené-
tico por ocasião do ingresso no estabele-
cimento prisional deverá ser submetido
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Questões: CAPÍTULO II
Da Assistência
1. MPE-SC (MPE-SC – 2019) De acordo com a Lei
de Execução Penal, os condenados por crime SEÇÃO I
praticado, dolosamente, com violência de natu- Disposições Gerais
reza grave contra pessoa, ou por qualquer dos
crimes previstos na Lei dos Crimes Hediondos, Lei penal no tempo
incluída a prática de tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo, serão Art. 10. A assistência ao preso e ao inter-
submetidos, prioritariamente, à identificação nado é dever do Estado, objetivando prevenir
do perfil genético, mediante extração de DNA – o crime e orientar o retorno à convivência em
ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada sociedade.
e indolor.
Parágrafo único. A assistência estende-se
ao egresso.
2. MPE-SC (MPE-SC – 2016) A Lei n. 7.210/84 (Exe-
cução Penal) tratou em capítulo próprio acerca Art. 11. A assistência será:
da classificação dos condenados, com o objetivo
de orientar a individualização da execução penal. I - material;
Quanto à identificação dos condenados, todavia,
a referida lei padece pela desatualização, inexis- II - à saúde;
tindo previsão de coleta de perfil genético como III - jurídica;
forma de identificação criminal, a exemplo do
que já ocorre em outros países. IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
3. MPE-SC (MPE-SC – 2013) Consoante a Lei n.
7210/84, os condenados serão classificados, na
Comentários: para responder questões de prova
sua totalidade, segundo os seus antecedentes,
sobre esse tema, via de regra, basta saber a litera-
personalidade e culpabilidade, para orientar a
lidade da lei. Portanto façam uma leitura atenta.
individualização da execução penal.
Desse modo, os artigos seguintes somente terão
marcação daquilo que é considerado mais im-
portante.
SEÇÃO II
Da Assistência Material
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde
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sitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Art. 19. O ensino profissional será ministra-
Constituição Federal. do em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento
técnico.
Art. 1º, LC 80/94. A Defensoria Pública é institui-
ção permanente, essencial à função jurisdicional Parágrafo único. A mulher condenada terá
do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamen- ensino profissional adequado à sua condição.
talmente, a orientação jurídica, a promoção dos
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, Art. 20. As atividades educacionais podem
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e ser objeto de convênio com entidades públicas
coletivos, de forma integral e gratuita, aos neces- ou particulares, que instalem escolas ou ofere-
sitados, assim considerados na forma do inciso çam cursos especializados.
LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Art. 21. Em atendimento às condições lo-
SEÇÃO V cais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma
Da Assistência Educacional biblioteca, para uso de todas as categorias de
reclusos, provida de livros instrutivos, recrea-
Art. 17. A assistência educacional com- tivos e didáticos.
preenderá a instrução escolar e a formação
profissional do preso e do internado. Art. 21-A. O censo penitenciário deverá
apurar: (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigató-
rio, integrando-se no sistema escolar da Unidade I - o nível de escolaridade dos presos e
das presas; (Incluído pela Lei nº 13.163, de
Federativa.
2015)
II - a existência de cursos nos níveis funda-
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou su-
mental e médio e o número de presos e pre-
pletivo, com formação geral ou educação pro- sas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163,
fissional de nível médio, será implantado nos de 2015)
presídios, em obediência ao preceito constitu- III - a implementação de cursos profissio-
cional de sua universalização. (Incluído pela Lei nais em nível de iniciação ou aperfeiçoa-
nº 13.163, de 2015) mento técnico e o número de presos e pre-
sas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163,
§ 1º O ensino ministrado aos presos e pre- de 2015)
sas integrar-se-á ao sistema estadual e IV - a existência de bibliotecas e as condi-
municipal de ensino e será mantido, ad- ções de seu acervo; (Incluído pela Lei nº
ministrativa e financeiramente, com o 13.163, de 2015)
apoio da União, não só com os recursos V - outros dados relevantes para o aprimo-
destinados à educação, mas pelo sistema ramento educacional de presos e presas.
estadual de justiça ou administração pe- (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
nitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de
2015)
SEÇÃO VI
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos
Da Assistência Social
presos e às presas cursos supletivos de
educação de jovens e adultos. (In-
cluído pela Lei nº 13.163, de 2015) Art. 22. A assistência social tem por finali-
dade amparar o preso e o internado e prepará-
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o
Distrito Federal incluirão em seus progra- -los para o retorno à liberdade.
mas de educação à distância e de utilização
de novas tecnologias de ensino, o atendi- Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência
mento aos presos e às presas. 7.627 (Incluí- social:
do pela Lei nº 13.163, de 2015)
I - conhecer os resultados dos diagnósticos
ou exames;
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SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso
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por 98 dias, tendo direito à remição de 32 dias de nomia administrativa, e terá por objetivo a for-
pena. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1720785/RO, mação profissional do condenado.
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/05/2018.
Fonte: Dizer o direito. § 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade
gerenciadora promover e supervisionar a
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos po- produção, com critérios e métodos empre-
derão solicitar ocupação adequada à sua sariais, encarregar-se de sua comercializa-
idade. ção, bem como suportar despesas, inclusi-
ve pagamento de remuneração adequada.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos so- (Renumerado pela Lei nº 10.792, de 2003)
mente exercerão atividades apropriadas
ao seu estado. § 2º Os governos federal, estadual e mu-
nicipal poderão celebrar convênio com a
iniciativa privada, para implantação de
Comentários: a LEP demonstra, com esse artigo, oficinas de trabalho referentes a setores
uma preocupação – em especial, etária e huma- de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei
nitária – com a individualização do trabalho. Ain- nº 10.792, de 2003)
da, o artigo 34, §2º do CP diz: “o trabalho será
em comum dentro do estabelecimento, na
conformidade das aptidões ou ocupações an- Art. 35. Os órgãos da Administração Direta
teriores do condenado, desde que compatíveis ou Indireta da União, Estados, Territórios, Dis-
com a execução da pena.”. trito Federal e dos Municípios adquirirão, com
dispensa de concorrência pública, os bens ou
produtos do trabalho prisional, sempre que não
Art. 33. A jornada normal de trabalho não
for possível ou recomendável realizar-se a venda
será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito)
a particulares.
horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Todas as importâncias ar-
Parágrafo único. Poderá ser atribuído ho-
recadadas com as vendas reverterão em favor da
rário especial de trabalho aos presos designa-
fundação ou empresa pública a que alude o arti-
dos para os serviços de conservação e manuten-
go anterior ou, na sua falta, do estabelecimento
ção do estabelecimento penal.
penal.
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XVI – atestado de pena a cumprir, emitido presos provisórios e, aqui a LEP foi expressa, para
anualmente, sob pena da responsabilida- aqueles submetidos à medida de segurança.
de da autoridade judiciária competente.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Art. 43 - É garantida a liberdade de
contratar médico de confiança pessoal do
Parágrafo único. Os direitos previstos nos
internado ou do submetido a tratamento
incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou res-
ambulatorial, por seus familiares ou
tringidos mediante ato motivado do diretor do
dependentes, a fim de orientar e acompanhar
estabelecimento.
o tratamento.
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de que inobservar as ordens recebidas (art. 39, V, VI - inobservar os deveres previstos nos
da LEP), como é a hipótese de violação da zona incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
de monitoramento. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1798047/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon-
Jurisprudência-STJ: A Lei de Execuções Penais
seca, julgado em 14/05/2019. Julgado específico
(Lei nº 7.210/84) prevê que o condenado à pena
envolvendo saída temporária. Apenado está go-
privativa de liberdade é obrigado a trabalhar (art.
zando o benefício da saída temporária e sendo
31 e art. 39, V). Caso o preso se recuse, injusti-
monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele des-
ficadamente, a realizar o trabalho obrigatório,
cumpre o perímetro de inclusão declarado para
ele comete falta grave (art. 50, VI), podendo ser
o período noturno, ou seja, não permanece no
punido. Obs: o dever de trabalho imposto pela
endereço que deveria ficar durante a noite e o
LEP ao apenado não é considerado como pena
monitoramento eletrônico detecta essa inobser-
de trabalho forçado, não sendo incompatível
vância: • a conduta não configura falta grave por-
com o art. 5º, XLVII, “c”, da CF/88. STJ. 6ª Turma.
que não se amolda em nenhuma das hipóteses
HC 264989-SP, Rel. Min. Ericson Maranho, julgado
do art. 50 da LEP, cujo rol é taxativo; • por outro
em 4/8/2015 (Info 567).
lado, representa descumprimento de condição
obrigatória, que autoriza sanção disciplinar, nos
Fonte: Dizer o direito.
termos do art. 146-C, parágrafo único da LEP. STJ.
6ª Turma. REsp 1.519.802-SP, Rel. Min. Maria The-
reza de Assis Moura, julgado em 10/11/2016 (Info VII – tiver em sua posse, utilizar ou forne-
595). cer aparelho telefônico, de rádio ou simi-
lar, que permita a comunicação com ou-
Não confundir: tros presos ou com o ambiente externo.
(Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
• Apenado que descumpre o perímetro (zona) es-
tabelecido para tornozeleira eletrônica: configu-
Comentários: certamente o inciso mais polêmi-
ra a prática de falta grave.
co das faltas graves. Leiam com atenção os julga-
• Apenado que, durante saída temporária, des- dos a seguir:
cumpre o perímetro estabelecido para torno-
zeleira eletrônica: não configura a prática de fal- Jurisprudência: (...) Segundo entendimento da
ta grave (há um julgado da 6ª Turma do STJ que Terceira Seção deste Tribunal Superior, a posse
afirma que, neste caso, não há previsão no rol do de aparelho celular, bem como de seus com-
art. 50 da LEP). ponentes essenciais, tais como “chip”, carre-
• Apenado que rompe a tornozeleira eletrônica gador ou bateria, isoladamente, constitui falta
ou mantém a bateria sem carga suficiente: confi- disciplinar de natureza grave após o advento
gura falta grave (art. 50, VI, da LEP). da Lei n. 11.466/2007. Ademais, a jurisprudên-
cia deste Tribunal Superior é pacífica no senti-
do de ser prescindível, para a configuração da
O STJ já decidiu que a fuga, por ser uma falta dis- falta grave, a realização de perícia no aparelho
ciplinar de natureza especialmente grave, jus- telefônico ou nos componentes essenciais,
tifica a adoção do percentual máximo de perda dentre os quais o “chip”, a fim de demonstrar
dos dias remidos. (5ª Turma. HC 465565/RS, Rel. o funcionamento. (HC 395.878/PR, Rel. Minis-
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em tro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
25/09/2018). 27/06/2017, DJe 01/08/2017).
Fonte: Dizer o direito. A conduta praticada por visitante, ao tentar en-
trar em estabelecimento prisional com um cabo
III - possuir, indevidamente, instrumento USB, um fone de ouvido e um microfone, não
capaz de ofender a integridade física de pode alcançar a pessoa do preso e configurar fal-
outrem; ta grave, porque não são acessórios essenciais
ao funcionamento de aparelho de telefonia ce-
IV - provocar acidente de trabalho; lular ou rádio de comunicação e, portanto, não
V - descumprir, no regime aberto, as condi- se amoldam à finalidade da norma prevista no
ções impostas; art. 50, VII, da Lei 7.210/1984. (HC 255.569/SP,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA
TURMA, julgado em 21/03/2013, DJe 03/04/2013)
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VIII - recusar submeter-se ao procedimen- comutação da pena, salvo se o requisito for ex-
to de identificação do perfil genético. (In- pressamente previsto no decreto presidencial.
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Fonte: Dizer o direito.
Comentários: esse inciso cairá muito nas próxi-
mas provas, em razão de ter sido inserido pela Lei Súmula 526-STJ: O reconhecimento de falta gra-
13.964/19. ve decorrente do cometimento de fato definido
como crime doloso no cumprimento da pena
Parágrafo único. O disposto neste artigo prescinde do trânsito em julgado de sentença
aplica-se, no que couber, ao preso provisório. penal condenatória no processo penal instaura-
do para apuração do fato.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à Súmula 533-STJ: Para o reconhecimento da prá-
pena restritiva de direitos que: tica de falta disciplinar no âmbito da execução
penal, é imprescindível a instauração de procedi-
I - descumprir, injustificadamente, a restri- mento administrativo pelo diretor do estabeleci-
ção imposta; mento prisional, assegurado o direito de defesa,
II - retardar, injustificadamente, o cumpri- a ser realizado por advogado constituído ou de-
mento da obrigação imposta; fensor público nomeado.
III - inobservar os deveres previstos nos in- Súmula 534-STJ: A prática de falta grave inter-
cisos II e V, do artigo 39, desta Lei. rompe a contagem do prazo para a progressão
de regime de cumprimento de pena, o qual se
Comentários: consequências decorrentes da reinicia a partir do cometimento dessa infração.
prática de falta grave:
Jurisprudência: Se o Estado demorar muito
- Atrapalha a Execução:
tempo para punir o condenado que praticou uma
falta disciplinar, haverá a prescrição da infração
PROGRESSÃO: interrompe o prazo para a pro-
disciplinar.
gressão de regime (ressalte-se que a Lei 13.964/19
previu expressamente essa possibilidade que,
Não existe lei federal prevendo de quanto será
antes somente estava sumulada no enunciado
esse prazo prescricional. Por essa razão a juris-
534 do STJ)
prudência aplica, por analogia, o menor prazo
prescricional existente no Código Penal, qual
REGRESSÃO: acarreta a regressão de regime.
seja, o de 3 anos, previsto no art. 109, VI, do CP.
SAÍDAS: revogação das saídas temporárias.
Assim, se entre o dia da infração disciplinar e a
data de sua apreciação tiver transcorrido prazo
REMIÇÃO: revoga até 1/3 do tempo remido.
superior a 3 anos a prescrição restará configura-
da.
RDD: pode sujeitar o condenado ao RDD.
STF. 2ª Turma. HC 114422/RS, Rel. Min. Gilmar
DIREITOS: suspensão ou restrição de direitos.
Mendes, julgado em 6/5/2014 (Info 745).
ISOLAMENTO: na própria cela ou em local ade-
STJ. 5ª Turma. HC 426.905/RJ, Rel. Min. Reynaldo
quado.
Soares da Fonseca, julgado em 27/02/2018.
- Não interfere na Execução:
• Se a falta grave foi praticada antes da Lei nº
12.234/2010: o prazo prescricional para apuração
. LIVRAMENTO CONDICIONAL: não interrompe o
da conduta será o de 2 anos.
prazo para obtenção de livramento condicional
(Súmula 441-STJ).
• Se a falta grave foi cometida depois da Lei nº
12.234/2010: o prazo prescricional para apuração
. INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: não interfe-
da conduta será o de 3 anos.
re no tempo necessário à concessão de indulto e
Fonte: Dizer o direito.
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Anotações sobre os artigos anteriores: a depender das faltas praticadas, por até 1 ano
(pois, representa 1/6 da pena). Hoje, o sujeito
pode, já na primeira sanção, receber RDD por até
2 anos e, em caso de repetição da sanção, esse
prazo pode ser renovado, sem limite de tempo.
Inegável, portanto, que se trata de novatio legis in
pejus, não podendo retroagir.
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Art. 55. As recompensas têm em vista o Parágrafo único. O isolamento será sem-
bom comportamento reconhecido em favor do pre comunicado ao Juiz da execução.
condenado, de sua colaboração com a discipli-
na e de sua dedicação ao trabalho. Comentários: o art. 58 estabelece a coerência do
sistema, ao ressalvar o RDD. Isso porque, como
Art. 56. São recompensas: vimos, ele pode ser fixado em prazo de até 2
anos, renováveis se houver novas faltas.
I - o elogio;
II - a concessão de regalias. SUBSEÇÃO V
Do Procedimento Disciplinar
Parágrafo único. A legislação local e os re-
gulamentos estabelecerão a natureza e a forma Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá
de concessão de regalias. ser instaurado o procedimento para sua apura-
ção, conforme regulamento, assegurado o direi-
Anotações sobre os artigos anteriores: to de defesa.
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Comentários: Bastante atenção. O art. 58 diz que A prática de falta grave não interrompe os prazos
o isolamento (assim como a suspensão e a res- para fins de comutação de pena nem para a con-
trição de direitos), salvo RDD, não pode exceder cessão de indulto, tampouco para obtenção de
a 30 dias. Esse é o teto. Já o art. 60 diz que o iso- livramento condicional.
lamento preventivo, que é aquele determinado
pela autoridade administrativa, tem o tempo
máximo de 10 dias. 4. Delegado Federal (CESPE – 2018) Julgue o
item que se segue, relativos a execução penal,
Bastante relevante o parágrafo único que prevê desarmamento, abuso de autoridade e evasão
uma espécie de detração da sanção disciplinar. de dívidas.
Portanto, mesmo o isolamento preventivo já é
computado no tempo estipulado da sanção. Preso provisório não pode ser submetido ao regi-
me disciplinar diferenciado.
Anotações sobre os artigos anteriores:
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cumprimento da pena, ele cometeu falta grave. 9. DP-DF (CESPE – 2013) De acordo com a Lei de
Nessa situação, serão interrompidas as conta- Execução Penal, julgue os itens subsequentes.
gens dos prazos tanto para a obtenção do livra- É pacificado, na jurisprudência do STJ, o
mento condicional quanto para a progressão de entendimento de que o cometimento de falta
regime de cumprimento de pena, devendo am- disciplinar de natureza grave pelo condenado que
bas ser reiniciadas a partir da data do cometi- cumpre pena privativa de liberdade interrompe o
mento da falta grave. prazo para a obtenção do livramento condicional.
6. MPE-SC (MPE-SC – 2016) A Lei n. 7.210/84, ao 10 – MPE-SC (MPE-SC – 2013) De acordo com a
tratar da disciplina do preso, previu a existência lei de execução penal o poder disciplinar, na exe-
do regime disciplinar diferenciado, caracterizan- cução da pena privativa de liberdade, será exerci-
do-o. Dispôs que estarão sujeitos a tal regime do pela autoridade judicial.
tanto os presos provisórios como os condena-
dos, nacionais ou estrangeiros, que apresentem
alto risco para a ordem e para a segurança do es- Anotações gerais:
tabelecimento penal ou da sociedade.
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DIA 3 CAPÍTULO II
Do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária
Disciplina: Execução Penal.
Responsável: Prof. Rafael Figueiredo. Comentários: os artigos a seguir dependem de
Dia 01: Do Art. 61 ao 81. simples leitura. Quando incidem em prova não
costumam ter maiores dificuldades.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
Art. 62. O Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da
República, é subordinado ao Ministério da Jus-
TÍTULO III tiça.
Dos Órgãos da Execução Penal
Art. 63. O Conselho Nacional de Política
CAPÍTULO I Criminal e Penitenciária será integrado por 13
Disposições Gerais (treze) membros designados através de ato do
Ministério da Justiça, dentre professores e pro-
Art. 61. São órgãos da execução penal: fissionais da área do Direito Penal, Processual
Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
I - o Conselho Nacional de Política Criminal como por representantes da comunidade e dos
e Penitenciária; Ministérios da área social.
II - o Juízo da Execução;
Parágrafo único. O mandato dos membros
III - o Ministério Público;
do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, reno-
IV - o Conselho Penitenciário; vado 1/3 (um terço) em cada ano.
V - os Departamentos Penitenciários;
VI - o Patronato; Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária, no exercício de suas ati-
VII - o Conselho da Comunidade. vidades, em âmbito federal ou estadual, incum-
VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela be:
Lei nº 12.313, de 2010).
I - propor diretrizes da política criminal
Comentários: embora eu tenha destacado três quanto à prevenção do delito, administra-
órgãos da lista, é imprescindível a lembrança de ção da Justiça Criminal e execução das pe-
cada um deles. Não é incomum que as provas nas e das medidas de segurança;
questionem sobre os órgãos. II - contribuir na elaboração de planos na-
cionais de desenvolvimento, sugerindo as
“MACETE”: 3 Conselhos, 2 “Ps” e audiência: metas e prioridades da política criminal e
- 3 Conselhos: CNPCP, Cons. Penitenciário e penitenciária;
Cons. da Comunidade;
III - promover a avaliação periódica do sis-
- 2 “Ps”: Depart. Penitenciário e Patronato) e; tema criminal para a sua adequação às ne-
cessidades do País;
- Audiência: que são os 3 cargos que sempre es- IV - estimular e promover a pesquisa crimi-
tão presentes na audiência - Defensor, Juiz e Pro- nológica;
motor. V - elaborar programa nacional penitenciá-
rio de formação e aperfeiçoamento do ser-
Anotações gerais: vidor;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura
e construção de estabelecimentos penais e
casas de albergados;
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V - determinar:
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CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
Do Ministério Público Do Conselho Penitenciário
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SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos
Penais
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Art. 78. O Patronato público ou particular Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Con-
destina-se a prestar assistência aos alberga- selho da Comunidade composto, no mínimo, por
dos e aos egressos (artigo 26). 1 (um) representante de associação comercial ou
industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção
Comentários: o próprio caput faz referência ao da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defen-
artigo 26, o qual ensina o que é o egresso. Como sor Público indicado pelo Defensor Público Geral
já visto, é o: e 1 (um) assistente social escolhido pela Delega-
cia Seccional do Conselho Nacional de Assisten-
a) liberado definitivo, até um ano após a sua saí- tes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
da; 2010).
b) o liberado condicional, durante o período de
prova. Parágrafo único. Na falta da representação
prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da
Art. 79. Incumbe também ao Patronato: execução a escolha dos integrantes do Conselho.
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II - acusados pela prática de crimes cometi- inciso XLIX, da Constituição Federal (RE 841526/
dos com violência ou grave ameaça à pes- RS). Não haverá responsabilidade civil do Esta-
soa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) do se o Tribunal de origem, com base nas provas
III - acusados pela prática de outros crimes apresentadas, decide que não se comprovou que
ou contravenções diversos dos aponta- a morte do detento foi decorrente da omissão
dos nos incisos I e II. (Incluído pela Lei nº do Poder Público e que o Estado não tinha como
13.167, de 2015) montar vigilância a fim de impedir que o preso
ceifasse sua própria vida. Tendo o acórdão do Tri-
bunal de origem consignado expressamente que
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era ficou comprovada causa impeditiva da atuação
funcionário da Administração da Justiça estatal protetiva do detento, rompeu-se o nexo
Criminal ficará em dependência separa- de causalidade entre a suposta omissão do Po-
da. der Público e o resultado danoso. STJ. 2ª Turma.
REsp 1305259/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Mar-
§ 3º Os presos condenados ficarão separa- ques, julgado em 08/02/2018.
dos de acordo com os seguintes critérios:
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) STF: Considerando que é dever do Estado, im-
posto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade
VI - condenados pela prática de crimes he- previstos no ordenamento jurídico, é de sua res-
diondos ou equiparados; (Incluído pela Lei ponsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da
nº 13.167, de 2015) Constituição, a obrigação de ressarcir os danos,
V - reincidentes condenados pela prática inclusive morais, comprovadamente causados
de crimes cometidos com violência ou gra- aos detentos em decorrência da falta ou insufi-
ve ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº ciência das condições legais de encarceramento.
13.167, de 2015) STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori
Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julga-
VI - primários condenados pela prática de
do em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
crimes cometidos com violência ou gra-
ve ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº
STF: Em caso de inobservância de seu dever es-
13.167, de 2015)
pecífico de proteção previsto no art. 5º, inciso
VII - demais condenados pela prática de ou- XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela mor-
tros crimes ou contravenções em situação te de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel.
diversa das previstas nos incisos I, II e III. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) geral) (Info 819).
Comentários: tem relação com a própria respon- Parágrafo único. O Conselho Nacional de
sabilidade do Estado pela integridade física dos Política Criminal e Penitenciária determinará
presos. Inclusive é o disposto no artigo 5º, XLIX, o limite máximo de capacidade do estabeleci-
da CF: XLIX - é assegurado aos presos o respeito à mento, atendendo a sua natureza e peculiarida-
integridade física e moral. des.
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E quais são esses parâmetros? Assim, sequer é possível falar em regime mais
ou menos gravoso ou estabelecer um sistema de
a) A falta de estabelecimento penal ade- progressão ou regressão da prisão.
quado não autoriza a manutenção do con- STJ. 5ª Turma. RHC 99006-PA, Rel. Min. Jorge
denado em regime prisional mais gravoso; Mussi, julgado em 07/02/2019 (Info 642).
b) Os juízes da execução penal poderão
avaliar os estabelecimentos destinados aos STJ: A inexistência de estabelecimento penal
regimes semiaberto e aberto, para quali- adequado ao regime prisional determinado para
ficação como adequados a tais regimes. o cumprimento da pena não autoriza a conces-
São aceitáveis estabelecimentos que não são imediata do benefício da prisão domiciliar,
se qualifiquem como “colônia agrícola, in- porquanto, nos termos da Súmula Vinculante n
dustrial” (regime semiaberto) ou “casa de 56, é imprescindível que a adoção de tal medida
albergado ou estabelecimento adequado” seja precedida das providências estabelecidas
(regime aberto) (art. 33, §1º, alíneas “b” e no julgamento do RE 641.320/RS, quais sejam:
“c”, do CP);
i) saída antecipada de outro sentenciado
c) Havendo déficit de vagas, deverá deter- no regime com falta de vagas, abrindo-se,
minar-se: assim, vagas para os reeducandos que aca-
baram de progredir;
(i) a saída antecipada de sentenciado no re- ii) a liberdade eletronicamente monitorada
gime com falta de vagas; ao sentenciado que sai antecipadamente
(ii) a liberdade eletronicamente monitora- ou é posto em prisão domiciliar por falta de
da ao sentenciado que sai antecipadamen- vagas; e
te ou é posto em prisão domiciliar por falta iii) cumprimento de penas restritivas de
de vagas; direitos e/ou estudo aos sentenciados em
(iii) o cumprimento de penas restritivas de regime aberto.
direito e/ou estudo ao sentenciado que
progride ao regime aberto; STJ. 3ª Seção. REsp 1710674-MG, Rel. Min. Rey-
d) Até que sejam estruturadas as medidas naldo Soares da Fonseca, julgado em 22/08/2018
alternativas propostas, poderá ser deferida (recurso repetitivo) (Info 632).
a prisão domiciliar ao sentenciado. Fonte: Dizer o direito.
STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gil-
mar Mendes, julgado em 11/5/2016 (reper- Art. 86. As penas privativas de liberdade
cussão geral) (Info 825). aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federati-
va podem ser executadas em outra unidade,
Fonte: Dizer o direito. em estabelecimento local ou da União.
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Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida
em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A
de detenção, em regime semi-aberto, ou aber-
to, salvo necessidade de transferência a regi-
me fechado.
§ 1º - Considera-se:
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Art. 88. O condenado será alojado em cela Comentários: veja o que diz o artigo 37 do CP:
individual que conterá dormitório, aparelho
sanitário e lavatório. Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabe-
lecimento próprio, observando-se os deveres e
Parágrafo único. São requisitos básicos da direitos inerentes à sua condição pessoal, bem
como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
unidade celular: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) salubridade do ambiente pela concor-
rência dos fatores de aeração, insolação e Art. 90. A penitenciária de homens será
condicionamento térmico adequado à exis- construída, em local afastado do centro urba-
tência humana; no, à distância que não restrinja a visitação.
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros
quadrados). Anotações sobre os artigos anteriores:
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(...)
(...)
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Condenado ao regime
Casa do Albergado aberto e pena de limita- Súmula 716-STF: Admite-se a progressão de re-
ção de fim de semana gime de cumprimento da pena ou a aplicação
imediata de regime menos severo nela determi-
nada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória.
Local de realização de
Centro de Observação exames gerais e crimino-
lógicos Jurisprudência-STF: O art. 283 do CPP, que exige
o trânsito em julgado da condenação para que se
inicie o cumprimento da pena, é constitucional,
sendo compatível com o princípio da presunção
Destinado a inimputáveis de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88. As-
Hospital de Custódia
e semi-imputáveis sim, é proibida a chamada “execução provisória
da pena”. Vale ressaltar que é possível que o réu
seja preso antes do trânsito em julgado (antes do
esgotamento de todos os recursos), no entanto,
Destinado aos presos pro- para isso, é necessário que seja proferida uma
Cadeia Pública
visórios decisão judicial individualmente fundamenta-
da, na qual o magistrado demonstre que estão
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a) gestante;
b) maior de 70 anos;
c) pessoa com doença grave ou;
d) pessoa com filho menor, com deficiência física
ou mental.
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II - sair para o trabalho e retornar, nos horá- Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preven-
rios fixados; tiva pela domiciliar quando o agente for: (Reda-
III - não se ausentar da cidade onde reside, ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
sem autorização judicial;
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela
IV - comparecer a Juízo, para informar e jus- Lei nº 12.403, de 2011).
tificar as suas atividades, quando for deter-
minado. II - extremamente debilitado por motivo de
doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
Súmula 493-STJ: É inadmissível a fixação de
III - imprescindível aos cuidados especiais
pena substitutiva (artigo 44 do CP) como condi-
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade
ção especial ao regime aberto.
ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condi- IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº
ções estabelecidas, de ofício, a requerimento 13.257, de 2016)
do Ministério Público, da autoridade adminis-
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos
trativa ou do condenado, desde que as circuns-
de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº
tâncias assim o recomendem. 13.257, de 2016)
VI - homem, caso seja o único responsável
Anotações sobre os artigos anteriores: pelos cuidados do filho de até 12 (doze)
anos de idade incompletos. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts.
318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da
II - condenado acometido de doença gra- aplicação concomitante das medidas alternati-
ve; vas previstas no art. 319 deste Código. (Incluído
III - condenada com filho menor ou defi- pela Lei nº 13.769, de 2018).
ciente físico ou mental;
IV - condenada gestante. Jurisprudência:
Comentários: não confundir com os artigos 318, STJ: Pela literalidade da LEP, somente teria di-
318-A e 318-B do CPP, os quais tratam da prisão reito à prisão domiciliar a pessoa condenada ao
cautelar domiciliar. Confira: regime aberto que se enquadrasse em uma das
hipóteses do art. 117 da LEP. No entanto, em
hipóteses excepcionais, a jurisprudência tem
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STJ: Como regra, o inadimplemento delibera- crime. Após regular tramitação de processo nos
do da pena de multa cumulativamente aplicada juízos competentes, Gerson foi condenado pela
ao sentenciado impede a progressão no regime prática de extorsão mediante sequestro e Gilson,
prisional. Em outras palavras, a pessoa só pode- por cometimento de infração análoga a esse cri-
rá progredir se pagar a pena de multa. Exceção: me.
mesmo sem ter pago, pode ser permitida a pro-
gressão de regime se ficar comprovada a abso- Com relação a essa situação hipotética, julgue o
luta impossibilidade econômica do apenado em próximo item.
quitar a multa, ainda que parceladamente. Se o
juiz autorizar que o condenado pague a pena de Conforme entendimento dos tribunais superio-
multa parceladamente, o apenado poderá pro- res, tendo sido condenado pela prática de crime
gredir de regime, assumindo o compromisso de hediondo, Gerson deverá ser submetido ao exa-
quitar todas as prestações da multa. Caso deixe me criminológico para ter direito à progressão de
de pagar injustificadamente o parcelamento, ha- regime.
verá a regressão de regime. O inadimplemento
injustificado das parcelas da pena de multa au-
toriza a regressão no regime prisional. STF. Ple-
3. MPE-SC (MPE-SC – 2014) A pena privativa de
nário. EP 16 ProgReg-AgR/DF, Rel. Min. Roberto
liberdade será executada em forma progressiva
Barroso, julgado em 1º/7/2016 (Info 832).
com a transferência para regime menos rigoroso,
Fonte: Dizer o direito.
a ser determinada pelo juiz da execução penal,
quando o preso tiver cumprido ao menos um
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
anterior, deverá ser ouvido previamente comportamento carcerário, comprovado pelo
o condenado. boletim de informação penal. Não ocorrendo ne-
nhum incidente de execução, deverá o juiz con-
ceder imediatamente a progressão, por se tratar
Comentários: mais uma vez sendo prestigiado o de direito inquestionável do apenado, não sen-
contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, da CF). do necessário ouvir Ministério Público e Defesa.
(ATENÇÃO PARA AS MUDANÇAS LEGISLATIVAS)
Art. 119. A legislação local poderá estabe-
lecer normas complementares para o cumpri-
mento da pena privativa de liberdade em regime 4. MPE-SC (MPE-SC – 2013) Juiz poderá estabe-
aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal). lecer condições especiais para a concessão de
regime aberto, sem prejuízo das seguintes con-
dições gerais e obrigatórias: permanecer no local
Questões: que for designado, durante o repouso e nos dias
de folga; sair para o trabalho e retornar, nos horá-
1. MPE-SC (MPE-SC – 2019) Nos termos da Lei de rios fixados; não se ausentar da cidade onde re-
Execução Penal, no caso de mulher gestante ou side, sem autorização judicial; comparecer a Juí-
que for mãe ou responsável por crianças, ado- zo, para informar e justificar as suas atividades,
lescentes ou pessoas com deficiência, os requi- quando for determinado.
sitos para progressão de regime são, cumulativa-
mente: não ter cometido crime com violência ou
grave ameaça a pessoa; não ter cometido o cri- Anotações gerais sobre as questões anteriores:
me contra seu filho ou dependente; ter cumpri-
do ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime
anterior; ser primária e ter bom comportamento
carcerário, comprovado pelo diretor do estabele-
cimento; e não ter integrado organização crimi-
nosa.
Gabarito: 1-E, 2-E, 3-E, 4-C.
SEÇÃO III
2. DPU (CESPE – 2015) Gerson, com vinte e um
anos de idade, e Gilson, com dezesseis anos de Das Autorizações de Saída
idade, foram presos em flagrante pela prática de
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SUBSEÇÃO I
Da Permissão de Saída
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Súmula 520-STJ: O benefício de saída temporá- autorização ou revelar baixo grau de aprovei-
ria no âmbito da execução penal é ato jurisdicio- tamento do curso.
nal insuscetível de delegação à autoridade admi-
nistrativa do estabelecimento prisional. Parágrafo único. A recuperação do direi-
to à saída temporária dependerá da absolvição
I - comportamento adequado; no processo penal, do cancelamento da punição
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) disciplinar ou da demonstração do merecimento
da pena, se o condenado for primário, e 1/4 do condenado.
(um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os Comentários: lembre-se: saída temporária é
objetivos da pena. uma das espécies de autorização de saída, ao
lado da permissão de saída.
Art. 124. A autorização será concedida por
prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser
SAÍDA TEMPORÁRIA
renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o
ano.
Regime Regime semiaberto
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz
imporá ao beneficiário as seguintes con-
dições, entre outras que entender com- Sem controle direto,
patíveis com as circunstâncias do caso e a Controle
mas pode monitoração
situação pessoal do condenado: (Incluído
pela Lei nº 12.258, de 2010)
Quem defere Juiz
I - fornecimento do endereço onde reside
a família a ser visitada ou onde poderá ser a) Curso: tempo necessá-
encontrado durante o gozo do benefício; rio
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
b) Demais casos: até 7
II - recolhimento à residência visitada, Duração dias, renovadas outras 4
no período noturno; (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010) vezes, respeitado o inter-
valo de 45 dias entre cada
III - proibição de frequentar bares, casas uma
noturnas e estabelecimentos congêneres.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) a) Visita à família;
b) Curso;
§ 2º Quando se tratar de frequência a cur- Hipóteses
so profissionalizante, de instrução de en- c) Outras atividades que
sino médio ou superior, o tempo de saída concorram para o retorno
será o necessário para o cumprimento das ao convívio social
atividades discentes. (Renumerado do pa-
rágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010) a) Comportamento ade-
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de quado;
saída somente poderão ser concedidas b) Cumprir 1/6 se primário
com prazo mínimo de 45 (quarenta e cin- Requisitos
e ¼ se reincidente;
co) dias de intervalo entre uma e outra.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) c) Compatibilidade com os
objetivos da pena.
Art. 125. O benefício será automaticamen-
te revogado quando o condenado praticar fato
Jurisprudência:
definido como crime doloso, for punido por fal-
ta grave, desatender as condições impostas na
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competentes dos cursos frequentados. Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz pode-
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) rá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de observado o disposto no art. 57, recomeçando a
remição, as horas diárias de trabalho e de contagem a partir da data da infração disciplinar.
estudo serão definidas de forma a se com- (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
patibilizarem. (Redação dada pela Lei nº
12.433, de 2011) Súmula Vinculante 9-STF: O disposto no artigo
127 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal)
Comentários: as diferentes espécies de remição foi recebido pela ordem constitucional vigente,
podem ser cumuladas. e não se lhe aplica o limite temporal previsto no
caput do artigo 58.
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, Súmula 534-STJ: A prática de falta grave inter-
de prosseguir no trabalho ou nos estudos rompe a contagem do prazo para a
continuará a beneficiar-se com a remi- progressão de regime de cumprimento de pena,
ção. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) o qual se reinicia a partir do cometimento dessa
infração.
Comentários: parte da doutrina chama essa re-
mição do §4º de remição ficta, pois, embora não Súmula 535-STJ: A prática de falta grave não in-
tenha trabalhado/estudado, tem o direito. Não terrompe o prazo para fim de comutação de pena
confundir com a remição ficta por inexistência ou indulto.
de oportunidade de trabalho ou estudo, a qual
é afastada pela jurisprudência e será vista logo Art. 128. O tempo remido será computado
adiante. como pena cumprida, para todos os efeitos. (Re-
dação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 5º O tempo a remir em função das horas
de estudo será acrescido de 1/3 (um ter- Art. 129. A autoridade administrativa enca-
ço) no caso de conclusão do ensino fun- minhará mensalmente ao juízo da execução có-
damental, médio ou superior durante o pia do registro de todos os condenados que este-
cumprimento da pena, desde que certifi-
jam trabalhando ou estudando, com informação
cada pelo órgão competente do sistema de
educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de dos dias de trabalho ou das horas de frequência
2011) escolar ou de atividades de ensino de cada um
§ 6º O condenado que cumpre pena em re- deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
gime aberto ou semiaberto e o que usu-
frui liberdade condicional poderão remir, § 1º O condenado autorizado a estudar fora
pela frequência a curso de ensino regu- do estabelecimento penal deverá compro-
lar ou de educação profissional, parte do var mensalmente, por meio de declaração
tempo de execução da pena ou do período da respectiva unidade de ensino, a frequên-
de prova, observado o disposto no inciso I cia e o aproveitamento escolar. (Incluído
do § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.433, de 2011)
12.433, de 2011) § 2º Ao condenado dar-se-á a relação de
seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº
Comentários: o artigo esclarece que o condena- 12.433, de 2011)
do em regime aberto pode remir pelo estudo.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hi- Art. 130. Constitui o crime do artigo 299
póteses de prisão cautelar. (Incluído pela do Código Penal declarar ou atestar falsamente
Lei nº 12.433, de 2011) prestação de serviço para fim de instruir pedido
de remição.
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e
a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de Jurisprudência:
2011)
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STF: Não se admite a remição ficta da pena. realizado antes do início da execução penal, será
Embora o Estado tenha o dever de prover tra- possível a remição da pena porque o delito que
balho aos internos que desejem laborar, re- está sendo agora executado foi praticado antes
conhecer a remição ficta da pena, nesse caso, do trabalho exercido. Não interessa, portanto, se
faria com que todas as pessoas do sistema pri- o trabalho foi realizado antes ou depois do início
sional obtivessem o benefício, fato que causaria da execução penal (início do cumprimento da
substancial mudança na política pública do sis- pena). O que interessa analisar é se o trabalho
tema carcerário, além de invadir a esfera do Po- foi realizado antes ou depois do cometimento do
der Executivo. O instituto da remição exige, ne- crime no qual se quer aproveitar a remição. • Se
cessariamente, a prática de atividade laboral ou o trabalho foi realizado ANTES do crime: não será
educacional. Trata-se de reconhecimento pelo possível a remição na execução penal deste deli-
Estado do direito à diminuição da pena em virtu- to. • Se o trabalho foi realizado APÓS o crime: será
de de trabalho efetuado pelo detento. Não sen- sim possível a remição na execução penal deste
do realizado trabalho, estudo ou leitura, não há delito. STJ. 6ª Turma. HC 420257-RS, Rel. Min. Nefi
que se falar em direito à remição. STF. 1ª Turma. Cordeiro, julgado em 19/04/2018 (Info 625).
HC 124520/RO, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac.
Min. Roberto Barroso, julgado em 29/5/2018 (Info STJ: É possível a remição de pena com base no
904). STJ. 5ª Turma. HC 421425/MG, Rel. Min. Fe- trabalho exercido durante o período em que o
lix Fischer, julgado em 27/02/2018. STJ. 6ª Turma. apenado esteve preso em sua residência (pri-
HC 425155/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado são domiciliar). A fim de evitar uma interpreta-
em 06/03/2018. ção restritiva da norma, impõe-se o reconheci-
mento dos dias trabalhados, ainda que em prisão
STJ: Ficando comprovado que o reeducando domiciliar. Em se tratando de remição da pena é
efetivamente exerceu o trabalho artesanal, ele possível fazer uma interpretação extensiva em
tem direito à remição. A alegação do Ministério prol do preso e da sociedade. STJ. 6ª Turma. AgRg
Público no sentido de que é impossível contro- no REsp 1689353/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Jú-
lar as horas trabalhadas com artesanato não é nior, julgado em 06/02/2018.
um argumento válido. Cabe ao Estado ao Estado
administrar o cumprimento do trabalho no âm- STJ: O reeducando tem direito à remição de
bito carcerário, não sendo razoável imputar ao sua pena pela atividade musical realizada em
sentenciado qualquer tipo de desídia na fiscali- coral. STJ. 6ª Turma.REsp 1666637-ES, Rel. Min.
zação ou controle desse meio. Caso concreto: o Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2017
apenado trabalhou na confecção de tapetes por (Info 613).
98 dias, tendo direito à remição de 32 dias de
pena. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1720785/RO, STF: Segundo o art. 33 da LEP, a jornada diária de
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/05/2018. trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6
horas e, no máximo, 8 horas. Apesar disso, se um
STJ: É possível a remição do tempo de traba- condenado, por determinação da direção do
lho realizado antes do início da execução da presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do
pena, desde que em data posterior à prática que prevê a Lei), este período deverá ser com-
do delito. Ex: Em 2015, João praticou o crime “A”, putado para fins de remição de pena. Como
respondendo o processo em liberdade. Em 2016, esse trabalho do preso foi feito por orientação
João cometeu o crime “B” e, por conta deste se- ou estipulação da direção do presídio, isso gerou
gundo delito, ficou preso por 3 meses. Durante uma legítima expectativa de que ele fosse apro-
esse período, João trabalhou todos os dias na veitado, não sendo possível que seja desprezado,
unidade prisional. Em 2017, João foi absolvido sob pena de ofensa aos princípios da segurança
do delito “B”. Em 2018, João foi condenado pela jurídica e da proteção da confiança. Vale ressal-
prática do crime “A”, recebendo 6 anos de reclu- tar, mais uma vez, o trabalho era cumprido com
são. Iniciou-se a execução penal quanto ao crime essa jornada por conta da determinação do pre-
“A”. João poderá aproveitar o tempo que ficou sídio e não por um ato de insubmissão ou de in-
preso quanto ao crime “B” para ser beneficiado disciplina do preso. STF. 2ª Turma. RHC 136509/
com a remição relativa ao período. Isso porque o MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/4/2017
trabalho em questão foi realizado em momento (Info 860).
posterior (2016) à prática do delito cuja conde-
nação se executa (crime “A” praticado em 2015). STJ: Se o preso, ainda que sem autorização do
Desse modo, ainda que o trabalho tenha sido juízo ou da direção do estabelecimento prisio-
60
#LEGIS
nal, efetivamente trabalhar nos domingos e mana e dias não-úteis? SIM. A remição da pena
feriados, esses dias deverão ser considerados pelo estudo deve ocorrer independentemente
no cálculo da remição da pena. STJ. 5ª Turma. de a atividade estudantil ser desenvolvida em
HC 346948-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon- dia não útil. O art. 126 da Lei 7.210/84 dispõe
seca, julgado em 21/6/2016 (Info 586). que a contagem de tempo para remição da pena
pelo estudo deve ocorrer à razão de 1 dia de pena
STJ: O fato de o estabelecimento penal onde se para cada 12 horas de frequência escolar, não ha-
encontra o detento assegurar acesso a atividades vendo qualquer ressalva sobre a consideração
laborais e à educação formal, não impede que apenas dos dias úteis para realização da referi-
ele obtenha também a remição pela leitura, que da contagem, sendo, inclusive, expressamente
é atividade complementar, mas não subsidiária, mencionada a possibilidade de ensino à distân-
podendo ocorrer concomitantemente, haven- cia. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1487218-DF, Rel.
do compatibilidade de horários. STJ. 5ª Turma. Min. Ericson Maranho (Desembargador convoca-
HC 353689-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em do do TJ/SP), julgado em 5/2/2015 (Info 556).
14/6/2016 (Info 587).
STF: A LEP estabelece que o cálculo da remi-
STJ: Reconhecida falta grave, a perda de até 1/3 ção da pena será efetuado pelos dias trabalha-
do tempo remido (art. 127 da LEP) pode alcan- dos pelo condenado (art. 126, § 1º, II da Lei nº
çar dias de trabalho (ou de estudo) anteriores à 7.210/84), não podendo o Judiciário construir
infração disciplinar e que ainda não tenham sido uma nova forma de cálculo com base nas horas
declarados pelo juízo da execução no cômputo trabalhadas. STF. 2ª Turma. HC 114393/RS, Rel.
da remição. Por outro lado, a perda dos dias re- Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/12/2013 (Info
midos não pode alcançar os dias trabalhados (ou 731).
de estudo) após o cometimento da falta grave.
STJ. 6ª Turma. REsp 1517936-RS, Rel. Min. Maria Fonte: Dizer o direito.
Thereza de Assis Moura, julgado em 1º/10/2015
(Info 571).
Súmula 562-STJ: É possível a remição de parte
STJ: Uma das punições impostas em caso de falta do tempo de execução da pena quando o conde-
grave é a perda de parte dos dias remidos, con- nado, em regime fechado ou semiaberto, desem-
forme previsto no art. 127 da LEP: Art. 127. Em penha atividade laborativa, ainda que extramu-
caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 ros.
(um terço) do tempo remido, observado o dis-
posto no art. 57, recomeçando a contagem a par-
tir da data da infração disciplinar. Quando o art. Anotações sobre os artigos anteriores:
127 fala que o juiz poderá revogar até 1/3 do tem-
po remido, isso significa que o magistrado tem
a possibilidade de, mesmo tendo sido praticada
uma falta grave, deixar de revogar o tempo remi-
do? NÃO. A prática de falta grave impõe a de-
cretação da perda de até 1/3 dos dias remidos,
devendo a expressão “poderá”, contida no art.
127 da LEP, ser interpretada como verdadeiro
PODER-DEVER do magistrado, ficando no juízo
de discricionariedade do julgador apenas a fra-
ção da perda, que terá como limite máximo 1/3
dos dias remidos. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1430097-PR, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
19/3/2015 (Info 559).
STJ: Remição é o direito que possui o condena-
do ou a pessoa presa cautelarmente de reduzir Questões:
o tempo de cumprimento da pena mediante o
abatimento de 1 dia de pena a cada 12 horas de 1. MPE-SC (MPE-SC – 2019) Dispõe a Lei n.
estudo ou de 1 dia de pena a cada 3 dias de traba- 7.210/1984 que o condenado que cumpre a pena
lho. É possível computar a remição pelo estudo em regime fechado ou semiaberto poderá remir,
ainda que as aulas ocorram durante finais de se- por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
execução da pena. A contagem de tempo referida
61
#LEGIS
será feita à razão de: 1 (um) dia de pena a cada 12 A autorização para saída temporária, sem vigi-
(doze) horas de frequência escolar – atividade de lância direta, do estabelecimento prisional, para
ensino fundamental, médio, inclusive profissio- participação em atividades que concorram para
nalizante, ou superior, ou ainda de requalificação o retorno ao convívio social, pode ser obtida por
profissional – divididas, no mínimo, em 3 (três) condenados que cumpram pena em regime fe-
dias; e 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de chado e semiaberto.
trabalho.
62
#LEGIS
os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo úni- Parágrafo único - Para o condenado por crime
co, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público doloso, cometido com violência ou grave amea-
e Conselho Penitenciário. ça à pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de condi-
ções pessoais que façam presumir que o liberado
Comentários: muitíssima atenção ao artigo 83 não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº
do CP, pois sofreu mudanças da Lei 13.964/19. 7.209, de 11.7.1984)
Desse modo, transcrevo o dispositivo, destacan-
do as mudanças: Observe que, apesar de nova organização reali-
zada pelo inciso III, somente foi incluído o item
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento con- “b”, ao que dispunha o texto anterior.
dicional ao condenado a pena privativa de liber-
dade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: No mais, o inciso V, que não sofreu modificações,
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) deve ser lido à luz dos artigos 112, VI, “a” e VIII, da
LEP, que vedam o livramento para condenados
I - cumprida mais de um terço da pena se por crime hediondo ou equiparado com resulta-
o condenado não for reincidente em crime do morte. Além disso, o art. 2º, §9º da Lei de Or-
doloso e tiver bons antecedentes; (Re- ganizações Criminosas, vedou o livramento con-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dicional “se houver elementos probatórios que
II - cumprida mais da metade se o conde- indiquem a manutenção do vínculo associativo”.
nado for reincidente em crime doloso; (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Súmula 441-STJ: A falta grave não interrompe o
III - comprovado: (Redação dada pela Lei prazo para obtenção de livramento condicional.
nº 13.964, de 2019)
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especifi-
a) bom comportamento durante a execu- cará as condições a que fica subordinado o livra-
ção da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) mento.
63
#LEGIS
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#LEGIS
dade, em sentença irrecorrível: (Redação dada tuação, o sujeito perde o tempo cumprido, pois
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) afrontou a boa-fé estatal depositada nele (Ex.:
durante o LC o sujeito comete um roubo). Já na
I - por crime cometido durante a vigência segunda situação ele já respondia por outro cri-
do benefício; (Redação dada pela Lei nº me, e tão somente perdeu o livramento, porque o
7.209, de 11.7.1984) direito se tornou incompatível, contudo não des-
II - por crime anterior, observado o dispos- cumpriu propriamente as condições. Daí a razão
to no art. 84 deste Código. (Redação dada de não perder o tempo cumprido de LC.
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 143. A revogação será decretada a re-
Revogação facultativa querimento do Ministério Público, mediante
representação do Conselho Penitenciário, ou, de
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livra- ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
mento, se o liberado deixar de cumprir qual-
quer das obrigações constantes da sentença, ou Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento
for irrecorrivelmente condenado, por crime ou do Ministério Público, da Defensoria Pública ou
contravenção, a pena que não seja privativa mediante representação do Conselho Peniten-
de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) ciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as
condições especificadas na sentença, devendo
Efeitos da revogação o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por
uma das autoridades ou funcionários indicados
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, obser-
novamente concedido, e, salvo quando a revoga- vado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do
ção resulta de condenação por outro crime ante- mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313,
rior àquele benefício, não se desconta na pena de 2010).
o tempo em que esteve solto o condenado. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Art. 145. Praticada pelo liberado outra in-
Ao passo que o art. 86 do CP traz as hipóteses de fração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão,
revogação obrigatória do livramento condicio- ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério
nal, o 87 traz as de revogação facultativa. Público, suspendendo o curso do livramento
condicional, cuja revogação, entretanto, ficará
Art. 141. Se a revogação for motivada por dependendo da decisão final.
infração penal anterior à vigência do livramen-
to, computar-se-á como tempo de cumprimen- Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento
to da pena o período de prova, sendo permi- do interessado, do Ministério Público ou median-
tida, para a concessão de novo livramento, a te representação do Conselho Penitenciário, jul-
soma do tempo das 2 (duas) penas. gará extinta a pena privativa de liberdade, se
expirar o prazo do livramento sem revogação.
Art. 142. No caso de revogação por outro
motivo, não se computará na pena o tempo Comentários: o que se extrai da conjugação dos
em que esteve solto o liberado, e tampouco se artigos 145 e 146, somado aos artigos 89 e 90 do
concederá, em relação à mesma pena, novo li- Código Penal (Art. 89 - O juiz não poderá declarar
extinta a pena, enquanto não passar em julgado
vramento.
a sentença em processo a que responde o libera-
do, por crime cometido na vigência do livramen-
Comentários: os artigos 141 e 142 dizem que se to. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não
o sujeito tem o livramento condicional revogado, é revogado, considera-se extinta a pena privati-
aquele tempo de livramento não é considerado va de liberdade.) é que, havendo a prática, por
pena cumprida. Contudo, se ele está cumprindo exemplo, de um crime durante o LC, o juiz deve-
o livramento e sobrevém uma condenação de rá, ainda que de ofício, suspender o direito exe-
um crime anterior, não há a perda do tempo de cutivo - lembre-se que a revogação depende de
livramento. A razão disso é que na primeira si- sentença irrecorrível. Ocorre que não tendo havi-
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#LEGIS
Não confundir:
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#LEGIS
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se- Parágrafo único. Nos casos de violência do-
-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, méstica contra a mulher, o juiz poderá determi-
orfanatos e outros estabelecimentos congêne- nar o comparecimento obrigatório do agressor a
res, em programas comunitários ou estatais. (In- programas de recuperação e reeducação. (Incluí-
cluído pela Lei nº 9.714, de 1998) do pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1o serão
atribuídas conforme as aptidões do condenado, Art. 153. O estabelecimento designado en-
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de caminhará, mensalmente, ao Juiz da execução,
tarefa por dia de condenação, fixadas de modo relatório, bem assim comunicará, a qualquer
a não prejudicar a jornada normal de trabalho. tempo, a ausência ou falta disciplinar do con-
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) denado.
SEÇÃO III
Da Limitação de Fim
de Semana
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#LEGIS
SEÇÃO IV
Da Interdição Temporária
de Direitos
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#LEGIS
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo pe- § 1° As condições serão adequadas ao fato e
ríodo de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução à situação pessoal do condenado, devendo
ser incluída entre as mesmas a de prestar
da pena privativa de liberdade, não superior a 2
serviços à comunidade, ou limitação de fim
(dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 de semana, salvo hipótese do artigo 78, §
do Código Penal. 2º, do Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de
Comentários: confira os dispositivos corre- ofício, a requerimento do Ministério Pú-
latos do Código Penal: blico ou mediante proposta do Conselho
Penitenciário, modificar as condições e
Art. 77 - A execução da pena privativa de li- regras estabelecidas na sentença, ouvido o
berdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá condenado.
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
desde que: § 3º A fiscalização do cumprimento das
condições, reguladas nos Estados, Terri-
I - o condenado não seja reincidente tórios e Distrito Federal por normas su-
em crime doloso; pletivas, será atribuída a serviço social
penitenciário, Patronato, Conselho da
II - a culpabilidade, os antecedentes, Comunidade ou instituição beneficiada
a conduta social e personalidade do com a prestação de serviços, inspeciona-
agente, bem como os motivos e as cir- dos pelo Conselho Penitenciário, pelo Mi-
cunstâncias autorizem a concessão do nistério Público, ou ambos, devendo o Juiz
benefício; da execução suprir, por ato, a falta das nor-
III - Não seja indicada ou cabível a subs- mas supletivas.
tituição prevista no art. 44 deste Códi- § 4º O beneficiário, ao comparecer
go. periodicamente à entidade fiscalizadora,
para comprovar a observância das
§ 1º - A condenação anterior a pena condições a que está sujeito, comunicará,
de multa não impede a concessão do também, a sua ocupação e os salários ou
benefício. proventos de que vive.
§ 2º A execução da pena privativa § 5º A entidade fiscalizadora deverá
de liberdade, não superior a quatro comunicar imediatamente ao órgão de
anos, poderá ser suspensa, por qua- inspeção, para os fins legais, qualquer
tro a seis anos, desde que o condena- fato capaz de acarretar a revogação do
do seja maior de setenta anos de ida- benefício, a prorrogação do prazo ou a
de, ou razões de saúde justifiquem a modificação das condições.
suspensão. § 6º Se for permitido ao beneficiário
Como se nota, o §2º traz hipótese de suspen- mudar-se, será feita comunicação ao Juiz
são condicional da pena etária e humanitá- e à entidade fiscalizadora do local da nova
ria. residência, aos quais o primeiro deverá
apresentar-se imediatamente.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença
que aplicar pena privativa de liberdade, na situa- Art. 159. Quando a suspensão condicional
ção determinada no artigo anterior, deverá pro- da pena for concedida por Tribunal, a este caberá
nunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão estabelecer as condições do benefício.
condicional, quer a conceda, quer a denegue.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz es- o Tribunal modificar as condições
estabelecidas na sentença recorrida.
pecificará as condições a que fica sujeito o con-
denado, pelo prazo fixado, começando este a § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão
condicional da pena, poderá, todavia,
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#LEGIS
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou Art. 163. A sentença condenatória será re-
por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não gistrada, com a nota de suspensão em livro espe-
comparecer injustificadamente à audiência ad- cial do Juízo a que couber a execução da pena.
monitória, a suspensão ficará sem efeito e será
executada imediatamente a pena. § 1º Revogada a suspensão ou extinta a
pena, será o fato averbado à margem do
Art. 162. A revogação da suspensão con- registro.
dicional da pena e a prorrogação do período de § 2º O registro e a averbação serão sigilo-
sos, salvo para efeito de informações requi-
73
#LEGIS
Súmula 499-STF: Não obsta à concessão do “sur- Art. 164. Extraída certidão da sentença con-
sis” condenação anterior à pena de multa. denatória com trânsito em julgado, que valerá
como título executivo judicial, o Ministério Pú-
Anotações sobre os artigos anteriores: blico requererá, em autos apartados, a citação
do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias,
pagar o valor da multa ou nomear bens à penho-
ra.
74
#LEGIS
ria de cobrança pela Fazenda Pública. Quem exe- A requerimento do condenado e conforme as cir-
cuta a pena de multa? cunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamen-
to se realize em parcelas mensais.
• Prioritariamente: o Ministério Público, na vara
de execução penal, aplicando-se a LEP. § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-
• Caso o MP se mantenha inerte por mais de 90 se mediante desconto no vencimento ou
dias após ser devidamente intimado: a Fazenda salário do condenado quando:
Pública irá executar, na vara de execuções fiscais,
aplicando-se a Lei nº 6.830/80. STF. Plenário. ADI a) aplicada isoladamente;
3150/DF, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, b) aplicada cumulativamente com pena
julgado em 12 e 13/12/2018 (Info 927). STF. Ple- restritiva de direitos;
nário. AP 470/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, jul- c) concedida a suspensão condicional da
gado em 12 e 13/12/2018 (Info 927). pena.
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#LEGIS
Jurisprudência:
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#LEGIS
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
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#LEGIS
78
#LEGIS
indeterminado, perdurando enquanto não ciado. STJ. 3ª Seção. CC 149.442-RJ, Rel. Min. Joel
for averiguada, mediante perícia médica, Ilan Paciornik, julgado em 09/05/2018 (Info 626).
a cessação de periculosidade. O prazo
mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. STJ: Se o réu estava cumprindo pena privativa de
liberdade pelo crime 1 e, em outra ação penal,
Perícia médica recebeu medida de segurança de internação pela
prática do crime 2, isso não significa que a pena
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao privativa de liberdade que estava sendo executa-
termo do prazo mínimo fixado e deverá da deva ser convertida em medida de segurança.
ser repetida de ano em ano, ou a qualquer Neste caso, após terminar de cumprir a medida
tempo, se o determinar o juiz da execução. de internação, não há óbice que seja determi-
nado o cumprimento da pena privativa da li-
Desinternação ou liberação condicional berdade remanescente. Isso não viola o sistema
vicariante, considerando que este somente proí-
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será be a imposição cumulativa ou sucessiva de pena
sempre condicional devendo ser restabele- e medida de segurança referente a um mesmo
cida a situação anterior se o agente, antes fato. No caso concreto, eram dois fatos distintos.
do decurso de 1 (um) ano, pratica fato in- STJ. 6ª Turma. HC 275635-SP, Rel. Min. Nefi Cor-
dicativo de persistência de sua periculosi- deiro, julgado em 8/3/2016 (Info 579).
dade.
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento STF: Indulto é um ato do Presidente da Repúbli-
ambulatorial, poderá o juiz determinar a ca (art. 84, XII da CF/88), materializado por meio
internação do agente, se essa providência de um Decreto, por meio do qual é extinto o efei-
for necessária para fins curativos. to executório da condenação imposta a alguém.
Em outras palavras, mesmo havendo ainda pena
a ser cumprida, o Estado renuncia ao seu direi-
Substituição da pena por medida de segurança to de punir, sendo uma causa de extinção da
para o semi-imputável punibilidade (art. 107, II, CP). Tradicionalmente,
o indulto é concedido a pessoas que receberam
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. uma pena por terem sido condenadas pela prá-
26 deste Código e necessitando o condenado de tica de infração penal. No entanto, é possível
especial tratamento curativo, a pena privativa de que o indulto seja concedido a pessoas que
liberdade pode ser substituída pela internação, receberam medida de segurança. Sobre o tema,
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo o STF definiu a seguinte tese: “Reveste-se de le-
de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo an- gitimidade jurídica a concessão, pelo Presidente
terior e respectivos §§ 1º a 4º. da República, do benefício constitucional do in-
dulto (CF, art. 84, XII), que traduz expressão do
Direitos do internado poder de graça do Estado, mesmo se se tratar de
indulgência destinada a favorecer pessoa que,
Art. 99 - O internado será recolhido a estabeleci- em razão de sua inimputabilidade ou semi-impu-
mento dotado de características hospitalares e tabilidade, sofre medida de segurança, ainda que
será submetido a tratamento.. de caráter pessoal e detentivo.” STF. Plenário. RE
628658/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4
e 5/11/2015 (Info 806).
Jurisprudência:
STF: Passados quase três anos do recolhimento
STF: É inconstitucional a manutenção em do réu em estabelecimento prisional, o Estado
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico não lhe garantiu o direito de cumprir a medida
– estabelecimento penal – de pessoa com de segurança estabelecida pelo juízo sentencian-
diagnóstico de doença psíquica que teve extin- te. Diante da falta de estabelecimento adequa-
ta a punibilidade. Essa situação configura uma do para internação, o condenado permaneceu
privação de liberdade sem pena. STF. 2ª Turma. custodiado por tempo superior ao que dispos-
HC 151523/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado to pelo juízo sentenciante e não foi submetido
em 27/11/2018 (Info 925). ao tratamento médico determinado no decreto
condenatório. Diante disso, o STF concedeu HC
STJ: Compete à Justiça Estadual a execução de de ofício para determinar que ele seja incluído
medida de segurança imposta a militar licen-
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#LEGIS
Questões:
80
#LEGIS
a) não for encontrado por estar em lugar in- Art. 182. Revogado pela Lei 9.268/96.
certo e não sabido, ou desatender a intima-
ção por edital; Art. 183. Quando, no curso da execução da
b) não comparecer, injustificadamente, à pena privativa de liberdade, sobrevier doen-
entidade ou programa em que deva prestar ça mental ou perturbação da saúde mental, o
serviço; Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Pú-
blico, da Defensoria Pública ou da autoridade ad-
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar
o serviço que lhe foi imposto; ministrativa, poderá determinar a substituição
da pena por medida de segurança. (Redação
d) praticar falta grave; dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
e) sofrer condenação por outro crime à
pena privativa de liberdade, cuja execução Jurisprudência-STJ: Em se tratando de medida
não tenha sido suspensa. de segurança aplicada em substituição à pena
corporal, prevista no art. 183 da Lei de Execução
§ 2º A pena de limitação de fim de semana Penal, sua duração está adstrita ao tempo que
será convertida quando o condenado não resta para o cumprimento da pena privativa
comparecer ao estabelecimento designado de liberdade estabelecida na sentença condena-
para o cumprimento da pena, recusar-se a tória, sob pena de ofensa à coisa julgada. STJ. 6ª
exercer a atividade determinada pelo Juiz
81
#LEGIS
I - o Ministério Público;
II - o Conselho Penitenciário;
III - o sentenciado;
IV - qualquer dos demais órgãos da exe-
cução penal.
a) Defensoria.
b) Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária;
c) Juízo da Execução;
d) Departamentos Penitenciários;
e) Patronato;
f) Conselho da Comunidade;
82
#LEGIS
Gabarito: 1-C.
83
#LEGIS
Comentários: os artigos 188 a 192 tratam do “in- fato criminoso, examinará as provas, mencionará
dulto individual”, também conhecido como gra- qualquer formalidade ou circunstância omitida
ça. Tal instituto está previsto, também no artigo na petição e exporá os antecedentes do conde-
107, II, do CP, e limitado pela Constituição no in- nado e seu procedimento depois de preso, opi-
ciso XLIII, do art. 5º. É, assim como a anistia, uma nando sobre o mérito do pedido.
hipótese de extinção da punibilidade.
Art. 737. Processada no Ministério da Justiça,
No mais, repare que os artigos 734 a 737 do CPP com os documentos e o relatório do Conselho
explicam o trâmite, assim como a LEP: Penitenciário, a petição subirá a despacho do
Art. 734. A graça poderá ser provocada por peti- Presidente da República, a quem serão presentes
ção do condenado, de qualquer pessoa do povo, os autos do processo ou a certidão de qualquer
do Conselho Penitenciário, ou do Ministério Pú- de suas peças, se ele o determinar.
blico, ressalvada, entretanto, ao Presidente da
República, a faculdade de concedê-la esponta- Art. 738. Concedida a graça e junta aos autos có-
neamente. pia do decreto, o juiz declarará extinta a pena ou
penas, ou ajustará a execução aos termos do de-
Art. 735. A petição de graça, acompanhada dos creto, no caso de redução ou comutação de pena.
documentos com que o impetrante a instruir,
será remetida ao ministro da Justiça por intermé-
dio do Conselho Penitenciário. Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado
por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a reque-
Art. 736. O Conselho Penitenciário, à vista dos rimento do interessado, do Ministério Público,
autos do processo, e depois de ouvir o diretor do ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou
estabelecimento penal a que estiver recolhido da autoridade administrativa, providenciará de
o condenado, fará, em relatório, a narração do acordo com o disposto no artigo anterior.
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Classificação
a) Incondicionada: não se exige condição a) Restrito: exige condições pessoais do agente. Ex.: exige
para a sua concessão. primariedade.
b) Condicionada: exige-se condição para b) Irrestrito: quando não exige condições pessoais do agen-
a sua concessão. Ex.: reparação do dano. te.
O réu condenado que foi anistiado, se co- O réu condenado que foi beneficiado por graça ou indulto,
meter novo crime, não será reincidente. se cometer novo crime, será reincidente.
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TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial
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