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INTRODUÇÃO

Classifica-se com muito baixo peso ao nascer os neonatos cujo peso ao nascer é
inferior a 1500 g. Ainda existem poucos estudos sobre esse grupo na literatura, mas
sabe-se que possuem alta morbimortalidade e podem ser responsáveis por 60% dos
óbitos neonatais1.
As crianças nascidas com muito baixo peso e com menos de 37 semanas são
pertencentes a um grupo de risco, podendo ser encontrados sinais de vulnerabilidade. A
correlação entre muito baixo peso ao nascer e prematuridade extrema é alta1 e a
probabilidade do desenvolvimento de sequelas irreversíveis é maior quanto mais baixo
o peso do nascimento2.
Fatores intrauterinos, de nascimento e variáveis durante hospitalização e alta
hospitalar influenciam no crescimento dos nascidos com muito baixo peso, além de
poderem causar efeitos nocivos permanentes na primeira infância, como alterações no
desenvolvimento neurológico3.
Fatores biológicos da mãe somados a fatores socioculturais da família estão
envolvidos no processo do muito baixo peso4. Existem diversos fatores responsáveis
pelo desfecho do muito baixo peso ao nascer e estudos epidemiológicos demonstraram
relação com as condições socioeconômicas, etnia/raça, idade, escolaridade materna,
nascimentos múltiplos, cuidados pré-natais e com comportamentos de risco maternos5.
O objetivo deste trabalho é analisar os fatores associados/predisponentes a
ocorrência de muito baixo peso ao nascer na população de Cuiabá, no período de 2015 a
2019.

METODOLOGIA
Estudo do tipo transversal, no qual foram incluídos os nascidos vivos de
gravidez única residentes no estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil,
entre o período de 2015 a 2019.
A amostra estudada compreendeu 224.956 recém-nascidos vivos. Os dados
foram obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Estado de Mato
Grosso (SINASC-MT), que está na plataforma de Repositório de Dados dos Sistemas de
Informação da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) – uma data
warehouse governamental.
A variável de desfecho foi o muito baixo peso ao nascer (MBPN). O peso ao
nascer foi usado como variável contínua, separada em oito grupos de peso (01g a 100g,
101g a 500g, 501g a 999g, 1.000g a 1.499g, 1.500g a 2.499g, 2.500g a 2.999g, 3.000g a
3.999g e 4.000g e mais) e como variável dicotômica (MBPN e PAN). (definir o que é
muito baixo peso ao nascer – falar que foram excluídos os com baixo peso ao nascer,
diferenciando o MBPN do BPN)
As variáveis independentes relativas à mãe foram: idade materna, escolaridade
(definir), número de consultas de pré-natal (definir),, idade gestacional (definir), e
raça/cor (definir),. As relativas ao neonato foram: ano de nascimento, sexo, apgar, peso
ao nascer e malformação/anomalia.
Os dados fornecidos pelo SINASC-MT foram exportados no formato csv e a
seguir, foram importados para o software Epi Info para que fossem efetuadas as
análises.
A idade gestacional foi fornecida pelo banco de dados com a seguinte
estratificação: menor que 22 semanas, de 22 a 27 semanas, de 28 a 31 semanas, de
32 a 36 semanas, de 37 a 41 semanas e de 42 semanas e mais semanas de gestação.
Já o número de consultas pré-natais, foram divididas em: nenhuma, 1 a 3, 4 a 6 e 7
e mais consultas.
A seguir, foram realizadas as distribuições de frequências absoluta e relativa da
variável de desfecho e das variáveis de exposição, incluindo a quantidade de registros
inválidos (em branco e ignorado) de cada uma delas. Nenhuma das variáveis
apresentaram mais de 10% de dados inválidos, sendo este o número de corte
estabelecido para excluir a variável da análise multivariada.
Foi realizado cruzamento entre as variáveis peso ao nascer e idade gestacional
para identificar a distribuição do peso ao nascer segundo o avanço das semanas
gestacionais. O peso ao nascer ainda foi cruzado com o apgar e malformação/anomalia.
A associação entre a exposição e o efeito foi estimada pelo Odds Ratio (OR) com
intervalo de confiança de 95%.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. J Pediatr (Rio J). 2018 Dec 12. pii: S0021-7557(18)30631-4. doi:


10.1016/j.jped.2018.10.011.
2. Linhares, Maria Beatriz Martins, et al. Prematuridade e muito baixo peso como
fatores de risco ao desenvolvimento da criança. Paidéia (Ribeirão Preto) 10.18 (2000):
60-69.

3. J Pediatr (Rio J). 2016 May-Jun; 92(3):307-13. doi: 10.1016/j.jped.2015.09.006.


Epub 2016 Feb 6.

4. Franceschini, Sylvia do Carmo Castro, et al. Fatores de risco para o baixo peso ao
nascer em gestantes de baixa renda. Revista de Nutrição 16.2 (2003): 171-179.

5. Araújo, Daniele Marano Rocha, Natália de Lima Pereira, and Gilberto Kac.
Ansiedade na gestação, prematuridade e baixo peso ao nascer: uma revisão sistemática
da literatura. Cadernos de Saúde Pública 23 (2007): 747-756.

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