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CONTEÚDO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. A HISTÓRIA E O ADVENTO DA REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA
4. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA
4.1 INSEMINAÇÃO INTRAUTERINA (IIU)
4.2 FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV)
4.3 INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZOIDES (ICIS)
4.4 DOAÇÃO DE ÓVULOS
5. REPRODUÇÃO ASSISTIDA E LEGISLAÇÃO
6. A BIOMEDICINA E A REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. REFERÊNCIAS
ARTIGO ORIGINAL
PAULA, Patrícia Joelma de [1], MAIA, Laís Edmara de Paula [2], NUNES, Maria Helena
Magina [3], FILHO, Marcelo Limborço [4], MARINS, Fernanda Ribeiro [5]
RESUMO
A infertilidade é uma realidade que acomete muitos casais no mundo todo, com dados
estatísticos que demonstram um crescimento desta condição. Entretanto, subsidiada
pelas evoluções tecnológicas e científicas, a Medicina e a Biomedicina vêm
contornando esta situação com a promoção do desenvolvimento de técnicas de
reprodução humana assistida para o tratamento desta patologia. O que para muitos
representa um obstáculo moral e religioso, para outros casais vem representando uma
alternativa para a formação de famílias e para o planejamento familiar que, no mundo
moderno, ganharam novos conceitos e concepções. Mesmo sem uma legislação
específica, o assunto vem sendo amparado pela Constituição Federal e por diversos
decretos. Desta forma, o presente trabalho objetivou abordar a reprodução humana
assistida, identificando suas principais técnicas e destacando a importância da
biomedicina neste processo. Para tanto, adotou-se a revisão bibliográfica como
recurso metodológico. Destaca-se com o estudo que as principais técnicas utilizadas
são: Inseminação Intrauterina (IIU), Fertilização In Vitro (FIV), Injeção
Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICIS) e Doação de óvulos, que vêm garantindo
o alcance de um índice maior de gravidez para mulheres com problemas de fertilidade.
Neste contexto, o biomédico vem desempenhando papéis importantes para que a
aplicação das técnicas se torne exitosas, principalmente em atividades relacionadas à
Andrologia e à Embriologia nos laboratórios.
1. INTRODUÇÃO
Desta forma, esta revisão bibliográfica tem como objetivo principal abordar aspectos
da reprodução humana assistida na atualidade. Para o seu cumprimento, alguns
objetivos específicos foram elencados: identificar as principais técnicas para a
reprodução assistida, destacar o papel e a importância da biomedicina na reprodução
assistida e conhecer a legislação aplicada e pertinente à reprodução assistida.
2. METODOLOGIA
A reprodução assistida foi ensaiada pela primeira vez na idade média, em torno de
1300, quando Le Bom teria realizado tentativas de inseminação artificial em animais.
Em 1790, o médico inglês Jon Hunter obteve êxito com a prática em uma mulher.
Entretanto, só em 1944 foi realizada a primeira fertilização com óvulos humanos,
executada por Rock e Menki. No Brasil, a reprodução humana foi iniciada em 26 de
dezembro de 1947 com a criação da Sociedade Brasileira de Esterilidade (SBE) (SOUZA
e ALVES, 2016).
O processo de concepção, que pode ser natural na maioria dos casos entre casais, tem
se mostrado complexo para alguns. Nestes casos, a ciência tem demonstrado
inovações e criado possibilidades de aumento das chances de reprodução entre casais
com problemas de infertilidade (SILVA, 2016). Dada a relevância da alta prevalência
mundial, atingindo entre 8 a 12% os casais em idade fértil, com uma média global de
9%, podendo chegar até 30% em determinadas populações, como no centro e sul da
Ásia e norte e leste da África, a infertilidade tem sido alvo de investimentos e
pesquisas de suas causas e estratégias intervencionistas de alta complexidade. Quanto
às principais causas de infertilidade, em um estudo realizado com 193 mulheres em
tratamento, os fatores masculino e tubário foram as principais etiologias, contribuindo
com 31,3 e 20,2% dos casos, respectivamente. A idade avançada (12,8%), síndrome do
ovário policístico (11,8%), endometriose (11,1%), esterilidade sem causa aparente
(9,0%), oligo-ovulação (1,1%) e miomatoseuterina (0,5%) também foram considerados
fatores predisponentes (FERREIRA et al. 2017).
Destaca-se nesse processo que o objetivo atual é buscar uma taxa menor de gestações
múltiplas para possibilitar uma maior segurança para os pacientes, uma vez que uma
gestação com múltiplos embriões pode ocasionar riscos para a gestante. Neste
sentido, através do aperfeiçoamento das técnicas e do avanço tecnológico na
medicina, tem-se permitido selecionar embriões com maior probabilidade de gerar
uma gestação de feto único. Em contrapartida, devido ao desgaste físico, econômico e
emocional desse processo, muitos casais ainda buscam a implantação de mais de um
embrião de modo a aumentar a taxa de sucesso da inseminação (REDLARA, 2018).
Neste referido artigo serão exploradas as principais e mais comuns técnicas utilizadas,
sendo elas: Inseminação intrauterina (IIU), Fertilização In Vitro (FIV), Injeção
Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICIS) e Doação de Óvulos.
O tratamento pode ser dividido em três etapas: (1) Estimulação Ovárica – etapa de
grande importância para o sucesso do tratamento IIU, no qual o objetivo é estimular
os ovócitos em no máximo três; (2) Capacitação Espermática – o espermatozóide é
selecionado em laboratório por meio de técnicas de capacitação. O sêmen é colocado
no fundo do tubo de ensaio e encoberto por uma fração de meio de cultura
tamponado. Os melhores espermatozóides se desprendem e nadam para a superfície;
(3) Inseminação – o ginecologista utiliza um espéculo e insere no útero um cateter com
os espermatozóides decorrentes da capacitação.
A IIU não pode ser realizada por mais de três tentativas. Em caso de insucesso, indica-
se outro método para a fertilização in vitro (SOUZA e ALVES, 2016)
A FIV pode ser constituída de duas formas: homóloga e heteróloga, sendo homóloga a
inseminação realizada com material genético dos próprios cônjuges; e a heteróloga a
fecundação utilizando material genético de pelo menos um terceiro indivíduo,
utilizando-se ou não os gametas de um dos cônjuges (RODRIGUES, 2002). Para que se
realize a FIV, é preciso que algumas fases sejam observadas: Indução da ovulação,
monitorização do crescimento folicular, coleta de óvulos, coleta do sêmen,
inseminação in vitro, transferência de embriões para o útero, suporte da fase lútea e
diagnóstico de gestação (WRIGHT et al., 2008; SOUZA e ALVES, 2016).
Reame (2000) destaca a função social que as doadoras. Segundo Weil e colaboradores
(1994), mediante uma pesquisa em um grupo de doadoras de óvulos, descobriram que
metade delas encarava a atitude como um ato de solidariedade feminina, ou seja,
ajudar uma mulher a partir de sua própria capacidade fértil.
Além de muito discutido, ainda há lacunas em alguns pontos determinantes sobre esse
assunto. No Brasil não há uma lei específica para a reprodução humana assistida,
sendo a inovação amparada pela Constituição Federal e por alguns decretos (SOUZA e
ALVES, 2016).
Mais tarde, o mesmo Conselho Federal de Medicina (CFM, 2017), em sua Resolução n.
2.168/17 – que adota as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução
assistida sempre em defesa do aperfeiçoamento das práticas e da observância aos
princípios éticos e bioéticos que ajudam a trazer maior segurança e eficácia a
tratamentos e procedimentos médicos – faz menção sobre o assunto, concedendo as
pessoas sem problemas reprodutivos identificados o direito a explorar as técnicas
acessíveis de reprodução assistida, como o congelamento de gametas, embriões e
tecidos germinativos.
Desta maneira, de acordo com Silva (2016), considerando que a constituição pátria e a
legislação vêm abarcar a cobertura em relação ao planejamento familiar, entendendo-
se que esta obrigatoriedade se estenda ao Estado que da mesma forma que às
instituições privadas, considerando abusiva a exclusão contratual de cobertura de
técnicas de reprodução assistida o que amplia aos planos de saúde a garantia do deste
direito pleno aos cidadãos e do cumprimento à saúde.
Atuação Caracterização
Biópsia Embrionária Este procedimento implica na retirada de uma única célula do embrião
(biópsia) “in vitro”, no seu terceiro dia de desenvolvimento, onde ele se
apresenta com seis a oito células. A biópsia possibilita análise genética,
sem prejudicar o desenvolvimento posterior deste embrião.
De acordo com Corrêa e Loyola (2015), para auxiliar a manipulação das células
reprodutivas e do embrião, há a participação de biólogos e biomédicos que se
vincularam às clínicas de ginecologia e obstetrícia.
A reprodução biológica, que era interrompida pelas ‘infertilidades sem cura’, nos dias
de hoje é realizada por técnicas biomédicas. Um dos exemplos práticos desta assertiva
foi a FIV, exibida na mídia, na literatura, no cinema e na apresentação de publicidade
científica como a revolução da vida do século XX (CORRÊA; LOYOLA, 2015).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil, a Reprodução Humana Assistida vem crescendo, cada vez mais, em sua
proposta que era inicialmente apenas uma promessa tem se transformado em um
tratamento efetivo para solução de problemas de infertilidade de muitos casais.
Apesar de ainda não existir uma legislação única e específica, a Constituição Federal e
algumas resoluções vêm amparando este direito, principalmente por considerar o
novo conceito e modelo de família e planejamento familiar.
É importante destacar que a ciência cada vez mais inovando e abrindo caminhos para
possibilidades penetrarem na vida de milhares de pessoas, mesmo sendo tratamentos
de alto custo e ainda restrito a uma minoria. O biomédico vem desempenhando papéis
importantes para que a aplicação das técnicas em laboratórios de Andrologia e da
Embriologia.
8. REFERÊNCIAS
AVELAR, Ednara Pontes. Responsabilidade civil médica em face das técnicas de reprodução humana
Acadêmico,BeloHorizonte,v.8,n.18,jan./jun.2018.
em: <https://www.biomedicinapadrao.com.br/2010/02/biomedicina-e-reproducao-humana.html>.
CÂMARA, Brunno. Entrevista sobre Reprodução Humana Assistida. Biomedicina Padrão, 20 maio 2016.
CORRÊA, Marillena; LOYOLA, Maria Ângela. Tecnologias de reprodução assistida no Brasil: opções para
CRUZ, Ivelise Fonseca da. Efeitos da reprodução humana assistida. São Paulo: Ed. SRS, 2008.
FERREIRA, ItaloEmannuel Rodrigues; ALVES, Leonardo Teixeira; CARVALHO, Rômulo Rangel Leal de;
ALMEIDA, Daniela Moura Parente Ferrer de. O avanço da genética no contexto da reprodução humana:
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.
MACHADO, Maria Helena. Reprodução humana assistida: aspectos éticos e jurídicos. 6. ed. Curitiba:
Juruá, 2008.
MEDEIROS, Mendell Fernandes de; LIMA, Walber Cunha. Aspectos Bioético-jurídicos da Reprodução
REAME, Nune. Making babies in the 21st century: new strategies, olddilemmas. Women’s Health Issues,
RODRIGUES, Silvio. Novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10-1-2002). 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
SCALQUETTE, Ana Cláudia S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010.
SILVA, Fabiana Guardão. Saúde da mulher: reprodução assistida tem cobertura pelos planos de
<https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI235339,51045-
SOUZA, Karla Keila Pereira Caetano Souza; ALVES, Oslania de Fátima Alves. As principais técnicas de
Reprodução Humana Assistida. Revista Saúde e Ciência em Ação, v.2, n.1, p. 26-37, jan./jul. 2016
WEIL, E.; CORNET, D.; SIBONY, C.; MANDELBAUM, J.; SALAT-BAROUX, J. Psychologicalaspects in
[1]
Graduanda em Biomedicina na Faculdade São Lourenço – UNISEPE.
[2]
Graduanda em Biomedicina na Faculdade São Lourenço – UNISEPE.
[3]
Graduanda em Biomedicina na Faculdade São Lourenço – UNISEPE.
[4]
Biólogo, mestre e doutor em Fisiologia e Farmacologia, Professor da Faculdade São Lourenço –
UNISEPE.
[5]
Fisioterapeuta, mestre e doutora em Fisiologia e Farmacologia, Professora da Faculdade São Lourenço
– UNISEPE.