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06 Demolicoes
06 Demolicoes
da Construção Civil
Introdução
Plano de demolição
A execução da demolição
Riscos e meios de prevenção nos trabalhos de demolição
Índice
1. Introdução ...............................................................................................................................3
2. Plano de demolição ................................................................................................................4
3. A execução da demolição ......................................................................................................6
4. Riscos e meios de prevenção nos trabalhos de demolição ................................................ 20
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Capítulo 6
1. Introdução
Demolição.
A
o contrário do que, em princípio, possa parecer, os trabalhos de demolição
apresentam grandes dificuldades e riscos. De facto, demolir uma construção e, ao
mesmo tempo, garantir a integridade de construções vizinhas e a segurança do
pessoal que executa esse trabalho, implica o permanente domínio do processo de
demolição.
Os acidentes que ocorrem nas demolições em geral resultam de não ter prevalecido em
determinado instante esse domínio e não se ter sabido controlar a massa de construção a
demolir. Por isso, este trabalho requer um grupo de trabalhadores atento, prudente e
disciplinado, que observe as determinações do responsável, encarregado de escolher o
método de demolição mais de acordo com a natureza da construção a demolir.
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2. Plano de demolição
A
ntes de se efectuar uma demolição, deve ser elaborado um plano que estabeleça
uma ordem de trabalhos, tendo em conta a condição de que nenhum desses
trabalhos ponha em risco a segurança dos trabalhadores, das construções vizinhas
e do público que circule nas imediações da zona a demolir. Este plano deverá incluir a
colocação de protecções, colectivas e/ou individuais, a implementar aquando da demolição.
O mesmo técnico terá também de avaliar a resistência e a estabilidade de cada uma das
partes da construção (em especial dos pavimentos), a fim de poder prever o tipo de plano de
demolição a adoptar, sem pôr em risco a segurança dos trabalhadores e as construções
vizinhas. Por vezes, uma construção antiga oculta pormenores com importância durante uma
demolição. A existência de elementos construtivos sustidos através de um equilíbrio feito por
contrapesos, cujo desconhecimento pode dar à demolição uma ordem de derrubamento
errada, pode levar ao desmoronamento prematuro de algumas partes do edifício. As vigas de
madeira apodrecidas nas extremidades podem já não exercer grande parte da sua função
resistente (que, entretanto, foi transferida para paredes, ou outros elementos da estrutura);
contudo, se partirmos do princípio que mantêm intacta essa resistência, podem cometer-se
graves erros no plano de ataque ao edifício.
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Em geral, nas grandes demolições, emprega-se mais que um método de demolição, quando
não todos. É normal que algumas partes da construção sejam demolidas pelo método
manual, utilizando-se métodos mecânicos, ou até mesmo explosivos, para a base.
A decisão sobre o(s) processo(s) a empregar deve pois basear-se num conjunto de factores
que têm que ver com as características da construção a demolir, as construções e o meio
que a rodeiam, a vontade ou não de recuperar o máximo possível dos materiais demolidos, o
tempo disponível para a execução do trabalho, etc.. Só a ponderação de todos estes factores
conduzirá à decisão final, que muitas vezes não é a desejável, mas a mais viável.
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3. A execução da demolição
A
escolha do(s) processo(s) de demolição permite estabelecer um programa de
trabalhos definido por fases e por medidas a tomar, tendo em vista assegurar a
estabilidade dos diversos elementos durante a demolição.
as instalações de energia eléctrica, gás, água, telefones, etc., foram cortadas e que
eventuais reservatórios de água foram esvaziados;
as linhas aéreas de energia eléctrica ou telefones existentes nas imediações da
demolição se encontram sinalizadas e protegidas, de acordo com as indicações das
respectivas entidades exploradoras e no caso de estas acharem que as
circunstâncias o aconselham;
a área da demolição está sinalizada e vedada;
eventuais zonas perigosas para lá da vedação estão protegidas com barreiras.
Em geral, estes pontos sensíveis são cornijas, caleiras, sacadas, varandas, abóbadas, arcos,
etc.. Este escoramento deve efectuar-se da base da construção para cima, e não ao
contrário, e deve utilizar-se a menor quantidade de madeira possível (dado o seu carácter
efémero). As construções vizinhas também devem ser escoradas, no caso de a estabilidade
ficar comprometida.
Sempre que os trabalhadores tiverem de actuar em locais que apresentem riscos de queda,
esses locais devem dispor de protecções colectivas, como guarda-corpos, palas de
protecção etc., ou, tratando-se de aberturas nos pavimentos, estrados de protecção.
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Plataforma de protecção.
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O acesso aos diversos pontos do edifício em demolição deve ser realizado com o maior
cuidado, evitando-se percorrer traves, tectos falsos ou quaisquer elementos de resistência
duvidosa.
Quando for necessário retirar as telhas, folhas de zinco ou placas de fibrocimento de uma
cobertura, há que tomar precauções especiais. Em virtude de serem materiais frágeis, não
devem nunca servir de apoio ao trabalhador. A progressão deve fazer-se ao longo da
cumeeira e desta para a base do telhado, utilizando-se uma escada de apoio. O material da
cobertura deve ser retirado progressivamente e de ambos os lados, de modo a evitar
desequilíbrios.
Trabalhar-se apoiado directamente numa parede estreita (< 0,35 m) pode ser muito perigoso
se a altura ultrapassar os 6 m. A utilização de um arnês de segurança e de um dispositivo
anti-queda (conhecido por JRG) preso a um ou vários elementos da construção que ofereça
boa resistência é uma boa opção preventiva.
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Quanto ao acetileno, os cuidados a verificar com as garrafas são idênticos aos referidos para
o oxigénio; no entanto, devem ser vigiadas todas as eventualidades de fuga, porque a
mistura de acetileno com o ar é explosiva.
Torna-se fundamental a colocação das garrafas em locais onde não possam ser atingidas
(por impactos, fontes de calor, etc.) e as tubagens deverão ser constantemente verificadas.
A demolição mecânica é sempre mais rápida do que os processos manuais. Exige muito
menos mão-de-obra, mas a recuperação dos materiais demolidos é sempre menor. Pode
efectuar-se utilizando vários métodos:
por tracção;
por compressão;
por tesoura hidráulica;
com bola;
com a ajuda de gruas.
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É importante que não haja ninguém na zona passível de ser atingido pela chicotada do cabo
sob tracção, no caso de ruptura deste. Pelas mesmas razões, não deve permitir-se que os
trabalhadores passem por cima de um cabo tenso.
Nos ângulos agressivos da construção deve proteger-se o cabo com pedaços de madeira,
para evitar que ele “serre” a construção a demolir.
A demolição por tracção faz-se por partes isoladas do edifício, até à demolição total.
A demolição por compressão faz-se com pás mecânicas, tractores ou bulldozers que
arremetem de encontro à construção empurrando-a ou fazendo-a desmoronar-se à custa de
pancadas fortes.
Este processo tem como limite o alcance do braço da máquina, isto é, a altura da construção
não deve ser maior do que o comprimento do braço da máquina medido na sua projecção
horizontal. Uma altura superior levaria a que os materiais caíssem em sentido contrário,
atingindo a máquina durante a queda.
L≥H
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Este tipo de demolição exige ainda outras regras de segurança, nomeadamente que:
Nos últimos anos foram desenvolvidos alguns acessórios específicos para aplicação em
escavadoras de rastos ou de rodas, adequados para trabalhos de demolições em altura ou
reciclagem dos materiais das estruturas em demolições. Um dos equipamentos é a tesoura
hidráulica, que oferece capacidades para cortar ou triturar diferentes tipos de materiais em
várias condições de trabalho.
Esta tesoura hidráulica apresenta seis tipos de mandíbulas, de acordo com o tipo de trabalho
a demolir ou reciclar: corte de ferro, corte de betão, corte misto de betão e estruturas
metálicas, corte de silos metálicos e trituração de betão. Os diferentes tipos de mandíbulas
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podem ser mudados na obra, pois, devido ao sistema de engate rápido, esta mudança é
realizada facilmente.
É de notar ainda que, neste tipo de demolições, não deve ser utilizada uma grua-torre, uma
vez que o seu braço é permanentemente horizontal e o movimento pendular a dar à esfera
pode comprometer a estabilidade.
Este método, mesmo quando executado com gruas apropriadas, restringe sempre a
actuação do manobrador e conduz a desmoronamentos imprevisíveis, só devendo empregar-
se quando não há construções vizinhas susceptíveis de serem atingidas. Por outro lado, dá
origem a uma difícil desobstrução de entulho, uma vez que os desmoronamentos não
obedecem a nenhuma ordem precisa e misturam todos os materiais.
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As gruas podem ter um papel importante numa demolição, devendo, contudo, limitar-se ao
levantamento e à deslocação das partes já demolidas, uma vez que a sua estabilidade é
incompatível com os esforços de tracção, compressão e pendulares que são pedidos às
máquinas durante uma demolição.
Façamos ainda uma referência ao caso especial das alvenarias muito compactas, ou de
grandes peças de betão, onde se pode utilizar um quebra-rochas hidráulico ou pneumático
montado na extremidade do braço de uma pá ou escavadora mecânica, como mostra a
figura a seguir.
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A demolição por expansão consiste em fazer rebentar as alvenarias e os betões pela criação
de uma fonte de energia súbita e violenta.
Uma variante deste rebentador é o “roc-jack”, que acciona dois pistões de um cilindro com
uma bomba a óleo.
A darda é outro exemplo deste tipo de rebentador, como se ilustra na figura abaixo.
Darda.
Estes rebentadores têm a vantagem de poderem ser utilizados em qualquer lugar, sem ruído,
vibrações, poeiras, nem projecção violenta de materiais.
O rebentador carbónico consiste em um cilindro introduzido num orifício, mas este cheio de
gás carbónico liquefeito e com uma das extremidades fechada por uma membrana de aço.
Na outra extremidade há uma cápsula que, ao ser aquecida, provoca a expansão violenta do
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gás dentro do tubo, a ruptura da membrana de aço e a fragmentação dos materiais onde o
cilindro foi colocado.
3.2.3.4. Explosivos
Nas obras de demolição, o seu emprego é reservado aos casos em que a situação permita
recorrer a eles sem pôr em risco construções vizinhas ou pessoas.
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O detonador é um elemento que permite detonar explosivos. Pode ser simples, também
conhecido por fulminante ou eléctrico.
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A dinamite é o explosivo mais utilizado nas demolições, sendo constituído principalmente por
nitroglicerina.
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O
s riscos mais frequentes nos trabalhos de demolição estão relacionados,
fundamentalmente, com:
queda de pessoas;
desmoronamento descontrolado e queda de materiais;
utilização do material de demolição;
transporte de cargas.
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Durante o carregamento de um camião com produtos de uma demolição, deve ser interdita a
aproximação de pessoas alheias ao trabalho; a carga deve ser devidamente acondicionada
e, quando ultrapassar o contorno exterior do veículo, convenientemente amarrada.
As botas com palmilha e biqueira de aço (que impedem a perfuração e o esmagamento dos
pés), as luvas de protecção (que diminuem os riscos de picadas, cortes, esfoladelas das
mãos), o arnês de segurança (que evita as quedas em altura), as máscaras para poeiras
(que protegem as vias respiratórias das poeiras libertadas aquando da demolição) e o
capacete rígido (que protege a cabeça contra as quedas de objectos e choques) são
exemplos de equipamentos indispensáveis para a execução de uma demolição em
segurança.
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