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Aulas II/III

Aulas II/III
Democracia
Conceitos Sociais

História e Humanidades com Débora Aladim 1


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Aulas II/III

1- (ENEM 2010) 2- (ENEM 2010)

A política foi, inicialmente, a arte de impedir as A chegada da televisão


pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito.
Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as A caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e
pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada libera suas cabeças falantes, astros, novelas,
entendem. noticiários e as fabulosas, irresistíveis garotas-
propaganda, versões modernizadas do tradicional
VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania ativa. homem-sanduíche.
São Paulo: Ática, 1996.

SEVCENKO, N. (Org). História da Vida Privada no Brasil 3. República:


Nessa definição, o autor entende que a história da da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
política está dividida em dois momentos principais:
um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, A TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares
e um segundo, caracterizado por uma democracia brasileiros provocando mudanças consideráveis nos
incompleta. hábitos da população. Certos episódios da história
brasileira revelaram que a TV, especialmente como
Considerando o texto, qual é o elemento comum a espaço de ação da imprensa, tornou-se também
esses dois momentos da história política? veículo de utilidade pública, a favor da democracia,
na medida em que
a) A distribuição equilibrada do poder.
a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritários
b) O impedimento da participação popular. durante o governo Vargas.

c) O controle das decisões por uma minoria. b) revelou para o país casos de corrupção na esfera
política de vários governos.
d) A valorização das opiniões mais competentes.
c) maquiou indicadores sociais negativos durante as
e) A sistematização dos processos decisórios décadas de 1970 e 1980.

d) apoiou, no governo Castelo Branco, as iniciativas


de fechamento do parlamento.

e) corroborou a construção de obras faraônicas


durante os governos militares.


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3 - (ENEM 2010)


Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.”

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo

a) impedir a contratação de familiares para o serviço público.

b) reduzir a ação das instituições constitucionais.

c) combater a distribuição equilibrada de poder.

d) evitar a escolha de governantes autoritários.

e) restringir a atuação do Parlamento.

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4- (ENEM 2011) 5- (ENEM 2011)

Embora o Brasil seja signatário das convenções e TEXTO I


tratados internacionais contra a tortura e tenha
incorporado em seu ordenamento jurídico uma lei A ação democrática consiste em todos tomarem
tipificando o crime, ele continua a ocorrer em larga parte do processo decisório sobre aquilo que terá
escala. Mesmo que a lei que tipifica a tortura esteja consequência na vida de toda coletividade.
vigente desde 1997, até o ano 2000 não se conhece
GALLO, S. etal. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas:
nenhum caso de condenação de torturadores
Papirus, 1997 (adaptado).
julgado em última instância, embora tenham sido
registrados nesse período centenas de casos, além TEXTO II
de numerosos outros presumíveis mas não
registrados. É necessário que haja liberdade de expressão,
fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso
Disponível em: http://www.dhnet.org.br. Acesso em: 16 jun 2010
por parte da população às informações trazidas a
(adaptado).
público pela imprensa.
O texto destaca a questão da tortura no país,
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso
apontando que em: 24 abr. 2010.

a) a justiça brasileira, por meio de tratados e leis, tem Partindo da perspectiva de democracia apresentada
conseguido inibir e, inclusive, extinguir a prática da no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com
tortura. o Texto II, assumem um papel relevante na
sociedade por
b) a existência da lei não basta como garantia de
justiça para as vítimas e testemunhas dos casos de a) orientarem os cidadãos na compra dos bens
tortura. necessários à sua sobrevivência e bem-estar.

c) as denúncias anônimas dificultam a ação da b) fornecerem informações que fomentam o debate


justiça, impedindo que torturadores sejam político na esfera pública.
reconhecidos e identificados pelo crime cometido.
c) apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos
d) a falta de registro da tortura por parte das fatos.
autoridades policiais, em razão do desconhecimento
da tortura como crime, legitima a impunidade. d) propiciarem o entretenimento, aspecto relevante
para conscientização política.
e) a justiça tem esbarrado na precária existência de
jurisprudência a respeito da tortura, o que a impede e) promoverem a unidade cultural, por meio das
de atuar nesses casos.
 transmissões esportivas.


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6- (ENEM 2012)

TEXTO I

O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade através da violência.
Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está presente em todos os redutos — seja nas áreas
abandonadas pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro não é mais violento do que outros
povos, mas a fragilidade do exercício e do reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários
territórios do país se impõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam suas raízes.

Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010.

TEXTO II

Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem um controle muito
específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível sem que as pessoas anteponham
limitações umas às outras, e todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de
um ou outro tipo.

ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do Texto I
acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira expressa a

a) incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença de aparatos de controle


policial.

b) manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis e atos
administrativos.

c) inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas migratórias nas grandes cidades
brasileiras.

d) dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social compatíveis com
valores democráticos.

e) incapacidade das instituições político-legislativas em formular mecanismos de controle social específicos à


realidade social brasileira.

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7- (ENEM 2012)

Na regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da
educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo,
quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos
consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas
pública e privada — em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-político de uma cultura
majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo
dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode
eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.

HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002.

A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas
democracias contemporâneas, na medida em que se alcança

a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração
espacial, num tipo de independência nacional.

b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas,


confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional.

c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se


submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento.

d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições
de suas origens em nome da harmonia da política nacional.

e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de


comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada.


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8- (ENEM 2012 PPL) d) Autonomia legislativa.

No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam e) Imunidade parlamentar.


de uma convenção entre cidadãos, definida pelo
confronto de suas opiniões em um verdadeiro
espaço público, a ágora, confronto esse que
concedia a essas convenções a qualidade de 10- (ENEM 2013 PPL)
instituições públicas.
Há dois pilares para a concepção multilateral de
MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: justiça: a ideia de que a relação entre Estados é
vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São baseada na igualdade jurídica e a noção de que a
Paulo: Annablume, 2010.
Carta da ONU deveria promover os direitos humanos
e o progresso social. Do primeiro pilar derivam as
No texto, está relatado um exemplo de exercício da
normas de não intervenção, de respeito à
cidadania associado ao seguinte modelo de prática
integridade territorial e de não ingerência. São as
democrática:
normas que garantem as condições dos processos
a) Direta. deliberativos justos entre iguais.

FONSECA JR., G. Justiça e direitos humanos. In: NASSER, R. (Org.).


b) Sindical. Novas perspectivas sobre os conflitos internacionais. São Paulo:
Unesp, 2010 (adaptado).
c) Socialista.
Nessa concepção de justiça, o cumprimento das
d) Corporativista. normas jurídicas mencionadas é a condição
indispensável para a efetivação do seguinte aspecto
e) Representativa. político:

a) Voto censitário.

9- (ENEM 2013) b) Sufrágio universal.

Rua Preciados, seis da tarde. Ao longe, a massa c) Soberania nacional.


humana que abarrota a Praça Puertal Del Sol, em
Madri, se levanta. Um grupo de garotas, ao ver a d) Nacionalismo separatista.
cena, corre em direção à multidão. Milhares de
pessoas fazem ressoar o Slogan: “Que não, que não, e) Governo presidencialista.

que não nos representem”. Um garoto fala pelo
megafone: “Demandamos submeter a referendo o
resgate bancário”.

Rodriguez. O. Puerta Del Sol, o grande alto-falante. Brasil de Fato.


São Paulo, 26 maio-1 jun. 2011 (adaptado).

Em 2011, o acampamento dos indignados espanhóis


expressou todo o descontamento político da
juventude europeia. Que proposta sintetiza o
conjunto de reivindicações políticas destes jovens?

a) Voto universal.

b) Democracia direta.

c) Pluralidade partidária.

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11- (ENEM 2014)

PAIVA, M. Disponível em: www.redes.unb.br. Acesso em: 25 maio 2014

A discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição de 1988, faz referência ao
seguinte conjunto de direitos:

a) Civis, como o direito à vida, à liberdade de expressão e à propriedade.

b) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância.

c) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável.

d) Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressão religiosa.

e) Políticos, como o direito de votar e ser votado, à soberania popular e à participação democrática.

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12- (ENEM 2014 PPL) 13- (ENEM 2014 PPL)

No sistema democrático de Schumpeter, os únicos TEXTO I


participantes plenos são os membros de elites
políticas em partidos e em instituições públicas. O Deputado (definição do século XVIII):
papel dos cidadãos ordinários é não apenas
altamente limitado, mas frequentemente retratado Substant. Aquele a quem se deu alguma comissão
como uma intrusão indesejada no funcionamento de jurisdição, ou conhecimento. Mandado da parte
tranquilo do processo "público" de tomada de de alguma República, ou soberano. O que tem
decisões. comissão do ministro próprio.

HELD, D. Modelos de democracia. Belo Horizonte: Paideia, 1987 SILVA, & M. Diccionario da lingua portugueza. Lisboa: Officina de
Simão Thaddeo Ferreira, 1789 (adaptado).

O modelo de sistema democrático apresentado pelo


TEXTO II
texto pressupõe a

Deputado (definição do século XXI):


a) consolidação da racionalidade comunicativa.

[...]
b) adoção dos institutos do plebiscito e do
referendo.
4. Aquele que representa os interesses de outrem em
reuniões e decisões oficiais.
c) condução de debates entre cidadãos iguais e o
Estado.
5. Aquele que é eleito para legislar e representar os
interesses dos cidadãos.
d) substituição da dinâmica representativa pela
cívico-participativa.
6. Aquele que é comissionado para tratar dos
negócios alheios.
e) deliberação dos líderes políticos com restrição da
participação das massas. AULETE, C. Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa.
São Paulo: Lexikon. 2010 (adaptado).

A mudança mais significativa no sentido da palavra


“deputado”, entre o século XVIII e os dias de hoje,
dá-se pelo(a)

a) aumento na importância como representação


política dos cidadãos.

b) crescente participação dos funcionários no poder


do Estado.

c) incentivo à intermediação dos interesses de


particulares.

d) criação de diversas pequenas cidades-repúblicas.

e) diminuição do poder das assembleias.


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14- (ENEM 2014 PPL) 15- (ENEM 2015)

A justiça é a primeira virtude das instituições sociais, Em sociedade de origens tão nitidamente
como a verdade o é dos sistemas de pensamento. personalistas como a nossa, é compreensível que os
Cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes
justiça que nem mesmo o bem-estar da sociedade e até exclusivos de qualquer tendência para a
como um todo pode ignorar. Por essa razão, a justiça cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham
nega que a perda de liberdade de alguns se sido quase sempre os mais decisivos. As agregações
justifique por um bem maior partilhado por todos. e relações pessoais, embora por vezes precárias, e,
de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias,
HAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2000 entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente
(adaptado).
e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter
sido por essa época, uma acentuação singularmente
O filósofo afirma que a ideia de justiça atua como um
enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma
importante fundamento da organização social e
estagnação ou antes uma atrofia correspondente das
aponta como seu elemento de ação e funcionamento
qualidades ordenadoras, disciplinadoras,
o
racionalizadoras.

a) povo. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1995.

b) Estado. Um traço formador da vida pública brasileira


expressa-se, segundo a análise do historiador, na
c) governo.
a) rigidez das normas jurídicas.
d) indivíduo.
b) prevalência dos interesses privados.
e) magistrado.
c) solidez da organização institucional.

d) legitimidade das ações burocráticas.

e) estabilidade das estruturas políticas.


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16- (ENEM 2015 PPL) 17- (ENEM 2016)

Em 1881, a Câmara dos Deputados aprovou uma A democracia deliberativa afirma que as partes do
reforma na lei eleitoral brasileira, a fim de introduzir o Conflito político devem deliberar entre si e, por meio
voto direto. A grande novidade, porém, ficou por de argumentação razoável, tentar chegar a um
conta da exigência de que os eleitores soubessem acordo sobre as políticas que seja satisfatório para
ler e escrever. As consequências logo se refletiram todos. A democracia ativista desconfia das
nas estatísticas. Em 1872, havia mais de 1 milhão de exortações à deliberação por acreditar que, no
votantes, já em 1886, pouco mais de 100 mil mundo real da política, onde as desigualdades
cidadãos participaram das eleições parlamentares. estruturais influenciam procedimentos e resultados,
Houve um corte de quase 90 por cento do processos democráticos que parecem cumprir as
eleitorado. normas de deliberação geralmente tendem a
beneficiar os agentes mais poderosos. Ela
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de recomenda, portanto, que aqueles que se
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
preocupam com a promoção de mais justiça devem
Nas últimas décadas do século XIX, o Império do realizar principalmente a atividade de oposição
Brasil passou por transformações como as descritas, crítica, em vez de tentar chegar a um acordo com
que representaram a quem sustenta estruturas de poder existentes ou
delas se beneficia.
a) ascensão dos "homens bons".
YOUNG, I. M. Desafios ativistas à democracia deliberativa Revista
Brasileira de Ciência Política, n. 13, jan-abr. 2014.
b) restrição dos direitos políticos.
As concepções de democracia deliberativa e de
c) superação dos currais eleitorais. democracia ativista apresentadas no texto tratam
como imprescindíveis, respectivamente,
d) afirmação do eleitorado monarquista.
a) a decisão da maioria e a uniformização de direitos.
e) ampliação da representação popular.
b) a organização de eleições e o movimento
anarquista.

c) a obtenção do consenso e a mobilização das


minorias.

d) a fragmentação da participação e a desobediência


civil.

e) a imposição de resistência e o monitoramento da


liberdade.


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18- (ENEM 2016 PPL) 19- (ENEM 2017)

O processo de justiça é um processo ora de O conceito de democracia, no pensamento de


diversificação do diverso, ora de unificação do Habermas, é construído a partir de uma dimensão
idêntico. A igualdade entre todos os seres humanos procedimental, calcada no discurso e na deliberação.
em relação aos direitos fundamentais é o resultado A legitimidade democrática exige que o processo de
de um processo de gradual eliminação de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma
discriminações e, portanto, de unificação daquilo ampla discussão pública, para somente então decidir.
que ia sendo reconhecido como idêntico: uma Assim, o caráter deliberativo corresponde a um
natureza comum do homem acima de qualquer processo coletivo de ponderação e análise,
diferença de sexo, raça, religião etc. permeado pelo discurso, que antecede a decisão.

BOBBIO, N. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia
clássicos. Rio de Janeiro:Campus, 2000. deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).

De acordo com o texto, a construção de uma O conceito de democracia proposto por Jürgen
sociedade democrática fundamenta-se em: Habermas pode favorecer processos de inclusão
social. De acordo com o texto, é uma condição para
a) A norma estabelecida pela disciplina social. que isso aconteça o(a)

b) A pertença dos indivíduos à mesma categoria. a) participação direta periódica do cidadão.

c) A ausência de constrangimentos de ordem b) debate livre e racional entre cidadãos e Estado.


pública.
c) interlocução entre os poderes governamentais.
d) A debilitação das esperanças na condição
humana. d) eleição de lideranças políticas com mandatos
temporários.
e) A garantia da segurança das pessoas e valores
Sociais. e) controle do poder político por cidadãos mais
esclarecidos.


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20- (ENEM 2017 PPL) 22- (ENEM 2017 PPL)

Os direitos civis, surgidos na luta contra o TEXTO I


Absolutismo real, ao se inscreverem nas primeiras
constituições modernas, aparecem como se fossem A Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Justiça
conquistas definitivas de toda a humanidade. Por (CNJ) passou a disciplinar o exercício do nepotismo
isso, ainda hoje invocamos esses velhos “direitos cruzado, isto é, a troca de parentes entre agentes
naturais” nas batalhas contra os regimes autoritários para que tais parentes sejam contratados
que subsistem. diretamente, sem concurso. Exemplificando: o
desembargador A nomeia como assessor o filho do
QUIRINO, C. G.; MONTES, M. L.Constituições. São Paulo: Ática, desembargador B que, em contrapartida, nomeia o
1992 (adaptado).
filho deste como seu assessor.

O conjunto de direitos ao qual o texto se refere inclui COSTA, W. S. Do nepotismo cruzado: características e pressupostos.
Jusnavigandi, n. 950, 8 fev. 2006.
a) voto secreto e candidatura em eleições.
TEXTO II
b) moradia digna e vagas em universidade.
No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente
c) previdência social e saúde de qualidade. tivemos um sistema administrativo e um corpo de
funcionários puramente dedicados a interesses
d) igualdade jurídica e liberdade de expressão. objetivos e fundados nesses interesses.

e) filiação partidária e participação em sindicatos. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio,
1993.

A administração pública no Brasil possui raízes


21- (ENEM 2017 PPL) históricas marcadas pela

O povo que exerce o poder não é sempre o mesmo a) valorização do mérito individual.
povo sobre quem o poder é exercido, e o falado self-
government [autogoverno] não é o governo de cada b) punição dos desvios de conduta.
qual por si mesmo, mas o de cada qual por todo o
resto. Ademais, a vontade do povo significa c) distinção entre o público e o privado.
praticamente a vontade da mais numerosa e ativa
d) prevalência das vontades particulares.
parte do povo — a maioria, ou aqueles que logram
êxito em se fazerem aceitar como a maioria.
e) obediência a um ordenamento impessoal.
MILL, J. S. Sobre a liberdade. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).

No que tange à participação popular no governo, a


origem da preocupação enunciada no texto
encontra-se na

a) conquista do sufrágio universal.

b) criação do regime parlamentarista.

c) institucionalização do voto feminino.

d) decadência das monarquias hereditárias.

e) consolidação da democracia representativa.


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23- (ENEM 2017 PPL) 24- (ENEM 2012)

Em um governo que deriva sua legitimidade de É verdade que nas democracias o povo parece fazer
eleições livres e regulares, a ativação de uma o que quer; mas a liberdade política não consiste
corrente comunicativa entre a sociedade política e a nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que
civil é essencial e constitutiva, não apenas inevitável. é independência e o que é liberdade. A liberdade é
As múltiplas fontes de informação e as variadas o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um
formas de comunicação e influência que os cidadãos cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não
ativam através da mídia, movimentos sociais e teria mais liberdade, porque os outros também
partidos políticos dão o tom da representação em teriam tal poder.
uma sociedade democrática.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova
URBINATI, N. O que torna a representação democrática? Lua Nova, Cultural, 1997 (adaptado).
n. 67, 2006.
A característica de democracia ressaltada por
Esse papel exercido pelos meios de comunicação Montesquieu diz respeito
favorece uma transformação democrática em função
do(a) a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao
tomar as decisões por si mesmo.
a) limitação dos gastos públicos.
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à
b) interesse de grupos corporativos. conformidade às leis.

c) dissolução de conflitos ideológicos. c) à possibilidade de o cidadão participar no poder


e, nesse caso, livre da submissão às leis.
d) fortalecimento da participação popular.
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que
d) autonomia dos órgãos governamentais. é proibido, desde que ciente das consequências.

e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de


acordo com seus valores pessoais.


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25- (ENEM 2013) 26- (ENEM 2013 PPL)

Para que não haja abuso, é preciso organizar as Fronteira. Condição antidemocrática de existência
coisas de maneira que o poder seja contido pelo das democracias, distinguindo os cidadãos dos
poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou estrangeiros, afirma que não pode haver democracia
o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do sem território. Em princípio, portanto, nada de
povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o democracia sem fronteiras. E, no entanto, as
de executar as resoluções públicas e o de julgar os fronteiras perdem o sentido no que diz respeito às
crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, mercadorias, aos capitais, aos homens e às
criam-se os poderes Legislativo, Executivo e informações que as atravessam. As nações não
Judiciário, atuando de forma independente para a podem mais ser definidas por fronteiras rígidas. Será
efetivação da liberdade, sendo que esta não existe necessário aprender a construir nações sem
se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos f ro n t e i r a s , a u t o r i z a n d o a f i l i a ç ã o a v á r i a s
poderes concomitantemente. comunidades, o direito de voto múltiplo, a
multilealdade.
MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo Abril Cultural,
1979 (adaptado). ATTALI, J. Dicionário do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001
(adaptado).
A divisão e a independência entre os poderes são
condições necessárias para que possa haver No texto, a análise da relação entre democracia,
liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas cidadania e fronteira apresenta sob uma perspectiva
sob um modelo político em que haja crítica a necessidade de

a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e a) reestruturação efetiva do Estado-nação.


políticas.
b) liberalização controlada dos mercados.
b) consagração do poder político pela autoridade
religiosa. c) contestação popular do voto censitário.

c) concentração do poder nas mãos de elites técnico- d) garantia jurídica da lealdade nacional.
científicas.
e) afirmação constitucional dos territórios

d) estabelecimento de limites aos atores públicos e
às instituições do governo.

e) reunião das funções de legislar, julgar e executar


nas mãos de um governante eleito.

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27- (ENEM 2014) 28- (ENEM 2014)

Compreende-se assim o alcance de uma TEXTO I


reivindicação que surge desde o nascimento da
cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao Olhamos o homem alheio às atividades públicas não
escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes como alguém que cuida apenas de seus próprios
permanência e fixidez. As leis tornam-se bem interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos
comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a atenienses, decidimos as questões públicas por nós
todos da mesma maneira. mesmos na crença de que não é o debate que é
empecilho à ação, e sim o fato de não se estar
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da
Bertrand Brasil, 1992 (adaptado).
ação.

Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987
antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, (adaptado).
buscava garantir o seguinte princípio:
TEXTO II
a) Isonomia — igualdade de tratamento aos
cidadãos. Um cidadão integral pode ser definido nada menos
que pelo direito de administrar justiça e exercer
b) Transparência — acesso às informações funções públicas; algumas destas, todavia, são
governamentais. limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo
que não podem de forma alguma ser exercidas duas
c) Tripartição — separação entre os poderes políticos vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo
estatais. depois de certos intervalos de tempo prefixados.

d) Equiparação — igualdade de gênero na ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.


participação política.
Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no
e) Elegibilidade — permissão para candidatura aos século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV
cargos públicos. a.C.), a cidadania era definida pelo(a):

a) prestígio social.

b) acúmulo de riqueza.

c) participação política.

d) local de nascimento.

e) grupo de parentesco.


História e Humanidades com Débora Aladim 16


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Aulas II/III

29- (ENEM 2014 PPL) 30- (ENEM 2016 PPL)

Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de
independentes, ninguém pode ser expulso de sua ameaçar os que nela não se incluem. Atribuir-lhe a
propriedade e submetido ao poder político de ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e
outrem sem dar consentimento. A maneira única em estruturas da sociedade que busca viver
virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à diferentemente do que se considera viver na favela.
liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade Alguns oficiantes do direito, ao defenderem ou
civil consiste em concordar com outras pessoas em acusarem réus moradores de favelas, usam em seus
juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com discursos representações previamente formuladas
segurança, conforto e paz umas com as outras, pela sociedade e incorporadas nesse campo
gozando garantidamente das propriedades que profissional. Suas falas se fundamentam mas
tiverem e desfrutando de maior proteção contra representações inventadas a respeito da favela e que
quem quer que não faça parte dela. acabam por marcar a identidade dos indivíduos que
nela residem.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores.
São Paulo: Nova Cultural, 1978 RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a
representação da categoria favelado no tribunal do júri da cidade do
Segundo a Teoria da Formação, de John Locke, para Rio de Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.). Um século de
favela. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1998.
viver em sociedade, cada cidadão deve

a) manter a liberdade do estado de natureza, direito O estigma apontado no texto tem como
inalienável. consequência o(a)

b) abrir mão de seus direitos individuais em prol do a) aumento da impunidade criminal.


bem comum.
b) enfraquecimento dos direitos civis.
c) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao
c) distorção na representação política.
poder do mais forte.

d) crescimento dos índices de Criminalidade.


d) concordar com as normas estabelecidas para a
vida em sociedade.
e) ineficiência das medidas Socioeducativas.


e) renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à


sua independência.

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Aulas II/III

31- (ENEM 2017 PPL) 32- (ENEM 2017 PPL)

A política de pacificação não resolve todos os O dicionário da Real Academia Espanhola não usa a
problemas da favela carioca, ela é apenas um terminologia de Estado, nação e língua no sentido
primeiro e indispensável passo para que seus moderno. Antes de sua edição de 1884, a palavra
moradores sejam tratados como cidadãos. As nación significava simplesmente "o agregado de
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) recuperam habitantes de uma província, de um país ou de um
um território que estava ocupado por bandidos com reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era
armas de guerra, substituíram a opressão de dada como “um Estado ou corpo político que
criminosos pela justiça formal do Estado. [Mas] se a reconhece um centro supremo de governo comum”.
UPP não for seguida por escola, hospital,
HOBSBAWM, E. J.Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de
saneamento, defensoria pública, emprego, daqui a
Janeiro: Paz e Terra, 1990 (adaptado).
pouco a polícia de ocupação terá que ir embora das
favelas por inútil. Ou será obrigada a exercer a A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao
mesma opressão que o tráfico exercia para se qual os indivíduos têm ligação por nascimento,
proteger. constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua
difusão resultou
CACÁ DIEGUES. A contrapartida do lucro.O Globo, 28 jul. 2012.

Para o autor, a consolidação da cidadania nas a) na rápida ascensão de governos com maior
comunidades carentes está condicionada à participação popular, dado que a unidade nacional
anulava as diferenças sociais.
a) efetivação de direitos sociais.
b) na construção de uma cultura que incorporava
b) continuidade da ação ofensiva todas as parcialidades equilibradamente dentro de
uma identidade comum.
c) superação dos conflitos de classe.
c) na imposição de uma única língua, cultura e
d) interferência de entidades religiosas. tradição às diferentes comunidades agregadas ao
Estado nacional.
e) integração das forças de segurança.
d) na anulação pacífica das diferenças étnicas
existentes entre as comunidades que passaram a
compor a nacionalidade.

e) em um intenso processo cultural marcado pelo


protagonismo das populações autóctones.

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Gabarito

1- C 17- C

2- B 18- B

3- D 19- B

4- B 20- D

5- B 21- E

6- D 22- D

7- C 23- D

8- A 24- B

9- B 25- D

10- C 26- A

11- B 27- A

12- E 28- C

13- A 29- D

14- D 30- B

15- B 31- A

16- B 32- C

História e Humanidades com Débora Aladim 19

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