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METODOLOGIA DA PESQUISA
APLICADA AO DIREITO COM ÊNFASE
NA ELABORAÇÃO DE ARTIGO
CIENTÍFICO
ITAPEVA/SP
2011
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METODOLOGIA DA PESQUISA
APLICADA AO DIREITO COM ÊNFASE
NA ELABORAÇÃO DE ARTIGO
CIENTÍFICO
ITAPEVA/SP
2011
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 5
3- PROJETOS DE PESQUISA........................................................................... 11
5- ARTIGOS CIENTÍFICOS
5.1. Conceito.................................................................................................. 16
5.2. A elaboração do artigo científico
5.2.1. O “esqueleto provisório”......................................................... 17
5.2.2. A pesquisa bibliográfica.......................................................... 17
5.2.3. Leitura e fichamento dos textos............................................. 18
5.2.4. A redação do artigo científico
5.2.4.1. Considerações iniciais............................................... 19
5.2.4.2. Os elementos.............................................................. 20
5.2.4.3. A formatação e a estrutura........................................ 21
5.2.4.4. As citações.................................................................. 22
5.2.4.5. As referências Bibliográficas.................................... 24
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 26
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INTRODUÇÃO
fim, o texto deve ser escrito corretamente, evitando-se jargões, gírias, expressões
chulas... deve-se respeitar as regras do nosso português, especialmente a
concordância verbal e nominal, a acentuação...
Uma dúvida recorrente diz respeito à forma de tratamento que o autor
deve adotar para se referir a si enquanto pesquisador, se seu texto deve ser
produzido na primeira pessoa do singular (“eu entendo que...”), na primeira do plural
(“nós entendemos que...” ) ou se deve valer-se de expressões que tornem o texto
impessoal (“entende-se que...”). Pois bem, como toda produção científica deve ter
um caráter formal e impessoal, deve-se evitar que sua construção seja feita na
primeira pessoa do singular (cf. NUNES, Luiz Antonio. 1997. p. 69). E ainda, frise-se,
ao eleger uma ou outra forma de tratamento, o autor deve adotá-la até o fim do
trabalho.
Na área jurídica, o autor deve dar especial atenção aos termos técnicos,
para que não sejam utilizados com sentidos trocados ou sem precisão adequada;
por exemplo, trocar “seqüestro” por “rapto”, “furto” por “roubo”, “decisão judicial” por
“parecer”, etc... Em se tratando, de termos técnicos raros e não muito conhecidos no
mundo jurídico, o autor deve ter o cuidado de apresentar seu conceito. É claro que,
se forem termos usuais na área forense, não haverá a necessidade de tal
conceituação. Assim, quando o pesquisador escrever “lei federal”, “apelação”,
“cônjuge”, etc, não precisará definir tais termos (cf. NUNES, op. cit., p. 68).
De muita utilidade são os dez conselhos práticos que Azevedo (op.cit., p.
25-26) nos dá para a elaboração de um bom trabalho científico:
Fica a dica então: que o pesquisador encare sua pesquisa como algo
prazeroso e não como um fardo, que seja “como um romance” (Título da obra de
Pennac).
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Lei 11.187, de 19/10/2005, Lei 11.232, de 22/12/2005, Lei 11.382 de 6/12/2006, Lei 11.418, de
19/12/2006.
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Agravo após as mudanças introduzidas pela Lei 11.187/05”. Agora sim, o tema está
bem delimitado.
- Problematize o tema: tornar um assunto problemático é colocá-lo em dúvida,
transformando-o num problema. Utilizando o exemplo acima: “quais as mudanças
trazidas ao recurso de agravo pela Lei 11.187/05”? “Pode-se afirmar que tais
mudanças agilizaram o trâmite dos processos”? “O número de agravos de
instrumentos interpostos diminuiu?” “A restrição ao agravo de instrumento viola o
princípio do Duplo Grau de Jurisdição”? “Como nossos tribunais vêm se
manifestando a respeito do tema”? ...
- As fontes de consulta devem estar disponíveis: é preciso certificar-se antes de
se decidir pelo assunto, da existência de fontes de consulta que estejam ao seu
alcance. O pesquisador não precisa desistir de temas desconhecidos, tampouco
precisa escolher tema “batidos”. Ele deve descobrir se existem livros suficientes nas
bibliotecas que pretende freqüentar. Se se tratar de pesquisa de campo (p. ex.,
entrevista com pessoas ou visitas a determinados locais como presídios,
parlamentos, tribunais...) recomenda-se antes verificar a possibilidade de fazê-la.
- O tema, afinal, não precisa ser definitivo: pode acontecer do pesquisador iniciar
seu trabalho de pesquisa, mas algum tempo depois, chegar à conclusão de que “o
tema não é bem aquele”. Não há qualquer problema, desde que as variações não
comprometam o trabalho como um todo e desde que haja tempo para pesquisar
mais.
Por exemplo, o tema inicial era “As promoções enganosas no comércio varejista
brasileiro”, mas o pesquisador começa a encontrar dificuldade em achar exemplos
de casos concretos, entretanto, durante a pesquisa, encontrou exemplos de
publicidade enganosa praticada por construtoras de imóveis. Ora, ele pode mudar o
tema para “A publicidade enganosa praticada na venda de imóveis no Brasil”, a base
jurídico-doutrinária é a mesma, o que mudaria seriam os casos reais e as decisões
judiciais citadas no trabalho.
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3- PROJETOS DE PESQUISA
1 – CAPA
Instituição:
Título do Anteprojeto:
Autor:
Local e data de apresentação:
2 – FOLHA DE ROSTO
Instituição:
Título do Anteprojeto:
Autor:
Orientador:
Temática de Investigação:
Curso de Graduação:
Local e data de apresentação:
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3 – INTRODUÇÃO
Escrever as principais idéias (essência e natureza problema de pesquisa, objetivo principal,
hipótese, uma síntese da metodologia), não ultrapassando 10 linhas. Acrescentar ao final
três a cinco palavras-chave.
6 – OBJETIVOS
Explicitar os objetivos a serem alcançados com a Pesquisa.
7 – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
Indicar como pretende investigar o problema, esclarecendo: o tipo de pesquisa a ser
adotado, os prováveis sujeitos, onde (espaço) e quando (cronograma).
8 – REFERÊNCIAS
Indicar as leituras realizadas que constam no referencial teórico do Anteprojeto de Pesquisa.
5- ARTIGOS CIENTÍFICOS
5.1. Conceito
“É um texto escrito para ser publicado numa revista especializada e tem o
objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa (...)” (AZEVEDO, op. cit., p. 82).
Em geral, o artigo pode ser : a) original, quando traz assuntos inéditos; b)
de revisão, quando aborda, analisa ou resume informações já publicadas. (cf.
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/estrutura-de-um-trabalho-
academico/metodologia-de-artigo-cientifico-2.php. Acesso em 09 mai. 2010).
Consistem em publicações mais sintéticas que os livros, com uma
abordagem mais “enxuta” do tema em questão. Por isso, o artigo científico não é
extenso, possui entre 5 a 10 laudas.
Dependendo da área do conhecimento e da natureza do estudo,
encontram-se artigos priorizando a divulgação de:
a) revisão bibliográfica de um tema
A revisão bibliográfica, também denominada Revisão de Literatura, “é
uma compilação crítica e retrospectiva em torno de determinado assunto em várias
obras. Seu objetivo é sintetizar o estatuto em discussão de determinado tema, como
aparecem nestes livros, e também dialogar com seus autores.” (AZEVEDO, op.
cit.,p. 28). Exige análise crítica do material coletado.
Os trabalhos científicos na área do Direito basicamente se resumem a
revisões bibliográficas, são menos freqüentes os trabalhos que trazem pesquisa de
campo, experimentos, etc, como ocorre na área das ciências biológicas, por
exemplo.
b) resumo crítico de uma obra: é uma redação técnica que avalia de forma
sintética uma obra científica ou literária. Quando publicado é chamado de resenha.2
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Tal texto, em linhas gerais, deve seguir o seguinte roteiro: Introdução, Desenvolvimento e Crítica (cf.
AZEVEDO, op. cit., p. 34-35 e <http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/ normasorganinforesumo.htm>).
A introdução deve ser breve (em torno de 10 a 20% da extensão total da resenha), o pesquisador deve
contextualizar o assunto de que trata a obra e sua relevância. No desenvolvimento, deve-se buscar resumir o
conteúdo da obra, indicando quais as idéias principais do autor, qual a posição defendida pelo autor com relação
à problemática do tema e quais os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender
sua posição. O desenvolvimento deve ocupar entre 60 e 70% da extensão total da resenha. E, por fim, resta
apresentar a sua opinião sobre o assunto. Tal análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos
do texto lido com outros textos, autores e idéias sobre o tema em questão, contextualizando o texto que está
sendo analisado. E ainda, uma avaliação da qualidade do texto, quanto à sua coerência, validade, originalidade,
profundidade, alcance, etc. Em relação aos aspectos formais da resenha esta deve apresentar: a) título
(diferente do título da obra resenhada) ao alto, no centro; b) dados da obra, ao alto, à direita; c) redação direta
sem entretítulos. Deve ainda, conter capa e folha-de-rosto.
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litteris”), ou seja, exatamente como o autor do texto escreveu (se for um capítulo
todo, ou um livro todo, deverão ser transcritos os títulos dos capítulos e subcapítulos
(se houver), assinalando entre parênteses a página. O Fichamento deve ser conciso
e logicamente estruturado.
Em relação aos aspectos formais do fichamento este deve apresentar: a)
dados da obra, ao alto, à direita; b) transcrição. Se necessário, deve ainda, conter
capa e folha-de-rosto.
Uma outra opção que o pesquisador tem é parafrasear a obra, ou seja,
em vez da copiar o trecho ao pé da letra, ele mesmo elabora uma redação com suas
próprias palavras. Nada mais é do que um RESUMO. Resumir é apresentar de
forma breve, concisa e seletiva um certo conteúdo. Isto significa reduzir a termos
breves e precisos a parte essencial de um tema
Segundo orientações da Universidade Católica de Brasília
(<http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/normasorganinforesumo.htm. Acesso em: 23
mar. 2010), em geral um bom resumo deve ser:
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Neste caso recomenda-se ter em mãos um dicionário de sinônimos e antônimos, que ajudará na construção
das frases, do conjunto das palavras, de maneira diferente da escrita pelo autor.
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5.2.4.2. Os elementos
De acordo com as “Normas de Apresentação de Trabalhos Científicos” da
FAIT/ACITA, no caso de revisões de literatura (mais comuns na área do Direito),
relatos de caso, comunicações científicas e comunicações técnicas, os textos
poderão ser divididos nas seções: TÍTULO, AUTOR, PROCEDÊNCIA DO AUTOR,
RESUMO, ABSTRACT, INTRODUÇÃO, CONTEÚDO, CONCLUSÕES E
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 4 5
Independentemente da natureza do artigo, o conceito de tais elementos é o
mesmo, vejamos:
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Ainda, segundo as normas da FAIT/ACITA, quando a pesquisa trouxer experimentos (pouco comum na área do
Direito), o artigo científico deverá ser divido nas seções principais: TÍTULO, AUTOR, PROCEDÊNCIA DO
AUTOR, RESUMO, ABSTRACT, INTRODUÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO,
CONCLUSÕES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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Quando o artigo traz a seção MATERIAL E MÉTODOS, o pesquisador deve indicar como a pesquisa foi
realizada, ou seja, se foi estudado um determinado grupo/sujeito/amostra, que tipos de dados foram buscados,
onde e como tais dados foram coletados, por quem foram coletados, o procedimento utilizado para análise dos
dados, etc. (cf. Normas da Faculdade / ACITA... p. 10/11).
Quando o artigo traz a seção RESULTADOS E DISCUSSÃO, o pesquisador deve apresentar os resultados da
pesquisa de forma clara, podendo, inclusive, utilizar gráficos, tabelas ... com os dados estatísticos e resultados
das análises feitas. É na discussão que tais dados “são analisados, interpretados, criticados e comparados com
os já existentes sobre o assunto na literatura citada; são discutidas suas possíveis implicações, significados e
razões para concordância ou discordância com outros autores”. (Normas da Faculdade / ACITA... p. 11).
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- INTRODUÇÃO: Embora seja o início do artigo, deve ser escrita ao final, após a
redação das conclusões. Deve ser feita com as próprias palavras do pesquisador,
dispensando-se citações diretas ou indiretas.
ATENÇÃO: Todos os autores das referências deverão ser citados no texto e todos
os autores citados no texto deverão constar nas referências.
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Algumas instituições podem pedir um SUMMARY ao invés do Abstract. O Summary, também chamado de
Resumo informativo (ou analítico), é mais completo que o Abstract, pois informa o leitor sobre outras
características do texto. Se o texto é o relatório de uma pesquisa, por exemplo, um resumo informativo não diz
apenas do que trata a pesquisa (como seria o Abstract), mas informa as finalidades da pesquisa, a metodologia
utilizada e os resultados atingidos.
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5.2.4.4. As citações
Uma das maiores dificuldades na redação de um trabalho científico é a
citação.
Há três tipos de citação (cf. AZEVEDO, op. cit., p. 125-127):
- direta (ou literal): o conteúdo do original utilizado é transcrito fielmente e entre
aspas.
EXEMPLO: “Através da função legislativa, o Estado formula a norma de direito que
se aplica a todos, governantes e governados, cabendo-lhe, assim, definir os lindes
delimitadores da ação destes.” (GARCIA, 2004. p. 139)
lhe estabelecer limitações aos atos de nossos administradores, bem como a nós
cidadãos (cf. GARCIA, 2004. p. 139).
- citação da citação: o autor citado não foi lido diretamente, mas tomado por
empréstimo de outro autor. Não se deve abusar deste recurso. Se a obra citada
merece mesmo ser citada, deve-se ir a ela diretamente, sem intermediação. Ainda
mais porque o autor e a obra citados indiretamente não entram nas Referências
Bibliográficas.
EXEMPLO: serviço público é “todo aquele prestado à Administração ou por seus
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades
essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do Estado”.
(MEIRELLES, 2003. p. 319, apud DI PIETRO, 2006. p. 111).
Um autor:
SOBRENOME, Nome. Título do livro em negrito: subtítulo se houver. Numero de
edição. Local da publicação: Editora, ano de publicação.
EXEMPLO: VASCONCELLOS, Celso dos Santos . Construção do conhecimento
em sala de aula. São Paulo : Libertad, 2000.
edição. Local da publicação: Editora, ano de publicação, cap. Número, pagina inicial
– página final.
Internet:
SOBRENOME, Nome. Título do livro ou artigo em negrito: subtítulo se houver.
Data se houver. Numero da página se houver. <Site>. Data de acesso.
EXEMPLO: NÓBREGA, Airton Rocha. Repetição do convite. p. 1. Disponível em:
<http://www.neofito.com.br/artigos>. Acesso em: 14 jun. 2005
Leis:
JURISDIÇÃO (país, estado ou município). Titulo (especificação da legislação,
número e data). Ementa (se houver). Local da publicação: Editora, ano de
publicação.
EXEMPLO:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 32. ed. atual. e ampl.
São Paulo: Saraiva, 2003.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS