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Os 10 mandamentos e o cristão.

Este artigo é baseado em um estudo do livro de Deuteronômio,


apresentado durante as aulas e também de algumas falas de Jesus a
respeito da lei. Ele tem como objetivo apresentar a relação e o
comprometimento que o cristão atual deve ter com os 10
mandamentos. Também visa apresentar a importância de lei e sua
relação com a graça.

Introdução.

A Bíblia é a revelação divina dada por Deus aos seres humanos, para ser usada
como um guia de como se relacionar com Deus e como servir aos propósitos que
Ele criou. É um livro que possui muitos autores, que viveram em diferentes
contextos e diferentes épocas. Com o passar do tempo, com o uso constante dela
como um material religioso e de estudo, sua totalidade foi dividida em livros,
capítulos e versículos, para organizar toda essa pluralidade de autores, ideias e
épocas. Ao realizar essa divisão, a Bíblia que conhecemos hoje foi dividida em duas
grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento.
A singularidade de cada um deles, como também sua importância para aqueles que
desejam usá-la com os propósitos corretos, é enorme e isso deve ser considerado
quando olhamos para essas duas grandes porções de texto. Por hábito, correria ou
falta de cuidado mesmo, os cristãos começaram a olhar para eles de uma forma
básica, sem muita profundidade.
O Antigo Testamento tem a necessidade de fidelidade à Antiga Aliança como forma
de salvação, como uma característica marcante, entre tantas outras. Enquanto o
Novo tem o propósito de apresentar e firmar a Nova Aliança, por meio de Cristo.
Além desse detalhe sobre esses dois textos, ainda existem muito mais
particularidades, semelhanças, relações e aplicações dessa divisão.
No entanto, essa característica marcante da Bíblia passou a ser cada vez mais
forte, até que na atualidade, a massa da comunidade cristã, que não possui um
estudo aprofundado da Bíblia, já tem pouco interesse no Antigo Testamento e em
suas aplicações atuais, focando exageradamente no Novo, sem a sua conexão e
importância com o Antigo.
Ao fazê-lo, essas pessoas, na prática, agem de forma ignorante e errada diante a
santidade e as obrigações do cristão. O Antigo Testamento é um livro considerado
mais firme, apenas sobre leis, enquanto o Novo é apenas sobre graça. Essa
concepção equivocada leva crentes pelo mundo a não sentirem necessidade de
cumprir com as leis expostas no AT, enquanto acreditam que a graça manifestada
na cruz os livram de qualquer responsabilidade com a santidade de Deus.

1. A DUPLA AUTORIA.
Se encararmos a vida cristã hoje em dia como algo que deve se basear apenas no
Novo Testamento, leis como os 10 mandamentos seriam excluidas da nossa regra
de conduta. Muitos argumentam que esses mandamentos eram para outro povo, em
outra época, o que os tornaria desnecessários para os cristãos hoje em dia.
No entanto, a dupla autoria das Escrituras permite que aquele texto tenha sido para
aquele povo e também para nós atualmente.
Em Deuteronômio 5, Deus diz que não é para se desviar de sua lei, nem para a
direita, nem para a esquerda. Essa orientação de seguir a lei de fato, tentar ao
máximo não se desviar dela, não é apenas algo para os judeus daquela época, mas
também para nós.

2. OS ENSINAMENTOS DE JESUS E OS 10 MANDAMENTOS.


Durante seu ministério terreno, Jesus conhecia o Antigo Testamento e falou sobre
ele. A forma que ele o usou mostrava que Jesus (que também é Deus) testificava a
infabilidade, necessidade e autoridade dessa porção da Bíblia.
Se os cristãos hoje em dia consideram a autoridade do Novo Testamento, deveriam
também demonstrar tamanha importância com o Antigo também, uma vez que
Jesus (no Novo Testamento) o usava o tempo todo.
Além disso, é importante lembrar também que quando perguntado sobre os maiores
mandamentos, Jesus resumiu em duas frases os 10 mandamentos. Isso significa
que aqueles mandamentos são tão importantes, que os dois maiores mandamentos
para todos é dado a partir deles, tanto que se você cumpre os 10 mandamentos,
estará cumprindo o que Jesus falou quando questionado pelos homens.
Por último, é importante também considerar que Jesus deixou claro que não veio
para abolir a lei, mas para cumpri-la. Nesse momento, ele mostra que o Novo
Testamento não é uma forma de abolir o que foi dito antes (a lei), mas sim o
caminho e guia para conseguir cumpri-la completamente.

3. OS JUDEUS DAQUELA ÉPOCA E OS CRISTÃOS ATUAIS.

Outro ponto que deve ser considerado é a similaridade entre nós e o povo daquela
época. Muito se acredita que não temos mais nada a ver com o povo judeu daquela
época, tanto que ao ler o AT, é comum uma certa estranheza com a teimosia e
insensatez daquele povo. É como se estivessemos lendo a respeito de pessoas
teimosas, que não entendem o que está acontecendo, que escolhem o tempo todo o
caminho mais difícil e longe de Deus, mesmo sabendo que obedecer a Deus é o
melhor jeito de se seguir.
Enquanto lemos aquelas histórias, ficamos inevitavelmente pensando sobre o quão
estranho é aquele povo não se render completamente a Deus.
No entanto, quando enxergamos a essencia de seus corações, comportamentos e
história panorâmica, percebemos que agimos da mesma forma o tempo todo.
Assim como existem bençãos para quando eles obedeciam a aliança, existem para
nós. Assim como existiam maldições para a infidelidade a ela, existem maldições
para nós hoje também.
Nós não somos diferentes desse povo que faz aliança com Deus e um tempo
depois, por medo e falta de confiança, querem voltar para o Egito. Recebemos a
aliança e vida nova em Cristo, mas estamos constantemente voltando as práticas da
morte e do pecado, pelos mesmos motivos. Somos, como eles, pessoas obstinadas
a querer voltar para o Egito, para a escravidão.
Ainda é a mesma coisa, o Deus é o mesmo, o que muda são as circunstâncias e
consequências, mas a essencia é a mesma.

4. CONCLUSÃO.

Por fim, é preciso lembrar da última similaridade entre esses dois povos (nós e
eles). A aliança era descumprida o tempo todo, eles se afastavam de Deus e eram
infiéis diversas vezes, mas a graça de Deus se manifestou de novo e de novo sobre
aquelas pessoas. Até mesmo em disciplinas que eles sofriam, Deus nunca deixou
de cumprir a parte dele das promessas feitas e mostrou imenso amor e graça com
eles, assim como mostra com a gente, toda vez que nosso coração se sente tentado
a voltar para a escravidão.
Por isso, podemos perceber que não existe essa diferença dada pelo senso comum
de que o AT é apenas sobre leis antigas que não precisam ser dada a devida
atenção, enquanto o NT é sobre a graça e retira o peso do cristão atual. Isso não
existe. Os dois coexistem e mostram o mesmo Deus, a mesma graça.
O que torna ainda melhor a necessidade que temos de cumprir os mandamentos,
pois agora temos o auxílio final para não se afastar mais de Deus, o Espírito Santo.
O Novo Testamento só nos deu mais recursos para cumprir a lei que Deus nos deu
no AT, que vão de conformidade total com seu caráter santo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

BÍBLIA de Estudo: Vida Plena. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 1995.
AULA DO PROFESSOR: Creuse. Atibaia. 2022.

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