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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Levantamentos Altimétricos.

Disciplina: Topografia ( turma 01)

Fortaleza, 2 de Junho de 2014.


1. Objetivos

Os projetos de engenharia se iniciam com um fundamental estudo da área onde a


obra será executada. Inicialmente, definem-se a posição de pontos específicos na
superfície terrestre, baseando-se em um sistema plano de coordenadas conhecidas,
previamente estabelecido. E, posteriormente, é estudado o comportamento do relevo,
com as variações que o mesmo apresenta. Em posse de tais estudos, é possível
compreender e estimar os cursos e os fluxos de água na superfície.

2. Introdução

A parte da Topografia responsável pela análise do comportamento da superfície


terrestre é a Altimetria. Esta área é responsável por desenvolver métodos e instrumentos
na determinação da distância vertical entre determinados pontos topográficos. Para
tanto, utiliza-se uma superfície de referência, dada em função da área levantada. Se a
área em análise está dentro dos limites aceitos pela Topografia, até 20 km na maior
dimensão, a superfície de referência é plana, datum plano. Porém, se a área supera os
citados limites, a superfície de referência passa a ser curva, definida na curvatura do
Geóide, datum curvo. Utilizou-se a primeira superfície.

Em levantamentos altímetros, independente da superfície de referência, o ponto de


partida é sempre um de RN conhecido, pertencente à rede planimétrica. Os métodos de
levantamentos mais utilizados são o Geométrico e o Trigonométrico.

2.1 Nivelamentos Geométricos.

É caracterizado como aquele que realiza a obtenção da diferença de nível entre


pontos através de leituras correspondentes a visadas horizontais, obtidas com um nível,
em miras posicionadas verticalmente nos referidas pontos. Este método de nivelamento
pode ser simples ou composto e este último ainda pode ser aberto ou fechado.

.
2.2 Nivelamentos Trigonométricos.

Este tipo de nivelamento é caracterizado pela obtenção de medidas de diferença de


nível entre pontos por meio da analise e interpretação de visadas inclinadas. As analises
consistem no uso de geometria plana, medidas de distância e ângulos verticais.

3. Procedimentos.

A prática foi realizada no Centro de Ciências Agrárias da UFC. Os equipamentos


utilizados foram uma mira, uma régua, um sensor de detecção para o laser da mira, uma
estação total e um prisma-alvo.

3.1. Nivelamento Trigonométrico.

Inicialmente, estacionou-se a estação total na estação I. Em seguida, visou-se o RN


2661T, ré, obtendo os valores listados na próxima tabela. O mesmo procedimento foi
realizado para o ponto P0. Dado a impossibilidade de uma visada vante para o ponto P1,
a estação total foi posicionada em uma nova posição, a estação II. A partir deste ponto,
o ponto P0 recebeu uma visada ré, e o mesmo procedimento de coleta de dados foi
realizado. Este se repetiu para as visadas vantes nos pontos P1 e P2. Novas impedâncias
geográficas forçaram a mudança de estação, a III. Uma visada de ré no ponto P2 e duas
vantes nos pontos P3 e P4 foram realizadas seguindo o mesmo procedimento. Por fim, a
ultima mudança de estação, para a IV, com uma visada ré no ponto P4 e três vantes nos
pontos P5, P6 e P7. E a seguinte tabela foi obtida.

Estação Ponto Altura do Ângulo zenital (z) Distância Altura da


visado instrumento - i inclinada mira (m)
– (metros) ° ' " (m)
I RN 1,36 89 40 08 27,174 1,5
P0 1,36 91 18 57 33,502 1,5
II P0 1,464 89 51 56 18,998 1,5
P1 1,464 92 53 44 20,885 1,5
P2 1,464 92 09 24 30,736 1,5
III P2 1,40 88 05 20 31,369 1,5
P3 1,40 87 46 12 13,532 1,5
P4 1,40 89 57 49 55,338 1,5
IV P4 1,639 90 45 49 36,877 1,5
P5 1,639 88 42 00 8,248 1,5
P6 1,639 88 59 34 48,560 1,5
P7 1,639 89 02 54 92,493 1,5
Com a posse desses dados e conhecendo o valor de altitude para o referencial RN
2661T, desenvolveu-se a determinação das altitudes dos pontos de P0 a P7. Os cálculos
são descritos a seguir:

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝐼 = 18,2334 − cos(89°40’08”) . 27,174 + 1,5 − 1,36 = 18,2163 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃0 = 18,2163 + 1,36 + cos(91°18’57”) . 33,502 − 1,5 = 17,3069 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝐼𝐼 = 17,3069 − cos(89°51’56”) . 18,998 + 1,5 − 1,464 = 17,2984 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃1 = 17,2984 + cos(92°53’44”) . 20,885 + 1,464 − 1,5 = 16,2074 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃2 = 17,2984 + cos(92°09’24”) . 30,736 + 1,464 − 1,5 = 16,0158 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝐼𝐼𝐼 = 16,0158 − cos(88°05’20”) . 31,369 − 1,4 + 1,5 = 15,1596 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃3 = 15,1596 + cos(88°05’20”).55,338 + 1,4 – 1,5 = 15,5862 m

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃4 = 15,1596 + cos(89°57’49”) . 55,338 + 1,4 − 1,5 = 15,0948 𝑚

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝐼𝑉 = 15,0948 − cos(90°45’49”) . 36,877 + 1,5 − 1,639 = 15,4472 𝑚

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃5 = 15,4472 + cos(88°42’00”) . 8,248 + 1,639 − 1,5 = 15,7734 𝑚

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃6 = 15,4472 + cos(88°59’34”) . 48,560 + 1,639 − 1,5 = 16,4398 𝑚

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃7 = 15,4472 + cos(89°02’54”) . 92,493 + 1,639 − 1,5 = 17,1225 𝑚

3.2. Nivelamento Geométrico.

Inicialmente, estacionou-se a mira em uma estação, chamada V, e visou-se o ponto


P7, ré. Em seguida, visadas de vantes foram realizadas para os pontos P8 e P9. A
próxima tabela ilustra os dados coletados. Devido a impedâncias geográficas, mudou-se
a mira para uma estação, estação VI, realizando uma visão de ré em P9 e duas vantes
nos pontos P10 e P11. Mudou-se novamente a mira para uma estação, VII. Desta
estação foram realizadas uma visada ré no ponto P11 e três visadas vantes nos pontos
P12, P13 e RN 2661 U. Os dados coletados estão abaixo.

Estação Ponto visado Leituras (m)


Ré Vante
V P7 1,525

P8 1,309
P9 1,881
VI P9 0,630
P10 1,356
P11 2,264
VII P11 0,685
P12 1,843
P13 2,546
RN 2661 U 2,923

Conhecida a altitude de RN 2661 U, os cálculos para a determinação das demais


altitudes são apresentados a seguir:

𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃8 = 17,1225 + 1,525 − 1,309 = 17,3385 𝑚


𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃9 = 17,1225 + 1,525 − 1,881 = 16,7665 𝑚
𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃10 = 16,7665 + 0,603 − 1,356 = 16,0135 𝑚
𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃11 = 16,7665 + 0,603 − 2,264 = 15,1324 𝑚
𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃12 = 15,1324 + 0,685 − 1,843 = 13,9744 𝑚
𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑃13 = 15,1324 + 0,685 − 2,546 = 13,2714 𝑚
𝐴𝑙𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝑒𝑚 𝑅𝑁 2661 𝑈 = 15,1324 + 0,685 − 2,923 = 12,9844 𝑚

3.3. Erros, correções e medidas finais.

A tolerância de fechamento para a classe II N geométrico é 20mm.√0,56(km) =


14,9666.
A tolerância de fechamento para a classe III N trigonométrico é +/- 20√0,56 =
14,9666.
O erro está dentro da tolerância e é dado pela diferença:

Altitude de RN 2661 U (real) – Altitude de RN 2661 U(calculada) = 0


13,1080 – 12,9844 = 0,1236.

A correção das altitudes fica:

1- Para o trigonométrico:
0,1236 / 7 = 0,01765
Ponto Correção (+)
m
P0 0,01545
P1 0,0353
P2 0,0353
P3 0,05295
P4 0,05295
P5 0,0706
P6 0,0706
2- Para o geométrico:
0,1236 / 7 = 0,01765

Ponto Correção
(m)
P7 0,01765
P8 0,01765
P9 0,01765
P10 0,0353
P11 0,0353
P12 0,05295
P13 0,05295

Por fim, todas as altitudes:

Ponto Altitude
corrigida
(m)
P0 17,3223
P1 16,2427
P2 16,0511
P3 15,6391
P4 15,1477
P5 15,8440
P6 16,5104
P7 17,1402
P8 17,3562
P9 16,7842
P10 16,0488
P11 16,8018
P12 14,0274
P13 13,3243

4. Conclusão.

5. Referências Bibliográficas:

“Topografia para estudantes de Arquitetura, Engenharia e Geologia”- 2009; Editora


Unisinos.

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