Você está na página 1de 34

1

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


2

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


APRESENTAÇÃO

COSTA, Gessyca Menezes, BARBOSA, Andréa Quaranta. E-book: Laudo e Inspeção


Predial. 2.ver. Aracaju/SE. 15/05/2021. p.01-34.

As informações contidas neste material foram elaboradas pelas professoras e mestres:


Gessyca Menezes Costa e Andréa Quaranta Barbosa. As autoras citadas são Engenheiras Civis,
Professoras Universitárias, Professoras Concurseiras, Monitoras e Criadoras da Engenharia
Monitorada.

A manutenção de uma edificação é responsabilidade do proprietário da edificação, ou do


síndico em caso de propriedade condominial, entretanto, cabe ao profissional habilitado analisar o
estado de conservação da unidade. Assim, engenheiros, arquitetos ou profissionais devidamente
regulamentados pelo CREA ou pelo CAU devem apresentar como resultado da inspeção predial
um laudo com os devidos itens e responsabilidades, bem como a lista de prioridades técnicas.

O objetivo principal deste material é discriminar os itens exigidos por norma que devem
constar no Laudo de Inspeção Predial. E, visa apresentar um modelo de laudo para auxiliar na
elaboração deste.

@engenhariamonitorada
/engenhariamonitorada
contato@engenhariamonitorada.com.br
www.engenhariamonitorada.com.br

Prof.ª MSc. Andréa Quaranta Barbosa Prof.ª MSc. Gessyca Menezes Costa

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................. 6
2. ETAPAS DA METODOLOGIA DA INSPEÇÃO PREDIAL ................................................. 8
2.1 NBR 16747:2020 ................................................................................................................. 8
2.2 NORMA DO IBAPE (2012) ................................................................................................. 9

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


3. ELABORAÇÃO DO LAUDO DE INSPEÇAO PREDIAL .................................................. 10
3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NATUREZA DAS INSPEÇÕES PREDIAIS ..................... 10
3.2 IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE................................................................................ 10
3.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO O NÍVEL DE RIGOR OU NÍVEL DE INSPEÇÃO ................ 11
3.4 CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE URGÊNCIA .................................................................. 12
3.5 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO E CONSERVAÇÃO E RECOMENDAÇÕES ................. 14
3.6 LISTAGEM DE VERIFICAÇÃO ......................................................................................... 15
3.7 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO .......................................................................................... 16
3.8 RELAÇÃO DE DOCUMENTOS ANALISADOS ................................................................ 16
3.9 RECOMENDAÇÃO DO PRAZO PARA NOVA INSPEÇÃO .............................................. 19
3.10 DATA DO LAUDO ............................................................................................................. 20
3.11 ASSINATURA E CONSELHO DE CLASSE...................................................................... 20
3.12 RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART ou RT) ................................................................ 20
3.13 RESPONSABILIADES ...................................................................................................... 20
4. MODELO DE LAUDO ....................................................................................................... 21
4.1 CAPA DO LAUDO ............................................................................................................. 21
4.2 SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................... 21
4.2.1 Preceitos Legais................................................................................................................ 22
4.3 IDENTIFICAÇÃO DO LAUDO ........................................................................................... 23
4.4 LOCAL DA VISTORIA ....................................................................................................... 24
4.5 DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTARES ....................................................................... 24
4.6 LISTA DE VERIFICAÇÃO ................................................................................................. 25
4.7 NÍVEL DE INSPEÇÃO – RIGOR DO LAUDO ................................................................... 26

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


4.8 GRAU DE RISCO/ PATAMAR DE URGÊNCIA ................................................................ 26
4.9 CRITÉRIO E MÉTODO DA INSPEÇÃO PREDIAL ........................................................... 27
4.10 CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS E FALHAS ............................................................. 27
4.11 LISTA DE DOCUMENTOS EM ANEXO ........................................................................... 29
4.12 AVALIAÇÃO DA DE MANUTENÇÃO DE USO ................................................................. 30
4.13 RESPONSABILIDADES ................................................................................................... 31

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


4.14 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 31
4.15 ANEXOS ........................................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 33

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


LAUDO E INSPEÇÃO PREDIAL

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Com o crescimento dos grandes centros urbanos e a verticalização das cidades e ainda a
ausência de conhecimento por parte dos gestores dos condomínios, tornou-se importante a
utilização da ferramenta INSPEÇÂO PREDIAL. Ou seja, é realizado um exame clínico geral para
avaliar as condições globais da edificação, pois, a degradação natural por si só seria suficiente para
justificar a necessidade de manutenções que deve ser realizada conforme a NBR 5674:1980.

Por isso, torna-se necessário que os proprietários sejam informados sobre as condições de
seus imóveis por profissionais capacitados, entretanto, a inspeção predial NÃO substitui as
inspeções periódicas previstas pelo manual do proprietário (NBR 16747,2020).

Antes de mais nada, é preciso conhecer a diferença entre inspeção e vistoria, tal qual
apresentado a seguir.

Inspeção predial: Vistoria:


análise técnica de fato, é a constatação de um fato, mediante
condição ou direito relativo a exame circunstanciado e descrição
um objeto, que mais se minuciosa dos elementos que
enquadra nos edifícios. constituem, sem a indagação das
causas que o motivam.

A realização da inspeção predial é feita mediante a contratação de um profissional


habilitado a partir dos seguintes serviços:

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Auditoria:
Atestamento técnico de conformidade de um fato, condição ou direito
relativo a um objeto.

Perícia:
É a atividade que envolve apuração das causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Consultoria:
É a atividade que envolve apuração que motivaram determinado evento
ou da asserção de direitos.

Os serviços técnicos acima citados resultam em elementos técnicos escritos e


devidamente reconhecidos como apresentado na triangulação abaixo, de acordo com a sua ordem
de grandeza, ou seja, do mais simples ao mais complexo.

Parecer: trata-se de uma


opinião técnica escrita,
assinada e datada, emitida por
um profissional especialista na
área.

Relatório: É o documento que


relata um fato, reistrando
permanentemente o ocorrido.

Laudos: É o documento
emitido por um profissional de
nível superior que analisa
baseado em uma
fundamentação teórica um
fato ou objeto.

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


2. ETAPAS DA METODOLOGIA DA INSPEÇÃO PREDIAL

Atualmente, existem duas normas que apresentam a metodologia para realizar a inspeção
predial no Brasil. A primeira é a norma de inspeção predial elaborada pelo IBAPE Nacional
(Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) que teve sua versão final aprovada
em 2012. A segunda é a NBR 16747, Inspeção Predial: Diretrizes, Conceitos, Terminologias e
Procedimentos, redigida pela ABNT em 2020.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


2.1 NBR 16747:2020

Segundo a NBR 16747:2020, o processo de inspeção predial deve envolver as seguintes


etapas:

ITEM ETAPA OBSERVAÇÃO


a) Levantamento de dados e documentação;
b) Análise dos dados e documentação solicitados e disponibilizados;
c) Anamnese para a identificação de A anamnese consiste em uma ou mais
características construtivas da edificação, entrevistas para a coleta de dados e obtenção
como idade, histórico de manutenção, das informações sobre o histórico da edificação.
intervenções, reformas e alterações de
uso ocorridas;
d) Vistoria da edificação de forma sistêmica, Devem considerar as características construtivas,
considerando a complexidade das a idade das instalações e da construção e vida útil
instalações existentes; prevista, exposição ambiental da edificação,
agentes (e processos) de degradação (atuantes)
e expectativa de comportamento em uso.
e) Classificação das irregularidades Classificadas em anomalias (endógenas,
constatadas; exógenas e funcional) e falhas.
f) Recomendação das ações necessárias para restaurar ou preservar o desempenho dos
sistemas, subsistemas e elementos construtivos da edificação afetados por falhas de uso
operação ou manutenção, anomalias ou manifestações patológicas constatadas e/ou não
conformidade com a documentação analisada (considerando, para tanto, o entendimento dos
mecanismos de deterioração atuantes e as possíveis causas das falhas, anomalias e
manifestações patológicas);
g) Organização das prioridades em patamares de urgência tendo em conta as recomendações
apresentadas pelo inspetor predial;
h) Avaliação da manutenção, conforme a ABNT NBR 5674;
i) Avaliação do uso;
j) Redação e emissão do laudo técnico de inspeção.

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


2.2 NORMA DO IBAPE (2012)

O método consiste em:

a) Determinação do nível de inspeção;

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


b) Verificação e análise da documentação;

c) Obtenção de informações dos usuários, responsáveis, proprietários e gestores das


edificações;

d) Vistoria dos tópicos constantes na listagem de verificação;

e) Classificação das anomalias e falhas constatadas nos itens vistoriados, e das não
conformidades com a documentação examinada;

f) Classificação e análise das anomalias e falhas quanto ao grau de risco;

g) Definição de prioridades;

h) Recomendações técnicas;

i) Avaliação da manutenção e uso;

j) Recomendações gerais e de sustentabilidade;

k) Tópicos essenciais do laudo;

l) Responsabilidades;

Os itens apresentados pelas normas se diferenciam nas nomenclaturas, mas se


assemelham quanto as suas definições, portanto, no capítulo a seguir serão apresentados todos
os elementos necessários para a elaboração do laudo seguindo ambas as metodologias. Cabe
salientar, entretanto, que é de livre-arbítrio do profissional a escolha da metodologia que irá
utilizar, sabendo que a metodologia da ABNT é mais recente.
9

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


3. ELABORAÇÃO DO LAUDO DE INSPEÇAO PREDIAL

Para considerar a validade do laudo de inspeção predial, é importante atentar-se aos


elementos que este deve conter. Os tópicos seguintes apresentam os elementos necessários e as
suas definições e classificações de acordo com as normas mencionadas anteriormente.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A NATUREZA DAS INSPEÇÕES PREDIAIS

Os imóveis devem ser classificados de acordo com seu tipo e uso, tais como:

Edifícios de
Casas térreas Sobrados Galpões em geral
múltiplos andares

Hipermercados Hospitais Escolas Postos de gasolina

Prédios públicos Prédios que


especiais recebem públicos
Garagens Templos religiosos
(delegacias, (museus, estádio de
presídios etc.) futebol etc.)

3.2 IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE

Todos os dados relacionados ao solicitante e ao imóvel que foi vistoriado devem ser
apresentados no laudo. Cada imóvel caracteriza-se como um estudo único e específico, ou seja,
não é possível utilizar casos similares para realizar a análise, assim, deve-se indicar os
seguintes dados:

10

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


b) Data de diligência (data
a) Localização;
da vistoria);

c) Descrição técnica do
d) Tipologia;
objeto;

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


e) Utilização; f) Idade;

g) Padrão Construtivo;

3.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO O NÍVEL DE RIGOR OU NÍVEL DE INSPEÇÃO

A Inspeção predial poderá ser classificada de acordo com o nível pretendido do inspetor
e da finalidade dele. Assim, de acordo com o IBAPE/2012, tem-se que:

Vistoria para identificação das anomalias aparentes, elaboradas por


NÍVEL 1
profissionais habilitados, contando com orientação técnica pertinente.

Vistoria para identificação de anomalias aparentes. Identificadas com o auxílio


NÍVEL 2 de equipamentos, elaboradas por profissionais de diversas especialidades,
contendo indicação de orientações técnicas pertinentes.

Vistoria para identificação de anomalias aparentes, e das ocultas constatáveis


com o auxílio de equipamentos, incluindo testes e ensaios locais e/ou
NÍVEL 3
laboratoriais específicos, elaboradas por profissionais de diversas
especialidades, contendo indicação de orientações técnicas pertinentes.

11

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


A NBR 16747/2020 NÃO exige que seja definido o nível de rigor do laudo,
porém, é um elemento importante para designar o nível da análise que foi
realizada. Muitas situações exigem a multidisciplinaridade ou o aprofundamento com
ensaios específicos para um contexto técnico completo. Assim, determinar o nível de
rigor do laudo determina também se a complexidade analisada está de acordo

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


com a complexidade real.

3.4 CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE URGÊNCIA

As anomalias devem ser classificadas quanto ao grau de urgência, considerando os limites


e os níveis da inspeção predial. A partir da análise criteriosa da anomalia, pode-se classificar o seu
grau de urgência em:

A) CRÍTICO

• Quando há risco iminente contra a saúde e segurança;


• Exemplo: Quando o telhado apresenta peças danificadas o suficiente que causem a sua
queda.

B) REGULAR

• Quando há risco a funcionalidade;


• Exemplo: quando os kits hidrossanitários não funcionam corretamente, podendo ocasionar
no retorno do esgoto para o cômodo.

C) MÍNIMO

• Quando há risco de desvalorização precoce;


• Exemplo: Uma fachada que nunca passou pelo processo de manutenção.

12

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Ainda, pode-se também seguir o método GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) para
fazer a análise de prioridade da intervenção. Essa metodologia é uma ferramenta de solução de
problemas proposta por Kepner e Tregoe (1981). A matriz de priorização GUT é utilizada para
determinar as inúmeras possibilidades de ação, priorizando de forma lógica a partir dos pontos
base: a gravidade, a urgência e a tendência do evento, de modo que:

• Gravidade: influência da falha sobre elementos, indivíduos, ações ou métodos e

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


resultados que surgirão ao passar do tempo, na hipótese de a falha não ser
solucionada;
• Urgência: ligação com o tempo à disposição ou essencial para solucionar a
falha;
• Tendência: capacidade de agravamento da falha, observação da tendência de
agravamento, diminuição ou desaparecimento da falha.

Segundo Daychoum (2012), a organização da matriz GUT enquadra uma contagem para
cada um dos seus critérios (Gravidade, Urgência e Tendência) indo de 1 até 5, sendo 1 um caso
sem muita gravidade e 5 de altíssima gravidade. Encontra-se o resultado da matriz GUT por
meio da multiplicação destes critérios, como mostra o quadro a seguir.

Quadro 1 - Tabela da matriz GUT.


G U T
Gravidade Urgência Tendência
PONTOS GxUxT
Consequências se Prazo para tomada Proporção do
nada for feito de decisão problema no futuro
Os prejuízos são Se nada for feito, o 5x5x5=
É necessária uma
5 extremamente agravamento da
ação imediata 125
graves situação será imediato
Vai piorar em curto 4x4x4=
4 Muito graves Com alguma urgência
prazo 64
Vai piorar em médio 3x3x3=
3 Graves O mais cedo possível
prazo 27
Pode esperar um Vai piorar em longo 2x2x2=
2 Poucos graves
pouco prazo 8
Não vai piorar ou pode 1x1x1=
1 Sem gravidade Não tem pressa
até melhorar 1
Fonte: Daychoum (2012).

13

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


3.5 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO E CONSERVAÇÃO E RECOMENDAÇÕES

Segundo o IBAPE (2012), a classificação do estado e conservação depende do grau de


urgência, mas trata-se da edificação como um todo e ocorre da seguinte forma:

a) CRÍTICO: risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e do meio
ambiente; perda excessiva de desempenho e funcionalidade causando possíveis

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


paralisações; aumento excessivo de custo de manutenção e recuperação;
comprometimento sensível de vida útil. Ou seja, quando o empreendimento contém
anomalias classificadas com grau de urgência crítico (sem condições de uso).

b) REGULAR: risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da


edificação sem prejuízo à operação direta de sistemas, e deterioração precoce. Ou seja,
quando o empreendimento contém anomalias classificadas com grau de urgência regular
(sujeito a reparos).

c) SATISFATÓRIO: Risco de causar pequenos prejuízos à estética ou atividade


programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos
riscos críticos e regulares, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor
imobiliário. Ou seja, quando o empreendimento não contém anomalias significativas
(situação normal).

Cabe ao inspetor indicar as recomendações técnicas e/ou medidas


preventivas e corretivas (plano de manutenção) quando a inspeção estiver
classificada em NÍVEL 3.

A NBR 16747-2020 trouxe uma organização de prioridades em patamares de urgência, de


modo que a classificação do estado e conservação do edifício será feita da seguinte forma:

a) PRIORIDADE 1: ações necessárias quando a perda de desempenho compromete a


saúde e/ou a segurança dos usuários, e/ou a funcionalidade dos sistemas
construtivos, com possíveis paralisações; comprometimento de durabilidade, e/ou
aumento expressivo de custo de manutenção e de recuperação. Também deve ser

14

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


classificada no patamar prioridade 1, as ações necessárias quando a perda de
desempenho, real ou potencial, pode gerar riscos ao meio ambiente.

b) PRIORIDADE 2: ações necessárias quando a perda parcial de desempenho (real ou


potencial) tem impacto sobre a funcionalidade da edificação, sem prejuízo a operação
direta de sistemas e sem comprometer a saúde e segurança dos usuários.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


c) PRIORIDADE 3: ações necessárias quando a perda parcial de desempenho (real ou
potencial) pode ocasionar pequenos prejuízos à estética ou quando as ações
necessárias são atividades programáveis e passíveis de planejamento, além de baixo
ou nenhum comprometimento do valor da edificação. Nesse caso, as ações podem
ser feitas sem urgência porque a perda parcial de desempenho não tem impacto sobre
a funcionalidade da edificação, não causa prejuízo à operação direta de sistemas e
não compromete a saúde e segurança do usuário.

A classificação do estado e conservação ou prioridade do laudo deve ser bem


fundamentada, pois, implica na desocupação dos usuários quando classificada em
“Prioridade 1” ou como “Crítica”. E ainda, quando classificada como “Prioridade 3” ou
“Satisfatória” de maneira errônea traz a falsa sensação de segurança para os usuários.

Lembre-se o laudo é um elemento TÉCNICO FUNDAMENTADO.

3.6 LISTAGEM DE VERIFICAÇÃO

A relação dos elementos construtivos e equipamentos vistoriados com a descrição das


respectivas anomalias classificadas por grau de risco e urgência pode ser apresentada por meio de
um check list. Esse check list servirá de guia para a vistoria e para analisar a estrutura como um
todo.

15

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Quadro 2 - Check list das anomalias.
ANOMALIAS FALHAS GRAU DE RISCO
ENDÓGENA EXÓGENA NATURAL FUNCIONAL DE USO E
(Relacionada aos (Originárias de (Originárias de (Relacionadas a MANUTENÇÃO
AMBIENTE problemas da fatores fenômenos da perda de (Relacionadas a perda
construção externos a natureza) funcionalidade por precoce de desempenho CRÍTICO REGULAR MÍNIMO
(materiais, edificações, final de vida útil por deficiência de uso e
execução) ou provocadas por (envelhecimento nas atividades de
projetos terceiros) natural) manutenção periódica)
Localização - - - - - - - x
Estrutura - - - - - - - x

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Fachada Sul - - - - - - - x
Fach. Norte - - - - - - - x
Fach. Leste - - - - - - - x
Fach. Oeste x - - - - x - -

3.7 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

A comprovação das anomalias e da verificação realizada é feita mediantes relatório


fotográfico que deve apresentar com clareza a manifestação patológica, bem como dar ao leitor a
visualização correta da dimensão do problema. É fundamental que as fotografias tenham boa
qualidade tanto na versão impressa quanto na versão digital.

Uma boa opção para a organização do laudo é que o resultado da análise do check list seja
apresentado por área vistoriada, juntamente com as fotos e a discussão sobre os fatos encontrados.

3.8 RELAÇÃO DE DOCUMENTOS ANALISADOS

É de fundamental importância que todos os documentos disponíveis sobre o imóvel sejam


analisados. Desde memoriais descritivos, projetos arquitetônicos, projetos complementares,
até relatórios de obra.

Dessa forma, a NBR 16747-2020 apresenta, no Anexo A, a relação de documentação que


deve ser solicitada para a investigação, essa relação está apresentada nos Quadros 3 e 4. Com
isso, a verificação dessa documentação traz ao inspetor uma visão geral da edificação.
Juntamente com a documentação, a anamnese é composta também pela entrevista aos usuários
e/ou executores, de modo que todas as informações sirvam como base para a análise do problema.

16

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Na maioria das obras de pequeno porte, a entrevista tem mais importância, pois,
normalmente, não existe projetos disponíveis para a verificação. Tudo que for determinado
como não conformidade e falhas na documentação deve estar descrita no laudo técnico de
inspeção predial (NBR 16747,2020).

De maneira semelhante, tudo aquilo que for dito pelo proprietário, síndico, gestor e/ou
executor deve ser relatado no laudo técnico, pois, além de instruir o profissional durante a

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


realização da inspeção, poderá justificar a presença de determinadas anomalias e/ou falhas,
principalmente, quando não é possível realizar ensaios mais específicos para a devida análise do
problema (NBR 16747:2020).

Quadro 3 - Relação de documentação para análise.


DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICOS OBSERVAÇÕES
Manual de uso, operação e
manutenção da edificação
Equipamentos instalados Manual técnico de uso operação e manutenção
Auto de conclusão (Habite-se)
Alvará de funcionamento (para
imóveis não residenciais)
De instalação
Alvarás de elevadores
De funcionamento
Auto de vistoria do corpo de bombeiros (AVCB)
Exigidos pelo poder público
Projetos legais aprovados Segurança contra incêndio
Em concessionárias
Projetos executivos
Regulamento (regimento) interno
Licenças ambientais
Termos de ajustamento de conduta ambiental (TAC)
Outorga e licença de poço profundo de captação de água
Outorga e licença de estação de tratamento de efluentes
Cadastro das máquinas e equipamentos instalados na edificação
Verificar legislação
Atestado de Brigada de Incêndio
estadual específica
Relatório de inspeção anual dos elevadores (RIA) A cada ano
Elevadores e outros meios de transporte
Grupos geradores
Contrato de manutenção Validade do contrato
Sistema e instrumentos de prevenção e
combate a incêndios
Fonte: Adaptado de NBR 16747 (ABNT, 2020).

17

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Quadro 4 - Continuação da relação de documentação para análise.
DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICOS OBSERVAÇÕES
Certificado de teste dos equipamentos de combate a incêndio
Livro de ocorrências da central de alarmes
Certificado de desratização e desinsetização
Plano de manutenção e operação e controle (PMOC), ambientes climatizados Especificado pelo
profissional

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Avaliação da rede de distribuição interna de gás A cada 5 anos ou
legislação local
Relatórios da realização de serviços de manutenção previstos no manual de uso,
operação e manutenção
Relatório das análises físico-químicas e bacteriológicas de potabilidade de água dos
reservatórios e da rede
Relatórios de limpeza e desinfecção dos reservatórios de água
Relatórios de limpeza e manutenção dos poços profundos
Relatórios de manutenção da estação de tratamentos de efluentes
Relatório de manutenção e limpeza das caixas de inspeção e gordura
Relatório de manutenção da estação de tratamento de água
Relatório do acompanhamento de rotina da manutenção geral
Relatórios dos acompanhamentos das manutenções dos sistemas específicos, como ar-
condicionado, motores, antenas, bombas, CFTV, equipamentos eletromecânicos e
demais componentes
Relatórios de ensaios da água gelada e de condensação de sistemas de ar-condicionado
central
Relatório de ensaios de água de reuso (físico-químicos e bacteriológicos)
Relatório de ensaios de controle de efluentes tratados
Relatórios de testes de estanqueidade de rede de distribuição interna de gás
Relatórios de ensaios preditivos, como termografia, vibrações mecânicas etc.
Relatórios de manutenção de outros sistemas instalados
Atestado do sistema de proteção a descarga atmosférica (SPDA)
Relatório de medição ôhmica do aterramento do SPDA
Fonte: NBR 16747 (ABNT, 2020).

O IBAPE (2012) também apresenta uma lista de documentos administrativos, técnicos, de


manutenção e de operação da edificação a serem analisados, tal qual apresentado no Quadro 5.

18

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Quadro 5 - Documentos que devem ser analisados segundo o IBAPE (2012).

ADMINISTRATIVA
Instituição, Especificação e Convenção de Condomínio; Regimento Interno do Condomínio; Alvará de
Construção; Auto de Conclusão; IPTU; Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); Alvará do Corpo
de Bombeiros; Ata de instalação do condomínio; Alvará de funcionamento; Certificado de Manutenção do
Sistema de Segurança; Certificado de treinamento de brigada de incêndio; Licença de funcionamento da
prefeitura; Licença de funcionamento do órgão ambiental estadual; Cadastro no sistema de limpeza urbana;
Comprovante da destinação de resíduos sólidos, etc. Relatório de danos ambientais, quando pertinente; Licença

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


da vigilância sanitária, quando pertinente; Contas de consumo de energia elétrica, água e gás. PCMSO –
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; Alvará de funcionamento; Certificado de Acessibilidade.

TÉCNICA
Memorial descritivo dos sistemas construtivos; Projeto executivo; Projeto de estruturas; Projeto de Instalações
Prediais: o Instalações hidráulicas; o Instalações de gás; o Instalações elétricas; o Instalações de cabeamento
e telefonia o Instalações do Sistema de Proteção Contra Descargas o Instalações de climatização; o Combate
a incêndio Projeto de Impermeabilização; Projeto de Revestimentos em geral, incluídas fachadas; Projeto de
paisagismo.

MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO
Manual de Uso, Operação e Manutenção (Manual do Proprietário e do Síndico); Plano de Manutenção e
Operação e Controle (PMOC) Selos dos Extintores; Relatório de Inspeção Anual de Elevadores (RIA); Atestado
do Sistema de Proteção a Descarga Atmosférica - SPDA; Certificado de limpeza e desinfeção dos reservatórios;
Relatório das análises físico-químicas de potabilidade de água dos reservatórios e da rede; Certificado de
ensaios de pressurização em mangueiras; Laudos de Inspeção Predial anteriores; Certificado de ensaios de
pressurização em cilindro de extintores. Relatório do acompanhamento de rotina da Manutenção Geral;
Relatórios dos Acompanhamentos das Manutenções dos Sistemas Específicos, tais como: ar-condicionado,
motores, antenas, bombas, CFTV, Equipamentos eletromecânicos e demais componentes. Relatórios de
ensaios da água gelada e de condensação de sistemas de ar-condicionado central; certificado de teste de
estanqueidade do sistema de gás. Relatórios de ensaios preditivos, tais como: termografia, vibrações
mecânicas etc. Relatórios dos Acompanhamentos das Manutenções dos Sistemas Específicos, tais como: ar-
condicionado, motores, antenas, bombas, CFTV, Equipamentos eletromecânicos e demais componentes.
Cadastro de equipamentos e máquinas
Fonte: IBAPE (2012).

3.9 RECOMENDAÇÃO DO PRAZO PARA NOVA INSPEÇÃO

Todo laudo deve conter o prazo de validade. E deve atestar quais as medidas devem ser
realizadas e até quando o solicitante pode realizá-las. Para isso, as recomendações técnicas devem
ser claras e acessíveis, podendo fazer uso de manuais, ilustrações e normas pertinentes.
Lembre-se que o laudo técnico poderá ser lido pelo proprietário, gestor, síndico ou responsável
legal. Ainda, a recomendação técnica pode ser a de: indicar a necessidade de contratação
adicional de profissional especialista e/ou serviços técnicos com ensaios e avaliações
específicas para emissão de relatórios e pareceres complementares ao laudo técnico entregue.
(NBR 16747:2020).
19

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


3.10 DATA DO LAUDO

O laudo deve conter a data de início (data da vistoria) e a data de finalização (data de
entrega). Deve-se ainda, citar a quantidade de folhas do laudo (rubricar todas elas) e encerrar com
a seguinte nota OBRIGATÓRIA:

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


“Este laudo foi desenvolvido por solicitação de (nome do contratante) e
contempla o parecer técnico do (s) subscritor (es), elaborado com base nos
critérios da ABNT NBR 16747”.

3.11 ASSINATURA E CONSELHO DE CLASSE

Todo documento deve vir assinado e datado com o número do CREA (Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia) ou CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo).

3.12 RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART ou RT)

É obrigado por lei que o laudo possua a ART do profissional cadastrado no CREA ou
RT do profissional cadastrado no CAU. Cabe salientar que os laudos de inspeção predial no
âmbito da engenharia civil não se estendem a imóveis rurais, sendo necessário a presença de
um engenheiro agronômico ou no caso de equipamentos, a presença de um engenheiro mecânico.

3.13 RESPONSABILIADES

O autor do laudo deverá adicionar um texto em que se responsabiliza pelo que foi
escrito no escopo do laudo (adicione o número de páginas no final do trabalho) e pelo nível de
inspeção contrata e que se exime de qualquer responsabilidade técnica caso as indicações não
sejam atendidas ou pelas áreas que não foram vistoriadas. Segundo o IBAPE (2012), o texto
poderá ser:

20

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


“O(s) profissional é (são) responsável (ais) única e exclusivamente pelo escopo e pelo
nível de inspeção contratada.

Exime-se de qualquer responsabilidade técnica a empresa ou profissional, quando as


observações e orientações existentes no Laudo de Inspeção Predial não forem implementadas
pelo proprietário ou responsável legal da edificação, bem como por qualquer anomalia e falha
decorrente de deficiências de: projeto, execução, especificação de materiais, e/ou deficiência

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


de manutenção, bem como qualquer outra alheia ao trabalho de inspeção procedido.”

4. MODELO DE LAUDO

Segue o modelo de um laudo técnico elaborado para a inspeção predial de uma residência
unifamiliar situada na cidade de Umbaúba/SE.

4.1 CAPA DO LAUDO

Figura 1 - Modelo de capa.

4.2 SUMÁRIO EXECUTIVO

Colocar seu nome, Engenheiro (a) Civil, CREA/SE 000000000, residente e domiciliado
colocar seu endereço foi contratado pelo colocar nome completo do contratante, para realizar
a inspeção predial de uma residência unifamiliar (colocar a finalidade do laudo técnico).
21

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


“Inspeção Predial: É a análise isolada ou combinada das condições técnicas, de uso
e de manutenção da edificação. IBAPE-SP”
(frase de efeito sobre a finalidade do laudo)

O imóvel avaliado consiste em uma residência de um pavimento com dois quartos, sendo
uma suíte, sala, cozinha, banheiro social, quintal e jardim.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


A edificação possui uma área construída de 75 m², que ocupa um terreno com área 140 m²,
apresentando as seguintes características construtivas: estrutura de concreto armado sobre
fundações em radier, elevações em alvenaria de tijolos cerâmicos rebocados, com telhado
cerâmico, esquadrias de alumínio, pavimentação em piso de cerâmico e instalações prediais
próprias para a finalidade e tipo edifício, na data base de 05 de setembro de 2020. (DESCREVER
UM POUCO DO PROBLEMA)

Este Laudo de Inspeção foi elaborado em consonância com as Normas e Resoluções do


IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia – Entidade Nacional) e da Norma
de Manutenção em Edificações NBR 5674, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
e as regras gerais e específicas a serem obedecidas na manutenção e conservação das
edificações. (COLOCAR A NORMA QUE USOU PARA EMBASAMENTO TEÓRICO DO LAUDO)

Este trabalho caracteriza-se pela inspeção predial como um “Check-up” da edificação,


tendo como escopo um diagnóstico geral sobre a residência unifamiliar, identificando as anomalias
construtivas e falhas de manutenção – com a análise do risco oferecido aos usuários, ao meio
ambiente e ao patrimônio – que interferem e prejudicam a saúde e habitabilidade, frente ao
desempenho dos sistemas construtivos e elementos vistoriados da edificação, especialmente a
estrutura em concreto, fachadas e instalações elétricas e hidrossanitárias.

Neste contexto, a anomalia representa a irregularidade relativa à construção e suas


instalações, enquanto a falha diz respeito à manutenção, operação e uso da edificação.
(CONCEITUAR ALGUNS TERMOS ESPECÍFICOS)

4.2.1 Preceitos Legais

Constituição Federal; Código Civil; Código de Processo Civil; Código Penal; Código
Comercial; Código de Águas; Código de Defesa do Consumidor; Código Sanitário Estadual;
Legislação Ambiental; Código Florestal; Código de ética do IBAPE; Lei Federal Nº. 5.194 de

22

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


21/12/1966 que regula o exercício das profissões de Engenheiro e Engenheiro Agrônomo e dá
outras providências;

a) RESOLUÇÕES DO CREA

Resolução Nº. 205, de 30/09/1971, que adota o Código de Ética Profissional; Resolução Nº.
218, de 27/06/1973, que fixa as atribuições do Engenheiro e Agrônomo nas diversas modalidades;

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Resolução Nº. 345, de 27/07/1990, que dispõe quanto ao exercício por profissionais de nível
superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia;

b) RESOLUÇÕES DO CAU

Resolução 1010 do CONFEA; Lei nº 12.378 de 31/12/2010 que regulamenta o exercício da


Arquitetura e Urbanismo; Código de Obras e Edificações (COE) e Leis Complementares ao COE
do Município; Decreto Federal 24714 de 7/10/87, 27.011 de 30/09/88; Decreto Federal 24767 de
14/10/87 - Regulamenta o sistema de fiscalização, disposições gerais para utilização de gás
combustível nos edifícios e construções em geral.

c) CÓDIGOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

d) LEIS DE OCUPAÇÃO, PARCELAMENTO E USO DO SOLO DO MUNICÍPIO

e) NORMAS TÉCNICAS DA ABNT E DO IBAPE (NÃO ALTERAR!!!)

4.3 IDENTIFICAÇÃO DO LAUDO

➢ LAUDO: N° 001/2020- INVESTIGAÇÃO PREDIAL


➢ DATA BASE: DATA DA VISTORIA
➢ SOLICITANTE: Nome e endereço
➢ OBJETO: Residência unifamiliar/Escola/ (tipificar a edificação)
➢ LOCAL DA AVALIAÇÃO: Endereço da avaliação COM LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
➢ OBJETIVO: Inspeção predial
➢ FINALIDADE: Avaliar o desempenho e as condições da edificação.
23

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


4.4 LOCAL DA VISTORIA

No laudo é indispensável colocar a posição geográfica e o endereço da edificação em


análise.

Figura “X” - Localização da vistoria.


(Colocar numeração da figura de acordo com a sequência do Laudo, bem como a descrição dela).

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Fonte: Google Maps

4.5 DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTARES

Documentos Complementares
Apresentação
Item Subitem Descrição
SIM NÃO
1 Projetos X
1.1 Arquitetônico X
1.2 Estrutural X
1.3 Elétrico e Telefônico X
1.5 Hidrossanitário X
1.6 Combate a Incêndio X
1.7 Sistema de Gás X
2 Escritura X
3 Registro X
5 Habite-se X
6 Plano de Manutenção X
24

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


4.6 LISTA DE VERIFICAÇÃO

Elencar os itens a serem vistoriados na edificação.

LISTA DE VERIFICAÇÃO ITEM OBSERVADOS DURANTE A VISTORIA

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


VERIFICADO
ITEM DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO
SIM NÃO
1 Localização X -
2 Acesso X -
3 Estrutura X -
3.2 Fundações X Não observada
3.3 Pilares X -
3.4 Vigas X Ausentes
3.5 Lajes X Ausentes (Cobertura de gesso)
3.6 Vergas X -
3.7 Contra Vergas X Ausentes
4 Revestimentos Externos X -
4.1 Fachada Norte (Frente) X
4.2 Fachada Sul (Fundos) X
4.3 Fachada Leste (L. Esquerda) X
4.4 Fachada Oeste (L. Direita) X
5 Esquadrias X -
6 Circulações Térreo X
7 Revestimentos Internos X -
8 Telhados X Não observado.
9 Instalações Hidráulicas X -
10 Instalações Sanitárias X -
11 Instalações Elétricas X -
12 Quintal X -
Talude não estabilizado no fundo
13 Área externa X
e na lateral da residência.

25

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


4.7 NÍVEL DE INSPEÇÃO – RIGOR DO LAUDO

A inspeção predial é classificada quanto a sua complexidade e elaboração do Laudo.


Consideradas as características técnicas da edificação, manutenção e operação existentes e
necessidade de formação de equipe multidisciplinar para execução dos trabalhos. Os níveis de
inspeção predial podem ser em Nível I, II e III.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Para o exemplo do Laudo em questão, tem-se:

NÍVEL 2

Vistoria para a identificação de anomalias e falhas aparentes eventualmente


identificadas com o auxílio de equipamentos e/ou aparelhos, bem como análises de
documentos técnicos específicos, consoante à complexidade dos sistemas construtivos
existentes.

A Inspeção Predial nesse nível é elaborada por profissionais habilitados em uma ou mais
especialidades.

Nível de Inspeção: NIVEL II

4.8 GRAU DE RISCO/ PATAMAR DE URGÊNCIA

Critério de classificação das anomalias e falhas existente na edificação, e constatadas em


uma inspeção predial, considerando o risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao
patrimônio, dentro dos limites da inspeção predial.

A análise do risco consiste nas anomalias e falhas identificadas nos diversos componentes
de uma edificação, quanto ao seu grau de risco relacionado com fatores de manutenção,
depreciação, saúde, segurança, funcionalidade, comprometimento de vida útil e perda de
desempenho.

26

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Para o exemplo do Laudo em questão, tem-se:

Grau de Risco: REGULAR

Relativo à presença de anomalias sujeitas a reparos de forma programada, com a


probabilidade de ocorrência dos riscos regulares, além de comprometer o valor

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


imobiliário; recomendando programação e intervenção a médio prazo.

Segundo a NBR 16747:2020, o patamar de urgência da residência pode ser classificado


como PRIORIDADE 2, pois, são necessárias ações pela perda parcial de desempenho
(real ou potencial) tem impacto sobre a funcionalidade da edificação, sem prejuízo a
operação direta de sistemas e sem comprometer a saúde e segurança dos usuários.

4.9 CRITÉRIO E MÉTODO DA INSPEÇÃO PREDIAL

A elaboração da inspeção predial baseia-se na análise do risco oferecido aos usuários,


ao meio ambiente e ao patrimônio, diante das condições técnicas, de uso, operação e
manutenção da edificação, bem como da natureza da exposição ambiental, seguindo a metodologia
da NBR 16747:2020.

4.10 CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS E FALHAS

Exemplo:

3. Estrutura e fundação

ANOMALIAS FALHAS GRAU DE RISCO


Construtiva Construtiva Natural: Funcional: De uso e manutenção: Crítico Regular Mínimo
endógena: exógena: Originárias Quando Quando relacionadas a
relacionadas aos Originárias de de relacionadas com perda precoce de
problemas da fatores externos fenômenos a perda de desempenho por
construção: a edificações, da funcionalidade por deficiência no uso e nas
Materiais, provocadas por natureza final de vida útil: atividades de
execução ou terceiros envelhecimento manutenção preventiva,
projetos natural preditiva ou corretiva
x - - - - - x -

27

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Observações: Foi observado que a estrutura presente na residência está em desacordo
com a NBR 6118 (2014), que estabelece a dimensão mínima do pilar em 14 cm, caso sejam
considerados coeficientes adicionais ao projeto, senão 19 cm. Ainda, foi possível observar que a
residência não possui lajes e vigas, fazendo com que o telhado fique apoiado direto na alvenaria
de vedação. Desse modo, o sistema estrutural não possui o travamento necessário para a
estabilidade dela. Ainda, proporciona a transferência do carregamento do telhado para o bloco
cerâmico de vedação.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Figura “Y” – Cobertura apoiada na alvenaria de vedação.
(Colocar numeração da figura de acordo com a sequência do Laudo, bem como a descrição dela).

A fundação utilizada foi do tipo radier apoiado sobre um aterro e nivelado a partir de um
alicerce de alvenaria de pedra. Segundo a NBR 6122 (2010), tem-se radier como uma placa de
concreto armado destinada a transferir os esforços para o solo e que abrange todos os pilares da
edificação. Ainda, não existem normatizações brasileiras para a estrutura do radier. Entretanto,
estudos como o de Almeida (2001), sugere que para uma residência simples a espessura mínima
de radier é de 10 cm, desde que o subleito seja adequadamente compactado e uniforme.

Pela ausência dos projetos ou de um relatório de obra, não se pode determinar a espessura
exata utilizada na residência em estudo. Pelo ensaio do SPT realizado, a placa de radier na área
de jardim e do quintal, possui uma espessura igual a 5 cm. Foi observado também que o sistema
de fundação é composto por alicerce em alvenaria de pedra possui uma altura de 1,75m da frente
do terreno em relação ao fundo.

Segundo o relato do construtor, foi realizado a compactação do aterro em camadas


superiores aos 30 cm estabelecidos para compactação manual pela NBR 5681(2015). Pelo ensaio
realizado do SPT, o solo do aterro trata-se de uma argila arenosa e argila siltosa na área do frente
28

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


e do fundo da residência (furo 01 e 02 do ensaio de SPT em anexo) e não oferece alguma
resistência para o suporte do carregamento (NSPT variando entre 02 e 04, com consistência
mole e muito mole), bem como o solo sobre o qual está apoiado o alicerce de alvenaria de pedra,
que se trata de uma argila arenosa com consistência mole e muito mole, com NSPT variando entre
02 e 05 (furo 03 do ensaio de SPT em anexo).

Desse modo, pode-se constatar que a ausência da estabilidade do solo em que a

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


fundação está apoiada resultou em um recalque diferencial, provocando a desestabilização da
casa como um todo e o surgimento das fissuras encontradas.

Figura “Z” – Alvenaria de pedra usada para nivelamento do terreno.


(Colocar numeração da figura de acordo com a sequência do Laudo, bem como a descrição dela).

4.11 LISTA DE DOCUMENTOS EM ANEXO

Comprovante de pagamento da
Art do Laudo de Vistoria e
ART do Laudo de Vistoria e
Inspeção Predial
Inspeção Predial

Check list de Vistoria Predial Resultados do ensaio de SPT

29

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


4.12 AVALIAÇÃO DA DE MANUTENÇÃO DE USO

Da norma do IBAPE, tem-se que:

Em caso de inexistência de plano de manutenção na edificação, o inspetor, ainda, deverá


verificar as atividades realizadas e devidamente registradas (evidências), comparando-as com o
conjunto de recomendações mínimas de fabricantes e fornecedores de equipamentos e sistemas

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


inspecionados.

São elementos observados no trabalho de inspeção predial, que devem ser considerados
na classificação da qualidade de manutenção:

Falhas constatadas;

Não conformidades registradas nos documentos pertinentes à


manutenção;

Classificações dos graus de risco;

Atendimento às necessidades da edificação, considerados os conceitos de


desempenho, vida útil, durabilidade etc.

Deverão, ainda, ser observados os atendimentos aos demais aspectos mencionados na


ABNT NBR 5674: Manutenções de Edifícios.

Para o exemplo do Laudo em questão, tem-se:

USO: REGULAR

30

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


4.13 RESPONSABILIDADES

O profissional é RESPONSÁVEL único e exclusivamente pelo escopo e pelo nível de


inspeção contratada.

Exime-se de qualquer responsabilidade técnica o profissional, quando as observações e


orientações existentes no Laudo de Inspeção Predial não forem implementadas pelo proprietário

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


ou responsável legal da edificação, bem como por qualquer anomalia e falha decorrente de
deficiências de: projeto, execução, especificação de materiais, e/ou deficiência de manutenção,
bem como qualquer outra alheia ao trabalho de inspeção procedido.

Exime-se de qualquer responsabilidade técnica a empresa ou profissional, sobre a análise


de elementos, componentes, subsistemas e locais onde não foi possível executar a Inspeção
Predial. As documentações apresentadas ao profissional foram consideradas como verídicas e de
boa – fé.

4.14 CONCLUSÕES

A edificação foi vistoriada em todos os seus cômodos e, também, na parte externa. As


manifestações patológicas comuns são as infiltrações nas paredes com alvenaria interna e
externa, provenientes do processo de capilaridade do solo devido à ausência de impermeabilização
da fundação, e, também, as fissuras devido a movimentação da fundação apoiado em solo mal
compactado e de baixa resistência.

Considera-se que a residência estudada não oferece risco iminente de colapso, por sua
vez, as manifestações patológicas causam desconforto ao usuário, não eximindo o proprietário
de manutenções preventivas, preditivas e corretivas no âmbito de sua área privativa, sob suas
expensas, para a garantia do desempenho e durabilidade da sua unidade habitacional e segurança
dos usuários.

Concluímos que a edificação deve passar pelos reparos de estabilização (reforço) e


impermeabilização da fundação.

(APRESENTAR UMA CONCLUSÃO COM AS SUAS INDICAÇÕES)

31

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


Encerramento:

Este laudo foi desenvolvido por solicitação de (nome do contratante) e contempla o parecer
técnico do (s) subscritor (es), elaborado com base nos critérios da ABNT NBR 16747 e possui 20
folhas numeradas, todas rubricadas e esta última assinada, com o devido apostilamento dos anexos
relacionados.

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


Aracaju (LOCAL), 05 de setembro de 2020 (DATA).

ASSINATURA (Assinatura digital)

RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

GRADUAÇÃO - CREA/SE 000000000-0

4.15 ANEXOS

COLOCAR OS ANEXOS DA LISTA DE ANEXOS.

32

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 5674:99: Manutenção de
Edificações - Procedimento. Rio de Janeiro, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 13.752:96: Perícias de engenharia


na construção civil. Rio de Janeiro, 199
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16747 - Inspeção predial ― Diretrizes,

Material para o seu USO EXCLUSIVO, sendo PROIBIDO o compartilhamento.


conceitos, terminologia e procedimento. 2020.
Lei Federal Nº 5.194 de 21/12/1966 que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto
e Engenheiro Agrônomo e dá outras providências;

Resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, e particularmente:


– Resolução Nº 205, de 30/09/1971, que adota o Código de Ética Profissional;
Resolução Nº 218, de 27/06/1973, que fixa as atribuições do Engenheiro, Arquiteto e Agrônomo
nas diversas modalidades;
Resolução Nº 345, de 27/07/1990, que dispõe quanto ao exercício por profissionais de nível
superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia;

IBAPE- INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS EM ENGENHARIA. Manual de


Inspeção
GOMIDE, Tito; PUJADAS, Flávia, NETO, Jerônimo, Técnicas de Inspeção e Manutenção Predial,
ed. Pini. São Paulo, 2006.

33

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58


34

Licensed to Daniel Pessoa Caetano Junior - daniellcaetanojr@gmail.com - 021.969.202-58

Você também pode gostar