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CURSO ARQUEAÇÃO DE NAVIOS – DRAFT

ALUNO: JOSÉ CARLOS GARCIA

FLUTUABILIDADE DE NAVIOS

Flutuabilidade é a propriedade que tem um navio


de flutuar. Mas como isso ocorre?

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Primeiro vamos relembrar o princípio de Arquimedes: “todo corpo mergulhado
parcialmente num líquido recebe um empuxo de baixo para cima igual ao peso do
líquido deslocado por ele”.

Portanto para que ocorra essa FLUTUABILIDADE é necessário que a força do peso do
navio seja igual ao empuxo, que nada mais é a força que o líquido exerce no sentido de
baixo para cima.

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Muitos podem ficar espantados, como um navio imenso não afunda na água. A resposta
está na densidade e no princípio de Arquimedes citado acima. Para o navio não afundar
será necessário que a sua densidade seja menor que a densidade da água onde flutua.

Como assim o navio é gigantesco e construído em estrutura de aço...pesa muito!

Vamos lembrar que os navios são construídos como uma estrutura em aço formando um
bloco metálico, que a princípio afundaria, mas ele é moldado de forma que um bom
espaço em seu interior contenha ar fazendo com que a densidade média do navio como
um todo seja menor que a da água.

A foto acima é da seção transversal de um navio em construção, onde ilustra exatamente


o explicado acima. As setas vermelhas indicam a estrutura em aço das paredes do navio
e a seta verde indica o interior dele.
Quando da conclusão da construção do navio o mesmo torna-se um bloco metálico “oco”
e com isso o espaço interno será todo preenchido de ar, fazendo com que a densidade
média do navio seja menor que a densidade da água.

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Claro que o navio ao ser colocado na água ficará com uma parte submersa, que
provocará um deslocamento de uma quantidade de água igual ao volume imerso dele,
para que haja o equilíbrio necessário.

Reparem na figura acima e podemos notar que o volume d’agua deslocado é igual ao
volume do navio imerso na água.

A parte submersa de um navio normalmente é pintada na cor ocre, conforme indicado na


figura abaixo, que diferencia da cor do seu costado e é o limite que ele pode ficar imerso
na água

Para que isso aconteça o carregamento deve ser ordenado e na quantidade admissível
de peso para que ele não ultrapasse esta marca e venha afundar, mas no caso contrário,
ou seja, navio com pouca carga é necessário o bombeamento da água do mar para os
tanques de lastro até que ele equilibre o seu peso com o empuxo provocado pela água
devido a sua imersão e consiga flutuar.

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Imagine se um pedaço do casco do navio se rompe e comece adentrar água para dentro
do navio preenchendo o espaço interno do navio que antes era preenchido com ar passa
a ser preenchido com água fazendo com que a densidade do navio venha a aumentar e o
navio começa afundar, pois a sua densidade será maior que a da água e, portanto o seu
peso será maior que empuxo da água. O caso mais conhecido foi o do navio Titanic que
ao chocar-se com um Iciberg teve avarias no casco e a água começou a entrar nos
compartimentos e preencher os espaços vazios e ele acabou afundando.

Outras situações que podem levar um navio imergir por completo seria carregá-lo com
uma carga sólida a granel diretamente no porão e essa carga passar de um estado sólido
para um estado líquido (liquefação) levando a um desiquilíbrio do navio, ou quando é
carregado com um peso igual ao peso da água necessária para preencher o volume
definido como a reserva de flutuabilidade.

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Na figura abaixo podemos verificar a importância da reserva de flutuabilidade de um
navio, que nada mais é que o volume do navio acima da superfície da água e que pode se
tornar estanque.

Essa reserva de flutuabilidade na maioria dos navios é o volume compreendido entre a


zona de flutuação e o convés que podem ser estanques. A reserva de flutuabilidade
exprime-se em percentagem do volume deslocado pelo navio.

A flutuação correspondente ao navio completamente carregado denomina-se flutuação


carregada, ou flutuação em plena carga.

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A flutuação que corresponde ao navio completamente vazio chama-se flutuação leve.

A flutuação que corresponde ao navio no deslocamento normal chama-se flutuação


normal.

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É importante para os cálculos de flutuabilidade e de estabilidade, que se tenha o ponto do
centro de gravidade da embarcação (CG), porque o peso do navio pode ser considerado
como uma força nele concentrada.

Como, em um navio, os pesos são usualmente distribuídos por igual de um lado e do


outro do plano diametral, o CG está, em geral, neste plano. Nos navios de forma usual, o
CG é situado no plano da seção a meia-nau, ou muito próximo dele.
A posição vertical do CG varia muito de acordo com o projeto de cada navio. Conforme
sua definição em mecânica, o centro de gravidade é o ponto de aplicação da resultante de
todos os pesos de bordo, e a soma dos momentos de todos os pesos em relação a
qualquer eixo que passe por ele é igual a zero. A posição do CG se altera com a
distribuição de carga, nos tanques, nos porões, no convés etc...
Devemos lembrar que Carena é a parte molhada abaixo do plano de flutuação, ou seja, é
o volume submerso até o plano de flutuação. De acordo com o princípio de Arquimedes,
para que a embarcação flutue é preciso haver o equilíbrio entre as forças peso e empuxo
ou peso do navio e o ponto resultante de impulsão que atua sobre o caso, chamado de
Centro de Carena ou Centro de Empuxo.

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Por isso temos que saber onde localiza-se o Centro de carena (CC), que é o centro de
gravidade do volume da água deslocada, é o ponto de aplicação da força chamada
empuxo. É contido no plano diametral, se o navio estiver aprumado na direção
longitudinal, sua posição depende da forma da carena, não estando muito afastada da
seção a meia-nau nos navios de forma usual. Está sempre abaixo da linha-d’água.
Não menos importante é sabermos onde localiza-se o Metacentro, que é o ponto de
cruzamento entre uma linha imaginária traçada verticalmente, atravessando o centro de
flutuação de uma embarcação, quando esta está em meio líquido, e uma linha
correspondente ao novo centro de flutuação quando a embarcação estiver inclinada. Para
que a embarcação não aderne até afundar, o metacentro não pode se deslocar para baixo
do centro de gravidade.
Veja a figura abaixo demonstra exatamente isso ao navio adernar o Metacentro continua
acima do Centro de gravidade do navio e com isso o navio tende a voltar a posição
normal.

Fig. 4: Equilíbrio Estável

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Veja a figura abaixo o Metacentro e o Centro de gravidade do navio estão na mesma
posição e com isso o navio retorna para qualquer posição, ou seja, isso acontece porque
as forças se anulam..

A figura abaixo nota-se que o Metacentro está abaixo do centro de gravidade e quando inclinado, o
navio emborcará porque há uma força maior do que a força de empuxo.

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CONCLUSÃO:

A Flutuabilidade de um navio nada mais é a condição e propriedade dele flutuar e


para entendermos isso basta aplicar a teoria Arquimediana: “todo corpo
mergulhado parcialmente num líquido recebe um empuxo de baixo para cima igual
ao peso do líquido deslocado por ele”.
Os navios são construídos com paredes de estrutura em aço, mas o interior dele é
vazio e nesse caso ele é preenchido por ar, e com isso a densidade média de todo o
navio é pequena.
O navio ao ser colocado na água ficará com uma parte submersa, que provocará
um deslocamento de uma quantidade de água igual ao volume imerso dele, para
que haja o equilíbrio necessário. Ele só se mantém sobre a água porque a sua
densidade é igual a densidade da água do mar.
Para manter uma condição boa de flutuabilidade tem que ser tomado cuidado para
não ultrapassar o limite da reserva de flutuabilidade do navio.
A reserva de flutuabilidade na maioria dos navios é o volume compreendido entre a
zona de flutuação e o convés que podem ser estanques e exprime-se em
porcentagem do volume deslocado pelo navio.
Há 3 tipos de flutuação de um navio: completamente carregado, completamente
vazio e normal.
Lógico que para um navio ter uma boa flutuabilidade é necessário que a condição
de equilíbrio do navio seja boa e para isso deve-se saber a localização do centro de
gravidade e o centro de carena do navio e o Metacentro. Lembrando que para um
navio ficar em equilíbrio é necessário manter o Centro de gravidade do navio abaixo
do centro de carena e assim, quando o navio adernar para BB, ou BE ele tende a
voltar a posição estável. Caso contrário, ou seja, o Centro de gravidade acima do
Centro de Carena do navio não voltará a posição de equilíbrio e tende ao
emborcamento.

JOSÉ CARLOS GARCIA

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