A estabilidade dos navios é fundamental para que as embarcações possam
navegar com segurança, assim como qualquer tipo de barco, os grandes navios estão sujeitos aos movimentos dos mares, ondas, correntes, ventos, movimentação de carga e tempestades. Todos esses fenômenos fazem com que navios cargueiros, por exemplo, sofram inclinações constantes. Garantir que essas embarcações não adernem, ou seja, inclinem para os lados, é uma das principais preocupações dos engenheiros navais durante a fase de projeto. A capacidade de um navio não adernar ou emborcar está atrelada a estabilidade em situações adversas como rajadas de vento, grandes ondas, perturbação do eixo gravitacional com concentração de peso em um dos bordos ou em conveses mais altos, manobras bruscas como curvas em velocidade ou até mesmo situações de avarias com entrada de água nos compartimentos internos. Esta capacidade é dada pelo formato do casco e distribuição da carga de forma uniforme, levando em conta o centro gravitacional. Cascos com diferentes formatos vão proporcionar diferentes índices de flutuabilidade, estabilidade e velocidade para o navio, cascos mais largos como os utilizados em petroleiros tendem a proporcionar maior estabilidade e navegabilidade em águas mais rasas, porém produzem maior arrasto, o que diminui a velocidade e aumenta o consumo de combustível. Existem duas forças que atuam na flutuabilidade e estabilidade das embarcações: o peso que será afetado pela quantidade e distribuição da carga, e o empuxo que será afetado pelo formato do casco.
Centro de Gravidade (CG)
O centro de gravidade é o ponto onde existe maior concentração de peso da das cargas, se forem alocadas cargas mais pesadas em conveses mais altos o centro de gravidade se deslocará para cima, se houver mais peso a estibordo o centro de gravidade se deslocará para direita. Centro de Carena (CE) O Centro de carena ou empuxo é o ponto central da força exercida pela água contra o casco do navio, ele ficará na parte do navio que desloca mais água para os lados, ou seja, na região mais larga do casco na altura da linha d'água. Ao contrário do centro de gravidade, o centro de carena se desloca de acordo com a inclinação do navio pois um dos lados do caso estará sofrendo maior empuxo do que o outro.
Embora o sistema de lastro possa corrigir pequenas inclinações a capacidade
do navio de voltar a posição vertical após sofrer uma inclinação é devida principalmente a altura do centro de gravidade ser menor que a altura do centro de carena, enquanto o empuxo da água empurra o navio para cima o peso exerce uma força para baixo e a soma dos vetores gera torque que faz o navio se manter na posição original, por outro lado quando o centro de gravidade for mais alto do que o centro de carena o navio não suportará instabilidade e irá adernar. Quanto mais baixo for o centro de gravidade em relação ao centro de empuxo, maior será o ângulo de inclinação que o navio poderá suportar.