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UNIDADE 03

Navios e estabilidade.

A estabilidade dos navios é fundamental para que as embarcações possam


navegar com segurança, assim como qualquer tipo de barco, os grandes navios estão
sujeitos aos movimentos dos mares, ondas, correntes, ventos, movimentação de
carga e tempestades. Todos esses fenômenos fazem com que navios cargueiros, por
exemplo, sofram inclinações constantes. Garantir que essas embarcações não
adernem, ou seja, inclinem para os lados, é uma das principais preocupações dos
engenheiros navais durante a fase de projeto.
A capacidade de um navio não adernar ou emborcar está atrelada a estabilidade
em situações adversas como rajadas de vento, grandes ondas, perturbação do eixo
gravitacional com concentração de peso em um dos bordos ou em conveses mais
altos, manobras bruscas como curvas em velocidade ou até mesmo situações de
avarias com entrada de água nos compartimentos internos.
Esta capacidade é dada pelo formato do casco e distribuição da carga de forma
uniforme, levando em conta o centro gravitacional. Cascos com diferentes formatos
vão proporcionar diferentes índices de flutuabilidade, estabilidade e velocidade para
o navio, cascos mais largos como os utilizados em petroleiros tendem a proporcionar
maior estabilidade e navegabilidade em águas mais rasas, porém produzem maior
arrasto, o que diminui a velocidade e aumenta o consumo de combustível.
Existem duas forças que atuam na flutuabilidade e estabilidade das
embarcações: o peso que será afetado pela quantidade e distribuição da carga, e o
empuxo que será afetado pelo formato do casco.

Centro de Gravidade (CG)


O centro de gravidade é o ponto onde existe maior concentração de peso da das
cargas, se forem alocadas cargas mais pesadas em conveses mais altos o centro de
gravidade se deslocará para cima, se houver mais peso a estibordo o centro de
gravidade se deslocará para direita.
Centro de Carena (CE)
O Centro de carena ou empuxo é o ponto central da força exercida pela água
contra o casco do navio, ele ficará na parte do navio que desloca mais água para os
lados, ou seja, na região mais larga do casco na altura da linha d'água. Ao contrário
do centro de gravidade, o centro de carena se desloca de acordo com a inclinação do
navio pois um dos lados do caso estará sofrendo maior empuxo do que o outro.

Embora o sistema de lastro possa corrigir pequenas inclinações a capacidade


do navio de voltar a posição vertical após sofrer uma inclinação é devida
principalmente a altura do centro de gravidade ser menor que a altura do centro de
carena, enquanto o empuxo da água empurra o navio para cima o peso exerce uma
força para baixo e a soma dos vetores gera torque que faz o navio se manter na
posição original, por outro lado quando o centro de gravidade for mais alto do que o
centro de carena o navio não suportará instabilidade e irá adernar.
Quanto mais baixo for o centro de gravidade em relação ao centro de empuxo,
maior será o ângulo de inclinação que o navio poderá suportar.

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