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Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade

A Prática do Direito

Ana Rita Vieira Pires Aguiar

Maio de 13

Angra do Heroísmo 2012 - 2013


Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade

Ficha Técnica
A Prática do Direito

Profissões Jurídicas e Parajurídicas

Escola: Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade

Área: Línguas e Humanidades

Disciplina: Direito

Professora: Maria João Cajão

Aluna: Ana Rita Vieira Pires Aguiar

Ano: 12º
Página 2

Turma: E

Número: 3

Profissões Jurídicas e Parajurídicas

Angra do Heroísmo 2012 - 2013


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Índice
1) Introdução…………………………………………………….…página 4
2) Profissões jurídicas e parajurídicas…………………..………….página 5
a) Juiz…………………………………………………………...página 5
i) Noção.………...…………………………………...……..página 5
ii) Origem………………………………….………………..página 5
iii) Âmbito das funções……………………….……...………página 6
iv) Divergências……………………………….………......…página 7
v) Acesso à profissão………………………….….....………página 8
vi) Remuneração……………………………….…...………..página 9
vii) Direitos especiais……………………………...………página 9
viii) Figura importante da atualidade……….………….…página 10
b) Advogado…………………………………………………..página 11
i) Noção………………………...…………………………página 11
ii) Origem……………………………………………….….página 11
iii) Âmbito das funções......................................................…página 12
iv) Acesso à profissão.......................................................….página 13
v) Incompatibilidades……………………………………página 16
vi) Deveres profissionais…………………………...………página 17
 Comunidade…………………………………...…página 17
 Ordem dos Advogados……………………….…..página 18
 Clientes………………………………………..…página 18
vii) Remuneração……………………………………..….página 20
viii) Figura importante da atualidade……………………..página 20
3) Conclusão……………………………………………………...página 21
4) Bibliografia……………………………………………...……..página 22
a) Webgrafia..............................................................................página 22
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Profissões Jurídicas e Parajurídicas

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Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da Disciplina de Direito e é sobre as
profissões jurídicas e parajurídicas, mais concretamente as profissões de juiz e
advogado, tendo como pontos a abordar a definição atual de juiz; a história ou origem
desta profissão; o âmbito das funções de um juiz; a apresentação de algumas
divergências acerca do papel de juiz; o acesso à profissão, a remuneração; os direitos
especiais e por fim a apresentação de uma figura importante na atualidade judicial.
Seguidamente também será exposta a definição atual de advogado, a história
ou origem dessa profissão, o âmbito das funções; o acesso à profissão;
incompatibilidades no exercício de advocacia; deveres profissionais, quer para com a
comunidade, quer para com a Ordem de Advogados e ainda para com os clientes; a
Remuneração; e por fim, também a apresentação de uma figura marcante na
atualidade judicial portuguesa.
O principal objetivo deste trabalho é conhecer as profissões jurídicas e
parajurídicas, aprofundando assim o nosso conhecimento acerca do Direito em
Portugal.
Este trabalho está dividido em duas grandes partes. Partes estas que
posteriormente se subdividem em oito partes cada. Partes estas já mencionadas
acima, pelo que não voltarão a ser referidas.
Ao longo do mesmo serão apresentados alguns gráficos/tabelas de forma a não
criar a ideia de monotonia no leitor.
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida
com recurso a “websites” e algumas imagens.
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Profissões
jurídicas e
parajurídicas
Juiz
Noção: (Do latim iūdex -dĭcis, literalmente
"aquele que diz o direito") É um cidadão investido de autoridade pública com o poder
para exercer a atividade jurisdicional, julgando os conflitos de interesse que são
submetidos à sua apreciação.

Existe, em Portugal, uma Associação Sindical de Juízes.

Origem: A figura institucionalizada do juiz tem relação com o nascimento das


civilizações: uma vez que conflitos surgem naturalmente, a ideia de um terceiro, tido
como neutro, é essencial para constituir uma visão livre de parcialidade. Os
senadores em Roma, por exemplo, eram um grupo dedicado exclusivamente ao
julgamento de questões, exercendo a função de magistrado na Grécia e Roma antigas.

De facto a necessidade de existência de um individuo “neutro” tornou-se,


desde há muito, objeto de reflexão. Já o próprio filósofo Sócrates o entendia quando
apresentou quatro características entendidas por ele como fundamentais e,
atualmente, muito corretas.

"Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder


sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente." – Sócrates
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A imagem foi construída aos poucos, e inicialmente, o juiz era visto como um
representante do divino, ou seja, a sua decisão simbolizava a postura de um ser
superior que via os casos de maneira neutra. O conceito evoluiu com a sociedade, de
modo que o pensamento iluminista e o legado da Revolução Francesa (1789)
contribuíram para uma mudança de paradigma: ao colocar o cidadão no centro, o juiz,
que era parte da classe privilegiada (Segundo Estado na Revolução Francesa), passa a
ser um cidadão eleito pela sua capacidade e aptidão para julgar casos de forma
imparcial.

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Este processo foi fundamental para entendermos o juiz atualmente, como um


cidadão dotado de habilidades selecionadas por meio de requisitos e critérios e não
mais um ser místico ou privilegiado.

O juiz, de um modo geral, está sujeito à hierarquia de uma norma superior que
institui a sua competência. A teoria positivista entende que é necessário que uma
norma de reconhecimento ou norma fundamental determine a competência do
magistrado e estipule os seus limites, além de delimitar as suas funções e atividades.

Em Portugal a Magistratura judicial é composta pelos juízes dos seguintes


tribunais judiciais:

 Juízes-conselheiros – Supremo Tribunal de Justiça


 Juízes-desembargadores – Tribunais da Relação
 Juízes de Direito – Tribunais de Comarca

Existem, ainda, os juízes dos tribunais administrativos e fiscais cuja carreira


profissional é regulada pela Constituição, por um estatuto próprio, e,
subsidiariamente, pelo Estatuto dos Magistrados Judiciais, aprovado pela Lei nº21/85,
de 30 de julho (com as respetivas alterações), sendo aí que encontramos as normas
jurídicas que regem o exercício da sua atividade profissional, cuja função é administrar
a justiça em nome do povo e fazer cumprir as decisões judiciais.

Âmbito das funções: A principal tarefa dos juízes é a de julgar as causas


submetidas a julgamento com fundamento na Constituição e na Lei. Os juízes, titulares
de órgãos de soberania, são independentes.
A sua independência é assegurada pela existência de um órgão privativo de
gestão e disciplina da magistratura judicial, pela inamovibilidade, pela
irresponsabilidade e pela não sujeição a quaisquer ordens ou instruções, salvo o dever
de acatamento das decisões proferidas em via de recurso por tribunais superiores.

No exercício das suas funções, os juízes devem, por isso, obediência à lei e não
podem abster-se de julgar os casos que lhes são submetidos a julgamento.

Artigo 8º do Código Civil,


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1. O tribunal não pode abster-se de julgar, invocando a falta ou a obscuridade da lei ou


alegando dúvida insanável acerca dos factos em litígio.
2. O dever de obediência à lei não pode ser afastado sob pretexto de ser injusto ou imoral
o conteúdo do preceito legislativo.

Esta ideia encontra-se expressa no artigo 8º do Código Civil – Obrigação de julgar e


dever de obediência à lei.

Por força da especificidade das suas funções, os juízes em exercício não podem
desenvolver qualquer outra atividade pública ou privada, a não ser funções docentes

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ou de investigação científica de natureza jurídica, embora não remuneradas, ou


funções diretivas em organizações sindicais representativas da sua classe. Aos juízes
está vedado o exercício de atividades político-partidárias de caráter público. Refira-se,
contudo, que o exercício de funções docentes ou de investigação científica carece de
autorização do Conselho Superior de Magistratura.

No âmbito das suas funções, os juízes não podem, ainda, prestar declarações
ou fazer comentários sobre os processos que têm a seu cargo, salvo quando estiver em
causa a defesa de sua honra ou outro interesse legítimo.

Os juízes só incorrem em responsabilidade civil, criminal ou disciplinar em,


virtude de facto ocorrido no exercício de funções, nos termos legalmente definidos,
com fundamento em dolo, ou culpa grave, sendo que é o próprio Estado que assume,
em primeira linha, tal responsabilidade.

Os juízes são inamovíveis, não podendo ser transferidos, suspensos,


aposentados ou demitidos senão nos casos previstos na lei.

Os factos praticados pelos magistrados judiciais com violação dos deveres


profissionais e os atos ou omissões da sua vida pública ou que nela se repercutam,
incompatíveis com a dignidade indispensável ao exercício das suas funções,
constituem infrações disciplinares. Tais infrações são puníveis com as penas de
advertência, multa, transferência, suspensão de exercício, inatividade, aposentação
compulsiva e demissão. A instauração do procedimento disciplinar compete ao
Conselho Superior da Magistratura. Tal procedimento é independente do eventual
procedimento criminal. O processo disciplinar é confidencial, está sujeito a prazos
legais, tem estrutura contraditória e a decisão final nele proferida pode ser objeto de
revisão, reclamação e recurso. Os recursos são interpostos junto do Supremo Tribunal
de Justiça, aí existindo uma Secção de Contencioso para julgamento dos recursos das
deliberações do Conselho Superior da Magistratura.

A nomeação dos juízes dos tribunais judiciais compete ao Conselho Superior da


Magistratura, órgão constitucional, colegial e autónomo.

O Conselho Superior de Magistratura é o órgão superior de gestão e disciplina


da magistratura judicial, ao qual estão constitucionalmente atribuídas as competências
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de nomear, colocar, transferir, promover, apreciar o mérito profissional e exercer a


ação disciplinar. Este é presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e
composto pelos seguintes vogais: a) Dois designados pelo Presidente da República; b)
Sete eleitos pela Assembleia da República; c) Sete juízes eleitos pelos seus pares, de
harmonia com o princípio da representação proporcional, sendo um dos juízes eleitos
um Juiz Conselheiro, que será o Vice-Presidente, dois Juízes Desembargadores e
quatro juízes de direito.

Divergências: Como até agora já sabemos, o juiz é aquele que aquele que tem o
poder de julgar de acordo com a lei estabelecida. No entanto existem algumas
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divergências acerca do papel do juiz, que além de ser considerado o administrador da


justiça, também pode ter uma função proactiva, como um colaborador do Poder
Legislativo.
A sua atividade interpretativa também pode ser criativa, de modo que ao
interpretar um caso, o magistrado aplicaria e criaria um direito novo, praticamente
legislando.

A principal divergência entre as posições relacionadas com o papel do juiz está


nos seus limites e alcance. De um lado há aqueles que acreditam que seu papel deve
restringir-se à interpretação e aplicação da lei, procurando analisá-la de acordo com
seu contexto mais amplo. Por outro lado, existem outros que entendem que ao
realizar esta atividade interpretativa, abre-se um espaço de discricionariedade para o
juiz, que poderá ter maior liberdade em alguns assuntos. O debate também se estende
na questão da justiça, e se o juiz está obrigado a decidir de uma maneira "justa" ou
estritamente de acordo com a lei, ou seja, qual o seu limite de discricionariedade para
atuar como administrador da justiça.

Estejam em pleno gozo dos seus direitos políticos e civis;

Tenham frequentado os cursos e estágio de formação;

Sejam licenciados em Direito por universidade portuguesa ou possuam


habilitação académica equivalente reconhecida pela lei portuguesa, obtida há,
pelo menos, dois anos contados à data de abertura do concurso;

Satisfaçam os requisitos previstos na lei para serem nomeados funcionários do


Estado.

Acesso à profissão: Têm acesso à profissão de juiz todos os cidadãos portugueses


que preencham os seguintes requisitos:
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Os exames de aptidão para o ingresso na magistratura consistem em testes


escritos e orais e uma entrevista final. Saliente-se que os doutores em Direito têm
preferência sobre os demais candidatos e estão dispensados quer da fase escrita,
como da oral.
A fase de formação dos candidatos a juízes é ministrada, em Lisboa, no Centro
de Estudos Judiciários (CEJ), instituição de ensino tutelada pelo Ministério de
Justiça.
Uma vez admitidos os candidatos a juízes, compete ao Conselho Superior da
Magistratura proceder à sua nomeação, colocação e transferência nos tribunais,
promoção na carreira e, ainda, o exercício da ação disciplinar.

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Os juízes dos tribunais judiciais de segunda instância são recrutados através de


concurso aberto aos juízes de primeira instância, com prevalência do critério do
mérito. O acesso ao Supremo Tribunal de Justiça faz-se por concurso curricular
aberto aos magistrados judiciais e do Ministério Público e a outros juristas de
mérito.
A classificação dos juízes de Direito para efeitos da sua promoção e progressão
na carreira é feita de acordo com o mérito e com o modo como desempenham a
função, tendo em consideração um conjunto de aspetos relevantes, entre os quais
se destacam:

Antiguidade

Idoneidade cívica

Gestão do serviço a seu cargo

Trabalhos jurídicos publicados

Preparação técnica e categoria intelectual

Volume, dificuldade e qualidade do trabalho

Capacidade de simplificação dos atos processuais

Remuneração: Os juízes são remunerados pelo Estado.

Salário inicial de um juiz, por ano, em Portugal: 34.693 €


Salário final de um juiz, por ano, em Portugal: 83.401 €
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Salário médio nacional, por ano: 19.900 €

Direitos Especiais: A lei confere aos juízes, entre outros, os seguintes direitos
especiais:

Entrada e livre-trânsito em gares, cais de embarque e aeroportos, mediante


exibição do seu cartão de identificação;

Utilização gratuita de transportes coletivos públicos, terrestres e fluviais,


dentro da área em que exercem a profissão e até à sua residência;
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Quando, no exercício de funções, têm entrada e livre-trânsito nos navios


acostados nos portos, nas casas e recintos de espetáculos ou de outras
diversões, nas associações de recreio e, em geral, em todos os lugares onde se
realizem reuniões, ou seja permitido acesso público.

Figura importante da atualidade:

Luís António Noronha do Nascimento


Juiz Conselheiro | Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
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Advogado
Noção: Palavra derivante da expressão em latim “ad vocatus” que significa o que foi
chamado que, no Direito romano designava a terceira pessoa que o litigante chamava
perante o juízo para falar a seu favor ou defender o seu interesse.
Atualmente este termo é entendido como aquele que advoga, licenciado em
Direito, inscrito na Ordem dos Advogados, que exerce o mandato judicial e outras
funções de caráter técnico-jurídico como profissão.

Os advogados são profissionais liberais, licenciados em Direito, que exercem a


consulta jurídica e o mandato judicial.
O exercício da advocacia é regulado nos termos da Constituição, da lei e do Estatuto da
Ordem dos Advogados (aprovado pela Lei nº15/2005, de 26 de Janeiro), que assegura
aos advogados as imunidades necessárias ao exercício do mandato judicial e do
patrocínio forense e define um conjunto de deveres profissionais.

A Ordem dos Advogados é a associação pública representativa dos licenciados


em Direito que, de acordo com as disposições dos Estatutos da Ordem dos Advogados
e demais disposições legais aplicáveis, exercem profissionalmente a advocacia. A
ordem dos Advogados é independente dos órgãos do Estado, sendo livre e autónoma
nas suas regras. A Ordem dos Advogados é representada em juízo e fora dele pelo
bastonário, pelos presidentes dos conselhos distritais e pelos presidentes das
delegações ou pelos delegados, conforme se trate, respetivamente, de atribuições do
conselho geral, dos conselhos distritais ou das delegações.

Origem: Historicamente, não se pode precisar em que momento se originou a


profissão do advogado. Em sentido lato, como defensor, quando o primeiro individuo
defendeu o outro tivemos o primeiro advogado. Em sentido restrito, o advogado como
profissão organizada, sofreu várias mudanças ao longo da história.

Na Grécia antiga, os cidadãos compareciam, pessoalmente, diante dos


magistrados, para expor e defender os seus direitos. As leis de Sólon concediam a
faculdade do cidadão ter auxílio por parte de um amigo “amici” que coadjuvasse as
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suas explicações. Os juízes, chamados arcontes, interrogavam as testemunhas e


recolhiam as provas e seguidamente chamavam as partes a exporem oralmente as
suas pretensões no caso. Daí surgiram os “Oratores” que auxiliavam os litigiosos com
as suas exposições orais perante o juiz. Estes podem ser considerados os primeiros
“advogados”.

Quem recebeu o título de primeiro advogado da Grécia foi o grande orador


Demóstenes [1], pelo facto de se ter dedicado ao estudo das leis, demonstrando
extraordinária vocação para a interpretação e a comparação de textos de leis da
época.

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Diferentemente dos Gregos, os Romanos formaram uma classe de indivíduos


profissionais especialistas em defesa e assuntos
jurídicos, ganhando a sua individualidade e
autonomia de profissão, podendo assim ser
chamados formalmente de advogados.

Em Roma, em vez da eloquência grega, originou-se


a técnica pela casuística, pela ciência, e o discurso
foi substituído pelo parecer jurídico, a forma verbal
pela forma escrita, formando o processo.

Os cidadãos romanos distribuíam-se em classes,


sendo a primeira a dos Senadores, que ocupavam o
Senado e cuidavam da política. No mesmo nível
social, os “patronus” – homens de saber – tinham o
papel primordial de proteção e defesa dos
“plebeus”, que constituíam uma classe inferior.
Esses “plebeus” eram denominados “clientes”, [1] – Demóstenes
subordinados aos “patronus”, que os protegiam e 384 – 322 a.C.
assistiam. Os “patronus” foram, então, considerados os primeiros advogados romanos.

Assim como os gregos, os advogados Romanos foram treinados em retórica e não em


Direito. Além disso, os juízes a quem eles apresentavam as defesas também não eram
treinados em Direito. No entanto muito mais cedo, ainda antes dos atenienses, Roma
desenvolveu uma classe de especialistas que eram conhecedores da lei, chamados
Jurisconsultos (Iuris consulti).

De todo o exposto conclui-se que os Romanos foram os primeiros a ter uma


classe de pessoas que passava os seus dias a refletir sobre problemas jurídicos, sendo
esse um dos motivos pelo qual a lei romana se tornou tão precisa, detalhada e técnica.
De uma forma geral, a base para o Direito atual.

Âmbito das funções: Os advogados, ao exercerem o patrocínio das partes


participam na administração da justiça, estando vinculados à lei e às regras
deontológicas próprias da advocacia. A responsabilidade social da função do advogado
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impõe-lhe que, como servidor do Direito e da Justiça, não só pugne pela boa aplicação
da lei mas também desenvolva todos os esforços ao sei alcance contra as violações dos
Direitos do Homem.
De facto o Ato de Atenas [2] estabelece exatamente essa ideia.

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O advogado, no exercício da sua profissão deve manter sempre a maior


dignidade, independência, e isenção, não se servindo do mandato para prosseguir
objetivos que não sejam meramente profissionais, cabendo-lhe cumprir rigorosamente
os deveres consignados na lei e os usos, costumes e tradições relativos à profissão.

Para além do exercício do mandato forense e da consulta jurídica, os


advogados são os profissionais mais indicados para aconselhar os cidadãos nos atos
necessários à constituição, alteração e extinção de negócios jurídicos,
designadamente:

Elaboração de contratos (compra e venda, mútuo, empreitada, etc.);

Negociação para cobrança e recuperação de créditos

Os advogados são, ainda, profissionais jurídicos especialmente vocacionados


para acompanhar os cidadãos junto de quaisquer autoridades públicas, aconselhando-
os sobre a melhor forma de exercer ou salvaguardar os seus direitos.

Além disso, saliente-se que a lei garante aos cidadãos constituídos arguidos
pelo Ministério Público em processo penal uma defesa exercida obrigatoriamente por
advogado.

Acesso à profissão: Só os advogados e advogados estagiários com inscrição em


vigor na Ordem dos Advogados podem exercer o mandato judicial e a consulta jurídica
em regime de profissão liberal.

Os docentes das faculdades de Direito que se limitem a emitir pareceres


jurídicos não se consideram em exercício da advocacia, não sendo, por isso, obrigados
à respetiva inscrição na Ordem dos Advogados.

A inscrição como advogado depende da realização de um estágio (designado


tirocínio) organizado pela Ordem dos Advogados, que tem a duração mínima de dois
anos e é composto por duas fases.
A primeira fase, com duração mínima de seis meses, destina-se a fornecer aos
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estagiários os conhecimentos técnico-profissionais e deontológicos fundamentais e a


habilitá-los para a prática de atos próprios de profissão de competência limitada e
tutelada, após aprovação nas respetivas provas de aferição daqueles conhecimentos.
Ato de Atenas, aprovado pela Comissão Internacional de Juristas, em 1955,
“ (…) Os advogados de todo o mundo devem defender a independência da sua profissão,
afirmar as garantias individuais, de harmonia com a soberania do Direito, e insistir para que seja
concedido a cada acusado um julgamento legal. (…) ”

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A segunda fase do estágio visa fornecer uma formação alargada, complementar


e progressiva dos advogados estagiários através da vivência da profissão, baseada no
relacionamento com os respetivos patronos, intervenções judiciais, contactos com a
vida judiciária e demais serviços relacionados com a atividade profissional. É nesta fase
que é disponibilizado ao estagiário um aprofundamento dos conhecimentos técnicos e
apuramento da consciência deontológica, mediante a frequência de ações de
formação temática e participação no regime de acesso ao direito e à justiça no quadro
legal vigente.
O estágio termina com uma avaliação individualizada do processo de formação,
dependendo a atribuição do título advogado de aprovação em exame nacional de
avaliação e agregação.

Os doutores em Ciências Jurídicas, com efetivo exercício da docência, bem

Os que não estejam no pleno gozo dos seus direitos civis;

Os que não possuam idoneidade moral para o exercício da profissão;

transitada em julgado;
Os declarados incapazes de administrar as suas pessoas e bens por sentença

advocacia;
Os que estejam em situação de imcompatibilidade ou inibição do exercício de

moral .
sido demitidos, aposentados ou colocados na inatividade por falta de inoneidade
Os magistrados e funcionários públicos que, mediante processo disciplinar, hajam

como os antigos magistrados com exercício profissional por período igual ou superior
ao do estágio, com boa qualificação, que pretendam ingressar na Ordem dos
Advogados estão dispensados do estágio e da obrigatoriedade de se submeterem ao
exame final de avaliação e agregação.
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De acordo com o respetivo estatuto, não podem ser inscritos na Ordem dos
Advogados:

Os advogados podem constituir ou ingressar em sociedades civis de advogados


com o objetivo de exercer a advocacia em comum, repartindo os respetivos resultados
entre si.

Os cidadãos estrangeiros que se tenham licenciado em Portugal podem


inscrever-se na Ordem dos Advogados, nos mesmos termos dos portugueses, se a

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estes o seu país conceder reciprocidade. Os advogados brasileiros diplomados por


qualquer faculdade de direito do Brasil ou de Portugal podem inscrever-se na Ordem
dos Advogados em regime de reciprocidade.

São reconhecidas em Portugal, na qualidade de advogados, e como tal autorizadas a


exercer a respetiva profissão as pessoas que, nos respetivos países membros da União
Europeia, estejam autorizadas a exercer as atividades profissionais com um dos títulos
profissionais seguintes:
Na Bélgica — Avocat/Advocaat/Rechtsanwalt;
Na Dinamarca — Advokat;
Na Alemanha — Rechtsanwalt; Qualquer
destes Na Grécia — dijgcóqoy; profissionais
pode exercer Em Espanha — Abogado/Advocat/Avogado/Abokatu; a sua
atividade em Em França — Avocat; Portugal com
o seu título Na Irlanda — Barrister/Solicitor; profissional
de origem, Em Itália — Avvocato; expresso na
respetiva No Luxemburgo — Avocat; língua oficial
e com a Nos Países Baixos — Advocaat; indicação da
organização Na Áustria — Rechtsanwalt; profissional a
que pertence Na Finlândia — Asianajaja/Advokat; ou da
jurisdição Na Suécia — Advokat; junto da qual
se encontra No Reino Unido — Advocate/Barrister/Solicitor; admitido nos
termos da lei Na República Checa — Advokát; do seu Estado
de origem. A
Na Estónia — Vandeadvokaat;
No Chipre — dijgcóqoy;
Na Letónia — Zverinats advokáts;
Na Lituânia — Advokatas;
Na Hungria — Ügyvéd;
Em Malta — Avukat/Prokuratur Legali;
Na Polónia — Advwokat/Radca prawny;
Na Eslovénia — Odvetnik/Odvetnica;
Na Eslováquia — Advokát/Komer*y´ právnik;
Na Roménia — Avocat.
representação e o mandato judiciais perante os tribunais portugueses só podem ser
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exercidos por advogados da União Europeia que exerçam a sua atividade com o seu
título profissional de origem sob a orientação de advogado inscrito na Ordem dos
Advogados. Os advogados da União Europeia podem ainda exercer a sua atividade em
Portugal com o título de advogado, mediante prévia inscrição na Ordem dos
Advogados.

A prestação ocasional de serviços profissionais de advocacia em Portugal por


advogados da União Europeia que exerçam a sua atividade com o seu título
profissional de origem é livre, sem prejuízo de estes deverem dar prévio conhecimento
desse facto à Ordem dos Advogados.

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O registo a que se refere o número anterior é feito nos termos do regulamento


de registo e inscrição dos advogados provenientes de outros Estados Membros da
União Europeia, mediante a exibição pelo advogado do título comprovativo do seu
direito a exercer a profissão no Estado membro de origem, bem como de certidão
comprovativa de que aquele direito não foi suspenso ou retirado em consequência de
processo penal ou disciplinar.

Na prestação de serviços profissionais de advocacia em Portugal os advogados


da União Europeia que exerçam a sua atividade com o seu título profissional de origem
estão sujeitos às regras profissionais e deontológicas aplicáveis aos advogados
portugueses, sem prejuízo das regras do Estado de origem a que devam continuar a
sujeitar-se.

Os advogados da União Europeia estabelecidos em Portugal a título


permanente e registados nos termos do artigo anterior elegem, de entre si, um
representante ao Congresso dos Advogados Portugueses.

O estabelecimento permanente em Portugal de advogados da União Europeia


que pretendam exercer a sua atividade com o título profissional de advogado, em
plena igualdade de direitos e deveres com os advogados portugueses, depende de
prévia inscrição na Ordem dos Advogados. A utilização do título profissional de
advogado não prejudica o direito de utilização do título profissional de origem.

Incompatibilidades: O exercício de advocacia é incompatível com atividades ou


funções que diminuam ou limitem de alguma forma a independência e a dignidade dos
advogados. Assim, de acordo com o estabelecido no artigo 77º do Estatuto da Ordem
dos Advogados, são considerados incompatíveis com o exercício de advocacia,
designadamente, os seguintes cargos, funções e atividades.

INCOMPATIBILIDADES Artigo 77º do estatuto da Ordem dos Advogados


1) São designadamente, incompatíveis com o exercício de advocacia, os seguintes
cargos, funções e atividades:
a) Titular ou membro de órgão de soberania, representante da República para as
regiões autónomas, membros do Governo regional das regiões autónomas,
presidentes da câmara municipal e, bem assim, respetivos adjuntos,
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assessores, secretários, funcionários, agentes ou outros contratados dos


respetivos gabinetes ou serviços;
b) Membro do Tribunal Constitucional e respetivos funcionários, agentes ou
contratados;
c) Membro do Tribunal de Contas e respetivos funcionários, agentes ou
contratados;
d) Provedor de Justiça e funcionários, agentes ou contratados do respetivo
serviço;
e) Magistrado, ainda que não integrado em órgão ou função jurisdicional;
f) Governador civil, vice-governador civil e funcionários, agentes ou contratados
do respetivo serviço;
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g) Assessor, administrador, funcionário, agente ou contratado de qualquer


tribunal;
h) Notário ou conservador de registos e funcionários, agentes ou contratados do
respetivo serviço;
i) Gestor público;
j) Funcionário, agente ou contratado, de quaisquer serviços ou entidades que
possuam natureza pública ou prossigam finalidades de interesse público, de
natureza central, regional ou local;
k) Membro de órgão de administração, executivo ou diretor com poderes de
representação orgânica das entidades indicadas na alínea anterior;
l) Membro da Forças Armadas ou militarizadas;
m) Revisor oficial de contas ou técnico oficial de contas e funcionários, agentes ou
contratados do respetivo serviço;
n) Gestor judicial ou liquidatário judicial ou pessoa que exerça idênticas funções;
o) Mediador mobiliário ou imobiliário, leiloeiro e funcionários, agentes ou
contratados do respetivo serviço;
p) Quaisquer outros cargos, funções e atividades que por lei sejam considerados
incompatíveis com o exercício da advocacia.

No processo cível, a constituição de advogado é sempre obrigatória quando o


valor da causa seja superior à alçada dos tribunais de primeira instância, nas causas em
que seja sempre admissível recurso, independentemente do valor, e nos recursos e
causas propostos perante os tribunais superiores.

Deveres profissionais: O estatuto da Ordem dos Advogados define vários deveres


dos advogados, designadamente, deveres para com a comunidade, para com a Ordem
e para com os clientes.

 Deveres para com a Comunidade de acordo com o artigo 85º do Estatuto da


Ordem dos Advogados.

O advogado está obrigado a defender os direitos, liberdades e garantias,


a pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da
justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e instituições jurídicas.
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Em especial, constituem deveres do advogado para com a comunidade:

(a) Não advogar contra o direito, não usar de meios ou expedientes


ilegais, nem promover diligências reconhecidamente dilatórias,
inúteis ou prejudiciais para a correta aplicação de lei ou a
descoberta da verdade;
(b) Recusar os patrocínios que considere injustos;
(c) Verificar a identidade do cliente e dos representantes do cliente,
assim como os poderes de representação conferidos a estes últimos;
(d) Recusar a prestação de serviços quando suspeitar seriamente que a
operação ou atuação jurídica em causa visa a obtenção de
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resultados ilícitos e que o interessado não pretende abster-se de tal


operação;
(e) Recusar-se a receber e a movimentar fundos que não correspondam
estritamente a uma questão que lhe tenha sido confiada;
(f) Colaborar no acesso ao Direito;
(g) Não se servir do mandato para prosseguir objetivos que não sejam
profissionais;
(h) Não solicitar clientes, por si ou por interposta pessoa.

 Deveres para com a Ordem de Advogados de acordo com o artigo 86º do Estatuto
da Ordem dos Advogados.

Constituem deveres do Advogado para com a Ordem dos Advogados:

(a) Não prejudicar os fins e prestígio da Ordem dos Advogados e da


advocacia;
(b) Colaborar na prossecução das atribuições da Ordem dos Advogados,
exercer os cargos para que tenha sido eleito ou nomeado e
desempenhar os mandatos que lhe forem confiados;
(c) Declarar, ao requerer a inscrição, para efeito de verificação de
incompatibilidade, qualquer cargo ou atividade profissional que
exerça;
(d) Suspender imediatamente o exercício da profissão e requerer, no
prazo máximo de 30 dias, a suspensão da inscrição na Ordem dos
Advogados quando ocorrer incompatibilidade superveniente;
(e) Pagar pontualmente as quotas e outros encargos, designadamente
as obrigações impostas como penas pecuniárias ou sanções
acessórias, devidos à Ordem dos Advogados, estabelecidos neste
Estatuto e nos regulamentos;
(f) Dirigir com empenhamento o estágio dos advogados estagiários:
(g) Comunicar, no prazo de 30 dias, qualquer mudança de escritório;
(h) Manter um domicílio profissional dotado de uma estrutura que
assegure o cumprimento dos seus deveres deontológicos, nos
termos de regulamento a aprovar pelo Conselho Geral;
(i) Promover a sua própria formação, com recurso a ações de formação
permanente, cumprindo com as determinações e procedimentos
Página 18

resultantes da regulamentação a aprovar pelo Conselho Geral.

 Deveres para com os Clientes de acordo com os artigos 92º e 95º do Estatuto da
Ordem dos Advogados.

A relação entre o advogado e o cliente deve fundar-se na confiança


reciproca.

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O advogado tem o dever de agir de forma a defender os interesses


legítimos do cliente, sem prejuízo do cumprimento das normas legais e
deontológicas.

Nas relações com o cliente, são ainda deveres do advogado:


(a) Dar a sua opinião conscienciosa sobre o merecimento do direito ou
pretensão que o cliente invoca, assim como prestar, sempre que lhe
for solicitado, informação sobre o andamento das questões que lhe
forem confiadas, sobre os critérios que utiliza na fixação dos seus
honorários, indicando, sempre que possível, o seu montante total
aproximado, e ainda sobre a possibilidade e a forma de obter apoio
judiciário;
(b) Estudar com cuidado e tratar com zelo a questão de que seja
incumbido, utilizando para efeito todos os recursos da sua
experiência, saber e atividade;
(c) Aconselhar toda a composição que ache justa e equitativa;
(d) Não celebrar, em proveito próprio, contratos sobre o objeto das
questões confiadas;
(e) Não cessar, sem motivo justificado, o patrocínio das questões que
lhe estão cometidas.

Além disso, o advogado está obrigado a guardar segredo profissional no que


respeita, nomeadamente a:

 Factos referentes a assuntos profissionais que lhe tenham sido revelados pelo
cliente ou por sua ordem ou conhecimento no exercício da profissão;

 Factos de que tenha tido conhecimento em virtude de cargo desempenhado na


Ordem dos Advogados;

 Factos comunicados por co – autor, co – réu, ou co – interessado do cliente ou


pelo respetivo representante;
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 Factos de que a parte contrária do cliente, ou respetivos representantes, lhe


tenham dado conhecimento durante negociações para acordo que vise pôr
termo ao diferendo ou litígio.

O segredo profissional abrange, ainda, documentos ou outras coisas que se


relacionem, direta ou indiretamente, com os factos sujeitos a sigilo. A
obrigação de segredo profissional cessa apenas quando seja absolutamente
necessária a defesa da dignidade, direitos e interesses legítimos do próprio
advogado ou do cliente ou seus representantes, mas sempre mediante prévia
autorização da Ordem dos Advogados. No exercício da profissão os advogados
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devem, ainda, proceder com urbanidade nas relações que estabelecem com
todos os intervenientes do processo, nomeadamente para com colegas,
magistrados, árbitros, peritos, testemunhas e demais intervenientes, e ainda
funcionários judiciais, notariais, das conservatórias, outras repartições ou
entidades públicas ou privadas.
Remuneração: Os advogados recebem honorários pelos serviços
profissionais que prestam aos seus clientes, cujo valor não pode depender
exclusivamente do montante da dívida ou dos resultados obtidos com a causa.
Na fixação do valor dos honorários, o advogado deve atender ao tempo
despendido com a questão jurídica, à dificuldade do assunto e à sua urgência,
ao grau de criatividade intelectual da sua prestação, aos resultados obtidos, à
importância dos serviços prestados e às responsabilidades por ele assumidas,
bem como aos demais usos profissionais.
Os advogados podem ajustar previamente a remuneração a cobrar
pelos seus serviços e solicitar ao seu cliente provisões a título de despesas e
honorários.

Figura importante da atualidade:


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António Marinho Pinto


| Bastonário da Ordem dos Advogados

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Conclusão
Neste trabalho como é sabido abordei o tema das profissões jurídicas e
parajurídicas, dentro do qual me centrei na profissão de juiz e advogado.
A realização deste trabalho revelou-se muito gratificante para mim pois
permitiu-me conhecer muito melhor o “mundo” de profissões que o Direito aglutina.
De facto a ideia que tinha era que esta não seria uma área abrangente, no entanto,
como é óbvio, estava errada, na medida em que Direito tem muito mais para oferecer
que somente a profissão de advogado ou juiz. Quero frisar que embora não tenha
realizado o trabalho centrando-me noutras profissões, a informação que o livro possui
é de facto interessante.
Por falar em interessante e visto que isto é uma conclusão, queria referir alguns
aspetos acerca da realização do trabalho que me suscitaram interesse.
O primeiro aspeto foi respeitante às divergências acerca do papel do juiz aquando do
ato de julgar – se o mesmo decide de maneira considerada “justa” do ponto de vista
moral, sendo que aí já se põe a necessidade de refletir acerca de cada caso, pois não
existem “dois casos iguais”; ou se decide reger-se somente pela lei. No entanto
também não podemos esquecer que apesar de um juiz ter de ser uma pessoa com
uma certa frieza de modo a manter a imparcialidade, antes de ser juiz, é ser humano.
Outro aspeto que considero interessante, e ainda dentro da profissão de juiz foi acerca
dos “Direitos especiais” ou seja no fundo as regalias que ser juiz proporciona. Tenho de
admitir que não tinha conhecimento destes ditos “Direitos Especiais”. Embora até
pareçam justos tendo em conta que o juiz é um funcionário do Estado e mesmo no
auge da carreira pode não receber tanto quanto um advogado que ganha a vida de
honorários, ou seja tem um salário muito relativo, mas de certa forma apelativo.
Por fim o último aspeto que considero interessante mas neste caso muito geral
é mesmo a profissão de advogado, não querendo de maneira alguma subvalorizar
nenhuma outra profissão jurídica.
Página 21

Considero a profissão de advogado interessante pois os seus ideais são


completamente alusivos ao Iluminismo. Pode parecer um pouco não-relevante mas
sempre que penso em advocacia vem-me à cabeça aquela frase de Voltaire: “Posso
não concordar com uma palavra que dizeis, mas defenderei até à morte o direito de
dizê-la” e acho que o Direito é basicamente isso.

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Bibliografia
ROCHA, Carlos; BATALHÃO, Carlos José; VIEIRA, Duarte Filipe; PIMENTA, Nuno
Gustavo e TEIXEIRA, Adelino. Direito 12º DIREITO, PORTO EDITORA 2010

Webgrafia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz

http://www.conjur.com.br/2011-jan-12/juiz-europeu-termina-carreira-com-dobro-do-salario-
inicial

http://www.redecivil.mj.pt/index.php?Itemid=58&id=82&option=com_content&view=article

http://pt.wikipedia.org/wiki/Advogado

http://letrasjuridicas.blogspot.pt/2008/07/origem-dos-advogados.html

Imagens:
Motor de busca Google
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