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Direitos Humanos 2
Direitos Humanos 2
DIREITOS HUMANOS
UNIDADE 2
Recomenda-se uma percepção dos Direitos Humanos pelo aspecto material, entretanto.
Não que a percepção formal esteja errada (pelo contrário, é bastante correta). Mas, a per-
cepção material é aquela que permite compreender para que servem os Direitos Humanos.
Toma-se como exemplo os avanços da Ciência, que permitem que em um solo climati-
camente hostil “brotem alimentos” a moradores que, antes, sofriam com a fome e com
as secas. Ou, então, o desenvolvimento de purificadores portáteis de água, cada vez
mais eficazes, que conseguem combater doenças como a cólera. Ou, mesmo, as mo-
dernas técnicas de Engenharia que conseguem edificar casas com materiais de baixo
custo e alta durabilidade. Repare-se que tudo isso entra no conceito de Direitos Huma-
nos. Todas as vezes em que a dignidade das pessoas é assegurada, por qualquer que
seja o ramo da Ciência, aí estão os Direitos Humanos.
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Direitos Humanos na história da sociedade U2
A ideia é básica, mas precisa ser compreendida com cuidado: Direitos Humanos são
universais. Mas, a necessidade de cuidado decorre do fato de que indivíduos podem
estar em situação desigual. Há ricos e pobres no mundo; gente que vive em países
geograficamente estáveis e gente que vive em países que sofrem com vulcões e terre-
motos; pessoas que tiveram uma vida tranquila e pessoas que lidam com um histórico
de perseguições e discriminações negativas. Dessa maneira, exemplificativamente, é
preciso conferir doses especiais de proteção aos negros, índios, homossexuais, mulhe-
res e pessoas com deficiência, pois estes sempre tiveram de lidar com alguma situação
de diminuição da sua humanidade (enfim, conferir doses especiais de proteção a quem
está em situação desigual).
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U2 Direitos Humanos na história da sociedade
Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), a saber, o fato de que, pessoas com deficiência
e mulheres em situação de violência doméstica/familiar, respectivamente, precisam de
uma atenção especial do Estado para que suas dignidades sejam protegidas (e, mais
do que isso, promovidas).
É comum, além disso, que os livros de Direito tragam mais gerações para se referir
em democracia, informação, pluralismo, paz, água potável, informática, dentre tantos
outros. Essas outras gerações não são pacíficas, contudo, razão pela qual, aqui, con-
cerne-se, apenas, sobre as três que são absolutamente aceitas.
Convém pensar, para facilitar a compreensão, no exemplo a seguir: a menos que haja
uma restrição de ordem pública, como aquelas decorrentes do enfrentamento da pan-
demia de Covid-19, todos são livres para ir e vir aonde quiserem, para entrar e sair do
país, dentre outros. Ou, então, um ser humano tem o livre direito a escolher sua religião,
a trocar de religião, bem como a não seguir qualquer religião.
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Direitos Humanos na história da sociedade U2
É aqui que entra a noção de Fraternidade. Não basta ser livre para escolher uma re-
ligião ou posicionamento, nem basta que as escolhas sejam feitas com igualdade,
se o indivíduo for incapaz de respeitar as escolhas alheias. Os direitos de Fraterni-
dade, por isso, pluralizam os Direitos Humanos, ao promoverem uma vivência cotidiana
dos mais diferentes tipos de escolha que os serem humanos podem fazer.
MAPA CONCEITUAL
Há quem prefira a expressão “geração” de Direitos Humanos; por outro lado, há quem utilize
a expressão “dimensão” de Direitos Humanos. Para entender a diferença entre uma expres-
são e outra, convém trazer um singelo esquema.
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Fraternidade
Igualdade
Liberdade
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Indicação de filme
A sugestão que se faz é do filme “Hotel Ruanda”, que descreve o conflito entre Tutsis e Hutus,
em Ruanda (país africano), e que encontrou o seu ápice em 1994. O filme é forte, marcante,
mas descreve o tipo de problema internacional que pode ocorrer quando se tem o desrespei-
to sistemático aos Direitos Humanos.
Dados do filme:
HOTEL Ruanda. Hotel Rwanda (Original). Direção: Terry George. Ano de produção: 2004. Du-
ração: 121 minutos. Filme não recomendado para menores de 14 anos.
Texto complementar
Uma discussão constante que existe atina à diferença entre Direitos Humanos e Direitos Fun-
damentais. Essencialmente, os Direitos Fundamentais nada mais são que os Direitos Humanos
internalizados nas Constituições dos países que se prezam democráticos. Para mais esclareci-
mentos terminológicos, recomenda-se a leitura de artigo a título de leitura complementar.
Dados do artigo:
Caso de aplicação
Com base na matéria aqui indicada, tem-se ênfase à inclusão das pessoas com deficiência
(Igualdade em seu substrato material). Convida-se o(a) leitor(a) a reflexão: por qual motivo
as cidades começaram a se preocupar com acessibilidade, como a construção de rampas
de acesso e corrimãos em prédios públicos? Por qual motivo os programas televisivos têm
se importado tanto com a linguagem de sinais na transmissão de seus conteúdos? Tudo isso
tem a ver com os direitos relacionados à Igualdade, com a necessidade de ações afirmativas
e com a implementação de políticas públicas e privadas, a fim de que pessoas com os
mais variados tipos de deficiência tenham os mesmos direitos que aquelas que não
possuem deficiência alguma.
Isso ajuda a entender, aliás, como os Direitos Humanos transcendem ao ambiente jurídico.
Cada obra de Engenharia destinada a melhorar a acessibilidade é, também, uma manifesta-
ção de Direitos Humanos.
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