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“Uma década de ecletismos transdisciplinares”

De 13 a 15 de novembro de 2019, Instituto Maranhense de Ensino e Cultura – IMEC, São Luís/MA

Recursos sonoros como representações visuais: 1


O uso da música na videopoesia Imprevisível tela como ferramenta para
potencializar o discurso poético.
Ralmon Sousa Pereira2
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

RESUMO: A música tem um papel fundamental no processo de comunicação.


Logo, percebe-se que o seu uso proporciona mais dinamismos ao ser integrado
a sons, imagens e diálogos. Este artigo apresenta uma proposta da
composição musical, a partir do discurso narrativo e imagético, contexto
sociocultural/econômico, poemas, presentes na videopoesia Imprevisível tela.3
Portanto, foram três composições musicais com adição de foly e ruídos, para o
projeto, e conclui-se que a combinação entre som/imagem possibilita um
desenvolvimento mais amplo na compreensão do discurso narrativo, e que
apresenta infinitas possibilidades de criação, por meio de outras linguagens, a
partir do som contextualizado ao conceito do projeto.

Palavras-chave: som/imagem, trilha musical e composição musical.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………………………………….................................. 1
2 Sobre a videopoesia…………..................….................................. 2
2.1 Concepção da composição musical...................................…..... 2
2.2 A música diz o que as palavras não podem dizer..............….... 3
3 Síntese das videopoesias, composição musical e efeitos..….. 4
3.1 Há uma lágrima de rato em cada pé…………………...………….. 4
3.2 Lugar e integração……………………………………………………. 5
3.3 Gambiarra nº 27……………………………………………………….. 6
4 Equipamentos utilizado na gravação……………………………... 7
1
Trabalho submetido e aprovado no GT 05 - Música, sons e audiovisualidades, do VIII Musicom.
2
Bacharel em música com ênfase em Produção Musical pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), e atualmente é mestrando no Programa de Pós-graduação em Computação, Comunicação e
Artes com linha de pesquisa em arte computacional.
3
Canal criado com o intuito de divulgar as videopoesias do projeto Imprevisível Tela. Sobre o projeto:
Imprevisível Tela é uma obra de arte transmídia desenvolvida como trabalho final de curso de Arte e
Mídia – UFCG, pela aluna e diretora geral Henny Gomes, constituída de videopoesias e cartazes (lambe-
lambe), e que apresenta como temática a cidade de Campina Grande e suas problemáticas, trazendo à
tona algumas dificuldades relacionadas ao espaço urbano da cidade, como por exemplo, a crescente
violência e a sensação de insegurança, as desigualdades, a falta de água, e os vários níveis de
desconforto com relação a tais adversidades. Disponível em:
<https://www.youtube.com/channel/UCNKuJTLLNF4YWD4FlZCNaSw/about> acessado no dia
17/09/2019 as 14hs e 32min.

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“Uma década de ecletismos transdisciplinares”
De 13 a 15 de novembro de 2019, Instituto Maranhense de Ensino e Cultura – IMEC, São Luís/MA

5 Apontamentos………………………………………………………... 8
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………... 9
AGRADECIMENTOS………………………………………………….. 10
REFERÊNCIAS............................................................................... 11

1 INTRODUÇÃO

A música tem tomado dimensões profundas ao ser agregado no


discurso narrativo, imagético e dialógico. Portanto, o seu uso está cada vez
mais presente no dia-dia das pessoas, o que transcende as barreiras de
espaço/tempo, rompendo fronteiras territoriais que, por meio da sua inserção
em filmes, games, novelas, documentários, telejornais, e etc, denota
simbolismo, gera imagens mentais e provoca sensações diferenciadas no
ouvinte. (VERDANA, 2010, p. 30).
Nesse sentido a sua utilização como valor agregado, vai além do
que alguns possam imaginar. Quando a música é inserida no enredo
discursivo, a sua função ordena potencializar a dialogicidade entre elementos
presentes na narrativa, e portanto, o seu uso não está ligado apenas a um
“fundo musical”, ou um momento para “abrilhantar” o discurso narrativo, ideia
que pode está no imaginário de algumas pessoas (senso comum).
A música está além das suas fronteiras territoriais (espaço/tempo), e
portanto dialogando com a imagem, entre o sonoro/visual, na construção da
imagem narrativa VERDANA (2010), a partir da imagem simbólica da vida
social. Pode ser percebido o uso da imagem/som como recurso de construção
narrativa SANTOS (2013); SCHAFER (2001), trata da afinação do mundo, sons
provenientes da natureza. ALVES (2012), pretende destacar alguns elementos, e
a música é um dos a mais poderosos.
Nesse sentido o seu uso está além das salas de concertos, casas de
shows, entre outros. Podendo ser explorada em outros veículos de
comunicação e categorias distintas, propiciando inúmeras possibilidades de
penetração sinestésicas, provocando sensações variadas no ouvinte, podendo
ser uma ferramenta dinâmica no discurso narrativo GONÇALVES et al. (2014).

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“Uma década de ecletismos transdisciplinares”
De 13 a 15 de novembro de 2019, Instituto Maranhense de Ensino e Cultura – IMEC, São Luís/MA

Este trabalho apropriou-se do uso da música como ferramenta


necessária para integrar a proposta de videopoesia intitulada Imprevisível tela,
com o objetivo de potencializar os elementos presentes na videopoesia, a
saber: discurso narrativo, contextual e linguístico.
Portanto, a motivação surgiu, a partir do desafio de compor a trilha
musical numa perspectiva conceitual, integrando-a à outras linguagens para
reforçar a narrativa. Nesse sentido a música age como ferramenta para agregar
valor ao discurso narrativo, imagético e dialógico, objetivando amplificar a
dialética presente nas poesias.

2 Sobre a videopoesia

Antes de adentrarmos para o desenvolvimento deste artigo é


importante ressaltar que este projeto foi desenvolvido no curso de Arte e mídia
da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), pela discente Henny
Gomes, como requisito para a conclusão do curso, bem como obtenção do
título de Bacharel e Diretor em Arte e Mídia da referida instituição de ensino.
O referido projeto abordou uma perspectiva do contexto urbano,
apresentando aspectos de caos neste setor, ou seja: foram recitados poemas
que mostram uma temática relacionada a circunstância de abandono, escassez
de água, assalto, medo, insegurança da comunidade e etc.

2.1 Concepção da composição musical

As composições foram concebidas com base na filtragem de


informações apresentadas pela diretora do projeto. Nessa perspectiva foi
levado em consideração a vida cotidiana do setor urbano, o ruído como
representação sonora que se configura em uma imagem mental do caos ali
presente, bem como o contexto sociocultural/econômico.
Segundo VERDANA (2010):

Somos rodeados por inúmeras imagens sonoras cotidianamente, as


quais atribuímos sentido, reconhecemos e damos nomes. Imagens

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que nos evocam a memória de lugares ou pessoas, de tempos e


espaços vividos. Podem ser sagradas ou profanas, cotidianas ou
rituais: as sonoridades da cultura, neste sentido, nos convocam a
interpretar a vida social sob uma nova perspectiva, [...]. (VERDANA,
2010, p. 31).

Portanto, a música tem o poder sobre a integralização da


informação/público, podendo ser utilizada para potencializar o veículo de
comunicação; no que se refere ao valor sonoro, dialogando durante o discurso
narrativo, por meio do som atrelado a narrativa, sabendo que “O som, a música
e a voz, funcionam como complemento do que aparentemente falta nas
palavras e na conexão lógica das imagens; por outro lado, ele forma um nível
particular, com sua inteireza.” (SANTOS, 2013, p. 5).

2.2 A música diz o que as palavras não podem dizer

“A música constitui um dos mais poderosos elementos dramáticos


da produção audiovisual, ocupando uma posição privilegiada na trilha sonora
cinematográfica.” (ALVES, 2012, p. 93). A partir dessa perspectiva,
entendemos que a música não é simplesmente um fenômeno sonora inserido
na imagem (em movimento ou estática), de forma aleatório, sem nenhum
esboço prévio do que, de fato, será delimitado para contribuir como agente
potencializador no discurso narrativo.
Outro fator a ressaltar é que a música, como objeto sonoro, aliada a
imagem contribui para o fomento de estímulos diferenciados no ouvinte,
portanto “[...] o som a partir de sua dimensão simbólica e de sua potência
narrativa de produzir imagens mentais, lembranças, de construir referências
espaciais, de evocar sentidos, de produzir emoções etc.” (VERDANA, 2010, p.
30).
Vale a pena ressaltar que a música age como guia nas mudanças de
uma cena para outra da seção, contribuindo para situar o telespectador durante
as mudanças de quadros do vídeo, para GONÇALVES et al. (2014, p. 7), “A
música também é capaz de amenizar brechas, transições e cortes entre os

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planos, pois emprestaria uma espécie de continuidade rítmica e formal ao


filme.”

3 Síntese das videopoesias, composição musical e efeitos

Para todas videopoesias o compositor lançou mão da temática


apresentada no projeto e requisitada pela diretora da proposta, é claro, tendo
como foco a contextualização presente nos elementos descritivos do texto, e a
partir de uma perspectiva imagética.
Como subsídio teórico, o compositor apropriou-se da ideia de
SCHAFER (2001), sobre a paisagem sonora, e que pode ser tratado como o
conhecimento sonoro, proveniente da natureza, do indivíduo, das culturas, do
mundo, e a importância desse conhecimento como ponto de partida para a
criação musical.

3.1 Há uma lágrima de rato em cada pé

Em síntese essa videopoesia apresenta a realidade vivenciada no


setor urbano, no que diz respeito ao descaso com a questão social que são
reflexos presentes nas ruas, pessoas largadas a sua própria sorte,
desprezíveis, isoladas pelo meio social e cultural. Deste modo o poema trata de
uma problemática presente nas ruas, e que as pessoas que estão em volta,
não dão a mínima para os moradores de rua, devido a sua correria do
cotidiano. Há uma lágrima de rato em cada pé - Poema de Bruno Gaudêncio.

Imagem 01 - Há uma lágrima de rato em cada pé

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Fonte: Internet4

A composição musical para essa trilha sonora buscou reforçar


alguns indícios presentes na imagem, ou até mesmo aspecto relacionados ao
convívio das pessoas em um ambiente sem perspectiva de sobrevivência. Para
este fim, foi elaborado uma peça curta, com motivo melódico de caráter
melancólico para reforçar o texto presente no poema, aproximando o ouvinte
com a realidade nua e crua de uma vida solitária.

3.2 Lugar e integração

Em síntese essa videopoesia apresenta uma temática de perigo e


insegurança. Pois, teve uma época que acontecia alguns assaltos na
integração, e ao mesmo tempo, é uma representação da solidão do indivíduo
em meio a multidão. Foram dois poemas escolhidos para compor a proposta
desse trabalho de multimídia. Lugar e integração - Poema de Astier Basílio.

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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YJH5MtfWVbM> acessado em 20/09/2019 as 02hs
e 03min.

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Imagem 02 - Lugar e Integração

Fonte: Internet5

A composição musical foi elaborada com uma harmonia simples e


melodia suave para conduzir o ouvinte ao um cenário perigoso, hostil. A partir
dessas informações, foi necessário a utilização do ruído de ambiência, apenas
sons da natureza (i.e., uma captação do ambiente sem a intervenção do
homem).
Para ALVES (2012, p. 93), “[...] São sons provenientes de algum
objeto ou fonte sonora específica.” Mas, foi utilizado apenas o ruído de fundo,
sinalizando um ambiente hostil, para descrever um lugar de silêncio, onde o
indivíduo está ouvindo a si próprio, por causa do medo que o assola.

3.3 Gambiarra nº 27

Em síntese essa videopoesia apresenta momentos de escassez de


água na cidade de Campina Grande, devido a falta de chuva, o açude de
boqueirão não recebeu água por um bom tempo, e por isso era impossível o
abastecimento na cidade. Portanto a composição musical para essa trilha
sonora, se comprometeu em ressaltar a falta de água nas torneiras, por meio
do recurso sonoro. Gambiarra nº 27 - Poema de Oziel Rodrigues.

Imagem 03 - Gambiarra nº 27

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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=V4vlHZduEVI> acessado em 20/09/2019 as 02hs e
08min.

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“Uma década de ecletismos transdisciplinares”
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Fonte: Internet6

A composição foi elaborada a partir deste contexto. A peça foi


composta na perspectiva de apresentar sons de água gotejando na torneira.
Logo foi necessário criar sons em estúdio os conhecidos foley7. De acordo com
ALVES (2012, p. 93), afirma que esse termo foley é para designar a recriação
de ruídos e sons específicos em estúdio, principalmente ressaltado sons
presente na vida cotidiana, por exemplo: passos, tapas, arrastar uma cadeira e
etc.
Para esse momento foi utilizado a técnica de foley para simular os
sons de acordo com a temática (i,e., escassez de água), objetivando despertar
no ouvinte o entendimento de que está faltando água nas torneiras. Para esse
fim, o compositor lançou mão do uso das cordas do violão abafadas, tocando
próximo ao cavalete para obter sons mais próximos e aplicação de
processamento de efeitos no som.

4 Equipamentos utilizado na gravação

Os equipamento utilizados foram: um computador modelo ideapad


Lenovo, intel, core i3, com uma M-audio M-Track II - interface de áudio, DAW -
Digital Audio Workstation Reaper com um fone para a monitoração do áudio
AKG, violão acústico da yamaha série C40M nylon, violão eletro acústico de
nylon Giannini gnfx 1cel n, cabos p10 e XLR, microfone Samson Q7.
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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-QqNJ76nDb4> acessado em 17/09/2019 as 02hs e
12min.
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Segundo (ALVES, 2012, p.93), “O termo “foley” é referente a Jack Foley (1891-1967), um dos pioneiros
na arte de criar efeitos sonoros.”

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5 Apontamentos

Este trabalho apresentou uma discussão sobre o uso do conceito


atrelado ao discurso narrativo e outras linguagens, como recurso motivador
para a criação musical, e ao mesmo tempo, foi descrito os equipamentos
utilizados no registro da composição musical.
É importante ressaltar que a composição da trilha musical foi
concebida a partir do contexto que permeou todo o projeto, de forma intuitiva,
deixando aflorar o ato criativo, e é claro ancorado em fundamentos conceituais
e descritivo apresentados em cada videopoesia.
No tocante aos equipamentos utilizados, o (Reaper)8 foi a DAW que
registrou todas as música e sons. Ele é um ambiente de produção de áudio
digital, que disponibiliza gravar em canais separados (multi-track) e/ou
protocolo midi, edição do áudio gravado, processamento, mixagem e
masterização. Sua escolha se deu pela familiaridade de uso naquele momento.
Diante disso é importante afirmar que a melhor ferramenta é aquela
que o usuário está mais familiarizado, e portanto é de fundamental importância
que o mesmo experimente outras mais (DAWs), para se tornar perito sobre o
assunto e identificar qual é a melhor que se adequa a determinadas aplicações.
Para ter um leque de opções de ferramentas com aplicação em
áudio, open source, gratuita e obter o conhecimento mais amplo sobre as
variedades de DAWs, faz-se necessário apresentadas algumas delas, dentre
várias existentes nos repositórios linux (e,g., Ardour, LMMS, Qtractor,
Rosegarden e etc).
Portanto, este conhecimento é fruto de estudo com o Grupo de
Pesquisa em Performance e Pedagogia do Trombone (GPPPT), que também
desenvolve trabalhos teóricos/práticos com gravações, utilizando software
livres (i,e., desde o Sistema Operacional Linux - Linux OS, até as ferramentas
de aplicações variadas - DAW, Editor de partitura).
Nessa perspectiva PEREIRA, FERREIRA (2019), apresenta a
possibilidade de registro sonoro de uma audição musical como ferramenta

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Para mais informações em <https://www.reaper.fm/> acessado no dia 20/12/2019 às 15hs e 26 min.

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instrumentalizada (i,e., componente avaliativo em formato sonoro), gratuito e


open source, para estimular as instituições a apropriar-se da tecnologia digital
livre nas atividades institucionais.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo descreveu a importância da música ao se cruzar com os


sons/imagens e outros elementos que constituem o discurso narrativo, sendo
mais específico: poemas, contexto sociocultural/econômico. O uso da trilha
musical ao compor a trilha sonora fornece recursos para potencializar o
discurso poético, o qual pode ser contemplado na videopoesia - imprevisível
tela.
A trilha musical é uma poderosa ferramenta para complementar o
discurso narrativo e como afirma ALVES (2012, p. 93), a música é um dos
elementos mais poderosos de uma produção audiovisual. refletimos do poder
de impacto no telespectador a mesma provoca.
Diante dessa afirmativa, leva-me a imaginar a videopoesia sem a
música e os efeitos adicionais a ela, como seria? Seria como ver imagens e
sons sem o elemento surpresa? (i.e., sem uma estética sonora mais evidente,
sem emoções mais afloradas, sem o contexto sociocultural/econômico
evidenciados nos motivo melódico, harmônico e rítmico).
Nesse sentido a música presta-se serviço a videopoesia para
despertar sentimentos variados, fazendo com que o ouvinte a se aproximar
mais do conteúdo poético durante o processo de integração do som/imagem,
bem como na contextualização sociocultural/econômico que está presente no
discurso poético.
Deste modo, o artigo descreveu o processo conceitual da
composição musical e os efeitos inseridos nas três videopoesias. A elaboração
foi concedida a partir das imagens, poemas, contexto sociocultural/econômico
presente na proposta do projeto imprevisível tela, bem como o uso da imagem
mental do compositor como fruto de apreensão dos dados requisitados.

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E, portanto, considerando que o som é um recurso gerador de


imagens sonoras, e que apresenta uma ferramenta em potencial no discurso
narrativo. Nesse sentido VERDANA (2010, p. 30), afirma que a partir da
dimensão simbólica do som e seu potencial narrativo, produzem sensações
variadas: imagens mentais, referências de espacialidades, memórias,
emoções, sentidos e etc.
Diante disso, sintetizamos que a combinação entre som/imagem
desenvolve uma compreensão mais ampla e com infinitas possibilidades de
criação. Isto nos leva a entender que quando pensamos em um elemento
isolado as possibilidades começam a ser limitadas a partir de um certo ponto.
Não só por esse motivo, mas por vários outros apresentados neste
artigo, ressaltamos a devida importância que a música tem a serviço da
imagem, e como prestadora de serviços singular as outras formas de
linguagens.
Conclui-se que a música é uma ferramenta poderosa no
desenvolvimento do discurso narrativo, podendo ser um recurso de ampliação
do processo criativo, e portanto um agente potencializador para criar e/ou re-
criar imagens mentais no ouvinte.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Henny Gomes por fazer parte da equipe do projeto de


videopoesia Imprevisível tela. Agradecer pela oportunidade de fazer ciência e
levar o conhecimento por meio desse veículo de propagação dos saberes, e ao
mesmo tempo, celebrar o VIII Musicom e uma década de ecletismos
transdisciplinares. Por fim, agradecer ao incentivo financeiro da CAPES, por
propiciar a oportunidade de pesquisar, de produzir, de aprender e desenvolver
a escrita científica durante o mestrado, bem como pesquisas com
hardware/software e sistemas open source no Grupo de Pesquisa em
Performance e Pedagogia do Trombone (GPPPT), coordenado pelo Professor,
Dr. Alexandre Magno e Silva Ferreira.

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REFERÊNCIAS

ALVES, Bernardo Marquez. Trilha sonora: o cinema e seus sons. In:


Programa de Pós-Graduação em meios e processos audiovisuais (PPGMPA)
da ECA/USP. Revista novos olhares, vol. 1, n. 2 p.90-95, 2º semestre de 2012.

GONÇALVES, D, A. et al. Trilha musical em jogos eletrônicos: Estudo de caso


Bioshock Infinite. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares
da Comunicação XXXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação –
Foz do Iguaçu, PR – 2 a 5/9/2014.

PEREIRA, Ralmon Sousa. FERREIRA, Alexandre Magno e Silva. A utilização


do ardour como ferramenta de avaliação: uma daw open source de
mecanismo avaliativo em concursos e provas públicas. In: um Congresso
sobre as relações entre Arte, Ciência e Tecnologia após o advento das
tecnologias digitais. Caderno de Anais do V Seminário de Artes Digitais. Belo
Horizonte/MG. EdUEMG. v. 5. p. 236-243. 2019. Disponível em:
<https://seminarioartesdigitais.weebly.com/anais.html> acesado no dia
23/10/2019 as 19hs e 39 min.

SANTOS, Andreia. Não tem que: a semiose do videopoema. II colóquio


semiótica das mídias. Japaratinga/Alagoas, 25 de setembro de 2013.

SCHAFER, R. Murray. A afinação do mundo. Uma exploração pioneira pela história


passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: A
paisagem sonora/ R Murray Schafer; tradução Marisa Trench Fonterrada - São
Paulo: Editora UNESP, 2001.

VERDANA, Viviane. Diálogos entre imagem visual e a imagem sonora: a


experiência de escritura do sonoro nos documentários etnográficos. In:
Seminário Cultura das Imagens - Imagens da Cultura, Porto/Portugal, p.29-42,
agosto de 2010.

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