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NOSSA HISTÓRIA
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Sumário
WORDREFERENCE.......................................................................... 36
FÓRUNS ONLINE.............................................................................. 37
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 74
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CONCEITOS DE TRADUÇÃO (CONCEPTS)
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Os pressupostos de Jakobson têm como ponto de partida a leitura do
signo verbal: oral e escrito e a interpretação desse signo em outros sistemas de
signos. Com a intensa proliferação de recursos tecnológicos e as formas híbridas
de representação de linguagem cada vez maiores, os estudos de Roman
Jakobson, de Charles Sanders Peirce, de Walter Benjamin no início do séc XX
e, no Brasil, contemporaneamente, os experimentalistas e teóricos concretistas
Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Júlio Plaza, Philadelpho
Meneses, dentre outros, permanecem e atualiza de forma determinante essa
ideia multifacetada da palavra tradução. A poesia concreta e a aproximação
entre ocidente e oriente faz com que poetas brasileiros trabalhem seus ofícios
na contra mão da poesia eminentemente verbal. Dessa forma, o sentido da
palavra tradução se estende desde a leitura da criação verbal reformulada na
própria língua, à leitura daquilo que é transmutado de um sistema de signos para
outro sistema e, no sentido literal, à leitura do que se traduz de uma língua para
outra.
José Paulo Paes no livro Tradução: a ponte necessária (1990) faz uma
retrospectiva histórica de como a tradução ganhou corpo no Brasil, citando
inclusive, alguns nomes importantes de tradutores poetas e não-poetas,
perfilhando da poesia, a prosa, ao teatro a ideia de como tudo começou. Seus
estudos têm como ponto de partida o barroco brasileiro, com as paráfrases de
Gregório de Matos, na poesia; passando pelas palavras-valise e neologismos de
Odorico Mendes na prosa, influenciando Sousândrade e Guimarães Rosa.
No século XX, sobretudo a partir dos anos 30, cria-se no Brasil a condição
mínima de ordem material e social, possibilitadoras do exercício da tradução
literária como atividade profissional, ainda que em sua maioria subsidiárias. José
Paulo Paes cita os tradutores desta fase: Monteiro Lobato e Érico Veríssimo.
Sobre Monteiro Lobato revela que ele “era um trabalhador incansável: produzia
uma média de vinte páginas por dia, de dois a três livros por mês. Verteu mais
de uma centena de obras: além de autores de menos categoria, traduziu Kipling,
Jack London, Melville, Saint-Exupéry, Hemingway, Sholem Ash, H. G. Wells etc”.
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(PAES, 1990, p. 26). Apresenta os precursores no Brasil da poesia
concreta: Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari e José Lino Grunewald,
dizendo serem importantes “tanto por suas formulações acerca da teoria da
tradução poética, quanto pelo trabalho de recriação de textos da mais alta
complexidade formal, como as Rime Pietrose de Dante, a poesia provençal, o
Lance de Dados de Mallarmé, os Cantos de Pound, o Finnegan’s Wake de
Joyce, a moderna poesia russa (em colaboração com Boris Schnaiderman) a
poesia bíblica etc”.(idem, p. 30).
Dos aspectos históricos mais gerais a especificidade de sua tradução,
observemos o que diz a Rinaldo Gama (1990, p. 74) sobre sua gênese tradutória:
“Quando terminei de ler [O Corvo, traduzido por Machado de Assis], entendi que
a poesia não precisava tratar apenas de amores frustrados. Ao mesmo tempo,
percebi o fascínio que era fazer, como uma espécie de ventríloquo literário, um
poeta estrangeiro falar a nossa língua”.
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que “na tradução de um poema, o essencial não é a reconstituição da
mensagem, mas a reconstituição do sistema de signos em que está incorporada
esta mensagem, da informação estética, não da informação meramente
semântica”. Então, o remorso da traição e a intraduzibilidade se subvertem a
partir do momento em que o tradutor pressupõe o ato tradutório como recriação.
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FERRAMENTAS DE AUXÍLIO À TRADUÇÃO (TOOLS)
Introdução
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Breve história e evolução
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Os anos 80 trouxeram vários fatores que revitalizaram o interesse
pela tradução por máquina: a explosão da informatização, o desenvolvimento
e estabelecimento de teorias no âmbito da linguística formal (principalmente a
gramática gerativa) e de teorias com ênfase na investigação semântica e a
criação da Comunidade Econômica Europeia.
Na área computacional, já muito desenvolvida e evoluindo em progressão
geométrica, diversos recursos computacionais deixaram de representar
obstáculos à implementação de certos procedimentos básicos. Progredia a
inteligência artificial, na qual está incluída a linguística computacional, dedicada
ao processamento informatizado de línguas naturais com base em gramáticas
formais de análise e de geração de textos.
Somados a isso, novos conceitos sobre o processo da tradução humana,
o surgimento da tradução como disciplina teórica, a especialização dos
tradutores, a necessidade de um maior volume de traduções, provocado em
grande parte pela Comunidade Econômica Europeia, entre outros fatores,
abriram um novo espaço para pesquisas em tradução por máquina, que
passaram a ser financiadas pela indústria privada e a ser desenvolvidas em
paralelo em um grande número de países, principalmente na Europa, com menor
destaque nos Estados Unidos e, posteriormente e com grande ênfase, no Japão
[Slocum, 1985].
É importante frisar que a cooperação entre máquinas e tradutores
humanos partiu também de uma mudança de atitude com relação à tradução
humana. Essa alteração gerou parâmetros que servem de base até hoje para
desenvolvimentos ligados à tradução na área da linguística computacional. Por
exemplo, quanto mais focalizado e especializado o trabalho de um tradutor,
maior o grau de precisão e eficiência que ele tende a atingir. Além disso,
recomenda-se que todas as traduções passem por uma revisão posterior, feita
por alguém com autoridade para tal, principalmente se a tradução visa à
publicação (divulgação de informações).
Com relação ao processo tradutório, recentemente passaram a ser
altamente valorizados os estágios de decodificação da língua-fonte e de
reconstrução do texto na língua-alvo, em vez de pensar-se na tradução
primordialmente como a mera transferência de palavras de uma língua para
outra.
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A tradução por máquina no panorama atual
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gramática formal, torna o sistema inviável sob os aspectos de custos para o
desenvolvimento dessa aplicação, esforço computacional, tempo de execução,
margem de erros, etc. [Santos, 1995].
Atualmente, um sistema de alta qualidade é aquele que produz um
texto que permita uma revisão sem grandes problemas e cuja operação
completa (desde o seu desenvolvimento e/ou adaptação ao uso até a interação
humana e a revisão posterior) ofereça uma boa relação custo-benefício
segundo parâmetros ligados a:
custo/tempo de desenvolvimento e/ou adaptação da aplicação;
custo e esforço computacional;
tempo de processamento;
resultados (de acordo com os objetivos específicos);
índice de correções (a revisão posterior é sempre necessária, mas
também deve ser considerado o grau de interação humana antes e
durante a tradução).
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a melhor combinação das capacidades humanas e computacionais, de acordo
com os objetivos específicos da aplicação.
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Como exemplo, podemos citar o Déjà Vu, que se constitui basicamente
de um grande banco de dados associado a uma interface com o usuário e
utilidades de programas da Microsoft, desenvolvido no âmbito da indústria de
software e voltado para ela. Ele registra frases traduzidas, estruturando seus
componentes, e as recupera quando surgem novas frases semelhantes - ideal
para a tradução de novas versões de programas, por exemplo [Translation
Journal, 25/12/1997; homepage da Atril].
Os sistemas de tradução que prevêem interação humana em maior ou
menor grau (as inúmeras variações de MAHT e HAMT) são hoje os que
provavelmente alcançam os melhores resultados, pois permitem a resolução de
problemas complexos, como a ambiguidade referencial, além de facilitar a
implementação de melhorias no sistema utilizado. Logicamente, é difícil chegar-
se a uma solução ideal, existindo uma ampla variedade desses sistemas, cada
um buscando chegar à combinação mais eficiente entre as capacidades e
vantagens humanas e as computacionais, tendo sempre em vista as aplicações
práticas e a relação custo-benefício já abordada.
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nos Estados Unidos. Ele realiza a tradução totalmente automática ou de maneira
interativa (o tradutor humano pode fazer escolhas linguísticas frase por frase) e
é bastante flexível, aceitando inserções em dicionários e gramáticas. Exige
revisão posterior e sugere uma preparação do texto de entrada para obter
melhores resultados, pois realiza tradução direta e local, ou seja, bastante literal
e limitada. Contudo, como será visto, mesmo um programa simples pode ser
bastante útil para tradutores profissionais, se devidamente aplicados,
economizando um tempo considerável de tradução e consulta a dicionários.
No caso da tradução indireta, a análise da língua-fonte e a geração da
língua-alvo constituem processos independentes. Os problemas e
peculiaridades de uma língua devem ser resolvidos no âmbito dessa mesma
língua, pois ela pode ser a língua-fonte ou alvo de virtualmente qualquer língua.
Um sistema que utiliza a tradução indireta deve fazer uso de um módulo de
transferência ou de uma interlíngua.
Os sistemas que empregam um módulo de transferência (ou mais de um)
geram uma representação estrutural das unidades gramaticais da língua de
origem e, a seguir, uma representação correspondente para a língua-alvo, a
partir da qual será gerado o texto de saída. O módulo de transferência é
específico e uni-direcional para cada par de línguas; porém, por lidar com
estruturas gramaticais abstratas de cada língua, pode fazer uso de teorias
linguísticas e abordagens mais abrangentes, às vezes buscando abranger
diferentes níveis linguísticos (como a análise semântica, por exemplo), ao
contrário do que ocorre nos sistemas que realizam a tradução direta. O Systran
é um sistema que utiliza módulos de transferência, e é um dos mais bem-
sucedidos atualmente [Slocum, 1985; Tucker, 1987]. Nos anos 70, a Comissão
das Comunidades Européias adquiriu e passou a desenvolver o Systran para a
disseminação de informações, para poupar seus sobrecarregados tradutores.
Atualmente vários tradutores da Comissão utilizam o sistema em trabalhos de
rotina. Seu sucesso baseia-se no uso de dicionários abrangentes porém muito
especializados, referentes a um número restrito de áreas técnicas, além de uma
seleção rigorosa dos textos a serem traduzidos com o programa. Ele também
exige revisão posterior especializada. Além de várias outras aplicações
específicas, no final de 1997 o Systran uniu-se ao programa de busca na Internet
AltaVista, visando a aquisição de informações em 6 línguas, mantendo todas as
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funcionalidades do HTML. O serviço pode ser bastante útil, mesmo para o
usuário leigo, guardadas as devidas proporções, já que ele deve ser acima de
tudo rápido e traduzir todos os tipos de textos, o que impede um aperfeiçoamento
em áreas específicas.
Outro recurso para a tradução indireta é a interlíngua, conceito
desenvolvido e amplamente utilizado na área da inteligência artificial, baseado
em princípios de uma representação conceitual universal, independente de
qualquer língua específica. É feita uma representação principalmente semântica
da língua de origem através da qual pode-se gerar um texto de saída em
qualquer língua. Atualmente está se enfatizando bastante a pesquisa de
interlínguas, com o objetivo principal de permitir o desenvolvimento de sistemas
realmente multilíngues sem a necessidade da criação de dezenas de módulos
de transferência, já que os linguistas podem se dedicar ao desenvolvimento de
módulos de análise e geração na sua língua específica e de codificação e
decodificação da interlíngua. Um sistema com altas pretensões que está sendo
desenvolvido empregando uma interlíngua é o Eurotra, iniciado na década de
80, financiado por vários países e desenvolvido por linguistas e especialistas de
computação da Comunidade Econômica Européia. Como o interesse é abranger
todas as línguas da Comunidade, optou-se por uma interlíngua e suas
potencialidades [Slocum, 1985; Tucker, 1987].
Com relação à sublíngua, trata-se de uma linguagem restrita, adaptada
às capacidades específicas do sistema; ou seja, o texto de entrada precisa ser
preparado para minimizar o trabalho sobre o texto de saída. O uso de uma
sublíngua tem como objetivo reduzir o volume de revisão posterior ou mesmo
eliminá-la por completo. Logicamente, essa estratégia demanda uma
especialização dos profissionais que redigem ou adaptam o texto na língua-fonte
para que seja bem sucedida. A vantagem é que, se tanto o assunto quanto as
estruturas linguísticas necessárias forem realmente restritas, faz-se possível um
sistema autônomo e automatizado. Poucos sistemas de tradução efetivamente
alcançam esse objetivo, sem precisar de alguma intervenção humana. É o caso
do TAUM-Méteo, desenvolvido no Canadá, que converte informações
meteorológicas do inglês para o francês e vice-versa. Nesse caso, é utilizada
uma sublíngua extremamente específica e restrita, sem sequer variações
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verbais, e o sistema lida perfeitamente com as frases de entrada, enviando a
tradução pronta diretamente pela rede [Slocum, 1985; Tucker, 1987].
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dois pontos importantes: em primeiro lugar, uma familiaridade maior com o
sistema, com suas capacidades e com o tipo de texto de saída gerado
certamente reduziria o tempo necessário para a revisão, além de permitir a
adaptação do texto de entrada, visando solucionar de antemão algumas
dificuldades do sistemas. Em segundo lugar, um aumento no volume da tradução
acentuaria a economia de tempo. Vejamos:
Considerando o caso da tradução totalmente automática, ela levou,
incluindo a tradução e a revisão, entre 25:40 minutos e 30:45 minutos. Esses
valores representam, respectivamente, uma economia de 37,5% e 25% com
relação ao tempo gasto para a tradução manual. Isso significa que, se o texto
contivesse 100 páginas, a tradução manual seria feita em cerca de 66 horas -
mais de 8 dias de trabalho -, enquanto que a tradução automática seguida de
revisão desempenharia o trabalho entre 43 horas, na melhor das hipóteses, e
pouco mais de 50 horas, no pior dos casos, o que representa uma economia de
16 a 23 horas de trabalho - entre dois e três dias.
Conclusão
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De qualquer forma, assim como os tradutores humanos, os sistemas de
tradução por máquina buscam resultados mais eficientes através da
especialização, da restrição de contextos de trabalho e muitas vezes da própria
língua com que se trabalha; exigem revisão humana, seja antes, durante ou após
a tradução, não dispensando algum tipo de interação humana especializada em
hipótese alguma; e dedicam cada vez mais esforço computacional às questões
de análise e geração linguística. E, cada vez mais, tornam-se fortes aliados dos
tradutores profissionais.
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Now that we hear the expression "translator's work tools," the first thing that
comes to mind is a personal computer (a desktop or laptop computer,
depending on one's personal preferences) and, surely, the Internet. Nobody
translates the way they used to thirty or forty years ago because convenient
electronic dictionaries, special translation software, and Internet resources
are available, which allows us to keep up to date. This is especially important
if we take into account the fact that we have entered the 21st century and
virtually all translators use the Internet, the computer, and other electronic
means in their work (Ulitkin, 2011, par. 2).
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1) Processadores de Texto
Esta é uma das principais ferramentas dos tradutores. Permitem que o
tradutor escreva as traduções de forma digital e integram funcionalidades
importantes como o verificador ortográfico e a contagem de palavras e
caracteres. O Microsoft Word, o Google Docs ou o OpenOffice são apenas
alguns processadores disponíveis atualmente. Existem ainda verificadores
ortográficos independentes dos processadores de texto, como é o caso do Aspell
para sugerir correções e sinónimos num texto. Os processadores de texto
modernos incluem “many useful facilities such as a word-count, a spell-checker,
a thesaurus (in the popular sense of “synonym list”) and — of more dubious use
to a translator — grammar and style checkers (Hutchins, 2003, p.14). Apesar de
os típicos processadores de texto contarem com tais funções, existem outras
opções válidas, com funcionalidades avançadas neste âmbito, como o
CATCount, útil para ferramentas de TAC ou o AnyCount, que suporta vários tipos
de ficheiros. O Microsoft Word é o processador de texto mais utilizado. E ainda
o Google Docs em casos pontuais para disponibilizar informação em tempo real
na conta Google da Sport Zone.
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Unido), a classe da palavra (por exemplo, verbo), contextos de utilização, com a
possibilidade de verificar se integram expressões idiomáticas e phrasal verbs.
Além disso, oferece ainda a tradução da palavra em combinações linguísticas
específicas, tesauro de sinónimos e exemplos contextualizados. Por outro lado,
a plataforma online Wordreference1 é uma escolha eficaz ao trabalhar com
diferentes pares de idiomas, como espanhol, francês, português ou italiano.
Oferece dicionários bilingues e monolingues, além de dicionários de sinónimos.
Adicionalmente, disponibiliza fóruns para idiomas específicos, como por exemplo
espanhol e alemão, onde qualquer membro pode expor dúvidas e ter a ajuda de
membros nativos do idioma em questão. As enciclopédias são, de igual forma,
importantes para a rotina do tradutor, tal como Hutchins defende:
Encyclopedias and other general reference works are all useful resources for
the translator, and all can be integrated into the translator’s workstation. Of
course, as many translators already know, resources such as these, and
many more, are readily available on the World Wide Web, access to which
would be an essential element of the translator’s workstation (Hutchins,
2003, p. 20).
No que diz respeito a enciclopédias eletrônicas, a Wikipédia é
considerada, por muitos utilizadores, como a melhor no momento presente, uma
vez que todos os seus artigos são escritos por pessoas de todas as partes do
mundo. Tal fato pode levar a uma suposição a priori de pouca fiabilidade, mas
estudos recentes mostram que a Wikipédia chega perto da Britannica no que
toca à precisão das suas entradas científicas (Giles, 2005). De notar que, uma
vez que são os próprios utilizadores que criam ou editam o conteúdo dos artigos,
existem informações sobre uma ampla variedade de tópicos que não aparecem
noutras enciclopédias comerciais. A Wikipédia está em constante evolução,
portanto, o conteúdo dos artigos está geralmente atualizado. Por último, mas não
menos importante, os artigos da Wikipédia são escritos em muitos idiomas;
dessa maneira, é possível pesquisar tópicos através de uma língua, por exemplo
do inglês, para encontrar as suas traduções noutras línguas,
fornecendo opções de tradução que poderiam ser difíceis de aceder
por outros meios. Com base nas propostas de tradução obtidas
através da Wikipédia basta, por fim, atestar a sua fidedignidade em
relação à nossa procura.
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3) Navegadores de Internet
4) Plataformas de E-mail
Hoje em dia, praticamente toda a comunicação é feita de forma digital. A
maioria dos tradutores usa serviços gratuitos de e-mail, como o Outlook, o
Yahoo! ou Gmail, para comunicar com os clientes e para receber e enviar os
projetos em que trabalham de forma imediata e eficaz. Estas plataformas de e-
mail são muito intuitivas e funcionais e servem, muitas vezes, como uma espécie
de software de gestão de trabalhos, uma vez que já incluem funcionalidades
como a criação de pastas, úteis para separar projetos e clientes (podendo-se até
definir para que pasta são recebidos os e-mails de cada utilizador de forma
automática), filtros de seleção, agenda com lembretes de tarefas, entre outras.
5) Motores de Pesquisa
São fundamentais para a pesquisa de termos e expressões, utilizando
filtros para resultados aprimorados bem como outras pesquisas no geral, como
por exemplo a procura de websites pelo seu nome. Os tradutores
frequentemente precisam de pesquisar os tópicos com os quais trabalham e a
melhor maneira de ultrapassar barreiras na falta de domínio de um campo
específico é consultar um motor de pesquisa como o Google. Caso seja
necessário, os tradutores também podem consultar literatura especializada,
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acedendo ao Google Académico. Em qualquer caso, os tradutores devem ter o
bom senso de decidir se um resultado é relevante e se a informação é fidedigna.
Estes motores baseiam-se em certos algoritmos de pesquisa que influenciam os
resultados automáticos, que nem sempre vão diretamente ao encontro do que é
pretendido, e é por isso que é necessário utilizar técnicas de pesquisa
específicas para obter os melhores resultados. Alguns comandos úteis para
resolver problemas de terminologia, que se devem inserir na caixa de pesquisa
do Google, são:
(a) Comando de Pesquisa: * termo;
(b) Comando de Pesquisa: “termo”.
8) Memórias de Tradução
O processo de tradução pode ser acelerado, dependendo do tipo de texto,
usando memórias de tradução.
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Segundo Austermühl:
Translation memories are (…) databases that store translated texts together
with the corresponding original texts. However, texts are not stored as
wholes; they are stored in translation units or segments. In most cases, a
translation unit corresponds to a sentence, although smaller segments such
as table cell entries, list elements or even single words (e.g. a button on a
dialogue box) can also be translation units. Many texts, especially technical
documents, contain numerous repetitive elements (Austermühl, 2001, p.
121).
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exclusivamente com o Wordfast Classic principalmente para a tradução de
documentos mais extensos e para a criação de memórias de tradução para
reutilizar em projetos idênticos.
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modalidades da Tradução Audiovisual que incluem Audiodescrição, Narração,
Voiceover, Dobragem, Legendagem e Legendagem para Surdos, entre outras,
conforme pode ser aferido em Gambier (2003) ou Hernández Bartolomé &
Mendiluce Cabrera (2005), acarretam vários desafios. No caso da dobragem, por
exemplo, é necessário ser muito criativo para alcançar a sincronização dos
movimentos dos lábios com a tradução.
Já no caso da legendagem, é necessário desenvolver a capacidade de
introduzir e retirar as legendas de forma eficaz, respeitando todas as normas
desta modalidade.
Existe uma vasta gama de ferramentas para a legendagem, que é o
método eleito de TAV em países como Portugal, Grécia ou Bélgica.
Surpreendentemente, muitas dessas aplicações provêm de tradutores amadores
– conhecidos como fansubbers – que legendam programas de televisão, séries
e filmes para disponibilizarem o seu trabalho na internet e que são capazes de
criar programas para legendar. Algumas destas aplicações são VisualSubSync,
Sabbu, Aegisub e SSATool. Caso seja necessário fazer edição de vídeo e áudio,
existem vários outros programas, como o VirtualDub para vídeo e o Audacity
para áudio.
Para além destas ferramentas é necessário possuir um bom reprodutor
de multimídia como o Media Player Classic, o VLC ou o The KMPlayer, nos quais
é possível reproduzir os ficheiros de vídeo com a respetiva legendagem.
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grande utilidade, principalmente para tradutores que trabalham em regime de
freelancer, em alturas de maior volume de trabalho.
Estes sistemas não conseguem, no entanto, produzir resultados
completamente satisfatórios, principalmente em casos de ambiguidade, daí que
seja necessário fazer uma revisão das traduções obtidas.
Atualmente o sistema mais conhecido no mundo é o Google Tradutor.
Esta ferramenta suporta 103 idiomas, oferece opções como a tradução
automática de qualquer texto, permite guardar as traduções na conta online de
cada utilizador e traduzir automaticamente um website.
Para além do Google Tradutor, existem outros sistemas de TA online
gratuitas como o Bing Translator, o Babylon ou o Yandex Translate.
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Desktop Publishing (DTP) são usadas por profissionais para criar uma
configuração atraente para revistas ou folhetos de vendas. Um tradutor não
precisa necessariamente de dominar as ferramentas de DTP, mas ter
conhecimentos na área pode surgir como uma mais valia. As ferramentas de
DTP são muito diferentes das ferramentas de processadores de texto no que diz
respeito à maneira como trabalham com textos e grafismo. Os programas de
DTP mais conhecidas são o FrameMaker, o InDesign, QuarkXPress e Scribus.
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É importante distinguir a TA das tecnologias de TAC, uma vez que são
conceitos facilmente confundidos e tomados como sinônimos por muitos,
provavelmente porque a tecnologia continua em constante mudança e, com isso,
os vários sistemas de tradução têm vindo a evoluir.
Não obstante, trata-se de conceitos distintos, com fundamentos e
objetivos próprios, tal como explica Bowker, que identificou a diferença entre
estes, atualmente, a mais aceite pelos profissionais da tradução:
The major distinction between MT and CAT lies with who is primary
responsible for the actual task of translation. In MT, the computer translates
the text, though the machine output may later be edited by a human
translator. In CAT, human translators are responsible for doing the
translation, but they make use of a variety of computerized tools to help them
complete this task and increase their productivity. Therefore, whereas MT
systems try to replace translators, CAT tools support translators by helping
them to work more efficiently (Bowker, 2002, p. 4).
DICIONÁRIOS ONLINE
Os dicionários online, tanto os monolíngues como os bilíngues, aportam
grandes vantagens para os vários tipos de utilizadores, em particular, a sua fácil
e constante atualização.
De acordo com Hutchins:
Online dictionaries can be little more than an on-screen version of the printed text;
or else they may take advantage of the flexible structure that a computer affords,
with a hypertext format and flexible hierarchical structure, allowing the user to
explore the resource at will via links to related entries (Hutchins, 2003, p. 19).
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Os dicionários online suportam o armazenamento de grandes
quantidades de informação, por isso, quando pesquisamos um termo, podemos
ser surpreendidos por vários exemplos de uso do termo em contexto de frases,
por exemplo. No que concerne a tradução, por vezes o significado de um termo
não basta e o simples fato de existir a possibilidade de o ver contextualizado em
frases com diferentes sentidos ou expressões idiomáticas, auxilia
consideravelmente na tomada de decisão quanto ao seu uso.
Na maioria dos casos, os dicionários online oferecem a função de
pronúncia bem como a descrição fonética dos termos. Os arquivos de áudio
servem para explicitar a pronúncia de novos termos ou dialetos que sejam
desconhecidos para quem procura o seu significado. Como linguista, considero
a funcionalidade da pronúncia de extrema importância, especialmente no caso
de uma língua estrangeira já que é de acrescentado valor não só saber o
significado de uma palavra nova como também aprender a pronunciá-la
corretamente.
Veja-se o que Hutchins afirma:
The online dictionaries may of course be mono-, bi- or multilingual. The way
in which information associated with each entry in the dictionary is presented
may be under the control of the user: for example, the translator may or may
not be interested in etymological information, pronunciation, examples of
usage, related terms and so on (Hutchins, 2003, p. 19).
Contamos com excelentes dicionários online monolíngues e bilíngues
gratuitos, de consulta livre. Dicionários monolíngues como o Infopédia, da Porto
Editora, e o Priberam são apenas dois dos dicionários portugueses online mais
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reconhecidos atualmente, enquanto para inglês existe o dicionário online da
Cambridge (tal como o Oxford, Longman, Macmillan, entre outros) e, para
espanhol, o dicionário online da Real Academia Española (RAE). No que toca a
dicionários bilingues, o Wordreference destaca-se como um dos mais
conhecidos a nível mundial e aquele que eu mais utilizei devido à integração de
funções e plataformas adjacentes às opções tradicionais dos dicionários, como
o seu fórum de línguas com a interação de participantes de todo o mundo.
Priberam
O dicionário online Priberam pode ser usado tanto em computadores
quanto em tablets ou smartphones.
32
Michaelis
O popular dicionário Michaelis também possui uma versão online gratuita.
Sua versão digital já está atualizada para o novo acordo ortográfico e é um dos
dicionários online mais completos disponíveis atualmente.
O Michaelis mostra, além do significado das palavras, sua divisão silábica,
classe gramatical, transitividade verbal, expressões em que elas são utilizadas,
entre outras características. Para utilizá-lo gratuitamente, basta acessar o site:
michaelis.uol.com.br
Houaiss
O Houaiss é um dicionário online bastante conhecido, embora seja pago.
Isso porque ele é um dicionário completo, que atualmente conta com cerca de
230 mil verbetes. Além disso, ele recebe atualizações constantes e permite ser
customizado: é possível aumentar ou diminuir as letras, centralizar as palavras,
entre outros recursos.
Houaiss.uol.com.br
33
Dicio
Esse dicionário online procura atualizar-se de acordo com as mudanças
frequentes da língua portuguesa. Através dele, é possível realizar pesquisas
mais aprofundadas, o que o torna um aliado de estudantes ou entusiastas. Ao
pesquisar por uma palavra, o Dicio mostra, além de sua definição, a classe
gramatical em que ela se encontra, sua etimologia (ou seja, sua origem), divisão
silábica e também conjugação verbal.
Além disso, este dicionário online é de graça e conta com um fórum onde
dúvidas frequentes de português são esclarecidas. dicio.com.br
Caldas Aulete
O Caldas Aulete é um ótimo dicionário online para quem deseja realizar
pesquisas. Ele conta com cerca de 818 mil verbetes e definições. Ao abrir o site,
ele exibe a palavra do dia, bem como todas as suas definições e usos na língua,
tudo isso de graça. aulete.com.br
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Dicionário Informal
Essa opção de dicionário gratuito online é voltada especialmente para
quem deseja compreender o significado das palavras de acordo com sua
usabilidade. Isso porque quem define as palavras contidas nele são os próprios
usuários da Internet. Além disso, o Dicionário inFormal é essencial para quem
deseja conhecer gírias comumente utilizadas por brasileiros, uma vez que ele é
um dos únicos que conta com esse recurso. Ele também permite votar nos
significados atribuídos por usuários, de modo que os mais votados aparecem na
tela inicial do site: dicionarioinformal.com.br
Dicionário de Antônimos
Sempre que tiver alguma dúvida a respeito de um antônimo, vale a pena
consultar este dicionário online. Ele é gratuito e contém cerca de 25 mil
antônimos que podem ser consultados. Sua interface é muito fácil de usar e as
palavras mais procuradas podem ser vistas logo em sua página inicial.
antônimos.com.br
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WORDREFERENCE
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Afigura-se importante referir que para cada termo pesquisado no
dicionário do Wordreference, no final da página, a plataforma disponibiliza uma
lista de tópicos dos seus fóruns, que contêm o termo pesquisado no seu título e
que podem ser acedidos clicando na hiperligação, de modo a fornecer
informação adicional ao utilizador.
FÓRUNS ONLINE
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Os fóruns de Tradução funcionam como um meio de comunicação entre
os profissionais da área, ou mesmo entre os curiosos, para trocarem informação
e ideias de vários tipos. Um dos usos mais comuns destas plataformas, no que
toca aos profissionais da Tradução, centra-se com a exposição de dúvidas para
o uso de certos termos ou expressões. Muitas vezes, os tradutores têm de fazer
traduções para uma língua estrangeira, da qual não são nativos e, através dos
fóruns, podem obter ajuda de utilizadores nativos. O mesmo acontece quando
têm de traduzir para a sua própria língua, mas têm dúvidas quanto ao sentido de
uma frase ou de um termo na língua de origem.
Para além destas questões, existem outras igualmente válidas como
discussões relativas às várias ferramentas de tradução disponíveis para
computador ou até a nível de emprego na área.
Proz
Este website possui uma vasta comunidade virtual de tradutores e oferece
uma ampla gama de recursos que vão desde o fórum de discussão a recursos
de uso prático como por exemplo glossários online. A página dedicada ao fórum
fornece uma estrutura capaz de abarcar discussões de utilizadores de todo o
mundo sobre vários temas, mas, principalmente, para expor dúvidas em relação
a termos ou expressões num determinado idioma. Segundo o website, até à data
já foi dada resposta a 3 634 334 tópicos criados, sendo que, todas as perguntas
feitas bem como as suas devidas respostas constituem uma base de dados
pesquisável muito importante para os profissionais da tradução.
O Proz fornece ainda acesso a glossários de diversas áreas, provenientes
de utilizadores do site, uma vez que existe a possibilidade de disponibilizar
conteúdo, não fosse esta uma plataforma colaborativa, e também provenientes
de outras fontes na internet. Muitos destes glossários podem ser descarregados
pelos utilizadores para seu uso posterior, como por exemplo a sua integração
nas ferramentas de TAC.
Para além disso, é possível que os utilizadores usem a plataforma como
um meio para encontrar emprego ao divulgarem, através do seu perfil, na página,
todas as suas competências, formação académica e experiência profissional.
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FERRAMENTAS DOS MOTORES DE PESQUISA
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No que toca ao campo da tradução, a pesquisa por termos ou expressões
pode aportar ótimos resultados, de acordo com Bokor: “In doing terminology
research using the search engines, you can find the sites where a given term is
used (and possibly its meaning clarified); (…) you can find the translation of the
term as in bilingual or multilingual sites” (Bokor, 1999, par. 16).
Ao longo deste capítulo, irei discutir a minha experiência com o Google,
que foi o motor de pesquisa que elegi para as minhas consultas, mostrando as
funcionalidades que mais utilizei e que mais me ajudaram no processo de
tradução.
a) Comando de Pesquisa: “ ”
Tal como afirma Bokor: “Most search engines are not case-sensitive.
Punctuation marks, including hyphens, and “stop words” such as and, or, is, for,
etc. are ignored unless they are part of a phrase between quotation marks”
(Bokor, 1999, par. 10).
Este comando pretende procurar a frase exata que está dentro das aspas.
Esta funcionalidade é ideal para os casos em que a frase que procuramos é
ambígua e possa ser confundida com algo diferente do que realmente
pretendemos ou quando não conseguimos obter resultados relevantes para a
nossa pesquisa.
Por exemplo, quando pesquisei a frase em espanhol “donde las fronteras
se difuminan”, num dos meus exercícios de tradução, obtive resultados
significativos para a expressão exata que queria e, dessa forma, dissipei as
minhas dúvidas mas quando pesquisei pela expressão sem aspas, como forma
de teste, o Google leu os termos em separado, sem uma ordem específica, e
obtive resultados que não me seriam muito úteis, caso não soubesse desta
funcionalidade, como: “de la ciudad se difuminan ... en la frontera de la ciudad”
ou “casos se difuminan, se desdibujan… y donde se”.
Esta funcionalidade foi muito útil quando traduzia para uma língua
estrangeira. Quando não tinha a certeza acerca de uma frase ou uma expressão
que tinha traduzido, pesquisava-a no Google utilizando as aspas para verificar
se obtinha resultados. Dessa forma, analisava o número de resultados para
poder validar ou descartar a minha opção de tradução.
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b) Comando de Pesquisa: *
Este símbolo serve para substituir qualquer palavra de uma frase. Quando
não conseguimos lembrar-nos da expressão exata que queremos pesquisar,
mas sabemos quais são as palavras que antecedem e precedem as esquecidas,
basta digitar a expressão substituindo as palavras que não conseguimos
recordar por *. Basicamente, quando substituímos palavras por asteriscos numa
frase, é como se disséssemos ao Google “não sei qual é a palavra que se usa
aqui”. Esta funcionalidade é muito interessante e revelou-se bastante útil quando
não me conseguia lembrar de todas as palavras de uma expressão em inglês ou
espanhol. Por exemplo, se eu pesquisar a * in the hand is worth two in the *, o
Google vai apresentar os resultados mais utilizados com esta estrutura e eu
poderei consultar e obter aquilo que procuro.
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ALA, 2018. Afirma que: “Como tradutor, considero esta ferramenta de
extrema utilidade, uma vez que pode auxiliar na procura de glossários,
dicionários monolíngues e bilingues, sistemas de tradução online, entre outros.”
e) Pesquisa Avançada
A opção de pesquisa avançada do Google oferece um grande leque de
opções, permitindo refinar a pesquisa de acordo com os interesses de cada
utilizador. Por exemplo, com esta funcionalidade, podemos definir parâmetros de
pesquisa para encontrar resultados de acordo com o país de publicação, o
idioma, o formato de arquivo (muito útil para encontrar documentos em PDF, por
exemplo), a data de publicação e podemos ainda excluir palavras da pesquisa
para evitar resultados que, algures num texto, apresentem esses termos.
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Nesta seção, é importante sublinhar a importância da pesquisa por região
e idioma uma vez que é crucial para o desenvolvimento e a qualidade do
trabalho.
Restringir a pesquisa a um idioma pode não ser suficiente para obter os
resultados que seriam desejados; dessa forma, assegurar que adicionamos o
filtro de pesquisa por região funciona como uma mais valia. Por exemplo, se eu
pretender pesquisar uma expressão ou termo em espanhol e tiver apenas o filtro
de idioma (em espanhol) selecionado, o Google irá apresentar expressões e
termos espanhóis que tanto poderão provir de regiões da América Latina como
de Espanha. Se o meu intuito for encontrar resultados de termos ou expressões
utilizadas apenas em Espanha, deverei filtrar a pesquisa por região.
Restringir a pesquisa a um certo período de tempo também se revela uma
ferramenta muito útil. As opções de pesquisa mais utilizadas, neste campo,
centraram-se maioritariamente em resultados de publicações feitas no último
mês e no último ano. A vantagem desta opção é que permite avaliar a atualidade
do termo e ainda obter termos de uso recente, algo útil na constante atualização
linguística no que toca a termos relacionados com tecnologias e tendências de
moda.
f) Copy/Cache
Esta opção é útil para que possamos aceder a uma cópia do site
pretendido, que está armazenada no servidor. Imaginemos que precisávamos
de aceder a um site, mas que este está em manutenção ou que, por qualquer
motivo, não está disponível online no momento. Se isso acontecer, podemos
clicar na opção "Em cache" que aparece ao lado do link fornecido pelo motor de
pesquisa.
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imagem da tradução que pretendemos será o mais acertado. Este tipo de
pesquisa é muito útil para pesquisar palavras nas quais tenhamos dúvidas, em
uso dentro de uma determinada cultura e que não têm tradução.
h) Analisar os Resultados
A melhor forma de começar a análise dos resultados obtidos através do
motor de pesquisa passa pelo número de ocorrências apresentadas pelo
Google, uma vez que, quantas mais ocorrências existirem, maior é a
probabilidade de que o termo pesquisado seja o certo.
Segundo Bokor,
“Using the search engines, you can find not only individual words, but the
type of lingo in which those words are used by those who work in that
particular field.” (Bokor, 1999, p. 16).
Por exemplo, na dúvida entre dois termos ou expressões, algo muito útil
é pesquisar os dois e fazer uma comparação para ver qual o que apresenta o
maior número de resultados. O que tiver mais, provavelmente, será a melhor
opção.
O conteúdo das páginas fornecidas pelo Google é também muito
importante no que toca à especificidade do tema da página. Um termo pode ser
polissémico e, numa língua estrangeira, a ambiguidade perpassa. Dessa forma,
é necessário pesquisar o termo em contextos que nos permitam determinar o
seu real significado e contexto de uso no que respeita à construção gramatical
em relação a outros termos.
Tal como Bokor (1999) defende:
Search engines are a magic tool for translators looking for an elusive word,
an abbreviation, or wishing to confirm a guess. It is, however, important to
employ the right search strategy in order to take maximum advantage of the
search engines’ tremendous power. (Bokor, 1999, par. 2).
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COMPUTER ASSISTED TRANSLATION- CAT
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Nessa mesma figura vemos que a tradução tira partido de duas bases de
dados: uma terminológica e outra de memórias de tradução.
A necessidade de uma ou mais bases de dados terminológicas é
relativamente fácil de defender. Imagine-se o que seria a tradução de um
documento médico com referências a termos como “parênquima”,
“ecogenicidade”, “esteatose”, “ectasia”, “endoluminal” ou “esplenomegalia”.
Claro que na pior das hipóteses o tradutor iria consultar dicionários, textos
técnicos e, se necessário fosse, um especialista da área (neste caso, medicina).
Com a informação obtida iria saber realizar a tradução e, como tradutor
previdente, iria apontar a tradução usada em algum site para que mais tarde,
quando voltasse a ter a necessidade de traduzir essa mesma palavra, não
tivesse de gastar todo o mesmo tempo a consultar as diferentes fontes de
informação. Estes apontamentos, em que o tradutor guarda uma palavra, sua(s)
tradução(ões), exemplos de uso, etc, constituem uma base terminológica.
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Existem, então, programas que permitem que o tradutor construa uma ou
mais bases terminológicas, sobre um ou mais assuntos, com as línguas que bem
entender. E estas bases terminológicas podem ser acedidas sempre que o
tradutor bem entender, para saber como traduzir um termo. Os sistemas CAT
integram com bases terminológicas para que, mal surja a necessidade de
traduzir uma frase que contenha um termo constante da base terminológica,
surja também a informação sobre qual a tradução convencionada. Isto garante,
ainda, que o tradutor seja coerente, e traduza sempre do mesmo modo os
mesmos termos.
Na figura 1.2, o processo de recolha de dados, seja pela consulta de
bibliografia especializada ou a simples conversa com alguém da área dos
documentos a traduzir, é representada pelas diferentes fontes de informação
(Different sources of information). Os dados recolhidos devem ser introduzidos
na base terminológica, processo que está representado nessa mesma figura por
Create. Finalmente, durante a tradução, essa base terminológica é consultada
(Consult).
A tradução técnica é, por um lado, desafiante, já que obriga o tradutor a
perceber um pouco de tudo. Por outro, é muitas vezes aborrecida, já que um
mesmo documento pode, por vezes, repetir-se, ou conter frases de outros
documentos semelhantes. Por exemplo, o tradutor que seja encarregue de
traduzir os manuais de uso de veículos automóveis de determinada marca, vai
deparar-se com grandes porções de texto que são repetidas entre manuais, já
que embora os veículos possam ser diferentes, alguns procedimentos são
semelhantes.
Os sistemas CAT também ajudam a minimizar este problema. Sempre
que o tradutor acaba a tradução de uma frase ou segmento, o sistema CAT
guarda esse segmento e a sua tradução numa base de dados, chamada de
memória de tradução. Isto permite que, sempre que uma nova frase tiver de ser
traduzida, o sistema CAT possa consultar as memórias de tradução e tentar
encontrar qualquer outra tradução que já tenha sido feita e que seja semelhante
àquela que se pretende realizar. Note-se que não é necessário que o sistema
encontre uma frase exatamente igual, já que muitas vezes se traduzem frases
muito semelhantes em que apenas uma ou duas palavras variam. Este processo
é representado no diagrama pelas setas Retrieve (que representa uma tradução
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que foi encontrada na memória de tradução) e Save (que representa o
armazenamento de uma nova tradução realizada pelo tradutor).
Para além deste uso direto, de simplificar a vida do tradutor usando
traduções já realizadas, as memórias de tradução também podem ser usadas
para consultar, por exemplo, como é que determinada palavra foi traduzida em
situações anteriores. Claro que sendo um termo de uma área específica, o
tradutor poderia ou deveria ter adicionado esse termo na base terminológica.
Mas tanto pode não o ter considerado, como pode ter escapado. E durante a
altura da tradução, ao verificar a existência de uma palavra estranha que já foi
traduzida numa qualquer outra altura, o tradutor poderá usar as memórias de
tradução para encontrar exemplos de frases em que essa palavra tenha
aparecido, e assim perceber como é que, nessa altura, realizou a tradução. Este
mecanismo dos sistemas CAT está representado na figura pela seta Consult.
Voltando a olhar para a figura 1.2 poderemos ainda verificar que existe
um processo de alimentação das bases de memórias de tradução de que ainda
não falamos. Este processo corresponde ao reaproveitamento de documentos
paralelos. Suponhamos, por exemplo, a necessidade de traduzir textos da área
económica. Antes de proceder à tradução, o tradutor poderia realizar algumas
buscas na Internet para obter textos dessa área que já tivessem sido traduzidos.
É natural que encontrasse documentos da Comunidade Europeia sobre
economia, traduzidos nas línguas em que vai ter de trabalhar. Esses documentos
podem ser recolhidos, e utilizado uma aplicação própria (designada por
alinhador) capaz de extrair associações entre segmentos nas duas línguas.
Poderemos considerar este processo como o reaproveitamento de traduções
que já foram feitas, seja pelo próprio tradutor seja por outro, que queremos
importar na base de memórias de tradução.
Os textos paralelos encontrados
(traduções prévias) são alinhados e
obtidas as memórias de tradução que
poderão ser importadas numa base de
memórias de tradução, para que o
sistema CAT as possa usar durante a
tradução.
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Porque estas ferramentas são importantes para o tradutor?
Porque o ajudam a:
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Qual é a diferença entre uma ferramenta CAT (tradução assistida por
computador) e a Tradução Automática ?
A Tradução Automática é a utilização de software de tradução de uma
língua para a outra, como por exemplo o Google tradutor. Porém não é o mesmo
que uma tradução feita por um tradutor humano com a ajuda de uma ferramenta
CAT, pois sabe que pode ter mais confiança nesta tradução. Enquanto que com
um texto traduzido usando o Google Tradutor, só pode ter a certeza de que tem
o essencial da tradução e não o trabalho e bem corrigido.
MEMÓRIAS DE TRADUÇÃO
Existe uma enorme variedade de CAT tools disponíveis no mercado. E já
de cara damos um conselho: não existe ferramenta perfeita.
Sua escolha irá depender de vários fatores, como por exemplo: seu
orçamento, que funções você realmente precise usar, a CAT tool que a agência
em que você trabalha ou seu cliente preferem que você utilize etc.
TRADOS
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de textos. O grande impulso que popularizou o Trados ocorreu quando a
Microsoft decidiu utilizá-lo para a localização do sistema operativo Windows. Por
conta disso, no final dos 90’s o Trados já havia se consolidado como líder no
mercado mundial da tradução.
A ferramenta SDL Trados Studio ou simplesmente Trados é, certamente,
um dos softwares líderes no mercado de tradução e desde o final dos anos 90 já
havia se consolidado nessa posição.
É uma solução completa para traduzir, gerenciar terminologias
(ferramenta Multiterm), editar, criar, gerenciar memórias de tradução e criação
de projetos.
Várias versões estão disponíveis atualmente para tradutores freelancers
ou para agências de tradução.
Link: https://www.sdltrados.com/
Entre os principais componentes da versão freelance do SDL Trados
estão:
SDL Trados Studio – Uma aplicação que permite traduzir textos, criar e
gerenciar memórias de tradução e criação de projetos.
Multiterm – Ferramenta direcionada para terminologias.
Translator’s Workbench, o TagEdigor e o SDLX.
WORDFAST
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O Wordfast foi desenvolvido por Yves Champollion, um tradutor
freelance, gestor de projetos e consultor na área de tradução e localização, com
mais de 25 anos de experiência. Originalmente desenvolvido como uma
alternativa ao Trados, já conquistou o seu espaço no mercado. No início, o
Wordfast funcionava através de um conjunto de macros executados dentro do
Microsoft Word. Divulgado através do boca a boca, o Wordfast cresceu ao ponto
de se tornar o segundo software de tradução mais utilizado entre tradutores.
Foi criado como alternativa ao Trados, mas já se consolidou no mercado,
tornando-se o segundo software de tradução mais utilizado. Embora, talvez essa
posição no ranking possa ter mudado.
Em 2009 foi lançado o Wordfast Translation Studio, que inclui as versões
Wordfast Classic e Wordfast Professional – uma ferramenta de Memória de
Tradução standalone (autônoma) com base em Java, sendo compatível com
muitos dos outros softwares de tradução utilizados no mundo. Embora mais
popular entre tradutores freelance, o Wordfast é também utilizado em ambiente
empresarial. Também inclui mais recursos de gerenciamento de projetos e
suporta formatos como Java, InDesign (INX / IDML), InCopy (INC), FrameMaker
(MIF), Quark (TAG), Xliff (XLF / XLIFF), SDL Trados (SDLXLIFF / TTX) e PDF
editável.
O preço do Wordfast varia de 400€ na versão Classic ou a Pro, até 500€
a versão Studio, que é a junção das versões Classic e Pro. Mas o tradutor
freelancer tem um ótimo desconto de 50% sobre estes preços na compra de
qualquer versão.
Inicialmente, o Wordfast Classic funciona por meio de um conjunto de
macros executados no Microsoft Word, auxiliando na tradução de qualquer
documento.
Ele trabalha com formatos manipuláveis pelo Microsoft Word, incluindo
arquivos de texto sem formatação, documentos do Word (DOC / DOCX),
PowerPoint (PPT / PPTX), Microsoft Excel (XLS / XLSX), Rich Text Format
(RTF), RTF HTML.
Ambas as versões do Wordfast disponibilizam licença permanente.
Este programa é muito popular entre profissionais de tradução
freelancers, mas também é utilizado no ambiente corporativo.
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Outra versão do Wordfast muito utilizado por tradutores é o Wordfast
Anywhere, que é online e gratuito.
Está disponível uma versão para trial no site.
Link: https://www.wordfast.net/?go=buy&lang=engb
OMEGAT
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As principais características do OmegaT são:
·Utilização simultânea de várias memórias de tradução
·Concordância difusa
·Formato de ficheiro de documento: texto simples, HTML,
OpenOffice.org/StarOffice (este último contém excelentes filtros de conversão
para MS Word, Excele RTF)
·Glossários exteriores
·Propagação de concordâncias
·Processamento simultâneo de projetos com vários ficheiros
·Suporte Unicode (UTF-8): pode ser utilizado com alfabetos não latinos
·Compatível com outras aplicações de memória de tradução (TMX nível 1)
OmegaT é gratuito e tem as versões para Linux, Windows e Mac. Para o
programa funcionar bem no computador basta ter o Java JRE instalado e
atualizado.
Swordfish
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A Swordfish suporta a memória de tradução TMX, utiliza o formato XLIFF
e possui filtros de conversão para quase todos os formatos de arquivo de texto:
doc, odt, docx, abw, html, xml, entre outros.
Link: https://www.maxprograms.com/products/swordfish.html
MemoQ
55
TRADUÇÃO AUTOMÁTICA
WORLDLINGO
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Worldlingo é um tradutor automático que tem vários serviços de tradução
instantânea online, gerada pelo próprio sistema. Nele você pode traduzir desde
pequenos textos gratuitamente até grande volumes de textos pagando uma
mensalidade. O serviço gratuito do site oferece apenas a tradução automática
entre 33 idiomas.
O site da Worldlingo também oferece outros serviços para o tradutor
freelancer, por exemplo: por US$2 você pode incluir o seu nome numa lista de
tradutores no eBay.
Site: http://www.worldlingo.com/
My Memory
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Site: https://mymemory.translated.net/
GOOGLE TRADUTOR
58
GLOBALIZAÇÃO, TECNOLOGIA E TRADUÇÃO
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O Google Tradutor é um dos serviços de maior sucesso do Google no
Brasil, sendo uma das cinco ferramentas da empresa mais populares entre os
usuários no país. A plataforma para traduções é usada por mais da metade
(59%) dos brasileiros pelo menos três vezes na semana. Surpreendentemente,
o Translator divide a preferência dos usuários apenas
com Gmail, Chrome, YouTube e o serviço de busca,
deixando Android e Google Maps para trás.
De acordo com SMAAL (2010), a intenção das empresas que
desenvolvem ferramentas de tradução automática é diminuir a distância entre as
línguas. Só o fato de o Google Tradutor ser disponibilizado gratuitamente e online
facilita para que qualquer pessoa com acesso à internet tenha contato com ele,
aumentando sua popularidade. Desde sua criação, o GT permite contribuições
de internautas que podem sugerir uma tradução melhor, editando a que foi
inicialmente apresentada pela ferramenta. LEAL (2009) indica em seus estudos
que tais contribuições ajudam no aperfeiçoamento da ferramenta, mantendo a
continuidade da evolução.
De acordo com MURANO (2010), a principal fonte de documentos
traduzidos pelo Google Tradutor é a internet. A ferramenta trabalha com base na
tradução automática por análise estatística, que detecta padrões em textos
bilíngues criados por tradutores humanos e determina qual a tradução
considerada mais adequada para o texto que lhe é apresentado.
Muitas das traduções que foram implementadas no banco de dados da
ferramenta são de vários documentos bilíngues oficiais, inclusive das Nações
Unidas (GOMES 2010).
Em 2016, o Google divulgou que o Brasil era o país que mais usava o
Tradutor no mundo. A empresa não chegou a revelar a lista completa,
afirmando apenas que os brasileiros estavam no topo. Na época, 8% das
pessoas que usavam o serviço eram dos Estados Unidos, o que leva a crer que
a fatia de usuários no Brasil respondia por um valor ainda maior.
A equipe de Franz Josef Och informou que há muitas maneiras de
aumentar a qualidade da ferramenta. As sugestões dos usuários também
alimentam o banco de dados. Um dos recursos mais importantes desse tradutor
é a capacidade de encontrar documentos traduzidos na internet e incorporar ao
60
seu banco de dados, tendo em vista a correlação direta entre a quantidade de
dados e o resultado final da tradução (MURANO 2010).
Google Lens pode traduzir de cinco jeitos diferentes, incluindo captura da câmera — Foto: Paulo
Alves/TechTudo
61
Para eliminar essa decepção é necessário enxergar a ferramenta como
um auxílio ao trabalho do tradutor humano e não como uma ferramenta tradutora
completa.
Há limitação nas ferramentas de TA, uma vez que elas não levam em
consideração características históricas, sociais e polissêmicas dos textos
apresentados, as quais não podem ser implantadas no banco de dados devido
a sua complexidade. Portanto, ainda que haja constante evolução, essa é uma
barreira intransponível.
Tradutor permite treinar pronúncia por meio da busca do Google — Foto: Reprodução/Paulo
Alves
62
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA TRADUÇÃO
63
humanos e não substituí-lo. Dessa maneira, o tradutor está livre das tarefas
repetitivas e aproveita o que já foi feito pela ferramenta.
Outros tradutores, como JOÃO AZENHA JÚNIOR (apud BENEDETTI;
SOBRAL 2003), afirmam que os programas de tradução ajudam na versão bruta
do trabalho, mas que é responsabilidade do tradutor alterar o que ele acredita
que deve ser feito. Assim, ele se torna um tradutor crítico e o texto não sairá com
a marca de um programa e sim com sua assinatura, com as escolhas feitas por
ele.
Para ARAÚJO (2002), as traduções obtidas por ferramentas são
indicativas e precisam apenas criar compreensibilidade para que o usuário possa
entender no geral o texto que é apresentado. Ainda assim, é preciso que um
usuário fluente nas línguas de partida e chegada identifique o conteúdo completo
do texto, servindo o tradutor automático como um auxiliador. BRUM (2008)
destaca que, se a qualidade do texto não for um fator importante para o
entendimento geral do conteúdo, a tradução automática servirá de apoio ao
trabalho do tradutor humano, já que ele está preparado para condições de
complexidade e má qualidade no texto original. Dessa forma, como há autores
que aceitam o auxílio do Google Tradutor e outros que recusam
terminantemente, há aqueles que são extremamente favoráveis ao uso de TA e
sugerem que haverá mudanças drásticas em um tempo futuro. Em uma
reportagem para a revista Veja, que foi muito comentada por vários profissionais
da área, PAVÃO JÚNIOR (2010) afirma que, com o avanço das ferramentas de
TA, a exigência de aprender um idioma estrangeiro poderá ser abalada. Nesse
caso, ele ignora por completo o enriquecimento vocabular, histórico e cultural
que uma experiência dessas traz para o aluno.
O número de recursos cresce, dando mais agilidade ao Google Tradutor,
o que pode culminar em pensamentos errôneos de que ele está acabado e
pronto para substituir um tradutor humano.
RINO SPECIA (2002) trazem um questionamento ainda atual: as maiores
E restrições aos sistemas de TA são impostas pela falta de soluções
computacionais para os problemas linguísticos. Ainda que haja evolução nas
ferramentas, elas sempre esbarram nessa dificuldade. Somente um tradutor
humano pode supri-las.
64
É possível verificar que há dois aspectos relevantes sobre a TA: o proveito
que a tecnologia pode trazer ao profissional, apesar das limitações existentes, e
a contribuição que o profissional pode dar à ferramenta, se desejar, para que o
desenvolvimento da tecnologia continue (ARAÚJO 2010).
65
A estrutura sintática foi alterada completamente ao não iniciar a oração
com a conjunção “since” que dá a ideia de razão, motivo, traduzida como “uma
vez que”. O sentido ficou comprometido porque no texto original o conceito de
arquitetura incorpora “valor e obra”.
O verbo “house” – abrigar, acomodar, conter – aparece em sua forma de
particípio passado e conectado ao substantivo “valor” tendo assim “valor
abrigado”.
A ausência de pontuação no texto original foi um elemento complicador
no excerto acima. Percebe-se o uso do “one” como sujeito impessoal, em que a
ferramenta corretamente sugeriu “one would imagine” como “se poderia
imaginar, seria possível imaginar”. Entretanto, a tradução da ferramenta perde
completamente o sentido separando os substantivos “value” e “fact”, que
deveriam vir juntos em “a arquitetura tradicionalmente integra fato e valor”, ao
invés de trazer “fact” complementando o sujeito impessoal em “o fato se poderia
imaginar”.
Finalmente, é visível que os desvios mais sérios são os de origem
morfossintática e que houve comprometimento do sentido geral do trecho.
66
Outro desvio foi com relação ao termo “changed”. O GT não conseguiu
identificá-lo como particípio do verbo, assumindo apenas como verbo no
passado, mas ainda assim a compreensão da locução é possível.
O principal problema envolveu “for” que pode ser uma preposição ou
conjunção. No texto original sua função específica é a de conjunção que poderia
ser substituída por “because” e, no português, “uma vez que, pois”. Entretanto,
houve uma troca pela preposição “para”, o que pode gerar má compreensão do
trecho. No original, a arquitetura é o sujeito da mudança.
67
O verbo “should” não teve sua tradução no tempo verbal correto. Ainda
que, ao clicar nas traduções alternativas, ele mostre como a forma “deveria”, a
mesma apresenta-se somente como terceira opção. “Arquitetura” foi traduzida
neste trecho para o português do Brasil, sugerindo que houve uma mudança na
fonte do banco de dados.
(27/07/2012).
68
O termo “cloud computing” aparece neste trecho traduzido. Percebe-se
então que não há padrão para a manutenção do termo técnico em língua original
ou sua tradução. Cabe ao usuário escolher uma das opções.
O único desvio mais notável neste trecho recai sobre “marketed
properties”, que pode ser traduzido como “propriedades comerciais” ou,
explicando o termo no contexto, a computação em nuvem é “altamente
comercializável”. No geral, os sentidos foram preservados.
69
Não houve adequação quanto às mudanças ortográficas na língua
portuguesa, pois há o uso do trema.
“Hype” não recebeu uma tradução e teve o termo mantido em inglês, o
que impossibilitou a tradução dos próximos termos na frase. O termo significa
propaganda agressiva e constante.
“Actual realization of these promised benefits” com a tradução do GT
como “a efetiva realização desses benefícios prometidos” também perdeu seu
sentido, pois teríamos “percepção real [ou efetiva] desses benefícios
prometidos”.
70
Neste excerto, a ferramenta produz uma tradução quase perfeita, mas
falha em dar o termo-chave que é “allowance”. Foi sugerida a tradução
“provisão”, pois o termo é muito utilizado com o sentido de “subsídio, ajuda
financeira, mesada, provisão”. Em química refere-se à absorção ou redução na
reação química.
71
classes gramaticais e tempos verbais. Em casos em que há pluralidade de
sentidos, a primeira tradução apresentada pelo GT nem sempre correspondeu
ao sentido mais adequado do termo dentro da oração. Notou-se que a
ferramenta usa o português de Portugal e do Brasil sem diferenciação, além de
não seguir uma tradução padronizada de termos.
Finalmente, nota-se que a qualidade da tradução está também ligada ao
tipo de texto que é aplicado, evidenciando que, se o mesmo for técnico-científico,
pela baixa recorrência de pluralidade de sentidos, a tradução permite que o
usuário tenha uma compreensão geral do texto.
Para aqueles que têm proficiência razoável no idioma, é possível
identificar os erros para confirmar sua compreensão do texto.
Considerações Finais
72
textos técnicos de língua inglesa, pois estes possuem principalmente
características monossêmicas. Os desvios apresentados pela ferramenta
envolveram escolhas lexicais e, como a ferramenta utiliza dados estatísticos, as
traduções mais recorrentes são as mais sugeridas.
Nota-se também que os desvios mais significativos envolveram as
modificações que a ferramenta fez da estrutura do original, trocas de classes
gramaticais e tempos verbais, a não padronização de termos e a dificuldade em
adequar um termo quando há pluralidade de sentidos, dificultando a
compreensão completa da oração. Embora tenham ocorrido esses desvios, a
compreensão geral dos parágrafos foi possível.
Como afirmado por SANTOS (2006), a tradução constrói, é processo e
resultado, estabelecendo uma relação bidirecional entre dois lados
comunicativos. Com a evolução tecnológica e a globalização, a necessidade de
se comunicar está ainda mais presente. Da mesma maneira que nossas línguas
são dinâmicas, a tecnologia também vem se renovando a cada dia para diminuir
ou derrubar as barreiras culturais, fazendo com que consigamos nos comunicar,
ou ao menos tentar, em qualquer idioma.
73
REFERÊNCIAS
GAMA, Rinaldo. O curinga das letras. Veja, 11 jul. São Paulo: Abril Cul-
tural, p. 74-75, 1990.
74
Chapter 1. Tradução Assistida por Computador. Disponível em:
<https://natura.di.uminho.pt/wiki/lib/exe/fetch.php?media=ftt1516:aula1.pdf>.
Acesso em: 28 abr. 2021.
75