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23/02/2022
Anexo 2c)
A HISTÓRIA DA TRADUÇÃO
O ato de traduzir é tão antigo quanto a própria linguagem. Sempre existiu
a necessidade de comunicação entre diferentes civilizações, e não haveria
outro modo de fazê-la que não por meio da tradução. É justamente por isso
que esta prática tem impacto incalculável na história da humanidade: ela
permitiu o estudo das mais diversas sociedades e culturas da antiguidade.
No entanto, até que chegássemos aos serviços e ferramentas de tradução
oferecidos como hoje conhecemos, foi percorrido um longo caminho,
permeado por diferentes teóricos, civilizações e personagens historicamente
importantes. Hoje vamos falar um pouco sobre esta trajetória: desde as
primeiras práticas tradutórias e o primeiro livro traduzido, até o papel da
tradução nos dias de hoje. A tradução era uma prática comum entre as
sociedades antigas do Oriente Médio, dada a abundância de dialetos
utilizados por diferentes reinos. Há placas de argila datadas de 2500 a.C.
com inscrições em ambos suméria e a eblaíta, antigos idiomas semíticos. O
mesmo se viu no antigo Egito, com as inscrições na Pedra de Roseta (de
196 a.C.) que exibe o mesmo texto em três idiomas distintos: grego, egípcio
demótico e hieróglifos egípcios. (Saiba mais lendo nosso artigo sobre A
Pedra de Roseta). Além de ser o principal marco histórico que diz respeito
aos esforços tradutórios do mundo antigo, a Pedra de Roseta permitiu que
estudiosos aprofundassem seus conhecimentos com relação à vasta história
egípcia. Afinal, foi apenas após a brilhante tradução do filólogo francês Jean-
François Champollion que o mundo moderno pôde compreender o
significado dos hieróglifos. Figuras como Marco Túlio Cícero (106 a.C. – 43
a.C.) e Quintus Horacius Flaccus (65 a.C. – 8 a.C.) também tiveram papel
relevante no desenvolvimento da tradução e de teorias inerentes à sua
prática. O Romano Cícero, que iniciou sua carreira como advogado, viveu
muitos anos na Grécia. Escreveu diversos livros, por meio dos quais
introduziu a filosofia grega em Roma e criou um vasto vocabulário filosófico
em latim. Já o italiano Quintus Horacius Flaccus, mais conhecido como
Horácio, foi um poeta que defendeu a liberdade tradutória, ou seja: dizia que
as traduções não deveriam ser feitas palavra por palavra, mas sim,
respeitando as ideias que os autores gostariam de passar aos seus leitores
independentemente do idioma. Suas obras exerceram forte influência sobre
os autores renascentistas e classicistas. Outro grande nome da história da
tradução é São Jerônimo (347 d.C – 420 d.C.), considerado o Padroeiro dos
Tradutores. Nascido na Dalmácia, ele passou a maior parte de sua
juventude estudando línguas e filosofia em Roma. Foi ele quem levou a
tradução a uma categoria de ofício, arte e obra literária. Isso porque, em 382
d.C., recebeu o convite do Papa São Dâmaso I para ser seu secretário e
fazer a revisão dos Evangelhos do Novo Testamento. Cabia a ele comparar
as muitas versões em latim, que circulavam na época, com os originais,
escritos em grego. A versão grega da Bíblia é conhecida como Septuaginta
(e também chamada de Versão dos Setenta). Em 385, Jerônimo se mudou
para Belém, onde realizou a mais polêmica de suas obras: a tradução do
Antigo Testamento diretamente do hebreu. Assim, São Jerônimo foi
responsável pela elaboração da versão final da Bíblia escrita em latim,
conhecida como Vulgata. Foi a partir da Vulgata que foram feitas as
traduções da Bíblia para as línguas populares. Assim, sua tradução foi de
extrema importância para a consolidação e unificação do cristianismo. Foi
durante o período renascentista, mais especificamente na década de 1430,
que a Bíblia passou a ser impressa em massa, graças ao inventor alemão
Johann Gutenberg, que aprimorou a máquina de impressão tipográfica. A
partir daí, revolucionaram-se a escrita e a leitura. Quem também se
beneficiou desta invenção, foi Martinho Lutero, que em 1522 elaborou a
tradução alemã do Novo Testamento. Lutero também reuniu uma equipe de
tradutores para redigir a versão alemã do Antigo Testamento, publicada em
1534. Enquanto traduzia as escrituras, Lutero se deu conta de que havia
inúmeras expressões em hebreu que não possuíam tradução literal em
alemão. Assim, ele teve de lançar mão de palavras e expressões que mais
se aproximassem de seu significado, aquelas que pudessem passar as
ideias do texto original da forma mais fiel possível. Sua forma de traduzir foi
de encontro com aquela postulada por Horácio, que defendia a liberdade
tradutória visando manter o significado. Outros tradutores historicamente
relevantes são o inglês William Tyndale – um dos líderes da Reforma
Protestante. Ele foi executado em 1536, na Holanda, por propor-se a traduzir
a Bíblia para o inglês; Constance Garnett (1861 – 1946), inglesa que foi uma
das primeiras a traduzir diversos clássicos da literatura russa para o inglês;
e, mais recentemente, Gregory Rabassa (1922 – 2016), tradutor norte-
americano que traduziu diversas obras literárias do espanhol e português
(incluindo os livros de Gabriel García Márquez) para o inglês. A TRADUÇÃO
HOJE Enquanto que no passado a prática tradutória se reservava
essencialmente aos clérigos e filólogos, hoje ela representa um mercado em
franca expansão. Foi a partir do século XVIII que os serviços de tradução
passaram a ser mais ativamente utilizados para impulsionar transações de
cunho comercial. E, com a chegada da internet, a maneira de se traduzir
mudou completamente. Ela revolucionou a forma como acessamos,
compreendemos, e traduzimos textos e documentos provenientes de todo o
globo, sejam eles contemporâneos ou históricos. A internet dotou os
tradutores de inesgotáveis fontes de pesquisa, acesso mais fácil aos
variados tipos de dicionários específicos, redes de networking e ferramentas
de tradução, e portanto, representa um importante recurso para os
profissionais contemporâneos. No entanto, o excesso de informações acaba
comprometendo a credibilidade do que se encontra na rede. É por isso que
os bons profissionais da área não se limitam ao mundo on-line. O mundo
interconectado em que hoje vivemos só reforça a crescente importância da
prática tradutória. Estimou-se que o mercado da tradução movimentou 37
bilhões de dólares em 2015, e este número só faz crescer. Agora que você
conhece os aspectos históricos da tradução, esperamos que aprecie o árduo
trabalho que os tradutores vêm desenvolvendo nos últimos milhares de anos
e que, ao mesmo tempo, fique contente, pois a tendência é que as traduções
se tornem mais e mais fidedignas com os adendos da tecnologia.~
3. interpretação e interprete
3.1 A interpretação
A interpretação de línguas ou, simplesmente, interpretação; é uma
forma de tradução. É uma atividade de mediação linguística e cultural
é transmitir um discurso, equivalente, do tipo oral, sobretudo, ou em
línguas gestuais
pode ser tanto feita a partir de uma base escrita ou oral
também se chama interpretação ao produto resultante da atividade
a disciplina, os processos e resultados de interpretação pertencem
aos estudos de tradução
3.2 o interprete
é a pessoa que converte o pensamento ou expressão de uma língua
de origem (de partida - LP) numa expressão com um significado
comparável numa língua alvo (de chegada - LC) em “tempo real” –
interpretação consecutiva e simultânea tem durações / velocidades
distintas.
A função do interprete é transmitir
os elementos semânticos
o conteúdo do que ouve, o tom (variações da voz) e
registo (instrumentos verbais que os oradores operam devem
ser também operados pelos interpretes, se o “original” está a
ser proferido em linguagem académica, a interpretação
tambem deve ser) do que ouve
intenção e sentimento
transmitir a razão por detrás da mensagem
não é apenas ouvir e reproduzir
COMPETENCIAS ESSENCIAIS
linguísticas e culturais
técnicas em interpretação (não basta conhecer a língua e a
sua cultura, não é inato e, apesar de existir uma predisposição discutida, precisa ser
estudada)
protocolo e gestão da interpretação (existem documentos
universais partilhadas por todas as escolas de interpretação que têm de ser
respeitados – Código de Ética e Normas profissionais do Interprete)
diferenças entre tradutor e interprete – material escrito não possui
tom, variedades entre protocolos (mas tbm existe – o mesmo acontece com a
técnica)
(passou para um PPT à toa – A Tradução e a Interpretação)
tradução de línguas distingue-se entre 2 linguas diferentes (interlingual), mesma
língua (intralingual), tipo sinais de transito (intersemiotico – passamos de um
sistema semiótico para outro)
interpretação é uma modalidade de tradução
existem métodos (como é feito), …
tradução interpretação
pré requisitos
boa memoria
concentração
síntese (na simultânea transferimos
tudo mas na consecutiva temos de ser
capazes de resumir o que foi
previamente dito)
facilidade de expressão oral /
eloquência (arte de bem falar)
excelente dicção
sangue-frio / presença de espirito
objetivos gerais
traduzir um discurso oral (!) de um
transpor um texto de uma LP para
orador ou de um dialogo de uma LP
uma LC
para uma LC
prática
oral ou gestual
simultânea (ou consecutiva)
autor e interlocutor do discurso ambos
presentes: pode acontecer/permitir
interatividade, participação e
condicionamento da interpretação
(como em interpretação de
acompanhamento)
comunicação oral simultânea
escrita
(hesitações, repetições, flexibilidade
diferida
sintatica)
autor do texto/discurso escrito ausente
prevalência da capacidade de
leitor/interlocutor da tradução ausente
comunicação e da eloquência (haverá
importância da forma escrita
momentos mais eloquentes que
rigor do estilo verbal
outros) + linguagem corporal (o
(vocabulário/terminologia, fraseologia,
interprete não tem de dominar este
gramática)
campo, porém é levado em conta no
rigor da estrutura composicional do
momento de interpretação o que não
género discursivo
acontece na tradução, há
escritores/estudiosos que afirmam que
55% da nossa comunicação é feita
através de linguagem corporal -
KUMBARO)
importância da voz e comunicação –
voz associada à fala e pode variar
devido a diversos fatores: intensidade,
inflexão, ressonância, articulação, …
condições de trabalho
mobilidade imposta
liberdade de escolha do espaço de
interpretação em tempo real e ao
trabalho
ritmo do orador
gestão pessoal do ritmo e da duração
uma só escuta do discurso oral
da tarefa de tradução
(eventual suporte terminológico ou
releituras do discurso escrito possíveis
discurso escrito previamente
correções possíveis
entregues)
acesso livre (ao autor do discurso
interpretação em simultâneo e
escrito), a recursos (bibliográficos,
contínua
informáticos, …) e diversas
não dispõe de apoios para além dos
ferramentas
mencionados acima
formação
Tipos
(aqueles todos do ppt vamos dar a de acompanhamento acho eu)
28/02/2023
Interpretação Simultânea – durante a intervenção do orador
Técnica empregada para transmitir tudo o que é dito da LP para a LC –
diferença temporal de segundos entre o orador e o interprete, não há pausas e não
se pode perder o ritmo / sentido
Os interpretes:
Não fazem uma tradução palavra por palavra;
Transferem ideias precisas e completamente
A concentração no ouvir é crucial para a transmissão precisa da mensagem
original;
Assim é importante ter condições de escutar:
acústica, microfone (em perfeitas condições), equipamento apropriado e
cabine
Exige:
competências excelentes nas línguas A, (B) e C
Espontaneidade
Habilidade na tomada de palavra / comunicação
CONCENTRAÇÃO máxima
Capacidade de realização de várias operações em simultâneo (ouvir,
compreender, analisar e reformular) – o que distingue simultânea de consecutiva é
a tomada de notas
e
grande capacidade de memorização (de curta distância, o interprete tem de
se lembrar do que acabou de ouvir e também do que ouviu um pouquinho mais
atras para dar sentido ao discurso)
sangue-frio (presença de espírito e serenidade)
resistência nervosa e física (muito cansativo, duração máximo costuma ser
de 20 minutos para não dar o treco, para repor rapidamente a energia têm alimentos
com elevados níveis de açúcar de absorção rápida)
vasta cultura geral
boa dicção
Alguns interpretes conseguem interpretar para uma língua que não seja a
materna
INTERPRETAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO
durante a visita de pessoas estrangeira (ou que apenas falam uma língua
estrangeira) em lugares como fábricas, apresentações de projetos, visitas a
empresas, …
ou outras atividades que necessitem da presença de um interprete durante a
estadia no local (tipo pessoal que vai para o estrangeiro a trabalho, feiras e eventos
internacionais, consultas, …)
interpretação com duas línguas em qualquer combinação ex. tanto EN-PT como
PT-EN (necessita retour) e pode ser realizada consecutiva ou chuchotage
07/03/2023
Anexo 3: Regime linguístico (línguas ativas e passivas)
interpretes falam nestes dois tipos de língua, sendo as ativas as que os int falam
e os oradores/publico ouvem e as passivas são as que o int percebe e os
oradores/publico falam
Exemplo na EU:
Regime Simétrico: quando o número de línguas ativas e passivas é o
mesmo, é completo e simétrico pq há interpretação de todas as línguas para todas
as línguas
Regime Reduzido: número de línguas interpretadas inferior ao numero de
línguas faladas
Regime Assimétrico: podem falar-se mais línguas do que as interpretadas,
15-3: significa que de 15 linguas só há interpretação para 3 linguas, 5-2: existem 5
linguas faladas (ex: EN-ES-DEU-IT-PT) mas só há interpretação para 2 linguas (EN-
DEU)
interprete portugeus que domina o francês, viveu vários anos num pais
francofuno e percebe muito bem ingles, espanhol e alemão
PT – língua A (interpreta de tudo para PT), tem linguas C – ING/ES/DEU, como
domina muito bem o francês e se sente confortável a trabalhar com esta língua
pode ser considerada língua B
interprete A-B-C-C-C
TRADUÇÃO À VISTA
Qualidades
respeitar o significado do texto e intenção do autor
produzir um discurso claro na LC
correção linguística na LC
boa dicção, discurso fluente e rápido na LC
Cognição
tripla exigência
leitura e compreensão escrita / interpretação
memória (a curto prazo)
produção oral
Vantagens
o ritmo não é imposto pelo autor
informação sempre disponível no suporte de papel
Dificuldades
presença do texto/discurso de partida – pode interferir com a interpretação,
uma interferência linguística, o interprete pode ficar agarrado ao texto com
dificuldade a descolar e seguir o discurso do orador que, na hora, pode conter
alterações
TÉCNICAS
Sublinhar: termos e expressões importantes/difíceis
Segmentar: barras obliquas que permitam aceder mais facilmente as ideias
principais
Traduzir: algumas palavras ou expressões que nos parecem mais complexas
Enumerar: expor metodicamente ideias, se houver necessidade de alguma
mudança de ordem sintática
(técnicas válidas igualmente para a interpretação simultânea com o texto- por
vezes temos o luxo do orador nos fornecer o discurso escrito, assim estas técnicas
podem também ser aplicadas)
Estratégias
Antecipar: unidades linguísticas de modo ao enunciado ser mais claro
Generalizar/Omitir: no caso de um segmento pouco importante (ou em casos
de dificuldade de tradução) – em função do contexto e do que foi combinado com
quem contratou
Decompor: examinar por partes,
Transformar: modificar as estruturas semânticas
INTERPRETAÇAO CONSECUTIVA
realizada depois de terminada a intervenção do orador (interprete transforma a
mensagem)
MÓDULO II
O: -Cd, ci
-C unificadores (contribuem mas são acessórios)