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1 INTRODUÇÃO

Há uma importante relação entre a nutrição e a atividade física porque a


capacidade de rendimento do organismo melhora através de uma alimentação
adequada, com a ingestão equilibrada de todos os macronutrientes e
micronutrientes. A busca por um corpo hipermusculoso tem levado as pessoas a
utilizarem de forma abusiva métodos que possam potencializar em um curto espaço
de tempo os seus desejos (POPE, 1997).
As pessoas aprendem a avaliar seus corpos por meio da interação com o
ambiente, sendo estabelecida por diferentes critérios, em diversos momentos de
suas trajetórias biográficas. Nesse sentido, a auto avaliação da imagem corporal é
desenvolvida e reavaliada continuamente durante a vida inteira (RUSSO, 2005).
Buscando uma melhor performance, atletas e desportistas em geral
recorrem ao uso de recursos ergogênicos. Estes podem ser nutricionais, físicos,
mecânicos, psicológicos, fisiológicos ou farmacológicos. São tratamentos ou
substancias elaborados para aumentar o desempenho desportivo ou aprimorar a
capacidade de realizar um trabalho físico (FONTANA et al., 2003).
Segundo Mota e Aguiar (2011), foi-se o tempo em que as preocupações em
torno da imagem corporal eram exclusivas do sexo feminino. Recentemente, essas
preocupações passaram a fazer parte, com intensidade cada vez maior, também do
universo masculino. Contudo, essa situação vem se apresentando de maneira
compulsiva e sem limites entre os jovens adultos de ambos os sexos.
Estudos epidemiológicos vêm mostrando, nos últimos anos, um aumento
considerável no número de pessoas acometidas por algum tipo de transtorno seja
Alimentar, Disfórmico Corporal ou Psicológico (BEHAR et al., 2010).
Os transtornos alimentares são transtornos psiquiátricos, e seus portadores
são caracterizados por apresentarem desvio de padrão no comportamento alimentar
e distorção da imagem corporal, que causam severo prejuízo à saúde deles, como:
alterações físicas, endócrinas, pulmonares, renais, cardíacas, hematológicas,
hidroeletrolíticas e ósseas, complicações metabólicas, entre outros (PHILLIPI et al.,
2011).
Segundo Facchini (2006) é o caso de uma doença bastante atual que atinge
parte da população e sua incidência é constante em ambos os sexos. Trata-se da
Vigorexia, também conhecida como Anorexia Reversa, Dismorfia Muscular ou
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Síndrome de Adônis que se caracteriza pela busca obsessiva por um padrão


corporal que se julga ideal.
A Vigorexia é um transtorno dismórfico corporal e caracteriza-se pela busca
compulsiva da hipertrofia muscular e redução da gordura corporal. As principais
características estão o treinamento resistido, exercícios de contra resistência para o
desenvolvimento da força e hipertrofia muscular de forma compulsiva apesar das
dores ou lesões, dietas isentas de gorduras e com alto teor de proteínas mesmo
quando não há fome, utilização e dependência de esteroides anabolizantes
androgênicos (POPE et al., 1997; BEHAR; MOLINARI, 2010).
Quanto aos conflitos psicológicos do transtorno, destacam-se a obsessão
pela estética, que transcorre de uma obsessiva corrida contra o tempo, além de
metas surreais. O indivíduo torna-se doentio se alimentando inadequadamente, e
consequentemente, com recusas de convites para reuniões, jantares, restaurantes,
por causa das exigências dietéticas especiais (LANZIERI, 2008).
Muitas pessoas que buscam o corpo esteticamente perfeito testam qualquer
dieta ou regime dietético, na esperança de atingir um novo nível de bem-estar e
desempenho físico. Praticantes de musculação, muitas vezes, colocam a saúde em
risco para adquirir um corpo desejado, exagerando nos exercícios físicos que podem
causar danos irreparáveis (MENON; SANTOS, 2012).
A dieta inadequada associada ao consumo exacerbado de suplementos
proteicos, sem a orientação e supervisão de um profissional qualificado, pode
ocasionar vários transtornos metabólicos aos indivíduos com vigorexia, afetando
especialmente os rins, a taxa de glicemia e os níveis de colesterol, além de não
colaborar efetivamente com as modificações na composição corporal (SCHMITZ;
CAMPAGNOLO, 2013).
Desta forma, o presente estudo tem o objetivo de analisar os aspetos
nutricionais, socioculturais, psicológicos e o uso de recursos ergogênicos
relacionados à vigorexia, identificando os riscos à saúde promovidos por esse
transtorno.
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2 MÉTODOS

Foi realizado um trabalho de revisão da literatura. Inicialmente, houve um


levantamento bibliográfico a partir de três bases de dados, BVS (Bibliotrca Virtual de
Saúde), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências
da Saúde), Pubmed e SciELO (Scientific Electronic Library Online), livros de acervos
pessoais, o qual serviu de instrumento para a revisão deste trabalho. O
levantamento foi realizado com os seguintes descritores: vigorexia, dismorfia
muscular, anorexia reversa, distúrbios alimentares, transtornos alimentares. A
pesquisa considerou artigos publicados no período de 1993 a 2016, foram utilizados
artigos mais antigos devido à carência sobre o assunto abordado, nos idiomas
português, inglês e espanhol.

3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 CONCEITO DA DISMORFIA MUSCULAR

Na literatura tem sido cada vez mais relatado os casos de transtorno


dismórfico corporal (PHILLIPS et al., 1993).
A imagem corporal é um complexo fenômeno humano que envolve aspectos
cognitivos, afetivos, sociais e/ou culturais e motores. Está intrinsecamente associado
com o conceito de si próprio e é influenciável pelas dinâmicas interações entre o ser
e o meio em que vive. O seu processo de construção ou desenvolvimento está
associado às concepções determinantes da cultura e sociedade. O ideal de estética
corporal foi sofrendo alterações à medida que os valores, normas e comportamentos
foram mudando (ADAMI, 2005).
Pessoas com distúrbios alimentares apresentam restrições, padrões
nutricionais inadequados e costumes errôneos em razão de vários falsos mitos e da
sensação de incompetência para lidar com o alimento. O que pode ser observado na
literatura é que o desconforto físico, a sexualidade, a pressão psicológica e a
ansiosa busca de uma identidade são fatores que colaboram para tornar as pessoas
mais vulneráveis ao desenvolvimento de distúrbios alimentares (ERBERT, 2005).
Os conceitos de beleza e imagem corporal mudaram muito ao longo dos
séculos. Antigamente, quando os alimentos eram escassos e somente a realeza
tinha grande acesso, o corpo voluptuoso era valorizado, pois era tido como um
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sinônimo de poder. Atualmente, com a grande quantidade de alimentos à disposição


de todos, o corpo é valorizado por ser um sinônimo de disciplina, autocontrole e
sucesso. Nota-se, portanto, uma inversão nos valores da alimentação durante a
evolução da sociedade (OLIVEIRA, HUTZ, 2010).
Ferraz (2009) adianta que é em meio a uma sociedade que valoriza em
demasiado a forma do corpo, a necessidade de se encaixar em tais padrões
estéticos faz com que as pessoas desenvolvam distúrbios psicossociais, fazendo
com que alguns se vejam de forma distorcida e as tornem escravos da beleza,
tornando suas vidas uma maratona interminável e desgastante em que a linha de
chegada fica mais distante a cada passo. Entre essas patologias destacam-se os
transtornos dismórficos corporais.
Segundo Warwick (1995) e Phillips e Kayne (2007), o termo transtorno
dismórfico tem sido descrito na literatura por uma variedade de expressões, sendo
dismorfobia a mais comum delas. Dismorfia é uma palavra grega que significa feiura,
especialmente na face e sua primeira aparição data da época de Herodutus, século
V a.c., em que havia um mito de uma garota feia em Esparta, a qual era levada
todos os dias a um templo para que os deuses a livrassem da falta de beleza e
atributos.
Falcão e Rodrigo, (2008) relata que a etiologia da palavra Vigorexia está
correlacionada com “vigor” ser designado à força e “orexis” (do grego) ao apetite,
portanto, a vigorexia pode ser traduzida pela expressão “apetite por ser forte”.
Em 1993, Pope et. al., analisando uma amostra de 108 fisiculturistas (com e
sem uso de esteroides anabolizantes), descreveram o que foi denominado na época
de síndrome de Adônis e/ou anorexia nervosa reversa. Foram identificados nove
indivíduos que se descreviam como muito fracos e pequenos, quando na verdade
eram extremamente fortes e musculosos. Todos relatavam uso de esteroides
anabolizantes e dois tinham história anterior de anorexia nervosa.
Pope et. al., (1997) renomeou o quadro a vigorexia, que posteriormente
passou a ser chamado de dismorfia muscular, enquadrando-o entre os transtornos
dismórficos corporais. Ao contrário dos Trantornos Dismórficos Corporais típicos,
nos quais a preocupação principal é com áreas específicas, a dismorfia envolve uma
preocupação de não ser suficientemente forte e musculoso em todas as partes do
corpo. Além disto, os indivíduos acometidos passam a ter uma importante limitação
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de atividades diárias, dedicando muitas horas a levantamento de peso e dietas


hiperproteicas objetivando a hipertrofia.
Para Andreola (2010), Vigorexia, Complexo de Adônis ou Transtorno
Dismórfico Muscular (como é clinicamente conhecido) são nomes dados à obsessão
pelo corpo belo e musculoso, no qual o indivíduo se desafia ao máximo para
conseguir um corpo extremamente definido.
Os indivíduos com dismorfia preocupam-se com o fato de não se sentirem
musculosos o suficiente, apesar de estarem acima da média da população. Essa
preocupação com a forma física é persistente e causa prejuízos clínicos significantes
e estresse na rotina diária. Eles declinam de importantes atividades sociais, não
interrompem os treinos quando sofrem lesões, evitam situações em que seus corpos
são expostos a outras pessoas, como praias, piscinas ou vestiários, e demonstram
extrema ansiedade se não conseguem sair dessa situação (GRIEVE, 2007).
Buscando um melhor desempenho, atletas e desportistas em geral recorrem
ao uso de recursos ergogênicos. Estes podem ser nutricionais, físicos, mecânicos,
psicológicos, fisiológicos ou farmacológicos. São tratamentos ou substancias
elaborada para aumentar o desempenho desportivo ou aprimorar a capacidade de
realizar um trabalho físico (FONTANA et al., 2003).

3.2 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E ETIOLÓGICOS

De um modo geral, a vigorexia atinge homens desde a sua mais tenra idade
até a sua idade tida como madura. A prevalência da vigorexia afeta com maior
frequência homens entre 18 e 35 anos, mas pode também ser observada em
mulheres, podendo estar relacionada com fatores socioeconômicos, emocionais,
fisiológicos, cognitivos e comportamentais. O nível socioeconômico destes pacientes
é variado, mas geralmente é mais frequente na classe média baixa e alta (ALONSO,
2006).
Segundo Baptista (2005), frequentadores assíduos de academia que
realizam exercício físico em excesso na busca de um corpo perfeito, fazem parte do
grupo de pessoas que sofrem de Vigorexia. Essas pessoas se tornam
perfeccionistas consigo mesmas e obsessivas pelo exercício, passando horas dentro
das academias.
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3.3 RECURSOS ERGOGÊNICOS E HÁBITOS ALIMENTARES

De acordo com Pope et al. (2000) a preocupação com a imagem corporal,


antes considerada exclusiva do universo feminino, apresenta crescente ascensão
entre os homens.
Os grupos de praticantes de exercícios físicos que usam recursos
ergogênicos possuem uma excessiva preocupação com a aparência física. No caso
dos homens, há incessante procura em se aumentar a massa muscular. Em casos
patológicos, homens muito fortes se acham fracos, sentem-se coagidos em
apresentar o peito nu em público e normalmente têm dificuldades de relacionamento
(VENANCIO et al., 2004).
Pelo fato de as desordens alimentares incidirem frequentemente com o perfil
de dependência pela prática de exercícios físicos, os termos “dependência primária”
e “dependência secundária” são utilizados para se diferenciar a prática excessiva
como uma patologia independente (primária), de um perfil associado à desordem
alimentar (secundária) (COVERLY, 1997).
Para Hagan e Hausenblas, (2003) “a dependência primária” possui um
caráter da prática de exercícios físicos encerrada em si mesma, ou seja, a
motivação intrínseca é responsável pela presença indispensável do exercício físico
na vida diária, e um rendimento melhor da performance física é meta para esses
sujeitos.
Na “dependência secundária”, o exercício físico apresenta-se como um
suporte importante na manutenção do peso corporal, que, em casos extremos,
desencadeiam a vigorexia, para os sexos masculino e feminino, com uso excessivo
de recursos ergogênicos (COVERLY, 1997).
Hagan e Hausenblas (2003) apontam que, na dependência secundária pela
prática de exercícios físicos, é evidente a coexistência de transtornos alimentares,
havendo motivação extrínseca pela prática de exercícios com o intuito de se
controlar ou se alterar o peso corporal.
Nos últimos anos observou-se o uso crescente e indiscriminado de
suplementos alimentares e drogas com finalidades ergogênicas entre os praticantes
de exercícios físicos (CARVALHO et al., 2003; DIEHL et al.,2012).
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De acordo com Hughes, (2004), a prática excessiva de exercícios físicos


tem preocupado pesquisadores pelo fato de hipotetizar o desencadeamento de
transtornos compulsivos.
As pessoas envolvidas em programas de exercícios com pesos desejam
modificações estéticas, principalmente no que diz respeito ao emagrecimento e ao
aumento da massa muscular (KREIDER et al., 2010).
A falta de orientação adequada para uma cultura corporal saudável têm
levado os praticantes de exercícios físicos a utilizar diversos métodos de
modificação do padrão alimentar na tentativa de potencializar, no menor espaço de
tempo possível, os seus objetivos (IRIART; ANDRADE, 2002).
O aumento do uso de esteroides anabólicos estrogênicos para melhora do
desempenho esportivo entre atletas é reportado desde os anos 1950 (KANAYAMA,
2008).
A utilização dessas drogas é devido aos efeitos potenciais das mesmas,
portanto, os esteróides anabolizantes retardam a fadiga, aumentam a motivação,
estimulam a agressividade e diminui o tempo de recuperação entre as sessões de
treinamento, o que lhes permite treinar com maior intensidade (PELUSO et. al.,
2000; POPE et. al., 2000).
Diversos estudos têm investigado as características de grupos populacionais
mais vulneráveis ao uso de esteroides anabólicos estrogênicos, como adolescentes
(DUNN e WHITE, 2011) e praticantes de atividade física (KERSEY et al., 2012).
Fator importante a ser levado em consideração é a fonte de orientação para
o consumo dos recursos ergogênicos. Estudos mostraram que em torno de 30% dos
usuários de Suplementos Alimentares reportaram orientação por profissionais
devidamente habilitados (médico e/ou nutricionista),já os 70%,dividiram-se entre
indicação de amigos e a autoprescrição mesmo conhecendo os risco e efeitos
colaterais (DOMINGUES; MARINS, 2007).
A demanda por um corpo ideal acaba por ocasionar o risco de que esses
indivíduos desenvolvam atitudes prejudiciais à saúde, como é o caso dos
transtornos dos alimentares, nos quais, por longos períodos, os sujeitos tendem a
consumir proteínas em excesso e minimizam drasticamente o consumo de lipídeos,
se alimentando várias vezes ao dia (VIEIRA et al., 2006).
No entanto, as recomendações nutricionais atuais convergem para que o
consumo de macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas) seja equilibrado,
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tanto para a obtenção de resultados relacionados à saúde como à estética


(KREIDER et al., 2004).
Segundo o IOM - Institute of Medicine (2002), o consumo adequado de
carboidratos, lipídeos e proteínas devem estar entre 45% e 65%, 20% e 35%, e de
10% a 35%, respectivamente, do total de energia consumida diariamente, de acordo
com as características e necessidades individuais.
As necessidades protéicas aumentam de acordo com o tipo de exercício
físico praticado, sua intensidade, duração e frequência. Entretanto, os praticantes
devem ser conscientizados de que o aumento do consumo protéico na dieta além
dos níveis recomendados não induz aumento adicional da massa magra
(HERNADEZ et al., 2009).
Com o consumo de lipídeos inferior às recomendações da International
Society of Sports Nutrition (ISSN), não colabora diretamente com o emagrecimento,
mas leva a vários distúrbios relacionados à deficiência de ácidos graxos essenciais
(linoleico e alfa-linolênico), como amenorreia, desmineralização óssea, aumento da
resposta inflamatória, hipomielinização de neurônios, entre outros (KREIDER et al.,
2004).
Entretanto, em razão da associação entre as proteínas e os músculos, além
da grande quantidade de informações equivocadas provenientes de comerciantes e
de profissionais inabilitados acerca das virtudes de dietas ricas em proteínas e, do
grande apelo mercadológico, na maior parte dos casos, as proteínas são
consumidas em excesso ou o podem estar sendo utilizadas de forma aleatória
(SILVA et al., 2010).
Nesse contexto, estudos, ressaltam que a ingestão de proteínas deve estar
de acordo com as necessidades individuais (características fisiológicas, tipo de
exercício físico, frequência e duração, etc.) e conforme as recomendações
nutricionais científicas (FERREIRA, 2010).
Diferentemente dessa ocasião, o uso dos suplementos alimentares, em
algumas situações, pode favorecer indivíduos que realmente necessitem de sua
utilização (PETRÓCZI et al., 2007).
Na maioria dos casos, os consumidores de suplementos, incluindo os
vigoréxicos, não são orientados e acompanhados por profissionais habilitados,
sendo mais comum indicações variadas ou a simples procura em meios eletrônicos
ou em lojas de suplementos entre outros (PEREIRA et. al., 2003).
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3.4 DESCRIÇÕES CLÍNICAS E NUTRICIONAIS

Muitas pessoas que buscam o corpo esteticamente perfeito testam qualquer


dieta ou regime dietético, na esperança de atingir um novo nível de bem-estar e
desempenho físico. Praticantes de musculação, muitas vezes, colocam a saúde em
risco para adquirir um corpo desejado, exagerando nos exercícios físicos que podem
causar danos irreparáveis (MENON; SANTOS, 2012).
Essa distorção na percepção da imagem corporal pode estar associada a
alterações significativas na alimentação, com modificação do padrão alimentar para
uma dieta hiperproteica, geralmente acompanhada de suplementos alimentares a
base de aminoácidos (AZEVEDO et al., 2012).
Já as consequências biológicas são: mudanças metabólicas que repercutem
sobre o fígado e sistema cardiovascular, aumentando os níveis de colesterol,
diminuição do centro respiratório, disfunção erétil, hipogonadismo e ginecomastia,
amenorréia e ciclos menstruais irregulares nas mulheres (ALONSO, 2006).
Assunção (2002) completa as implicações: insônia, falta de apetite,
irritabilidade, desinteresse sexual, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de
concentração, problemas físicos e estéticos, como por exemplo, a desproporção
displásica, também entre o corpo e cabeça, problemas ósseos e articulares devido
ao peso excessivo, falta de agilidade e encurtamento de músculos e tendões.
Dentre as alterações físicas estão: maiores riscos para o desenvolvimento
de doenças coronarianas, hipertensão arterial, tumores hepáticos, hipertrofia
prostática, hipogonadismo, problemas de ereção, atrofia testicular, atrofia mamária,
alteração da voz, hipertrofia do clitóris e amenorréia em mulheres, aumento da força,
produção de eritropoietina e glóbulos vermelhos, formação óssea e a quantidade de
massa magra, aumento do desejo sexual, ocorrência de acne, aumento na
incidência de aterosclerose e aumento da quantidade de pêlos corporais
(ASSUNÇÃO, 2002; HARTGENS; KUIPERS, 2004).

3.5 ASPECTOS PSICOLÓGICOS E A INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE


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Os transtornos alimentares são transtornos psiquiátricos, e seus portadores


são caracterizados por apresentarem desvio de padrão no comportamento alimentar
e distorção da imagem corporal, que causam severo prejuízo à saúde deles, como:
alterações físicas, endócrinas, pulmonares, renais, cardíacas, hematológicas,
hidroeletrolíticas e ósseas, complicações metabólicas, entre outros (PHILLIPI et al.,
2011).
Na atualidade, observa-se que o indivíduo só é aceito em sociedade ao estar
de acordo com os padrões do grupo. Logo, pessoas que não são atraentes são
discriminadas e não recebem tanto suporte em seu desenvolvimento quanto os
sujeitos reconhecidos como atraentes, chegando mesmo a ser excluídas. Isto pode
trazer dificuldades para o desenvolvimento de habilidades sociais e da auto-estima
(SAIKALI et al., 2004).
A imagem corporal esta relacionada com a auto-estima, que significa amor
próprio, satisfação pessoal, e acima de tudo estar bem consigo mesmo. Se existe
uma insatisfação, ela irá se refletir diretamente na auto-imagem. A primeira
manifestação da perda, autoconfiança, é percebida quando o corpo que se tem não
esta de acordo com estereótipo idealizado pela sociedade (BUCARETCHI, 2003).
O poder de manipulação da publicidade tem um único foco e isso limita as
preferências e os gostos das pessoas, assim uma figura divulgada que cria uma boa
aceitação por um determinado grupo se torna um modelo a ser seguido. Esse
padrão é adotado por um imitante, e consequentemente por outro que ira imitá-lo,
sendo uma sucessão do comportamentos (ETCOFF, 1999).
Segundo Ballone (2004), os transtornos dismórficos corporais são patologias
originadas numa sociedade para a qual o culto à imagem, à aparência física se
sobressai ao investimento na subjetividade, mas está também relacionado a
predisposição do sujeito.
Fatores cognitivos, comportamentais, o ambiente que o indivíduo se
encontra, o estado emocional e psicológico, podem determinar o surgimento do
quadro de vigorexia (GRIEVE, 2007).
Os transtornos dismórficos corporais são raramente encontrados na
população em geral, acomete indivíduos de ambos os sexos, embora seja muito
mais prevalente no sexo masculino, tendo como principal atributo uma distorção
específica da auto-imagem corporal. O indivíduo imagina seu corpo como pequeno
e franzino, quando na verdade é grande e musculoso Essa imagem distorcida tende
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a levar esses indivíduos a buscar nos exercícios de fortalecimento muscular a


“correção” do seu problema (POPE et al., 1997).
Alonso (2006) afirma que as principais consequências psicológicas da
Dismorfia Muscular são: depressão e/ou ansiedade, deteriorização das relações
sociais, afetando principalmente o trabalho e os estudos, problemas nas relações
interpessoais e isolamento.
Em relação às alterações psiquiátricas, envolvem sintomas depressivos
quando de sua abstinência, comportamento agressivo, hipomania e quadros
psicóticos (ASSUNÇÃO, 2002; HARTGENS; KUIPERS, 2004).
As obsessões são definidas como pensamentos, imagens ou impulsos que
geram ansiedade ou sofrimento. Já os comportamentos compulsivos são hábitos
apreendidos e adotados por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio
de ansiedade e/ou angústia, acontecendo quase automaticamente, executados
várias e repetidas vezes. Na Vigorexia, esse processo obsessivo-compulsivo almeja
o corpo idealizado, musculoso e saudável (AZEVEDO, 2011; POPE et. al., 2000).
Esses indivíduos declinam de importantes atividades sociais, não
interrompem os treinos quando sofrem lesões, evitam situações em que seus corpos
são expostos a outras pessoas, como praias, piscinas ou vestiários, e demonstram
extrema ansiedade se não conseguem sair dessa situação; continuam a praticar
musculação, fazer dietas ou até usar substâncias ilegais que melhoram
desempenho, apesar de serem cientes dos efeitos adversos ou das consequências
psicológicas das suas decisões (GRIEVE, 2007).

3.6 TRATAMENTO DA DISMORFIA MUSCULAR

Não há qualquer descrição sistemática do tratamento da dismorfia muscular.


Uma combinação dos métodos geralmente utilizados no tratamento do transtorno
dismórfico corporal e dos transtornos alimentares pode servir como diretriz para o
tratamento da dismorfia muscular. Os indivíduos com dismorfia muscular dificilmente
procuram tratamento. Quando o fazem, sua adesão poderá ser pequena uma vez
que os métodos propostos geralmente acarretarão perda de massa muscular
(OLIVARDIA, 2001).
O trabalho do nutricionista exige habilidades não inerentes à sua formação,
como conhecimentos de psicologia, psiquiatria e das técnicas da terapia cognitivo-
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comportamental. Deve ser criado um vínculo com o paciente, atuando de forma


empática, colaborativa e flexível (ROCK; CURRAN, 1996).
A terapia cognitivo-comportamental parece ser útil no tratamento da
vigorexia. Suas estratégias incluem a identificação de padrões distorcidos de
percepção da imagem corporal, identificação de aspectos positivos da aparência
física e confrontação entre padrões corporais atingíveis e inatingíveis. Os
comportamentos compulsivos relacionados ao exercício, dieta ou de checar o grau
da musculatura devem ser inibidos. Da mesma forma, o indivíduo deve ser
encorajado a gradualmente enfrentar sua aversão de expor o corpo. Alguns
aspectos obsessivos e compulsivos destes indivíduos podem ser minimizados com o
uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ASSUNÇÃO, 2002).
Características comuns a outros tipos de dependência, como um forte
desejo ou compulsão pelo objeto de desejo ou estado de abstinência fisiológica e
psicológica na ausência da substância ou prática de alguma atividade, a sua
definição e o seu diagnóstico são extremamente difíceis (JOHNSON, 1996).
A vigorexia, assim como outras patologias que acometem os homens e
mulheres, são enfermidades silenciosas e encobertas. Culturalmente o homem tem
dificuldade de expressar seus sentimentos, angústias e indecisões, seja para seus
amigos, familiares ou parceiros e até para si mesmos. Esses aspectos dificultam a
prevenção e o diagnóstico. Geralmente os homens que procuram auxílio médico
e/ou psicológico já se encontram em estados avançados de suas patologias,
dificultando ainda mais o tratamento (FALCÃO; RODRIGO, 2008).
Um dos princípios do tratamento nutricional é o uso do diário alimentar. Ele é
um instrumento de automonitoração, no qual o paciente registra quais alimentos
foram consumidos a quantidade,os horários e locais das refeições, a ocorrência de
compulsões e purgações, a companhia durante as refeições, os sentimentos
associados e uma “nota” para o quanto de fome estava sentindo antes de alimentar-
se e o quanto de saciedade ele obteve com aquela ingestão. Esse registro faz com
que o paciente adquira maior consciência sobre diversos aspectos da sua doença e
constantemente exerça disciplina e controle (STORY, 2006).
É fundamental que o paciente se conscientize que a restrição dietética pode
levar a compulsões, e que eles não devem fazer restrições aleatórias, como excluir
os alimentos ricos em carboidratos da alimentação (SMITH et al., 1999).
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Também não é recomendada a contagem de energia ou pesagem dos


alimentos, visto que estes pacientes demonstram extrema atenção na composição
dos alimentos e seus valores energéticos (LAESSLE et al., 2008).
É interessante mostrar ao paciente quais são as recomendações de
consumo de energia, para que ele possa perceber que o valor energético da maioria
das dietas é inferior às necessidades. As consequências metabólicas da restrição
devem ser explicadas é importante que o paciente compreenda que o peso ideal é
determinado em função da sua saúde, e não de padrões de beleza ou exigências
pessoais desmedidas (SU; BIRMINGHAM, 2002).
A participação do nutricionista no tratamento dos transtornos alimentares ou
vigorexia, é fundamental, posto que essas doenças implicam alterações profundas
no consumo, padrão e comportamento alimentares (MARCASON, 2002).

3.7 O PAPEL DO PROFISSIONAL NUTRICIONISTA

Os Transtornos Alimentares como os transtornos dismórfico corporal, são


considerados doenças complexas, cujo tratamento requer uma equipe de
especialistas. Dentre estes se destaca o papel do nutricionista, pois ele é o único
profissional qualificado para que a terapia nutricional seja implementada, no entanto,
necessita de formação especial e experiência na área, além de saber interagir com
os demais integrantes da equipe (AMERICAM DIETETIC ASSOCIATION, 2001).
Para um nutricionista que trabalha com esses tipos de transtornos, os
atributos mais importantes são: conhecimento amplo da ciência da nutrição,
habilidade no aconselhamento, no comportamento educacional, uma atitude
compreensiva e não de julgamento (ALVARENGA; LARINO, 2002).
Em um primeiro momento, o atendimento clínico nutricional deve ser com o
paciente e a família, posteriormente de forma individual. A realização da avaliação e
seguimento nutricionais, cujas condutas devem estar em sintonia com as outras
abordagens, é de responsabilidade do profissional nutricionista. Em um contexto de
compreensão e respeito das dificuldades do paciente, o nutricionista, buscando
melhor qualidade alimentar, negocia as possíveis mudanças em seus hábitos
alimentares (BIGHETTI et al, 2007).
Os pacientes com Transtornos Alimentares são resistentes quanto a
aceitação do que é proposto para melhorar sua qualidade de vida. Neste âmbito, é
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essencial que o nutricionista entenda que a resistência faz parte do tratamento. Os


pacientes geralmente negam seu estado psicopatológico e não aceita a mudança, o
que faz com que a evolução do tratamento destes torne-se lenta. É necessário que o
nutricionista busque o equilíbrio entre as preferências do paciente, levando em conta
seus mitos, crenças e medos que os leva a acreditar serem hábitos saudáveis
(BIGHETTI et al, 2007).
A American Dietetic Association (2001) além de reconhecer que as
atividades do nutricionista são de grande importância no tratamento dos Transtornos
Alimentares, indica que a educação e a intervenção nutricionais sejam integradas ao
tratamento e destaca a importância do nutricionista na equipe multiprofissional.
Estudos indicam que os programas de abordagens nutricionais aplicados e
avaliados apresentaram bons resultados em vários centros de estudo.
De acordo com Ednos (2001), na terapia nutricional para Transtornos
Alimentares é de fundamental importância que o nutricionista trabalhe voltado para
modificar os comportamentos relacionados ao peso e a alimentação. A
realimentação deve ser feita de forma gradativa envolvendo diretamente o paciente
e seus responsáveis.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os vigorexos são pessoas obcecadas pela forma física, viciadas no


treinamento com peso, com baixa autoestima e propensas ao uso de recursos
ergogênicos, como esteróides anabólicos androgênicos, e essas características
geram consequências negativas de forma geral na vida desses indivíduos e
familiares. Alguns autores chegaram a afirmar que o transtorno pode ser
considerado um subtipo do TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e que pode gerar
quadros sérios Clínicos, Nutricionais e Psicológicos, com consequências
irreversíveis.
O consumo irrestrito e descontrolado de dietas específicas e de substâncias
ergogênicas, consequência do desejo de modificação estética dos sujeitos com
vigorexia, reflete em um grave problema de saúde que demanda uma série de
medidas oficiais, além de uma postura adequada nas diferentes áreas da saúde,
exigindo um tratamento multiprofissional quanto das medidas preventivas que
possam ser implementadas.
23

O tratamento nutricional deve visar à promoção de hábitos alimentares


saudáveis, a cessação de comportamentos inadequados (como a restrição, a
compulsão e a purgação) e a melhora na relação do paciente para com o alimento e
o corpo. Mais estudos acerca do efeito do tratamento nutricional são necessários,
assim como a inclusão de variáveis nutricionais nessas pesquisas, como a
adequação nutricional, a freqüência de refeições e as diversas manifestações do
comportamento alimentar.
Por fim, a pesquisa observou que não existe, atualmente, um tratamento
específico para a vigorexia, sendo indicada a combinação de métodos que posam
ser utilizados para o tratamento do Transtorno Dismórfico Corporal e transtornos
alimentares. O tratamento medicamentoso somente se aplica aos casos graves. A
terapia cognitivo-comportamental é apontada como a mais adequada, devido a sua
eficácia demonstrada por estudos clínicos.
24

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