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* Unidade: Coltec
* Departamento:
* Programa vinculado:
* Principal Área Temática de Extensão: Educação
* Área Temática de Extensão Afim: Jovens e adultos
* Linha de Extensão: Cultura
* Grande Área do Conhecimento: Ciências Humanas
* Palavras-chave: debate público, controvérsias sociotécnicas, recursos educacionais, encenação
audiovisual
O projeto Controvérsias Encenadas visa a promoção do debate público sobre temas socialmente
relevantes e permeados de controvérsias. A proposta envolve professores e estudantes de diversos
níveis na seleção das temáticas, na pesquisa dos diferentes posicionamentos perante as polêmicas
que as envolvem, assim como na adaptação dos debates e suas respectivas controvérsias à
linguagem audiovisual.
O intuito é elaborar, como produto final do processo, vídeos em que personagens apresentam a partir
de sua realidade uma posição em relação ao tema debatido, apresentando seus argumentos. O
projeto conta com uma estrutura com telas de exibição, em que cada personagem aparece em uma
tela diferente, de modo que o espectador se sente no meio da roda de debate.
A Controvérsias Encenadas foi inicialmente desenvolvida em projeto prévio que envolveu o debate
sobre o parto da exposição Sentidos do Nascer em que vídeos de personagens com perspectivas
divergentes são transmitidos em telas de TV, simulando uma conversa provocativa. Este dispositivo
foi também utilizado na exposição 'Processaber’ no Espaço do Conhecimento UFMG, na qual se
assistia um filósofo, uma cientista, um ativista político e um estudante discutindo sobre o
conhecimento. Este aparato foi posteriormente exposto em outros locais, como a Casa da Glória, em
Diamantina, além de espaços e eventos na UFMG. O video Teatro da Verdade, readaptado para
uma única tela pode ser acessado no Youtube. Com base nessas experiências, desenvolvidas até
então por profissionais do teatro, foi lançada, em 2016, uma chamada aberta para a comunidade
acadêmica da UFMG enviar propostas de roteiros controversos. Das 8 propostas inscritas, foi
selecionada a feita pelo grupo da Escola de Arquitetura, sobre Morar na cidade, a qual esteve
exposta nos saguões da Escola de Arquitetura e da Faculdade de Educação.
A partir desta experimentação, foi desenvolvida uma metodologia para atividades didáticas com
alunos de graduação (licenciatura, pedagogia e formação transversal em divulgação científica) e pós-
graduação da Universidade Federal de Minas Gerais. Tal metodologia se vale também de
experiências internacionais como a Cartografia das Controversias https://controverses.sciences-
po.fr/) e da plataforma Playdecide (https://playdecide.eu/)
A Cartografia das Controvérsias é uma aplicação da teoria Ator -Rede, de Bruno Latour
(http://www.bruno-latour.fr/node/31.html), com o propósito de desenvolver pesquisas sobre debates
sociotécnicos contemporâneos, mas que serve também para a releituras de disputas e construção
de hegemonias interpretativas na história. Já a plataforma Playdecide foi desenvolvida pela Rede
Europeia de Centros de Ciências e Museus e disponibiliza jogos de tabuleiros que estruturam
debates sobre temas polêmicos, e que são inspiradores pela maneira lúdica com que os assuntos
são debatidos, mas sobretudo por dar visibilidade a implicações das opiniões e casos emblemáticos
nas políticas públicas e o desafio de construir consensos práticos.
Por diversos motivos, a maioria dos veículos de comunicação e mesmo de sistemas de ensino e de
divulgação científica evita explorar aspectos polêmicos e a diversidade de perspectivas sobre as
questões nas quais estamos implicados, se caracterizando pela difusão de informações
unidimensionais. Este projeto se ancora no valor das controvérsias para compreensão das diferentes
razões e seus pontos de vista, no aprofundamento do debate público.
Adjetivar os debates como socialmente relevantes significa que devem ser priorizadas questões
vinculadas às ODS e às políticas públicas. Assim, a contribuição do projeto para melhoria da
educação não está apenas na metodologia e nos recursos midiáticos, mas na atenção a problemas
urgentes de nossa sociedade e na mobilização de jovens para enfrentá-los.
Atividades educacionais que se concentram apenas nos conhecimentos consolidados e
estabelecidos, correm o risco de acabar reforçando imagens deturpadas das ciências. Neste sentido,
a explicitação das controvérsias contribui para a percepção de que os fatos científicos e suas
interpretações são fruto de intensos debates e disputas, e que este processo envolve, de vários
modos, atores sociais relacionados à apropriação pública da ciência. A atenção aos aspectos
contextuais da ciência ou ao seu caráter controverso pode tornar a aprendizagem mais significativa
e, ainda assim, recair sobre aulas com informações, referências a leituras, que não chegam a
envolver os estudantes. Temos portanto, o desafio nada pequeno de buscar desenvolver atividades
desafiadoras, que possam explorar o lado recreativo e mais instigante de um estudo.
A encenação e gravação das controvérsias é uma boa forma de envolver outras habilidades e
recursos de maneira a tornar o contraste de pontos de vista algo criativo e divertido. Estudos e
pesquisas muitas vezes ficam restritos aos propósitos escolares ou acadêmicos. A extroversão para
fora dos muros da universidade é um desafio colocado para todos aqueles preocupados com a
divulgação científica e aprimoramento do debate público. Pelo efeito atrativo e instigante, e também
pela simplicidade na montagem e facilidade na manutenção, o aparato se mostrou bastante
adequado para ser exposto em eventos como feiras de ciências, congressos, mostras, como a
UFMG-jovem, Mostra das profissões, etc.
Na vida cotidiana real, fora do meio acadêmico, os debates públicos raramente permitem expor de
forma franca (sem a necessidade de contemporizar, ou a preocupação de não ofender os
interlocutores) visões de mundo contrastantes ou explicitar as diferenças, como se sucede com
essas encenações que desenvolvemos neste projeto. O dispositivo técnico que utilizamos neste
projeto possibilita o cotejamento de visões que raramente estão visíveis lado a lado. Isso porque os
personagens escolhidos podem representar universos bastante díspares, que raramente
contracenam (dialogam) em embates públicos. Mas contendas acirradas, em que os envolvidos
explicitam sua divergência e disputam o assentimento dos presentes, tornam o debate mais
envolvente.
Um certo equilíbrio nas visões dos personagens com perspectivas divergentes e conflitantes tende a
levar o espectador à paradoxal concordância com todos oponentes. Ou seja, cada personagem
/perspectiva deve expor razões convincentes, tornando difícil pensar a questão sem reconhecer sua
complexidade e a validade de diferentes perspectivas. Vale salientar que trazer a tona narrativas em
disputas, versões ou interpretações concorrentes dos eventos e fenômenos não significa um
posicionamento relativista. Nossa perspectiva é que o esforço de entender perspectivas rivais ajuda
a compreensão não simplificada das questões e suas implicações.
A elaboração dos roteiros pelos alunos deve contemplar essa proposta, o que significa que deverão
fazer uma ampla pesquisa sobre a temática a ser tratada por seu grupo, de forma a desenvolver um
roteiro que trate de forma respeitosa as distintas perspectivas envolvidas na controvérsia em
questão.
Por fim, avaliaremos os roteiros coletivamente e decidiremos qual ou quais devem seguir para a
etapa de produção de vídeo.
Esta última etapa inclui o levantamento das possibilidades e planejamento para exposição dos vídeos
em espaços coletivos e de convivência em congressos, feiras de ciências, simpósios, festivais e
eventos acadêmicos.
* Origem do público-alvo:
Interno: estudantes da UFMG (ensino médio, graduação e pós)
Externo: comunidade escolar (estudantes e familiares) e universitária que participa de feiras de
ciências, simpósios, congressos, festivais e eventos acadêmicos.
- Março/2023 - Montagem (cantina do Coltec) das Tvs com vídeos das 2 controvérsias já
disponíveis para divulgação da proposta e convite a interessados . / Reunião com
interessados para debate grupos e temáticas a serem pesquisadas;
- Abril a junho/2023 - Produção dos roteiros iniciais após pesquisa e elaboração de síntese;
- Agosto a setembro/2023 - Encenação e gravação;
- Outubro/2023 a fevereiro/2024 - Edição e preparação para exibição no Coltec e em eventos
como a Semana do Conhecimento da UFMG, UFMG Jovem, entre outros.
INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS
* Infra-estrutura física: equipamentos (4 tvs de 42”, dispostas lado a lado em paletes de madeira, 4
placas raspberry PI, um notebook, cedidos pelo projeto Processaber ) laboratórios de TI, salas de
aula e cantina do Coltec
* Vínculo com Ensino: Sim
* Vínculo com Pesquisa: Sim
* Público estimado/vagas:
20 estudantes do Coltec interessados em participar das produções.
500 estudantes do Coltec que deverão assistir os vídeos de controvérsias
alcance do público externo (2000?) participantes de feiras e eventos que deverão assistir as
controvérsias montadas)
Informações adicionais
Equipe
Docentes UFMG( Ana Elisa, Eliezer, Bernardo, Lucas) (a convidar: Katia Pedroso, Juarez Dias,
Francisco Coutinho, Juarez Dias, Erica Souza e Yurij (FAFICH) , Marcela e Ana Paula Baltazar (EA),
Maria Clara (TU)
externos
bolsistas
outros
Parcerias:
TU, TV UFMG,