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Universidade de Brasília

Faculdade de Ciências da Saúde


Departamento de Enfermagem

PROJETO DE INTERVENÇÃO NO CENTRO OBSTÉTRICO:


Revisão do POP: Atribuições da equipe de enfermagem na assistência à paciente no Centro
Obstétrico; e Checklist de Alta do Centro Obstétrico para o ALCON

Estágio Supervisionado 2
Local: Centro Obstétrico HUB
Período: 25/10 à 03/02

Discente: Érika Albernaz Nascimento - 15/0124333


Profª Preceptora: Daniella Soares
Enfª Supervisora: Fernanda Telles

Brasília - DF
2023
Revisão do POP: Atribuições da Equipe de Enfermagem na Assistência à Paciente no
Centro Obstétrico

A equipe do Centro Obstétrico foi apresentada ao POP nos dias 01 e 02 de fevereiro,


por meio de uma apresentação visual na própria unidade. Houve um total de 15 participantes,
dentre eles 2 enfermeiras e 13 técnicos de enfermagem. Com isto, os participantes
dispuseram alguns questionamentos acerca das atribuições da equipe e organização de
setores.
Como forma de melhor organização e entendimento, cada tópico está categorizado de
acordo com os setores estabelecidos na unidade e no POP discutido, seguido pelas
observações/ questionamentos da equipe. Ao final do conteúdo, pode-se encontrar em anexo
a Lista de Chamada para conferências dos participantes.

● Atribuições do Enfermeiro no Pré- parto:


O principal questionamento deve-se ao fato de que diversas atividades que deveriam
ser realizadas pelo enfermeiro, no momento são realizadas em sua maioria, pelo técnico de
enfermagem, mesmo não havendo movimento no setor. As atividades citadas pela equipe são:
a testagem de equipamentos da sala do recém-nascido e aspiradores, realizar a checagem de
geladeira, realizar o teste rápido de HIV e sífilis e passar o plantão ao enfermeira/o do
ALCON antes de encaminhar a paciente.
De acordo com o Art.12 da Lei nº 7.498, que dispõe a regulamentação do exercício da
enfermagem, o técnico de enfermagem deve somente exercer as atividades que lhe façam jus
ao grau de auxiliar, e somente executar ações que promovam a assistência quando houver
orientação e acompanhamento de um enfermeiro.

● Atribuições do Téc. de Enfermagem no Pré- parto:


A primeira observação a ser realizada, está pautada no seguinte trecho apresentado no
POP “Prestar assistência ao trabalho de parto, estimulando a participação ativa da gestante,
parturiente e acompanhante, orientando e ofertando métodos não farmacológicos para alívio
da dor, ofertando apoio físico e emocional [...]”. Com isto, houve a queixa a partir de um
relato de experiência de um téc. de enfermagem, onde este diz: “Eu até acompanhava as
pacientes de perto, dando apoio e tentando ajudar com a dor, até que um dia uma enfermeira
me disse que eu não precisava mais estar lá porque ela já tinha chegado. Desde então, parei
de fazer isso.”
Apesar de ser dever do enfermeiro obstetra avaliar a evolução do trabalho de parto,
como preconizado na Resolução 339/2002 do Cofen, a utilização de métodos não
farmacológicos para alívio da dor não é atribuição apenas do enfermeiro, podendo ser
utilizada também por qualquer outro profissional que possua o conhecimento técnico, com
embasamento científico, para fazê-lo com segurança. De acordo com Rigotti e Ferreira
(2005) a mensuração da dor como quinto sinal vital e a devida prescrição do cuidado deve ser
realizada pelo enfermeiro e reavaliada após cada intervenção para analisar a eficácia dos
métodos utilizados. Porém, o técnico como parte de uma equipe multidisciplinar também
pode estar envolvido no processo do cuidar junto ao enfermeiro e contribuir para uma
melhora significativa no quadro clínico da paciente, além de proporcionar uma comunicação
ativa entre os membros da equipe, melhorar a produtividade e auto-estima individual, e bem-
estar psicológico. (BRAZ et al, 2019)
A seguir, também houve um debate a respeito do antigo “Livro de Transferência”,
onde foi relatado que não havia uma padronização no preenchimento de tal, sendo preenchido
por uns e por outros não, principalmente quando havia lotação da unidade, sendo mais difícil
conciliar o tempo de checagem com a realização dos demais procedimentos da assistência.
Foi discutido sobre a criação de um novo checklist, mas a ideia não foi bem aceita pelos
participantes.

● Atribuições do Téc. de Enfermagem no Centro Cirúrgico Obstétrico (CCO):

A respeito da orientação da gestante de esvaziar a bexiga e tomar o banho de aspersão


com clorexidina degermante antes da cesárea, foi acordado entre os participantes que
deveriam ser realizadas pelo téc. de enfermagem escalado no pré- parto, devido a facilidade
organizacional do processo de preparação cirúrgica ser feita no local e pelo vínculo criado
entre a paciente/acompanhante e equipe do pré-parto.
Quanto às orientações a respeito das normas dentro da sala cirúrgica se tornam
variáveis, pois cada indivíduo tem uma conduta diferente. É relatado que enquanto uns
pedem para o acompanhante aguardar na sala do pré-parto, outros pedem para aguardar ao
lado de fora da sala e outros no corredor da unidade. O mesmo acontece com o uso do
telefone celular ao entrar na sala cirúrgica, onde também cada profissional toma uma conduta
diferente. Por isto, foi sugerido pelos participantes descrever no POP qual a orientação ideal
para estas situações, para haver uma padronização e respaldo do atendimento.

● Atribuições do Téc. de Enfermagem pelos Cuidados do Recém-Nascido:


Não houve observações para este setor.

● Atribuições do Téc. de Enfermagem na Sala de Recuperação Pós- Anestésica:

Os participantes ficaram confusos com o tópico “Prestar cuidados das pacientes


internadas nos leitos de indução”, e acredita-se que seja um cuidado prestado no CO da antiga
unidade. Muitos concordam que é dever da equipe escalada no pré-parto prestar assistência
durante a internação da gestante, e não o profissional escalado na SRPA.
Sobre a ideia de “avisar a equipe médica sobre a falta de prescrição médica”, não foi
bem aceita por não se sentirem “com liberdade” para isto, como relatado por um funcionário.
Muitos afirmaram que nestes casos, preferem falar com o próprio enfermeiro para então, ele
avisar o médico.

● Atribuições do Téc. de Enfermagem no Material:


Não houve observações para este setor.
REFERENCIAL TEÓRICO

BRASIL. Lei n. 7.498, de 25 Jun de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da


enfermagem, e dá outras providências. Casa Civil: Brasília, DF. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm#:~:text=Art. Acesso em: 09 Fev 2023

BRAZ, Isabele M.; PAIVA, Mirtes T. G.; FEITOSA, Kéllida M. A.; et al.
Interdisciplinaridade na assistência ao parto: percepção dos enfermeiros obstetras. Disponível
em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/241715/33520.
Acesso em: 09 Fev 2023.

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN-339/2008.Normatiza a


atuação e a responsabilidade civil do Enfermeiro Obstetra nos Centros de Parto Normal
e/ouCasas de Parto e dá outras providências.In: Conselho Regional de Enfermagem.
Legislação. Brasília (DF); 2008.

RIGOTTI, Marcelo A.; FERREIRA, Adriano M.; Intervenções de enfermagem ao paciente


com dor. Disponível em:https://repositorio-racs.famerp.br/Vol-12-1/09%20-%20id%20105.
pdf. Acesso em: 09 Fev 2023.

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