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Conceito
A Gestão Cultural pressupõe a formulação dos planos e dos conceitos que os norteiam. Nesse
processo actuam os planeadores e os usuários, buscando garantir a sustentabilidade das acções.
Na gestão trabalha-se por meio de acções integradas e estruturais, estruturantes e instituintes.
Compreende noções básicas de fomento cultural, de preservação, resgate e vitalização de
aspectos de sociabilidade e qualidade de vida, e a própria manutenção da vida co justiça social.
O universo das produções acadêmicas que tem como debate a gestão cultural é tão amplo
quanto é diversa a formulação do conceito que aparece com variações que incluem administração
cultural, gestão das artes e da cultura, gestão pública da cultura. Outras variáveis aparecem com
abrangência mais delimitada, como é o caso, por exemplo, da gestão do patrimônio cultural e da
gestão de equipamentos/espaços culturais.
Gestor Cultural
O objetivo fundamental de uma política cultural deveria ser o de garantir o direito à cultura,
do qual goza o conjunto de cidadãos, segundo a Constituição. isso quer dizer que estamos
falando de práticas e de desejos de ser e de fazer, de questões materiais e imateriais. Dito de
outra forma, a política cultural deve ter em conta que as ações estão posicionadas nos campos
do real e do simbólico, do consumo e da fruição, do acesso e das práticas. É no lugar de
vivência cotidiana dos cidadãos, no território, que parte significativa desse direito se evidencia
e se materializa.
Nesse cenário, destaca-se o fato de que a questão cultural ocupa um lugar de maior destaque
nos programas e discursos de governo. Os produtores, os agentes, os gestores culturais, os
artistas das diversas áreas também passaram a buscar, a reivindicar, formas de participar e de
interferir nos processos de decisão no campo das políticas públicas culturais. Ressurgem
movimentos de valorização das manifestações culturais locais, que incentivam tanto a
redescoberta de artistas da comunidade como de novos atores e formas de produção artístico-
culturais. Aumentam também as demandas por uma maior formação e especialização dos
agentes culturais locais em todos os níveis, do artesão aos responsáveis pelas atividades
burocráticas, que devem implementar seus projetos buscando uma autonomia cultural.
Em análise recente sobre o lugar e o papel da gestão pública de cultura, Victor Vich chama a
atenção para a necessidade de se entender as políticas culturais como dispositivos que podem
activar novos processos sociais. em uma conjuntura de crise, ou na qual há uma despolitização
das ações cotidianas e uma espetacularização da política, talvez as políticas culturais possam
“ser as encarregadas de contribuir para a reconstituição da esfera pública” ao “demonstrar a
importância do simbólico na estruturação da vida cotidiana e buscar modificar formas
sedimentadas mediante as quais interpretamos a realidade social”. (VICH, 2014, p.21)
Capital social
Está intrínseca nessas relações a compreensão do papel das isntituições nos meios sociais.
Efim, são essas relações entre as pessoas e delas com as instituições – mediadoras dessas
relações, tais como: igreja, família, governo, escola, etc. Isso implica a confiança e adesão a
normas e condutas, as quais se sujeitam os indivíduos em associações locais e em redes, tanto
as existentes quanto as potenciais; envolve o espírito gregário e de cooperação no interior dos
grupos sociais.
O capital social aponta para a capacidade dos grupos, bem como os indivíduos de um grupo,
se reconhecerem ou confiarem uns nos outros. É, portanto, um elemento fundamental para o
desenvolvimento de projectos colectivos.
viCh, víctor. Desculturalizar la cultura. La gestión cultural como forma de acción política. Buenos
aires: siglo vientiuno editores, 2014.
Gestão Cultural/ Juliana Carneiro e Lia Baron. (org.) Niterói: Niterói Livros, 2018.