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RESUMO
O trabalho apresentado aqui mostrará como é possível levar os estudantes a construção de
pensamentos próprios e de respeito à diversidade dos territórios, tratando da formação e
conservação a partir do convívio com as diferenças. Vivenciamos uma época de reconhecimento de
diversidade dentro do contexto atual, sejam elas culturais religiosas e étnicas, a aceitação da mesma
e o caminho para a interação social do individuo. “Uma vez que, o componente territorial e cultural
é central na constituição do modelo de cidadão, recuperar a cidadania é repensar o território, a
cultura e a educação (SANTOS, 2007 p. 5)”.
Palavras-chave
Educação, Geografia e Lugar.
1. INTRODUÇÃO
1 Valdilene Batista Coelho, Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura Geografia (FLC
2819GED) – Prática Interdisciplinar - 30/06/2023.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nota-se que nos tempos antigos o entendimento de território era estreitamente voltado aos
que dispunham de poder, resultante de questões jurídico-político. Mais na atualidade pode-se
destacar as questões simbólicas e culturais como elementos constituintes de territorialidades.
Nos dias atuais, somos chamados a incorporar diferentes jeitos de ser e agir; a mídia
incentiva à aquisição de gostos, hábitos, roupas, músicas, objetos, constituindo a sociedade
multicultural do nosso tempo.
Ferrara (apud SANTOS 2007, p.48) salienta que atualmente “globaliza-se o território pela
globalização do imaginário que crê que todos os lugares são territórios do mundo”.
Presenciamos de um processo globalizado do imaginário, onde se percebe a tentativa do
mercado cultural em homogeneizar a vida cotidiana das pessoas em todos os lugares, independente
das evidências históricas ou econômicas distintas.
Conforme Mance (1994, p. 6):
Sobre a cultura de massas ocorre um processo de individualização em que a
subjetividade é modelada sobre forte pressão da lógica do capital através de
diversas linguagens especialmente difundidas através da mídia. Cada
pessoa é instigada a sair da indiferença da multidão, a distinguir-se dos
demais, a individuar-se, a não ser apenas mais um na massa amorfa, mas
ser alguém especial, cultivar a sua individualidade, destacar-se dos demais.
Tal diferenciamente, entretanto, deve se realizar conforme as referências
estabelecidas pelas linguagens dominantes, pelos balizamentos propostos
pelo sistema vigente através de seus inúmeros equipamentos e meios de
modelizar a subjetividade. (Mance 1994, p. 6).
(GARCIA apud HAESBAERT, 2007, p.69), Salienta que “o território é considerado como
um signo cujo significado somente é compreensível a partir dos códigos culturais nos quais se
inscreve”.
Para Haesbaert (2002), o território é identificado a partir dos processos sociais que está
inserido. A construção da territorialidade é mediada pelas dimensões social, política e cultural da
vida em sociedade.
O território se tornou dinâmico, porque o homem o torna variante/instável, apresentando
num determinado espaço distintas territorialidades, pois ao territorializar determinado espaço o
sujeito empresta ao local sua identidade particular.
As multiterritorialidades estão relacionadas com os significados que os grupos humanos
emprestam a determinado lugar. A carga identitária contribui para construção de territórios e da
consciência territorial.
De acordo com CRUZ (2008, p.78), “a territorialidade pode ser identificada tanto nas
marcas simbólicas impressas na paisagem como no discurso dos sujeitos (...)”.
Fonte: educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/18/10/cultura-e-diversidade-cultural-no-processo-formativo-
educacional. Acessado em 01 de Junho de 2022.
(Kaercher, 2004, p. 70) salienta que, “A Geografia tem escrito muito na perspectiva
econômica [...] a dimensão cultural é raramente trabalhada. A escola tem o desafio de ler e escrever
mais na perspectiva do diálogo entre as diferentes áreas”.
As diferenças entre grupos étnicos, religiosos, de gênero, etc. na sala de aula podem
oportunizar modos de interação e problematização das especificidades culturais. O professor não
deve agir no intuito de eliminar as diferenças em favor de uma suposta igualdade dos educandos.
Mais sim estar atento à singularidade das vozes que compõem a turma, promovendo a exposição
das ideias e problematizando-as, provocando posições críticas e dialéticas, valorizando a cultura e o
espaço do outro. Assim, o ensino de geografia vai além da mera transmissão de saberes.
Conforme, (Castrogiovanni, 2007, p. 42) “nesta primeira década do século XXI, a
geografia, mais do que nunca, coloca seres humanos no centro das preocupações, por isso pode ser
considerada também como uma reflexão sobre a ação humana em todas as suas dimensões.”.
É importante o ensino da geografia para que tome como ponto de partida o lugar, em que o
cotidiano dos estudantes seja objeto de estudo. Tal ação pedagógica irá contribuir para transformar
a curiosidade ingênua oriunda do senso comum, em curiosidade epistemológica, em conhecimento
sistematizado. Por tanto, o diálogo deve ser de “mão dupla” com a relação professor e aluno. O
aluno é dotado de história, de experiências sociais e geográficas importantes e que devem ser
consideradas no processo de ensino e aprendizagem.
(Freire, 2002, p.22) afirma que, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, assim
como no cotidiano, as experiências são elementos essenciais para os estudantes aprenderem a dizer
a sua palavra”.
Ler o mundo, na perspectiva geográfica, implica compreender as diferentes formas de
espacialidade, os modos de vida, os motivos subjacentes à significação e apropriação do território.
Para Callai 2005, para esse autor, o modo de ler o mundo vai muito além de papeis
cartográficos que refletem apenas a realidade territorial, fazer uma leitura do mundo e do ambiente
em que vive e muito, mas complexa do cotidiano. As crianças podem obter uma leitura do meio em
que vivi e transcendera-las por toda sua vida.
Nesta perspectiva crítica e construtivista, ensinar geografia é conceber o aluno como sujeito
ativo e não como objeto de conhecimento, o professor não é como o detentor da verdade, mas
aquele que aprende ao ensinar.
De acordo com Cavalcanti (2005, p. 198).
O aluno é o sujeito ativo de seu processo de formação e de
desenvolvimento intelectual, afetivo e social; o professor tem o papel de
mediador do processo de formação do aluno; a mediação própria do
trabalho do professor é a de fornecer/propiciar a interação
(encontro/confronto) entre o sujeito (aluno) e o seu objeto de conhecimento
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Salientando que o professor tem que lidar com as diversidades encontradas durante o
processo de ensino aprendizagem abrangendo todo e qualquer educando no processo educacional, é
um aspecto muito importante a se considerar no ensino de geografia.
Conforme Cavalcanti:
A prática de ensino de Geografia que tem a intenção de contemplar a
diversidade nas escolas [...] precisam considerar seus alunos no conjunto da
humanidade, não perdendo de vista, portanto, traços universais a serem
preservados e/ou construídos/reconstruídos, por outro, é preciso considerar
a diversidade presente espaço escolar, contextualizando-a, especificando-a
no lugar, afinal, as diversidades não são todas iguais, os lugares fazem com
que as experiências dessas diversidades também sejam diferentes.
Cavalcanti (2005, p.199).
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o mundo: A geografia nos anos iniciais do ensino
fundamental. Caderno Cedes. Campinas, vol. 25, n. 66, p. 227-247, maio/ago. 2005.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Cotidiano, mediação pedagógica e formação de conceitos: uma
contribuição de vygotsky ao ensino de geografia. Caderno Cede. Campinas, vol. 25, n. 66, p.
185-207, maio/ago. 2005.
CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos. Para entender a necessidade de práticas prazerosas no
ensino de geografia na pós-modernidade. IN: REGO, Nelson; CASTROGIOVANNI, Antônio
Carlos; KAERCHER, Nestor André. Geografia. Porto Alegre: Artmed, 2007.
CRUZ, Claudete Robalos Da. Percepção e Territorialidade no Parque Itambé de Santa
Maria/RS. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFSM. Santa
Maria, 2008.
HAESBAERT, Rogério. Territórios Alternativos. São Paulo: Contexto, 2002.
___________________. “Da Desterritorialização à Multiterritorialidade”. Anais do X Encontro de
Geógrafos da América Latina. Universidade de São Paulo. 26 de março de 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 43ª Ed, 2010.
http://www.abnt.org.br/certificacao/downloads. Acesso em: 01 Junho 2019de 2022.
https: blogdearte.art.cultura-de-massa-subproduto-de-entretenimento. Acessado em 01 de Junho
de 2022.
https: brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-de-massa.htm. acessado em 01 de Junho de 2022
https educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos.cultura-e-diversidade-cultural-no-processo-
formativo-educacional. Acessado em 01 de Junho de 2022.
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https: sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/a-paisagem-da-cidade-muda.
Acessado em 01 de Junho de 2022
MANCE, Euclides André. Subjetividade, Imaginários e Utopias. In Semana Social da CNBB.
Curitiba, maio de 1994.
SANTOS, Milton. Território, territórios: Ensaios sobre o ordenamento territorial. São Paulo:
Hucitec, 2007.
STRECK, Danilo; Euclides Redin, Jaime Zitkoski (org). Dicionário Paulo Freire. 2ª ed., Belo
Horizonte: Autêntica, 2010.