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NOVEMBRO DE 2019

MAPA DA
EXIBIÇÃO
Estudo aponta redes que
dominam o cinema nas capitais

NOVO FÔLEGO VIRADA À PAULISTA TEMPERO LATINO


Paramount vive fase Spcine fomenta Com vasta experiência
aquecida depois de audiovisual de São na região, Hernán
mudanças na matriz Paulo, que alcança Viviano assume
da major posição de destaque Warner no país
O que vai Divulgação

acontecer
EDITORIAL

em 2020? Star Wars -


Os últimos jedi
PAULO SÉRGIO ALMEIDA

A Índice
maioria das pessoas acha que o ano
muda, mas que tudo continua igual.
Não acredito que este seja o caso de
2020. Se você é exibidor, espero que ALTAS APOSTAS
tenha feito seu pé de meia com a safra de ouro de
2019, porque 2020 não promete bilheterias tão
fortes. Além disso, os exibidores não terão mais o
Leva de filmes das férias tem blockbusters
de super-heróis, comédias, animações e
franquias poderosas
5
subsídio dos distribuidores para implantação da
digitalização, o famoso VPF, que, embora insufi- A TODO VAPOR
ciente, foi uma ajuda no custeio dos equipamentos
e até mesmo uma complementação de renda.‌
Em entrevista, César Silva explica como
mudanças na Paramount reforçaram
estratégia do estúdio para os próximos anos
22
Será que a conta fechou e que tudo foi pago
QG DO CINEMA
30
como prometido há cinco anos? Claro que não.
Spcine consolida atuação no fomento ao
Primeiro, porque o processo atrasou, e os pa-
audiovisual de São Paulo, elevando patamar
gamentos do VPF também. Por isso, dívidas se da cidade no cenário nacional
avolumaram, e as contas de 2020 terão que ser
fechadas na ponta do lápis. Segundo, porque o GLOBAL E LOCAL
ano que passou deixará outra herança: as contas
da implantação da acessibilidade, orçada em US$
80 milhões. Por enquanto, nem todos os exibido-
Argentino Hernán Viviano assume direção
da Warner, de olho em estratégias para
contemplar a diversidade do país
36
res conseguiram vencer essa etapa.
TODAS AS TELAS
Aparentemente o próximo ano só tem uma
vantagem: pouquíssimos shoppings serão inaugu-
Números exclusivos da exibição revelam
quais são as empresas que lideram o setor
nas principais capitais brasileiras
42
rados, o que reduz a necessidade de investimen-
tos em expansão, um dado tanto positivo como
NOVEMBRO 2019

negativo. Mas, ao se analisar o cenário em outros FILME B | www.filmeb.com.br | Diretor: Paulo Sérgio Almeida
países, nota-se que principalmente os americanos O Filme B é um portal especializado no mercado audiovisual no Brasil.
estão investindo alto na informatização, seja atra- Toda segunda e terça-feira, o boletim Filme B apresenta os resultados
vés de planos de fidelidade, de assinatura, venda das bilheterias nos cinemas e reúne as principais notícias da indústria
no Brasil e no mundo. O portal traz ainda as seções Calendário de
online, banco de dados, e, depois de conhecer as Estreias, Quem é Quem no Cinema no Brasil e Database Brasil. A
preferências da clientela, até plataforma de strea- revista Filme B, com reportagens mais aprofundadas dos assuntos
ming. Este é o panorama para 2020. de mercado, é publicada em encontros de mercado como o Show de
Inverno de Campos do Jordão e Show Búzios, no Festival de Búzios.

Para a distribuição, também muda tudo. O REVISTA FILME B


Editor: Gustavo Leitão Repórteres: Beatriz Filippo, Bernardo
distribuidor não precisará mais pagar a taxa de
REVISTA FILME B

Siaines, Thayz Guimarães Comunicação e marketing: Cristiane


VPF, de US$ 700 semanais por título. A econo- Denik Revisão: Cristina Siaines Projeto Gráfico e diagramação:
mia vai se refletir nos custos do marketing, cada Raquel Cordeiro Pesquisa: Elizabeth Ribeiro Gráfica: Walprint
vez mais sofisticado. Isso influi nos lançamentos, Capa: Foto de Pixabay
podendo afetar suas estratégias e dimensões.
PORTAL FILME B
Ou seja, 2020 promete modificações e ajus- Editora: Thayz Guimarães Repórteres: Beatriz Filippo,
tes. O mercado não será aquele que passou! Bernardo Siaines
4
Maré cheia Safra tem
franquias fortes,

DISTRIBUIÇÃO
POR BEATRIZ FILIPPO E BERNARDO SIAINES

comédias

É
chegada mais uma alta Wars, Frozen e Esquadrão Suicida,
temporada e as atenções além de novas apostas de grifes se- nacionais e
voltam-se para os blo- guras como a Pixar. No campo na-
ckbusters que prometem cional, entram aquecidas comédias animações para
garantir cinemas cheios de crianças como Minha mãe é uma peça 3 e
e adolescentes de férias e famílias No gogó do Paulinho. Confira nas a família
em geral. O arsenal das majors in- próximas páginas os futuros candi-
clui franquias poderosas como Star datos a fenômenos.

Fotos de divulgação
LEGENDAS
ANI Animação
FRA Franquia
BLO Blockbuster
3D 3D
HQ Quadrinhos
NAC Nacional

FRA BLO
O QUE ESPERAR
REVISTA FILME B

 Lançamento em Instagram, 157 milhões


Jumanji - janeiro garante bom
posicionamento durante
de seguidores, e tem boa
base de fãs no Brasil
Próxima fase a temporada de férias
 Elenco traz ainda
Jumanji - The next level (Fox)
5 de dezembro  Estreia foi antecipada participação dos
para evitar forte veteranos Danny DeVito
HISTÓRICO concorrência de filmes e Danny Glover
NOVEMBRO 2019

de perfil semelhante
Jumanji – Bem-vindo à selva
 Narrativa apresenta
(2018)
 Tem Dwayne “The Rock” personagens com
* 5 milhões de espectadores Johnson no time de avatares trocados no
protagonistas, astro jogo. A mudança pode
$ R$ 77,4 milhões que movimenta, em seu agradar ou não

5
DISTRIBUIÇÃO

Star Wars - A ascensão Skywalker FRA


BLO
Star Wars - The rise of Skywalker (Disney)
19 de dezembro 3D

HISTÓRICO
Star Wars: Episódio VII - O O QUE ESPERAR
despertar da força (2015)
 Capítulo final da saga US$ 1 bilhão na renda
* 6,7 milhões de espectadores Skywalker, a terceira global em 2018, A
trilogia, com expectativa ascensão de Skywalker é
$ R$ 110, 9 milhões
alta forte concorrente para
atingir marca
Star Wars - Os últimos jedi
 Os dois primeiros filmes
(2017)
da nova trilogia levaram  Longa utilizará imagens
* 6,7 milhões de mais de 10,2 milhões de arquivo para inserir
espectadores de espectadores aos Carrie Fisher na
NOVEMBRO 2019

cinemas narrativa
$ R$ 110,9 milhões
 No canal oficial da  Vários fatores de
marca no YouTube, os atração para fãs, como
materiais do filme já o mistério sobre quem
acumulam mais de 50 seria o Skywalker
milhões de visualizações mencionado no título e
o destino dos guerreiros
 Considerando o perfil de jedi, que estão quase em
filmes que alcançaram extinção
REVISTA FILME B

6
FRA
Minha mãe é uma peça 3 BLO

(DTF/Paris) HISTÓRICO NAC


26 de dezembro

DISTRIBUIÇÃO
Minha mãe é uma peça - O Minha mãe é uma peça 2
filme (2013) (2016)
* 4,6 milhões de espectadores * 9,3 milhões de espectadores

$ R$ 49,5 milhões $ R$ 124,2 milhões

REVISTA FILME B
O QUE ESPERAR
 Terceiro capítulo de potência das redes expectativa e certa
uma franquia que sociais, com 10,8 milhões indefinição
acumula 13,9 milhões de de seguidores apenas no
ingressos vendidos Instagram  Veto de Paulo Gustavo
sobre beijo na cena
 Traz novos reforços  Marca tem o melhor do casamento do
para o elenco, incluindo desempenho entre as personagem gay Juliano
uma participação de comédias nacionais trouxe críticas negativas
NOVEMBRO 2019

Luana Piovani, além de lançadas no cinema ao humorista


grandes nomes do humor,
como Paulo Gustavo e  Nova diretora, Susana  Protagonista mantém
Samantha Schmütz Garcia (Minha vida em frescor por não ser
Marte), no lugar de explorada em outras
 Paulo Gustavo é uma André Pellenz, provoca mídias fora do cinema

7
DISTRIBUIÇÃO

ANI FRA BLO 3D

Frozen 2 O QUE ESPERAR


Frozen 2 (Disney)
2 de janeiro  Assim como seu  Considerando a
antecessor, que vendeu popularidade da marca,
HISTÓRICO cerca de 4 milhões de o intervalo de seis anos
Frozen - Uma aventura ingressos, filme chega entre o primeiro filme e
congelante (2014) aos cinemas durante o a sequência pode atrair
período das férias novo público, além do já
* 4,2 milhões de espectadores conquistado
 Trailer no canal oficial
$ R$ 51,7 milhões dos estúdios Disney  A música-tema do
alcançou 60 milhões de primeiro filme se
visualizações em apenas tornou um hit e também
dois meses rendeu muitos memes
NOVEMBRO 2019

e paródias que circulam


 Longa assume até hoje na internet
narrativa com o tema
do empoderamento  Direção do filme segue
feminino, em alta, e nas mãos de Chris
desenvolvimento da Buck e Jennifer Lee,
personagem Elsa não responsáveis pelo
envolverá romances primeiro filme
REVISTA FILME B

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DISTRIBUIÇÃO
NOVEMBRO 2019

Eduardo e O QUE ESPERAR


Mônica  Baseado em uma das
músicas mais queridas
 Faroeste Caboclo (2013)
e Somos tão jovens
(DTF/Paris)
23 de janeiro da Legião Urbana, longa (2013), cinebiografia do
deve atrair os fãs da líder do grupo, Renato
NAC banda para os cinemas Russo, somaram 3,2
milhões de espectadores
 Filme conta com
REVISTA FILME B

a direção de René  Longa transita entre


Sampaio, que dirigiu drama e comédia
Faroeste Caboclo,
também inspirado na  Filme já teve a data
letra de um sucesso do modificada em mais de
repertório da banda uma ocasião

10
Aves de rapina - Arlequina e sua
emancipação fantabulosa
Birds of Prey (and the fantabulous

DISTRIBUIÇÃO
emancipation of one Harley Quinn) O QUE ESPERAR
(Warner)
6 de fevereiro
 Primeiro filme conquistado papéis de
HISTÓRICO protagonizado por time destaque em produções
de super-heroínas, o importantes, como Eu,
Esquadrão suicida (2016) que pode atrair público Tonya e Era uma vez em
feminino e engajado Hollywood
* 7,8 milhões de espectadores
 O filme é centrado em  Direção de Cathy Yan
$ R$ 118 milhões Arlequina, personagem reforça presença
secundária de Esquadrão feminina da produção,
Suicida que virou uma mas diretora é pouco
sensação entre os conhecida por seus
espectadores do filme trabalhos

 Desde que viveu a vilã,  Ewan McGregor


Margot Robbie tem interpreta Máscara
crescido no cinema e Negra, o vilão da história
FRA BLO HQ

REVISTA FILME B
NOVEMBRO 2019

11
DISTRIBUIÇÃO

BLO

Sonic - O filme
Sonic the hedgehog (Paramount)
13 de fevereiro

O QUE ESPERAR
NOVEMBRO 2019

 Longa recebeu críticas milhões de unidades de


negativas sobre a seus jogos
caracterização de Sonic
no lançamento do trailer  Participação de Jim
Carrey no elenco, na
 Por conta das reações, pele do vilão Doctor
o diretor do filme Robotnik, é um dos
anunciou que todo o chamarizes do projeto
visual do ouriço azul
seria refeito, atrasando
REVISTA FILME B

 Lançamento agendado
o lançamento do filme fora das férias pode
ajudar, já que foge da
 Personagem é um dos concorrência, mas
mais populares entre pode limitar o público,
franquias de videogames, considerando o perfil
tendo vendido mais de 80 familiar do filme.

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DISTRIBUIÇÃO
Depois a louca sou eu
(DTF/Paris)
20 de fevereiro

NAC
REVISTA FILME B

O QUE ESPERAR
 Baseado em obra que somaram mais de 5,8  Longa é voltado para
homônima da escritora milhões de espectadores o público feminino e
Tati Bernardi, popular jovem adulto, que tem
também como colunista  Experiente nas comédias prestigiado produções
NOVEMBRO 2019

de jornal de perfil popular, a com representatividade


diretora Júlia Rezende
 Seu livro Meu passado me esteve na direção de  As comédias nacionais
condena já se desdobrou filmes como De pernas têm apresentado
em uma série para TV e pro ar 3 e na franquia Meu resultados aquém do
dois filmes para cinema passado me condena esperado

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ANI 3D
DISTRIBUIÇÃO

Dois irmãos - Uma jornada fantástica


Onward (Disney)
5 de março
NOVEMBRO 2019

O QUE ESPERAR
 Pixar é um selo de  Aposta na estética dos
qualidade, com público anos 80, que está em
fiel e perfil abrangente alta desde o sucesso da
de espectador série Stranger things

 Franquia nova, recepção  O longa traz uma


imprevisível mensagem moral de
REVISTA FILME B

amar ao próximo apesar


 Vozes na versão dublada das diferenças, o que
não foram divulgadas pode atrair pais e filhos
aos cinemas

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NAC O QUE ESPERAR
 O protagonista é
No gogó do Paulinho
DISTRIBUIÇÃO

personagem do
antigo humorístico A
(DTF/Paris) praça é nossa, no SBT,
5 de março que tem sido líder de
audiência

 Maurício Manfrini já
interpretou Paulinho
Gogó em Os farofeiros

 Este é o primeiro
filme solo do
personagem, que
tem grande apelo nas
classes populares

 Roteiro foi adaptado


para atingir uma
plateia mais familiar,
com piadas mais
suaves, podendo
ampliar o perfil de
público

 Manfrini também
vai bem nos palcos
com o espetáculo de
stand-up homônimo

 Longa conta as
origens do casal
formado pelo
protagonista e a
Nega Juju (Carol
Protásio), que foi
NOVEMBRO 2019

muito bem acolhido


em Os farofeiros

 A exibição de Os
farofeiros na Tela
Quente superou a de
Vingadores, sendo o
filme mais visto na
Globo em 2019
REVISTA FILME B

 Direção de Roberto
Santucci e roteiro
de Paulo Cursino, a
dupla imbatível da
comédia nacional

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BLO 3D

Mulan

DISTRIBUIÇÃO
(Disney)
26 de março

O QUE ESPERAR
 Refilmagens live-action  Disney tem atraído  A atriz sino-americana Li-
de clássicos da Disney público forte aos cinemas Yufei, das mais famosas
têm funcionado muito com todas as suas da nova geração chinesa,
bem nas bilheterias vertentes de produção é a protagonista REVISTA FILME B

 Viés feminista da trama  Tem um dos maiores  No trailer, fotografia


é tendência atual do orçamentos da história e locações chamam
cinema do estúdio, de US$ 300 atenção pelo colorido e
milhões grandiosidade
NOVEMBRO 2019

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Trolls 2 HISTÓRICO
Trolls (2016)
Trolls World Tour
DISTRIBUIÇÃO

(Universal) * 1,9 milhão


16 de abril
$ R$ 26 milhões
NOVEMBRO 2019

O QUE ESPERAR
 Primeiro longa teve bom deu margem a trilha Dohrn e David P. Smith
público no Brasil sonora eclética, com
canções de rock, funk,  Lançado fora das férias
 Estreia cerca de três anos country e hip hop escolares
e meio após o original
 Mike Mitchell, que  Pouca concorrência à
REVISTA FILME B

 O enredo, que envolve assinou o primeiro, época do lançamento,


reinos inspirados em deixou a direção, com Mulan numa
vários gêneros musicais, substituído por Walt longínqua quarta semana

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DISTRIBUIÇÃO

Jojo Rabbit

OUTROS DESTAQUES
 THE VOYAGE OF DOCTOR terror do conto dos irmãos  ASSEMBLEIA DE DEUS
DOLITTLE (Universal, 16 de João e Maria. (DTF/Paris, 9 de abril) -
janeiro) - Robert Downey Jr. História real da chegada ao
protagoniza aventura, que  GODZILLA VS KONG Brasil do grupo de igrejas
conta com grande elenco. (Warner, 12 de março) - evangélicas Assembleia de
Dois monstros clássicos Deus, hoje com mais de 20
 O ESCÂNDALO (Paris, 30 de da história do cinema milhões de fiéis.
janeiro) - Charlize Theron, se enfrentam. Primeiro
Nicole Kidman e Margot crossover da franquia
Robbie são o chamariz de  VIÚVA NEGRA (Disney,
Godzilla-Kong. 30 de abril) - Aguardado
longa baseado em caso de
assédio na Fox News. filme solo da personagem
 UM LUGAR SILENCIOSO 2
NOVEMBRO 2019

de Scarlett Johansson da
(Paramount, 19 de março)
 JOJO RABBIT (Disney, 6 de franquia Vingadores.
- Sequência do longa de
fevereiro) - Sátira sobre
suspense de 2018, que
o nazismo vencedora do  LEGALLY BLONDE 3
chamou atenção por seu
Festival de Toronto. (Universal, 7 de maio)
roteiro inovador.
- Longa da franquia de
 KING’S MAN - A ORIGEM comédia Legalmente loira,
(Disney, 13 de fevereiro) -  OS NOVOS MUTANTES
(Disney, 2 de abril) - Longa protagonizada por Resse
Prequel sobre o início da
da franquia X-Men com Whiterspoon desde 2001.
agência de espionagem
REVISTA FILME B

da franquia Kingsman, que toques de terror.


acumula 1,9 milhão de  VELOZES E FURIOSOS 9
espectadores no Brasil.  007 - SEM TEMPO PARA (Universal, 21 de maio)
MORRER (Universal, 9 de - Nono filme do cânone
 MARIA E JOÃO - O CONTO abril) - Última encarnação original da franquia de ação
DAS BRUXAS (Imagem, 20 de Daniel Craig como o de Vin Diesel, uma fórmula
de fevereiro) - Releitura de espião britânico. de sucesso duradoura.
20
D
esde 1997 em atuação
no mercado de cine-
ma, César Silva, vice-
-presidente e diretor
ENTREVISTA

geral da Paramount Pictures Brasil,


hoje se autodenomina “um sênior
da distribuição”. A alcunha defen-
dida pelo executivo, ainda que em
tom de brincadeira, faz referência
menos à experiência acumulada do
que à diferença etária que agora o se-
para dos outros dirigentes de majors
no país. “Eu virei veterano depois
que o Marcos Oliveira e o Rodrigo
[Saturnino] saíram”, diz, rindo. “Eu
sou o cara mais velho e mais antigo
da distribuição hoje, nunca pensei
que isso fosse acontecer comigo”.

Mais antigo, no entanto, não


é sinônimo de parado no tempo.
Consciente do fascínio que a sala de
cinema ainda exerce no espectador,
César prefere ver novas plataformas,
como o streaming, como aliados
estratégicos em vez de inimigos. É
com esse olhar voltado para o futu-
ro que ele planeja as estratégias da
distribuidora para 2020, que cha-
ma de “ano da virada”. Segundo o
diretor geral, o período vai refletir
as mudanças promovidas por Jim
Gianopulos — o executivo assumiu
a presidência do estúdio em 2017
com a missão de retomar o cresci-
mento da Paramount nas bilhete-
NOVEMBRO 2019

rias, após uma sequência de resulta-


dos mais fracos. “A gente já tem 12
filmes datados”, comemora.

No dia da entrevista concedida ao


Filme B, o escritório da distribuido-
ra no Rio de Janeiro representava a
A ‘MAJOR’
CONTRA-
perfeita analogia dos percalços en-
frentados nos últimos anos: em meio
à quebradeira provocada por uma
REVISTA FILME B

obra de emergência nas tubulações,

ATACA
os profissionais da companhia se ajei-
tavam para seguir o trabalho, discu-
tindo lançamentos e campanhas —
tudo com direito à vista privilegiada
do mar da Baía de Guanabara. “O THAYZ GUIMARÃES
estúdio é uma locomotiva que não
22
Fotos: Rogério Resende
para, ele vai andando e desaceleran-
do devagarinho, até começar a acele-
rar novamente”, sentencia.

ENTREVISTA
Nos últimos anos, a Paramount
passou por reestruturações
internas que se refletiram no
calendário e nas bilheterias,
com a diminuição da quantidade
e do tamanho de lançamento
de seus produtos. Isso deve
mudar em 2020?
O estúdio é uma locomotiva em an-
damento. Quando o Jim Gianopulos
assumiu a presidência da Paramount
[em 2017], ele teve que desacelerar.
Mas ela não para imediatamente, vai
andando e desacelerando devagari-
nho. Quando ele começa a mudar
a relação com o mercado, trazendo
uma equipe nova, conteúdos e es-
tratégias diferentes, volta a acelerar.
Estamos neste momento.

A ideia agora é apostar em


franquias já conhecidas
da Paramount, em novas
produções ou meio a meio?
Uma combinação. A Paramount
tem três pilares de produção. Um é
a Paramount Animation, que quer
ter duas animações por ano. A Pa-
ramount Players é uma divisão re-
César no escritório voltado lacionada a franquias do grupo Via-
para a Baía de Guanabara:
com, como Bob Esponja e Dora, a
única major com sede no Rio
aventureira, que também trabalha REVISTA FILME B
filmes de terror de pequeno orça-
mento, mas populares e eficientes,
como  Atividade paranormal, que
voltará a ser produzido. Já a Para-
À frente da Paramount Brasil, mount Live-action traz os grandes
blockbusters, que têm um apelo
veterano César Silva deixa para maior, tipo Top Gun, G.I. Joe e os
filmes do diretor Martin Scorsese.
trás período de incertezas e
Quais filmes você destacaria do
NOVEMBRO 2019

prevê ‘ano da virada’ para a line-up da Paramount para 2020?


Temos 12 filmes já datados para o
distribuidora em 2020 ano que vem. Um destaque é Um
lugar silencioso - Parte 2, que já está
em filmagem. É um filme bem
inovador e diferente. Tem o Sonic,
que está para  fevereiro — a reação
23
dos fãs foi bem grande ao trailer,
eles disseram que o personagem
estava muito humanizado, então
“Quando você vê os
o diretor está dando uma mexida.
resultados dos filmes
ENTREVISTA

Ainda teremos Bob Esponja 3, que


comemora 20 anos e será uma ani-
mação em CGI 3D; Top Gun - Ma- lançados com mais de
verick e Um príncipe em Nova York
2, com um roteiro bem divertido. mil salas, apenas três
Também anunciamos para os pró-
ximos anos Missão impossível 7 e 8, ou quatro precisariam
Dungeons and Dragons, baseado no
de tudo isso

game, e Rugrats, que vem da Para-
mount Animation.

Encontrar a melhor data para


um filme é fundamental. No
entanto, está cada vez mais Acho que precisa haver uma refle- vo, e encontrar um feriado que se
difícil encaixar lançamentos xão no mercado. Existem os gran- ajuste melhor ao público família,
no calendário devido à des filmes-evento, que vão sempre principalmente. Dora e a cidade
forte ocupação de alguns existir e ser esse fenômeno de mer- perdida, por exemplo, foi lançado
blockbusters. Como você avalia cado, mas não são todos assim. nos Estados Unidos em 9 de agos-
esse afunilamento do mercado?  to mas nós só lançamos no dia 14
O Brasil ainda é um mercado que Esse fenômeno não é restrito novembro, para aproveitar um fe-
tem poucas salas de cinema. Então, ao Brasil... riado nacional. Se eu lanço fora de
com esses grandes lançamentos, É um problema mundial, mas o férias, na segunda-feira os caras não
você tem dificuldade de acomodar Brasil tem uma média de quatro sa- me dão chance de dobrar, porque
os filmes não só na data de estreia, las por complexo, enquanto o Mé- é um filme família. Se o filme in-
mas também de mantê-los em car- xico, por exemplo, tem oito. Lá, o fantil foi bem na matinê, por que
taz. Do ponto de vista racional, cara consegue fazer lançamentos não dobrar nas matinês? Mas eles
quando você vê os resultados por gigantescos enquanto dá sequência já saem tirando sessão.
cinema de todos os filmes lançados ao filme que está em cartaz e ga-
com mais de mil salas, apenas três ou rante espaço para o que vai entrar A competição nunca esteve
quatro precisariam de tudo isso. Os a seguir. No Brasil, 350 complexos tão acirrada, mas, por outro
outros estariam bem com 800 salas, têm entre uma e três salas, e os lan- lado, nunca se faturou tanto
fazendo uma média alta e uma boa çamentos dos grandes filmes estão quanto neste ano - Vingadores -
NOVEMBRO 2019

dobra. Mas o que está acontecendo entrando em 650, 780 cinemas, o Ultimato (Disney), por exemplo,
hoje é que se lança muito grande e o que acaba criando uma situação de rendeu US$ 91 milhões no país.
filme sai muito rápido de cartaz. O concorrência muito forte.  Você diria que está bom só para
mercado está desorganizado.  alguns ou é uma fase?
O que a Paramount tem feito Acho que tem uma série de coisas
Há um exagero na definição de para driblar isso? que precisam ser avaliadas, princi-
tamanho dos lançamentos? Este foi um ano muito difícil — palmente a forma como os filmes
Se você olhar os top 5 das últimas quantos feriados tivemos durante a estão sendo programados. Quando
semanas, a diferença é enorme em semana, por exemplo? Muito pou- você pega um complexo de cin-
relação aos outros filmes que estão cos, quase todos caíram no sábado co salas e coloca todas exibindo o
REVISTA FILME B

entrando em cartaz. É um estran- ou domingo. Então é uma questão mesmo filme, você está mandando
gulamento dos filmes de potencial de oportunidade de data. A gen- uma mensagem para o consumidor:
médio, que poderiam entrar com te já não tem mais necessidade de meus cinemas só passam um filme
250, 300 salas, fazer uma carreira lançar o filme junto com os EUA, de cada vez. A gente está voltando
nos grandes mercados e, a seguir, o importante é encaixá-lo no mo- ao tempo em que o cara programa-
entrar nos mercados menores, mento mais adequado, que tenha va uma sala de 2.500 lugares e al-
onde fariam duas sessões por dia. menor concorrência do público-al- gumas sessões ficavam vazias, o que
24
“Por que está fazendo isso?”, ele
responde “É muito dinheiro”. Ago-
ra é, já depois... Não é um fenôme-
no daqui, isso acontece no México,
ENTREVISTA

acontece em outros países.

Como a Paramount tem lidado


com esse tipo de situação? 
Eu falei para a minha equipe fazer
o seguinte daqui para frente: todas
as nossas campanhas têm um avi-
so gigante dizendo “Somente nos
cinemas”. Como vou encaixar isso
em um painel de mobiliário urbano
eu não sei, mas nós vamos dar um
César: cronograma recheado de longas brasileiros até 2021 jeito, põe um negócio piscando, sei
lá. Não sou contra o streaming, in-
clusive, pelo contrário, pois eles são
deprecia o filme. Oferecendo uma Recife, e não afetaria em nada nossa clientes importantes da Paramou-
diversidade menor de produtos e operação. A gente só tem que viajar nt. A minha preocupação é que o
horários, o consumidor começa a se um pouquinho mais para São Pau- consumidor entenda claramente
afastar. [O cinema] é um produto lo. Hoje a comunicação é tão ágil e a mensagem do que é streaming e
de varejo que tem que estar disponí- digitalizada que não faz muita dife- o que é cinema. Precisamos fazer
vel na prateleira com fácil acesso ao rença. Mas nós também temos um alguma coisa para diferenciar essas
consumidor. Se isso não acontece, pé em São Paulo. Nosso setor de duas experiências. 
ele deixa de comprar o produto.  vendas fica lá, dentro do escritório
da Viacom. Nosso diretor de vendas A Paramount sempre investiu
Hoje temos à mão uma nova vem a cada 15 dias e eu vou para lá muito em produção nacional.
ferramenta, o tracking, que também a cada duas semanas. O que o cinema brasileiro
tem servido de respaldo representa na grade de
para o mercado. Na sua A Paramount tem planos de programação da distribuidora? 
opinião, ele é fundamental ou lançar sua própria plataforma Nós gostamos de participar do
supervalorizado? de streaming? mercado de coproduções. Até pou-
Hoje, é supervalorizado. O tracking Que eu saiba, não. Jim Gianopulos co tempo atrás, não tínhamos o
é um indicativo para medir a efici- diz que todo mundo está criando a artigo 3ºA, era só artigo 3º. Com
ência da campanha e fazer ajustes sua plataforma, mas quem já tem o 3ºA nós conseguimos expandir
NOVEMBRO 2019

quando necessário. Quando você streaming precisa de um fornece- um pouco mais a participação em
faz uma leitura, precisa entender dor, e esse fornecedor somos nós.  coproduções. Para este ano, ainda
que aqueles números têm um signi- temos 10 horas para o Natal, com
ficado. Sem esse conhecimento, eles Você enxerga a relação entre Luis Lobianco, que está filmado e
não fazem sentido. Às vezes o cara theatrical e streaming como lançamos em 5 de dezembro. Em
pega um tracking e manda para o competição? O cinema está 2020, tem Os salafrários, uma co-
exibidor, que não sabe qual é o mo- preparado para essa novidade? média com Marcus Majella e Sa-
mento da campanha, ou qual per- O cinema está, desde que não faça mantha Schmütz; O palestrante,
centual já foi ou será investido. propaganda do streaming, como com o Fábio Porchat; Cabras da
está acontecendo. Vou ao cinema e peste, com Edmilson Filho e Ma-
REVISTA FILME B

A Paramount continua sendo lá tem stand da Netflix e o último theus Nachtergaele; Tô ryca 2; e
a única major com escritório rolo de trailer é de um filme deles. A sogra perfeita, com a Cacau Pro-
central no Rio de Janeiro. Como O próprio exibidor está mandando tásio. Em 2021, tem Minha irmã
esse distanciamento geográfico a mensagem para o consumidor: e eu, com Tatá Werneck e Ingrid
em relação aos outros players “Fique em casa, não saia, não ve- Guimarães; A hora da escolha, com
afeta a operação? nha comprar pipoca aqui comigo.” Maisa Silva e Larissa Manoela; e a
Eu poderia estar em Campinas, em Aí eu ligo para o cara e pergunto biografia da Rita Lee.
26
A hora e
a vez de
FOMENTO

São Paulo
THAYZ GUIMARÃES

Prestes a completar cinco anos,


Spcine consolida políticas públicas que
ajudaram a tornar a capital paulista o
maior polo audiovisual do país

O Vale do Anhangabaú está em Spcine contemplou mais de 250


obras – ele é um dos 34 projetos de obras, incluindo longas, curtas,
requalificação do centro da cidade séries e games; investiu quase R$
de São Paulo anunciados pela pre- 60 milhões via editais de desenvol-
feitura. Considerada um dos cartões vimento, produção e distribuição;
postais da capital, a região históri- patrocinou 99 eventos; ofertou
ca compreendida entre os viadutos 32.486 sessões populares para mais
do Chá e Santa Ifigênia abriga uma de 1,5 milhão de pessoas; gerou
série de edifícios famosos, como o mais de 65 mil postos de trabalho
Martinelli e o Matarazzo (sede da e movimentou cerca de R$ 1,3 bi- ca de vídeo sob demanda do país,
prefeitura), o Theatro Municipal, lhão com filmagens no município. por onde já passaram 284 títulos,
NOVEMBRO 2019

o Shopping Light, o Banespa e o “Os números parecem inventados, a maioria disponível de forma gra-
Mosteiro de São Bento. Por ali, na mas não são”, atesta. tuita; e capacitação profissional, a
Rua Líbero Badaró, um arranha-céu exemplo do Sampa Criativa, que
de 112 metros de altura acomoda Criada em 2015, numa parceria formou 200 alunos na primeira
em um de seus 33 andares a sede da entre prefeitura, governo do estado turma este ano e já está com a se-
Spcine, empresa pública de cinema e Ministério da Cultura, a Spcine gunda edição em andamento.
e audiovisual que, apesar da atuação tem atuação ampla e se articula em
limitada à cidade, tem sua impor- seis frentes: o Circuito Spcine, que “Eu sabia que tinha muita coi-
tância reconhecida em todo o país, possui 20 salas “com qualidade de sa aqui, mas é muito mais do que
dado o vigor de suas iniciativas. shopping” em bairros periféricos eu imaginava”, conta Bodanzky,
REVISTA FILME B

da cidade; editais de fomento para que também se disse surpresa com


“A Spcine é uma empresa saudá- cinema, TV e games; patrocínios a capacidade de gestão da casa. “É
vel, você consegue trabalhar e levar a eventos; a São Paulo Film Com- um volume imenso [de trabalho],
os projetos adiante”, enfatiza a ci- mission, que cuida de tudo que en- mas dá para fazer. A equipe inter-
neasta Laís Bodanzky, atual direto- volve a liberação de filmagens em na é muito motivada e, além disso,
ra presidente da agência. Segundo espaços públicos da cidade; a Sp- existe uma compreensão da impor-
dados oficiais, em quatro anos a cine Play, única plataforma públi- tância do audiovisual por parte da
30
Fotos : Flávio Florido

FOMENTO
Laís Bodanzky
na sede, no Vale
do Anhangabaú

prefeitura. Temos apoio da Secreta-


ria de Cultura, mas todas as outras CIRCUITO SPCINE REVISTA FILME B
secretarias estão de portas abertas.”
Inaugurado em março de filmes de gênero exibidos em
2016, o Circuito Spcine é a maior festivais, passando por vasta
CÉU DE BRIGADEIRO rede de salas públicas de cinema do programação infantil – e é feita sob
Brasil, com 20 unidades espalhadas medida, de modo a se adequar ao
Diretora, produtora e roteirista por bairros periféricos da cidade de perfil de cada bairro.
conhecida por títulos como Bicho São Paulo, sendo cinco delas em
de sete cabeças (2000) e o recente equipamentos culturais e 15 em Em julho de 2018, pouco mais de
Centros Educacionais Unificados dois anos após o início das atividades,
Como nossos pais (2017), Laís Bo-
(CEUs). Nos centros culturais, os o Circuito Spcine já tinha atraído 1
danzky assumiu a direção da casa ingressos custam até R$ 4, e nos milhão de espectadores. Agora, o
em março deste ano, num período
NOVEMBRO 2019

CEUs o bilhete é gratuito. acumulado é de 1,5 milhão. “As salas


bastante conturbado para a cultu- são populares, mas têm qualidade
ra no país, em que interferências e A periodicidade das sessões de shopping, com som Dolby
indefinições políticas no setor já da- varia entre três e seis vezes por Surround e projeção digital”, explica
semana, dependendo da sala, com Laís Bodansky. “A gente leva cinema
vam sinais da crise que se revelaria três horários por dia. A curadoria para espaços da cidade carentes de
logo a seguir, com o cancelamento é mista – inclui desde grandes entretenimento, onde o shopping
dos patrocínios de empresas estatais, lançamentos internacionais até mais próximo fica a 12 km”.
as subsequentes paralisações da An-
31
cine, a ausência de nomeações para
o Conselho Superior de Cinema e
o Comitê Gestor do Fundo Seto-
rial do Audiovisual (FSA), o corte
FOMENTO

anunciado de 43% no orçamento


do FSA, entre outros.

Na contramão desse cenário,


Laís enxerga na capital paulista um
momento de grandes oportunida-
des. “A gente está no melhor mo-
mento do audiovisual da cidade.
São Paulo é responsável por 40%
da indústria audiovisual do país,
tanto do ponto de vista do consu-
mo como da produção”, informa.
“Não estamos vivendo uma crise;
ao contrário, a gente brinca que está
batendo o bumbo”. De acordo com
a diretora, para o próximo exercício
(2019/2020) já está garantido um
pacote de editais no valor recorde de
R$ 27 milhões, sendo R$ 7 milhões
de investimento direto e R$ 21 mi-
lhões vindos da linha de Arranjos
Regionais da Ancine.

“O [Alfredo] Manevy e o Mau-


rício [Andrade] passaram o bastão
[da presidência] muito bem. Esse
foi um dos motivos que me levaram
a aceitar o convite do Alê Youssef
[secretário de Cultura de São Pau- Laís: R$ 27 milhões em
lo] para assumir o cargo”, comen- editais para 2019/2020
ta. Todavia, pondera que sempre é
possível melhorar: “Que casa não
NOVEMBRO 2019

precisa ser arrumada?”, brinca Laís.


“A gente percebe, por exemplo, que contar que tudo o que a gente faz funcionamento da empresa: rea-
ainda falta fazer uma campanha aqui é importante para a economia tivou o comitê consultivo, lançou
para o morador, para o transeunte, e a cultura”, declara. “A gente não um plano de políticas afirmativas,
para que eles entendam que filmar está falando só do setor audiovisu- criou um observatório do setor au-
é importante, não é só motivo de al, estamos falando dos setores ane- diovisual e separou novamente as
orgulho, mas é economia também.” xados direta e indiretamente. Tem diretorias – durante o mandato de
uma matemática que diz: para cada Maurício Andrade (2017-2018), a
Segundo a diretora presidente, pessoa empregada, você está empre- diretoria de desenvolvimento e po-
um dos objetivos de sua gestão é, gando mais três indiretamente.” líticas públicas foi absorvida pela
REVISTA FILME B

justamente, divulgar mais e melhor presidência. Agora o cargo é ocu-


as ações promovidas pela Spcine. ORGANIZAR PARA AVANÇAR pado por Malu Andrade, enquanto
“As pessoas muitas vezes acham que Luiz Toledo coordena a diretoria
o que é público não tem qualidade. Em poucos meses na presi- de parcerias estratégicas.
Precisamos colocar holofote nos dência, Laís Bodanzky conseguiu
projetos incríveis que a Spcine tem, pôr em prática algumas decisões Entretanto, Bodanzky, que diz já
dar um choque de comunicação, importantes para a dinâmica de ter se acostumado às burocracias da
32
mitê consultivo, que conta com a apoios para mostras e festivais sem-
SÃO PAULO FILM participação externa de 20 institui- pre foram decididos em reuniões
COMMISSION ções relacionadas ao setor, entre elas individuais”, explica a presidente
associações de produtores, distribui- da agência, que anunciou um novo

FOMENTO
Com pouco mais de três dores e exibidores e representantes formato para o ano que vem. “Va-
anos de existência, a São Paulo de escolas de cinema, de venda de mos convidar um júri da sociedade
Film Commission já é a maior equipamentos e do mercado de ga- e, provavelmente, representantes
film commission do país e a
mes. “É uma reunião maravilhosa, da casa também, para ficar mais
segunda maior da América
Latina, perdendo apenas para a gente conta o que está fazendo e claro quais são os critérios [de ava-
a da Cidade do México. Por escuta as demandas”, explica Bo- liação], por que um evento recebe
meio dela são viabilizadas cerca danzky. “Também fazemos reuniões valor diferente de outro”.
de mil produções e mais de três individuais, principalmente quando
mil diárias anuais na cidade de vamos desenhar um edital”. APOIO A CINECLUBES
São Paulo, incluindo séries,
filmes e publicidade.
Outra ferramenta criada pela Também está no horizonte da
Destacam-se aí os títulos Spcine para orientar as políticas empresa a ampliação de seu circui-
internacionais, que somam públicas no âmbito do audiovisual to de salas populares, embora ainda
42 até o momento, entre no município foi o observatório. não haja nenhum projeto em an-
eles Sense8 e Black mirror, da
Lançado em outubro deste ano, damento. Por enquanto, os esfor-
Netflix, e Conquest, estrelada
por Keanu Reeves. Somente ele reúne pesquisas já apresentadas ços têm se concentrado em apoiar
esta última deslocou uma pela agência e também por outras o movimento cineclubista da ci-
equipe de mais de 700 pessoas entidades, públicas e privadas, e dade, que recentemente ganhou
para a capital paulista, a maior que não necessariamente têm na novo fôlego com o lançamento de
operação já administrada pela uma chamada pública. Segundo a
capital paulista o foco do estudo,
São Paulo Film Commission.
mas que, em alguma medida, a tan- agência, eles receberam 400 ins-
“A Film Commission é genciam em seus dados, a exemplo crições para 12 cineclubes realiza-
a cereja do bolo, ela chama a de estudos feitos pela Ancine e pela rem sessões em equipamentos da
atenção da população desavisada, Firjan e mapeamentos de festivais e prefeitura. “Curioso, não é? Tem
que não é do nosso setor, e consultorias especializadas. uma turma grande por aí bastan-
traz muitos recursos”, ressalta
Laís Bodansky, “Ela também
te interessada”, comenta Laís. De
é fundamental para tirar essa De acordo com Bodanzky, o acordo com ela, as exibições terão
imagem de que São Paulo não próximo passo é investir em pes- curadoria independente, mas vali-
tem infraestrutura, não tem quisas encomendadas pela própria dada pela Spcine.
equipe, não tem cenário”. Spcine, com recortes direcionados
para São Paulo. “Faz parte do nosso Em curso desde o final de setem-
orçamento e objetivo desenvolver bro, o plano de políticas afirmati- REVISTA FILME B
pesquisas específicas para a cida- vas para o audiovisual é mais uma
máquina pública, acredita que a ta- de, porque não temos esses dados. iniciativa da agência que promete
refa mais importante foi conseguir Hoje a gente consegue se apoiar em fazer a conexão entre os investi-
integrar as equipes, que somam 36 recortes de outras pesquisas, mas mentos em mercado e em desen-
funcionários, para garantir o fun- não é exatamente o que a gente volvimento social, por meio de co-
cionamento harmônico das mui- precisa”, argumenta. tas para mulheres e pessoas negras
tas engrenagens e potencializar as e na formação desses profissionais,
ações propostas em cada divisão. SOCIAL E TRANSPARÊNCIA incluindo bolsas para participar de
“Começamos a fazer reuniões se- programas internacionais de quali-
manais conjuntas, com os coorde- Além de investir no corpo a cor- ficação. “São ações que a gente faz
NOVEMBRO 2019

nadores de todas as áreas, inclusive po com o setor audiovisual, a nova justamente para garantir a inclusão
jurídico e administrativo. Estava gestão da Spcine quer aumentar a e a diversidade na produção, nas
faltando articulação. As áreas pre- participação da sociedade civil nas escolhas dos projetos, júris, nas
cisam se complementar”, defende. tomadas de decisão da empresa ações específicas”, afirma Laís. “Po-
e, com isso, dar mais transparên- lítica afirmativa não custa dinheiro,
A cada dois ou três meses tam- cia aos critérios de distribuição de é só desejo, força de vontade e força
bém acontecem as reuniões do co- fomento. “Todos os patrocínios e política”, defende.
33
UM ‘HERMANO’
NA WARNER
PERFIL

THAYZ GUIMARÃES

Fotos: Flávio Florido

N
ão se deixe enganar
pelo estilo descon-
traído: cabelo “na
régua”, brinco alar-
gador nas orelhas, barba por fa-
zer e uma falha que se destaca na
sobrancelha esquerda, o famoso
risquinho, obsessão entre jogado-
res de futebol. Hernán Viviano, o
novo diretor geral da Warner no
Brasil, acumula mais de 20 anos
de experiência no mercado de cine-
ma (todos eles dedicados à major),
já trabalhou em diversos países
da América Latina e é um típico
workaholic. “Eu gosto de trabalhar,
eu amo segundas-feiras”, enfati-
za, em seu tom de voz expansivo,
acompanhado de gestos largos. 

Argentino de nascença, Viviano


assumiu o novo cargo em julho,
após o fim da joint-venture entre a
Fox e a Warner no país. Desde en-
tão, em suas falas, tem reafirmado
a necessidade de aumentar a inte-
NOVEMBRO 2019

gração com os diferentes mercados


regionais, a expansão do line-up de
filmes brasileiros da distribuidora e
o estabelecimento de novas parce-
rias com produtores, exibidores e
também distribuidores locais. Par-
ceria, aliás, é uma palavra que Vi-
viano adora usar - foram 25 vezes
na entrevista ao Filme B.
REVISTA FILME B

Outra marca que sua gestão já


imprimiu por aqui nestes poucos
meses de trabalho é a disposição
para peregrinar pelos quatro can-
Hernán: 20 anos de experiência em
diversos mercados, como Peru e Chile tos do país e conhecer cada player
pessoalmente. Entusiasmo não

36
Argentino de nascença, Hernán Viviano
assume a direção geral da distribuidora
no Brasil, trazendo na bagagem vasta

PERFIL
experiência na América Latina

falta ao executivo: “Trabalhei por res eram os Capuletos e os Montec-


cinco anos no Peru, dez no Chile chios. Acho isso muito ruim e sem
e também fiz um treinamento na razão de ser. Temos um matrimô-
Colômbia. Gosto de dizer que eu nio, não podemos divorciar, preci-
sou um cigano da cinematografia”. samos trabalhar juntos de verdade
Na entrevista abaixo, Viviano faz e buscar vantagens para as duas
um panorama dos próximos passos partes, um win-win. Nesse senti-
da distribuidora e antecipa as me- do, viajar é fundamental. Como
tas futuras de sua gestão.  sou estrangeiro, preciso conhecer
a cultura de cada região do Brasil,
Como têm sido esses seus porque são muito diferentes. Você
primeiros meses à frente da precisa conhecer essas particulari-
Warner no Brasil?  dades para entender melhor o país
Estou viajando muito. Fui para e buscar parcerias regionais.
Botucatu, Santos, Curitiba, Rio de
Janeiro, Porto Alegre, Belo Hori- Essa articulação regional é
zonte, Florianópolis... Acho que a uma das marcas que você quer
regionalização é muito importante. deixar?
Falo que o Brasil é um continen- Eu não gosto de falar em “deixar
te, não um país. E minha paixão é uma marca”, eu gosto de trabalhar.
a distribuição. Eu adoro trabalhar Cinema é minha paixão, e adoro
com vendas, falar com exibidores, segundas-feiras. Nós temos uma
gerentes de cinema, gerar parcerias bendição de trabalhar com o que
locais com marcas de cada região,
conhecer os jornalistas e influen-
ciadores de cada região. Estamos
gostamos.

Os últimos anos foram de


“Quando comecei, REVISTA FILME B
viajando com o departamento de mudanças intensas para o
vendas, de trade market, de marke- mercado, com o fortalecimento muitos anos atrás,
ting e de imprensa juntos, para ge- do streaming, a fusão de grandes
rar parcerias diferentes. Eu adoro estúdios e conglomerados, etc. os exibidores e
essa palavra: parceria. Eu quero ser Você acha que a união do setor
parceiro dos exibidores, dos jorna- é importante agora? distribuidores eram
listas, dos produtores locais...  O negócio está mudando, mas
ainda é o mesmo. Faço isso há 21 os Capuletos e
Quando você fala em anos, conheço a velha e a nova es-
estabelecer parcerias, você cola. Nós temos que buscar o me- Montecchios. Acho
NOVEMBRO 2019

se refere a um movimento da lhor das duas e, outra vez, trabalhar


empresa ou acha que é algo em parceria. Eu ouvi falar de crise, isso muito ruim e sem
que o mercado como um todo mas o negócio está maravilhoso,
precisa buscar? temos ano recorde outra vez. Acho razão de ser
Quando eu comecei, muitos anos que temos que mudar a maneira de
atrás, os exibidores e os distribuido- pensar, focar [mais] no consumi-
” 37
dor, no que ele está buscando. Você As ferramentas da tecnologia São espectadores que gostam de
não pode ir contra a vontade dele. são importantes hoje para uma animação e de filmes familiares. O
distribuidora? terror também é um sucesso em to-
Como você avalia esse novo Agora temos muitos dados, nós co- dos os países da região, e os filmes
PERFIL

momento? nhecemos o consumidor melhor. nacionais dependem do ano (tem


Nós vivemos essas mudanças há Então podemos comunicar de uma anos bons e ruins em todos os pa-
muitos anos. Vamos ter mais con- forma diferente para ele. Você sabe íses da região). Talvez a diferença
centração, mas o mercado é o que o que ele [o consumidor] está assis- do Brasil para outros mercados seja
é, temos que conviver com essas tindo, onde, como, se é legendado que aqui amamos super-heróis. Ar-
muitas possibilidades alternativas. ou dublado, que horário prefere… gentina, Chile e Peru, nem tanto.
Precisamos trabalhar também em Você sabe se tem um público mais Se você vir os números da DC, o
parceria com outros distribuidores, jovem ou mais adulto, mais mu- Brasil é sempre o segundo ou ter-
para ser uma indústria mais sólida, lheres ou homens. Pode preparar ceiro maior país do mundo.
mais potente, melhor para todos. peças especiais para cada público,
regionalizar as campanhas.  Nos últimos anos, a Warner tem
Este ano, houve muito debate trabalhado com uma média de
sobre a concentração de salas Você acumula experiência dois lançamentos nacionais
dos principais blockbusters, em vários países da América por ano no Brasil. Há planos de
o que teria prejudicado o Latina. Há mais diferenças expandir essa cartela? 
desempenho dos filmes ou semelhanças entre esses Agora temos uma equipe própria
independentes. Como a Warner mercados regionais? [para cuidar das produções locais].
se posiciona nessa disputa?  Acho que o cenário argentino e São duas pessoas, um diretor e uma
Eu gosto de ter muita variedade nos brasileiro têm semelhanças impor- gerente, e estamos trabalhando um
cinemas. Entendo que se o consu- tantes, principalmente porque têm line-up forte com as principais pro-
midor quer It, você tem que dar It menor concentração e são merca- dutoras do país para complemen-
para ele. Mas se você tem cinemas dos maiores. Na Argentina temos tar os nossos lançamentos e buscar,
de dez, 12, 15 salas, então precisa 200 exibidores independentes, no também, oportunidades dentro do
ter variedade. Essa é uma grande Brasil há mais, entre 200 e 250. É que ainda nos falta. [A ideia é] ter
vantagem do cinema digital. E a muito diferente se você compara três filmes no próximo ano, quatro
Warner também tem muitos filmes com o Peru, que é muito concen- em 2021, cinco em 2022. 
pequenos e médios que são desafia- trado. Lá, as três principais cadeias
dores: A grande mentira, Brooklyn de exibição detêm 93% do mer- A produção local é estratégica
- Sem pai nem mãe. Então, esta- cado. No Chile, as três principais para a Warner? 
mos trabalhando em parceria com concentram 95%, na Colômbia, Acho que é um dos dois ou três pi-
os exibidores para fazer estratégias quase 100%, no México, são duas lares mais importantes [para a War-
diferentes, ter maior sustentação e empresas fortes.  ner], porque nos dá visibilidade
NOVEMBRO 2019

fazer com que o boca a boca desses no território. Além disso, estamos
filmes funcione melhor.  E os perfis de público? falando a mesma linguagem que o
O público geralmente é similar. consumidor, contando histórias e
fazendo parte da cultura brasilei-
ra. Eu adoro o cinema brasileiro e

“Se você tem cinemas de dez, 12, 15 salas, acho que ele é fundamental para
a nova Warner. Sempre trabalhei,
em minha carreira, com produções
locais, não somente produtos mais
então precisa ter variedade. Essa é uma grande comerciais. Trabalhei com Andrés
REVISTA FILME B

Gulles e Pablo Larraín no Chile,


vantagem do cinema digital. A Warner tem com Juan José Campanella na Ar-
gentina, com os maiores e melho-
muitos filmes pequenos e médios desafiadores res diretores da região. Agora gos-


taria muito de fazer o mesmo com
diretores importantes do Brasil. 

38
PERFIL
Regionalizar: diretor
defende cinema local

Como é o processo de seleção a viajar? É muito difícil, mas sempre não gosto de falar em criar uma
de filmes locais da Warner? foi uma questão que nós, na Améri- audiência, porque estamos em ano
Os profissionais de criação ca Latina, quisemos explorar. recorde. Nós temos é que conectar
procuram vocês ou a equipe melhor os filmes nacionais com
da distribuidora é que vai em O filme argentino viaja melhor essa audiência. 
busca de projetos? que o nosso…
Nós procuramos, eles nos procu- Eu não sei se viaja melhor. Tem que Você acha que o preço do
ram, é tudo isso, igual aos nossos analisar como se comportam filmes ingresso atrapalha no mercado
estúdios nos Estados Unidos. Nós específicos de diretores. Porque eu brasileiro? 
podemos falar com um diretor di- lembro de Cidade de Deus, Central Depende da região. Não gosto mui-
retamente, um roteirista ou pre- do Brasil, Diários de motocicleta, to de falar do preço, creio que cada REVISTA FILME B
parar um projeto especial para um de todos esses filmes que eu ado- exibidor conhece muito bem [a sua
ator ou para uma turma de atores. rava. A discussão talvez seja como praça]. E se você revisa os preços de
Temos diversas possibilidades de trabalhar melhor [esses filmes]. Eu cada região, são completamente di-
colaboração. Pretendemos trabalhar ferentes no Brasil. O que eu gosto
com franquias, filmes animados, é de ver o cinema cheio, com gente
infantis, adolescentes, [filmes] mais
adultos, artísticos. Obras-primas
também, por que não? Você tem
“O cinema nasceu feliz, comendo pipoca, família in-
teira, namorados. Então nós temos
que trabalhar juntos, em parceria
que dar oportunidade aos novos - desculpe a palavra, mas gosto de
criadores e aos novos talentos, tra- como uma diversão falar em parceria - com o exibidor
NOVEMBRO 2019

balhar diferentes filmes que tenham para isso. Se podemos fazer pro-
a ver com cada região do país. Estou popular e precisa moções, fazemos, porque não tem
agora aprendendo essa diferença, sentido ter ingresso muito alto e
dos filmes que têm resultado me- continuar sendo o cinema vazio. O cinema nasceu


lhor no Norte, no Nordeste, no Sul. como uma festa popular e precisa
Quem sabe os filmes não começam continuar sendo. 

39
Os donos
EXIBIÇÃO

do mercado
PAULO SERGIO ALMEIDA

AMPLO DOMÍNIO DA CINEMARK NA CAPITAL


SÃO PAULO SHARE DE RENDA
CINEMARK 57,1%
CINÉPOLIS 9,7%
UCI 8,3%
ESPAÇO ITAÚ 6,4%
KINOPLEX 4,3%
PLAYARTE 4,2%
ARAÚJO 2,1%
MOVIECOM 2,0%
CINESYSTEM 1,5%
RESERVA CULTURAL 1,1%
CINEFLIX 1,0%
BELAS ARTES 0,9%
OUTROS 1,4%

SÃO PAULO CAPITAL


(DE 1/1 A 31/7)

 RENDA: R$ 293,3 milhões


NOVEMBRO 2019

 PÚBLICO: 14,3 milhões


A Cinemark teve, em São Paulo, Já a UCI, com três complexos
capital número um do Brasil, a maior e 26 salas, bem localizadas e de  P.M.I.: R$ 20,38
participação de mercado nos primei- alto padrão, mas com p.m.i. de R$
ros sete meses do ano, detendo 57,1% 18,75, é a terceira em renda e se-  CINEMAS: 53
de share de renda. Graças a seus 23 gunda em público (9% de share).
complexos e 173 salas na capital, a  SALAS: 342
concentra 55,8% do público, com O Espaço Itaú, com seu mix de
uma média de ingresso de R$ 20,86. programaçã ode arte e comercial, é  MÉDIA RENDA
REVISTA FILME B

POR SALA: R$ 852.885


quarto em renda e público (6,9%)
A Cinépolis (p.m.i. de R$ 25,17), São três cinemas e 25 salas.
 MÉDIA PÚBLICO
segundo em renda, está em terceiro POR SALA: 41.857
de público, com 7,9% de share. São Com o p.m.i.m mais alto da ca-
três cinemas e 24 salas na capital pau- pital (R$ 26,18), o Kinoplex ocupa  INGRESSOS
lista, incluindo as do JK Iguatemi. o quinto lugar em renda e sexto em P/ CAPITA: 0,85
público (3,3%). São 19 salas.
42
A
pesar dos fortes e cres- A partir da recente safra de ouro, Como nosso critério de classi-
centes investimentos dos com os sucessos recordes da marca ficação habitual é renda, os grá-
grupos estrangeiros na Disney confirmados nos primeiros ficos que acompanham o estudo

EXIBIÇÃO
exibição brasileira, quan- sete meses deste ano, apresenta- das próximas páginas refletem esse
do analisamos o mercado por região, mos aqui um levantamento tendo market share. Para complementar,
o panorama nos mostra exibidores como critério a renda obtida pelos além da renda, informamos o share
nacionais na liderança de vários ter- maiores exibidores nas dez maiores de público, total de cinemas e salas,
ritórios. Isso revela que o setor está capitais do Brasil, de 1º de janeiro entre outros dados complementa-
em evolução e que muitas mudanças até 31 de julho de 2019, data de res úteis. Nossa fonte é o Filme B
podem ocorrer nos próximos anos. fechamento desta reportagem. Box Office Brasil.

KINOPLEX É CAMPEÃ NA SHARE DE RENDA

CAPITAL RIO DE JANEIRO KINOPLEX


UCI
34,5%
16,3%
CINEMARK 15,4%
CINESYSTEM 13,9%
UCI / KINOPLEX 6,9%
GRUPO ESTAÇÃO 5,1%
ARAÚJO 3,0%
ESPAÇO ITAÚ 2,1%
CINÉPOLIS 1,9%
GRUPO CASAL 0,6%
OUTROS 0,2%

RIO DE JANEIRO
CAPITAL
(DE 1/1 A 31/7)

 RENDA: R$ 177,6 milhões REVISTA FILME B

 PÚBLICO: 9,7 milhões


O tradicional grupo Severiano Ri- tiplex no Rio, ocupa a terceira po-
beiro, hoje Kinoplex, domina o mer- sição, também em público, com  P.M.I.: R$ 18,20
cado no estado. Na capital, alcançou 15,1% de share. São 39 salas.
34,5% da renda e 33,5% do público  CINEMAS: 45
com 61 salas em pontos estratégicos. A Cinesystem fica em quarto.
Chegou à cidade em 2005, no  SALAS: 221
Em segundo, também em pú- Recreio Shopping. Hoje, tem seis
blico (15,3%), vem o UCI, com cinemas, 39 salas, e detém 14,6%  MÉDIA RENDA
NOVEMBRO 2019

POR SALA: R$ 803.626


três complexos: o NY City Center, do público. É onde está seu maior
maior megaplex do Brasil (com 18 share entre as dez maiores capitais.
 MÉDIA PÚBLICO
salas); o UCI/Kinoplex Norte Sho- POR SALA: 41.167
pping (dez salas); e UCI Park Cam- A joint-venture UCI/Kinoplex
po Grande (sete salas). tem, no Rio, apenas o UCI Kinoplex  INGRESSOS
Norte Shopping, com dez salas. É P/ CAPITA: 0,69
A Cinemark, pioneira dos mul- quinto em renda e público (7,4%).
43
CINEART LIDERA COM FOLGA
EM BELO HORIZONTE
EXIBIÇÃO

Sete exibidores estão presentes colocação, com 25,7% de públi-


na capital mineira, mas a tradi- co, em seus três cinemas e 24 sa-
cional Cineart há muitos anos las; a Cinépolis, em terceiro, com
vem mantendo a liderança abso- 8,7% de público, com um cinema
luta de renda e público. Com sete de seis salas. No quarto lugar tam-
cinemas e 41 salas na região, este bém está um exibidor local, Cine
ano a esmpresa somou 54,2% de TJ, com um complexo de seis salas
BELO HORIZONTE
público, ou seja, pouco mais da no Pampulha Mall, com share de
metade do mercado. 7,2% de público. Em quinto, vem (DE 1/1 A 31/7)
o Circuito Cinearte, dono de um
A Cinemark vem na segunda share de 2,2% de público.  RENDA: R$ 51 milhões

 PÚBLICO: 3,2 milhões

SHARE DE RENDA  P.M.I.: R$ 15,48

CINEART 51,6%  CINEMAS: 15

CINEMARK 32,1%  SALAS: 85

 MÉDIA RENDA
POR SALA: R$ 607.566

 MÉDIA PÚBLICO
POR SALA: 39.261

 INGRESSOS
P/ CAPITA: 0,76
NOVEMBRO 2019

CINÉPOLIS 9,8%

CINE TJ 3,3%

CIRCUITO CINEARTE 1,9%

SERCLA 1,3%
REVISTA FILME B

44
UCI VENCE DISPUTA ACIRRADA EM CURITIBA

EXIBIÇÃO
SHARE DE RENDA

UCI 29,6%

CINEMARK 27,7%

CINESYSTEM 14%

CINEPLUS 12,6%
CURITIBA
CINÉPOLIS 12%
(DE 1/1 A 31/7)
ESPAÇO ITAÚ 2,8%
 RENDA: R$ 49,8 milhões REVISTA FILME B
OUTROS 1,2%
 PÚBLICO: 2,8 milhões

A partir da inauguração do pri- com 25,4% de público na capital  P.M.I.: R$ 17,33


meiro multiplex da UCI em Curi- em seus dois cinemas e 16 salas, se-
tiba em 1997, o segundo do Brasil, guida da Cinesystem, com 18,7%  CINEMAS: 16
o panorama da exibição na cidade de público, em seus três cinemas e
começou a se modificar, e seu mer- 16 salas. Em quarto, vem a exibi-  SALAS: 91
cado hoje encontra-se disputadíssi- dora local Cineplus, com 16,9%
 MÉDIA RENDA
mo. Mas a liderança continua com de público, graças a seus três cine-
NOVEMBRO 2019

POR SALA: R$ 560.000


a UCI, que possui dois comple- mas e 12 salas. Em quinto vem a
xos e 19 salas na cidade, incluin- Cinépolis, com 6,5% de público.  MÉDIA PÚBLICO
do a programação de um cinema A rede mexicana conta com dois POR SALA: 32.311
IMAX, com um share de público complexos e 16 salas. Em agosto,
de 28,4%. Muito próximo, em foi inaugurado mais um complexo  INGRESSOS
segundo lugar, vem a Cinemark, da marca, com oito salas. P/ CAPITA: 0,67

45
KINOPLEX TAMBÉM É
DESTAQUE EM BRASÍLIA SHARE DE RENDA
EXIBIÇÃO

KINOPLEX 46,4%

CINEMARK 33,1%

Brasília tem uma condição


muito especial por ser quase uma ESPAÇO ITAÚ 10,1%
cidade-estado, com uma popula-
ção de alto poder aquisitivo, e um ARCOPLEX 3,7%
mercado que vem crescendo a cada
CULTURA LIBERTY MALL 2,8%
ano. Há bastante tempo na cidade,
a marca Kinoplex detém quatro MULTICINE CINEMAS 2,2%
NOVEMBRO 2019

complexos e 26 salas, liderando o


market share em renda e em públi- STARK´S CINEMA 1,7%
co com 48,6%, um alto patamar.

Em segundo lugar vem a Cine-


mark, com seus dois complexos e
19 salas, que propiciam um share
de público de 28,7%. Em terceiro,  SALAS: 69
o Espaço Itaú de Cinema, que pos-
BRASÍLIA (DE 1/1 A 31/7)
sui um complexo de nove salas, res-
REVISTA FILME B

 RENDA: R$ 47,3 milhões  MÉDIA RENDA POR SALA:


ponsável pelos seus 9,3% de públi- R$ 686.025
co. A quarta posição é do Arcoplex,  PÚBLICO: 2,5 milhões
4,7% de público, num cinema de  MÉDIA PÚBLICO POR SALA:
quatro salas, seguido pelo Cultura 37.022
 PMI: R$ 18,53
Liberty Mall, com 2,8% de públi-
co, em quatro salas.  INGRESSOS P/ CAPITA: 1,16
 CINEMAS: 11
46
UCI/ORIENT
DOMINA
SALVADOR

EXIBIÇÃO
O grupo Orient já dominava o SHARE DE RENDA
mercado de Salvador quando esta
capital só contava com cinemas
populares de rua e em shoppin-
gs. Quando a joint-venture UCI/ UCI / ORIENT 41,9%
Orient chegou em 1998, levando
CINÉPOLIS 27,5%
o conceito multiplex para o anti-
go Shopping Iguatemi, mais tarde
renomeado Shopping da Bahia,
formaram uma parceria das mais
bem-sucedidas, tornando-se líder
de público e de bilheteria durante
muitos anos. A UCI/Orient ocupa
com folga o topo do mercado na
cidade, com 43,8% de público em
seus três cinemas e 26 salas.

Na segunda colocação vem a


Cinépolis, com 27,1% de público
em seus dois cinemas e 17 salas,
seguida de perto pela Cinemark,
com 20,4% de público em seu ci-
nema de dez salas. Em quarto está
a Sercla, com 2,2% de público, se-
guido pelo Espaço Itaú de Cinema,
na quinta posição, com 1,7% de
share em suas quatro salas.

CINEMARK 25%

SERCLA 1,9% REVISTA FILME B

ESPAÇO ITAÚ 1,4%

MOBI CINE 1,3%

SALADEARTE 1%

SALVADOR (DE 1/1 A 31/7)  SALAS: 68

 MÉDIA RENDA POR SALA:


NOVEMBRO 2019

 RENDA: R$ 46,3 milhões


R$ 681.453 
 PÚBLICO: 2,6 milhões
 MÉDIA PÚBLICO POR SALA:
38.487
 P.M.I.: R$ 17,71
 INGRESSOS P/ CAPITA: 1,09
 CINEMAS: 13
47
CINÉPOLIS É LÍDER EM FORTALEZA
Em Fortaleza, nos últimos anos, UCI Shopping Parangaba, de seis
EXIBIÇÃO

a Cinépolis abriu três complexos e salas, concentrando um share de


passou a liderar o mercado, com público de 11,9%, seguida do Ki-
36,7% de público em suas 21 salas. noplex, com seu cinema também
de seis salas no NorthShopping,
A parceria UCI/Kinoplex ocu- que detém 9,3% de público. Em
pa o segundo lugar, com 23,7% de quinto, vem a Centerplex, com
share de público, em suas 12 salas. 8,9% de público em seus dois
A UCI situa-se em terceiro, com o complexos e 11 salas.

SHARE DE RENDA
FORTALEZA
(DE 1/1 A 31/7)
CINÉPOLIS 40,9%
 RENDA: R$ 46,1 milhões
UCI / KINOPLEX 26,6%
 PÚBLICO: 2,8 milhões

 PMI: R$ 16,43

 CINEMAS: 13

 SALAS: 68

 MÉDIA RENDA POR SALA:


R$ 678.629 

 MÉDIA PÚBLICO POR


SALA: 41.305

 INGRESSOS P/ CAPITA:
0,94
NOVEMBRO 2019

UCI 11,7%

KINOPLEX 7,1%
REVISTA FILME B

CENTERPLEX 6,8%

CINEMAS BENFICA 4,2%

ARCOPLEX 2,7%

OUTROS 0,1%

48
UCI/KINOPLEX PREVALECE
EM RECIFE
EXIBIÇÃO

Em Recife, a parceria UCI/Ki- SHARE DE RENDA


noplex tem ampla liderança tanto
na renda quanto no público (share
de 57,2%), o maior domínio de
um grupo exibidor em uma capi-
tal. São quatro cinemas e 29 salas.

Em segundo lugar, vem a Ci-


nemark, com uma fatia de 27,3%
do público, graças a suas 12 salas.
Na terceira posição, vem o grupo
Kinoplex, com 10,4% de share de
público em suas seis salas. A cadeia
exibidora PMC/Moviemax, com
quatro salas, aparece em quarto,
com share de público de 4,8%.

RECIFE UCI / KINOPLEX 56,9%


(DE 1/1 A 31/7)
CINEMARK 31,6%
 RENDA: R$ 39,9 milhões
NOVEMBRO 2019

KINOPLEX 7,8%
 PÚBLICO: 2,1 milhões

 P.M.I.: R$ 18,20 PMC CINEMAS 3,6%

 CINEMAS: 11 OUTROS 0,2%

 SALAS: 54

 MÉDIA RENDA POR SALA:


REVISTA FILME B

R$ 738.942 

 MÉDIA PÚBLICO POR


SALA: 40.603

 INGRESSOS P/ CAPITA:
0,75
50
GNC LIDERA Nos primeiros sete meses de 2019,
a GNC liderou em renda e público,
POR POUCO um share de 36,2% de público em
suas 18 salas, contra 32,9% da Ci-
EM PORTO

EXIBIÇÃO
nemark, em segundo lugar, com suas
24 salas. Na terceira posição, vem o
ALEGRE Espaço Itaú, com oito salas e 12,4%
de share de público. Em quarto lu-
Porto Alegre é uma das cidades gar, aparece a Cineflix, que com suas
que mais se transformaram com a cinco salas conquistou 6,6% de share GNC 38,4%
chegada do modelo multiplex no de público. Na quinta posição, surge CINEMARK 36,8%
país. Hoje é dona de um parque exi- a Cinépolis, com share de público de
bidor moderno, com a disputada li- 6,4% em suas quatro salas.
derança da GNC com a Cinemark.

SHARE DE RENDA

ESPAÇO ITAÚ 12,1%

CINEFLIX 5,1%

CINÉPOLIS 3,9%

ARCOPLEX 2,2%

CINEMAS GUION 1,0%

OUTROS 0,4% REVISTA FILME B

PORTO ALEGRE (DE 1/1 A 31/7)


 RENDA: R$ 35,5 milhões  MÉDIA RENDA
POR SALA: R$ 529.929 
 PÚBLICO: 2,3 milhões
NOVEMBRO 2019

 MÉDIA PÚBLICO
 P.M.I.: R$ 15,26 POR SALA: 34.723

 CINEMAS: 15  INGRESSOS P/ CAPITA: 0,64

 SALAS: 71

51
CINÉPOLIS SHARE DE RENDA

DOMINA
TAMBÉM EM
EXIBIÇÃO

MANAUS
CINÉPOLIS 32,9%

PLAYARTE 18,8%

O primeiro exibidor a se instalar ARAÚJO 12,7%


em Manaus com o modelo multi-
plex foi a Kinoplex, no Amazonas UCI 12,1%
Shopping, em 1993. Em seguida,
chegaram a Cinemark (2001), KINOPLEX 11,6%
a PlayArte (2010), a Cinépolis
(2013), a Araújo (2014), a UCI
(2015) e, mais recentemente, o CINEMARK 7,0%
Centerplex (2017).
NOVEMBRO 2019

CENTERPLEX 5,0%
A Cinépolis lidera este mercado
em renda e ingressos, com seus três
complexos de 26 salas. Seu share de
público é de 32,7%. A segunda co-
locação é bastante disputada entre
Cinematográfica Araújo (15,2% de  SALAS: 68
share de público, com seu comple- MANAUS (DE 1/1 A 31/7)
xo de seis salas) e PlayArte (14,9%,  MÉDIA RENDA
 RENDA: R$ 33,2 milhões
graças a seu complexo de dez sa-
REVISTA FILME B

POR SALA: R$ 504.024 


las). Em renda, a Playarte supera
 PÚBLICO: 2,2 milhões
a Araújo. Em quarto vem a UCI,  MÉDIA PÚBLICO
com 12,4% de share de público em POR SALA: 34.441
 P.M.I.: R$ 14,63
suas oito salas, e em quinto o Ki-
noplex, que conta com cinco salas  INGRESSOS
 CINEMAS: 9 P/ CAPITA: 0,94
e uma fatia de 11,5% do público.

52
Os 10 maiores
exibidores do Brasil

EXIBIÇÃO
Veja abaixo outro recorte do CINEMARK: A CAMPEÃ DO PAÍS CINÉPOLIS: A LÍDER EM
mercado brasileiro, focado nas 10 A americana Cinemark, com 86 EXPANSÃO
maiores empresas exibidoras, que cinemas e 636 salas, tem sido a Em seguida, em constante cresci-
concentraram 76,9% do total de grande líder nestes últimos anos, mento, vem a mexicana Cinépo-
renda, 73,1% do total de espec- e nos primeiros sete meses do ano lis, com 55 cinemas e 411 salas
tadores e representam 60,3% do mantém um share de 26,9% de espalhadas por 20 estados e 40
total de salas do país. A base para renda e 23,3% de público. Está cidades. Seu perfil mostra diversi-
análise é o mesmo período do es- presente em 18 estados e 48 cida- dade, mas também concentra seus
tudo das páginas anteriores: de 1º des do país. O estado de São Paulo investimentos no estado de São
de janeiro a 31 de julho de 2019. é seu foco principal, onde concen- Paulo, tanto no interior quanto na
tra sua maior renda, seja na capi- capital, onde possui seu cinema
tal, seja no interior.  JK Iguatemi, complexo de exce-
lência com seis salas. 

MAIORES EXIBIDORES POR RENDA 2019


SHARE MÉDIA RENDA
TOP 10

EXIBIDOR RENDA (R$)


DE RENDA POR SALA (R$)
1 Cinemark 505.949.968 26,9% 795.519
2 Cinépolis 268.397.426 14,3% 656.228
3 Kinoplex 180.375.297 9,6% 867.189
4 Araújo 127.413.267 6,8% 827.359
5 UCI 94.792.096 5,0% 831.510
6 Cinesystem 86.556.497 4,6% 540.978
7 UCI / Kinoplex 56.034.445 3,0% 875.538
8 Moviecom 54.226.712 2,9% 502.099
9 Cineart 39.806.000 2,1% 552.861
10 GNC 35.155.520 1,9% 663.312
Período: 1 de janeiro a 31 de julho
O
Fonte: Filme B Box Office
REVISTA FILME B

MAIORES EXIBIDORES POR PÚBLICO 2019


SHARE DE MÉDIA PÚBLICO
TOP 10

EXIBIDOR PÚBLICO
PÚBLICO POR SALA
1 Cinemark 27.363.884 23,3% 43.025
2 Cinépolis 15.209.070 13,0% 37.186
3 Kinoplex 10.297.255 8,8% 49.506
4 Araújo 9.638.367 8,2% 62.587
5 UCI 5.310.616 4,5% 46.584
NOVEMBRO 2019

6 Cinesystem 5.297.347 4,5% 33.108


7 Moviecom 4.270.112 3,6% 39.538
8 UCI / Kinoplex 3.204.695 2,7% 50.073
9 Cineart 2.755.250 2,3% 38.267
10 Cineflix 2.539.498 2,2% 29.190
Período: 1 de janeiro a 31 de julho
o
Fonte: Filme B Box Office
53
KINOPLEX: A NACIONAL CINESYSTEM: PRIMEIRO CINEART: LIDERANÇA EM MG
NÚMERO UM CINEMA A LASER A Cineart é líder absoluta em
A Kinoplex atua em 18 cidades A Cinesystem, com 26 cinemas e público, renda e salas em Minas
do país, pertencentes a 11 estados 160 salas, em dez estados e 19 cida- Gerais, onde possui 12 cinemas e
EXIBIÇÃO

no Sudeste, Norte e Nordeste. Sua des do país, tem a melhor posição 70 salas, incluindo  uma IMAX, a
maior concentração de faturamen- no Rio de Janeiro, com 28% do fa- primeira no estado. A concentra-
to é no estado do Rio de Janeiro, turamento. Tem forte participação ção de faturamento é Belo Hori-
onde possui salas em quatro mu- em Curitiba, assim como em Flo- zonte, onde possui amplo domínio
nicípios, além da capital: Nova rianópolis, onde detém a primeira de mercado, em renda e público.
Iguaçu, São João de Meriti, Niterói colocação de renda e público. Seu Além da capital, está presente em
e Campos dos Goytacazes. A Kino- complexo Morumbi Town, de nove mais quatro cidades: Contagem,
plex possui 36 cinemas e 208 salas. salas, é o primeiro da América Lati- Betim, Pouso Alegre e Barbacena.
na com projeção exclusiva a laser, e
ARAÚJO: MELHOR MÉDIA DO sua sala principal foi considerada a GNC: MAIOR RENDA DO RS
MERCADO melhor de São Paulo em 2019 pelo Em renda, o GNC ocupa a décima
A Cinematográfica Araújo possui Guia da Folha. posição, dominando o estado do
30 cinemas e 154 salas em 27 ci- Rio Grande do Sul e sua capital,
dades de dez estados do país, sendo UCI/KINOPLEX: FORTE Porto Alegre, além de estar presen-
a maioria delas no interior de São PARCERIA te também em Caxias do Sul. Em
Paulo, onde é líder do mercado. Em seguida está a joint-venture Santa Catarina, outro estado em
Atua também no Rio de Janeiro formada pelas empresas UCI e que é líder, possui cinemas nas ci-
e Paraná, e destaca-se no cenário Kinoplex, uma união de tecnolo- dades de Joinville, Balneário Cam-
nacional com a melhor média de gia com experiência de mercado. boriú, Blumenau e Criciúma. Atu-
público por sala do país.  A parceria teve início com o UCI/ almente seu parque exibidor soma
Kinoplex Shopping Recife, em dez cinemas e 53 salas. 
UCI: MAIOR MEGAPLEX DO PAÍS 1998, e se consolidou com vários
A multinacional UCI se destaca outros complexos nesta capital e CINEFLIX: DÉCIMA EM PÚBLICO
por cinemas de alto padrão em nas cidades de Fortaleza, Rio de Quando o critério é público, o dé-
pontos estratégicos. Possui três Janeiro, São Luís e Juiz de Fora, cimo lugar é da Cineflix, que sur-
salas IMAX: no Rio, São Paulo totalizando oito cinemas e 64 sa- giu em 2011 da divisão societária
e Ribeirão Preto. Em Curitiba, las, que lhe deram a melhor média com a Cinesystem. Iniciou sua
faz a programação da sala IMAX de renda por sala no período. expansão pelo estado de São Paulo
Palladium. Seus 14 cinemas e 114 e região Centro-Oeste (Goiás, Dis-
salas detêm uma excelente média MOVIECOM: PRESENÇA EM SP trito Federal e Mato Grosso). Hoje
de renda. O New York City Cen- E NO PARÁ está presente em seis estados e 14
ter, com 18 salas, o maior do país, Um dos mais tradicionais exi- cidades, com 15 cinemas e 78 salas.
NOVEMBRO 2019

mantém por anos a liderança anu- bidores do país, o grupo Mo-


al de público e de renda.  viecom ocupa a sétima posição Colaboraram Elizabeth Ribeiro e
quando o quesito é público. Em Cristina Siaines
termos de renda, figura na oita-
va posição. A empresa possui 22
cinemas e 108 salas, em 20 cida-
des do país, a maioria no interior
de São Paulo como também na
capital, e é líder de mercado em
Belém do Pará. 
REVISTA FILME B

54

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