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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH


CURSO DE GEOGRAFIA – LICENCIATURA
DISCIPLINA: TEORIA E MÉTODO EM GEOGRAFIA

PROFESSOR: DR. FRANCISCO CLÉBIO RODRIGUES LOPES

EQUIPE 05:
• Benedito Vinícius Ferreira Alves
• João Victor Ferreira e Silva
• José Inácio Pereira Rodrigues Neto
• Samuel Rodrigues Marques

SÍNTESE SOBRE O CONCEITO DE TERRITÓRIO


ABORDADO NO CAPÍTULO “O TERRITÓRIO: SOBRE
ESPAÇO E PODER, AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO”
DE AUTORIA DE MARCELO JOSÉ LOPES DE SOUZA

SOBRAL- CE
2022
No capítulo três do livro Geografia: Conceitos e Temas, cujo titulo é “O
Território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento”, o autor Marcelo
José Lopes de Souza, logo no início do capítulo, traz uma citação de Sun Tzu, A arte
da guerra, sobre a necessidade de se conhecer um terreno adversário para que se
possa sair vitorioso em uma batalha. A partir dessa epígrafe, o autor nos dar o mote
para entender o conceito de território pelo viés das relações de poder.

Logo, na introdução ele faz uma diferenciação entre guerra X violência como
sendo diferente de relação de poder. Poder esse, dentro da perspetiva de Hanna
Arendt trata-se de um conceito polissêmico, tendo vários significados/definições.

Portanto, o Território é tratado como “espaço definido e delimitado por e a


partir de relações de poder”, sendo que a questão primordial não está em saber
quais as características geoecológicas e os recursos naturais de uma certa área, o
que se produz ou quem produz em um dado espaço, ou ainda quais as ligações
afetivas e de identidade entre um grupo. Sendo que estes aspectos podem ser de
crucial importância para a compreensão da génese de um território ou do interesse
por tomá-lo ou mantê-lo. Souza menciona Sun Tzu, e traz a seguinte definição
“Leimotiv: quem domina ou influencia e como domina ou influencia esse espaço?”,
dessa forma o território seria um instrumento de exercício de poder.

Retornando ao conceito de território, a palavra em si evoca em nossos


pensamentos como sendo “território nacional” e faz pensar no Estado, em grandes
espaços, em sentimentos patrióticos, em governo, em dominação em defesa do
território pátrio, em guerras...

Porém, o autor explica que o território pode ser entendido também desde a
escala nacional e em associação com o Estado como grande gestor, no entanto o
território precisa e nem deve ser reduzido a escala ou associação com a figura do
Estado.

Os territórios existem e são construídos (e desconstruídos) nas mais diversas


escalas, a exemplo da mais acanhada rua à internacional área formada pelo
conjunto dos territórios dos países membros da Organização do Tratado Norte –
OTAN. Eles também são construídos e desconstruídos dentro de escalas temporais
das mais diferentes, tais como, séculos, décadas, anos, meses ou dias. Eles ainda
podem ser de caráter permanente, mas também podem ter uma existência periódica,
cíclica.

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O autor chama atenção que não obstante essa riqueza de situações do que
pode ser um território, tanto no sendo comum, mas também a maior parte da
literatura científica tradicionalmente restringe o conceito de território à sua forma
ideológica de “território nacional”, conceito esse defendido por Ratzel.

Em seguida o autor traz ao debate a questão de territorialidades, que seria


como sendo um campo de forças, uma teia ou rede de relações sociais. Ele dar
exemplos de “territorialidades flexíveis”, sobretudo, dando exemplos de tribos
urbanas e grupos sociais diversos, tais como, minorias étnicas, prostitutas,
homossexuais, etc. E esses territórios se têm mostrados como importantes
contribuições para uma ampliação dos horizontes conceituais e teóricos.

Ele fala que as disciplinas mais diretamente ligadas, inclusive


epistemologicamente, são a Ciência Política, pela via do conceito de poder e a
Geografia que se arroga como sendo a disciplina do Espaço Social.

Sendo assim, ventos de renovação na Geografia sobre o conceito de território


tem surgido para combater o conceito fixado na escala de “território nação”. A
exemplo de autores como Mattos e Ribeiro (1994) a respeito dos território da
prostituição no Rio de Janeiro e Machado (1992), a cerca da territorialidade
pentecostal.

Assim, o território surge na Geografia Política, como o espaço concreto em si


(com seus atributos naturais e socialmente construídos) que é apropriado, ocupado
por um grupo social. A ocupação do território é vista como algo gerador de raízes e
identidade. Para Ratzel, primeiro grande autor da Geografia Política, ele fala em seu
discurso que o território essencialmente fixado no referencial político do Estado.
Sendo que ele usa comumente a palavra solo (Boden) ao invés de território
(territorium), como se esse fosse vazio, sem referência aos atributos materiais,
inclusive ou sobretudo naturais.

Finda-se dizendo que o conceito de território deve abarcar mais que o Estado
Nação, pois todo espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder
trata-se de um território, ou seja desde a escala micro como uma rua bem como a
escala macro como um país ou um grupo de países.

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