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PRINCÍPIOS DE ARMAMENTO
PRINCÍPIOS DE ARMAMENO
VOLUME ÚNICO
BMB
CFS
2013
IMPRESSO NA SUBSEÇÃO GRÁFICA DA EEAR
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
PRINCÍPIOS DE ARMAMENTO
Apostila da disciplina Princípios de Armamento, da
Especialidade BMB, do Curso de Formação de Sargentos.
GUARATINGUETÁ, SP
2013
Documento de Propriedade da EEAR
Todos os Direitos Reservados
Introdução........................................................................................................................01
1 TERMOS TÉCNICOS.................................................................................................03
2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO..................................15
2.1 Definição........................................................................................................15
2.2 Classificação..................................................................................................15
3 ESTUDO DOS CANOS LISOS E RAIADOS.............................................................25
3.1 Definição........................................................................................................25
4 ARMAS DE FOGO: CONDIÇÕES GERAIS E PARTICULARES...........................29
4.1 Conceitos.......................................................................................................29
4.2 Condições gerais das armas de fogo..............................................................29
4.3 Condições particulares das armas de fogo.....................................................31
4.3 Condições particulares das armas de fogo.....................................................32
5 ARMAS AÉREAS.......................................................................................................37
5.1 Particularidades..............................................................................................35
5.2 Descrição geral de uma arma aérea...............................................................38
5.3 Segurança na utilização do armamento.........................................................40
6 ELEMENTOS QUE INFLUÊNCIAM NO TIRO........................................................41
6.1 Raiamento......................................................................................................41
7 PRINCÍPIOS QUE DETERMINAM A CONSTRUÇÃO DAS ARMAS DE FOGO.....45
7.1 Princípio das elasticidades variáveis..............................................................46
7.2 Princípio das tensões iniciais.........................................................................46
7.3 Temperatura dos canos..................................................................................46
8 BALÍSTICA..................................................................................................................47
8.1 Balística interna.............................................................................................47
8.2 Balística intermédia ou de transição..............................................................49
8.3 Balística externa.............................................................................................50
8.4 Balística terminal (efeito)..............................................................................52
9 TECNOLOGIA E METROLOGIA..............................................................................55
9.1 Conceito:........................................................................................................55
9.2 Histórico da metrologia.................................................................................57
9.3 Sistema de medição.......................................................................................61
9.4 Tensiômetro...................................................................................................77
9.5 Torquímetro...................................................................................................77
10 NORMAS DE SEGURANÇA....................................................................................91
11 FERRAMENTAS MANUAIS...................................................................................93
11.1 Chaves de fenda...........................................................................................93
11.2 Chave de boca..............................................................................................95
11.3 Jogo de soquetes..........................................................................................96
11.4 Chaves ajustáveis.......................................................................................100
11.5 Alicates......................................................................................................102
11.6 Punções......................................................................................................105
11.7 Martelos.....................................................................................................106
11.8 Macetes......................................................................................................109
11.9 Furadeiras ..................................................................................................109
11.10 Broca helicoidal.......................................................................................111
11.11 Machos.....................................................................................................112
11.12 Tarraxas...................................................................................................114
11.13 Serras ......................................................................................................115
11.14 Limas.......................................................................................................117
11.15 Equipamentos para fixação e apoio.........................................................119
12 NOÇÕES DE GIROSCÓPIO..................................................................................123
12.1 Conceito.....................................................................................................123
12.2 Emprego.....................................................................................................123
12.3 Características dos giroscópio...................................................................124
Referências....................................................................................................................125
EEAR 1
INTRODUÇÃO
Esta apostila que hora lhe é apresentada poderá ser considerada como uma verdadeira
cartilha, onde você terá lições iniciais e fundamentais sobre os sistemas básicos de uma aeronave
e toda a doutrina que abrange a segurança de voo.
Os assuntos que iremos ver constituem a razão de ser desta máquina (aeronave) e para
isto trataremos de maneira clara e precisa, levando-se em conta que procuraremos ser sempre
objetivo, evitando divagações ou mesmo outros tipos de desvios que possam prejudicar a
compreensão dos capítulos. Portanto, caro aluno, não passe para a página seguinte sem que tenha
entendido a anterior.
1 TERMOS TÉCNICOS
➢ Alcance útil
• Distância máxima a que uma arma pode atirar, com precisão bastante para produzir
danos ou baixas.
➢ Alça de mira
• Dispositivo ou saliência localizado na parte superior de uma arma, próximo ao cão
(armas porte) ou próximo a coronha (armas portáteis). Destina-se, quando
corretamente alinhada á massa de mira, a fornecer ao disparo a direção desejada.
( alça de mira + massa de mira = aparelho de pontaria).
➢ Dispositivo de pontaria
• Destinado a estabelecer precisão no tiro seja por meio ótico ou mecânico. No caso
de armas portáteis é composto de alça de mira e massa de mira.
Figura 01
➢ Agentes biológicos
• Elemento capaz de produzir morte ou danos ao homem, animal ou plantas, ou causar
deterioração em materiais.
➢ Bioterrorismo
• Técnica que espalha doenças ainda desconhecidas pela maioria dos médicos, ao
transformar geneticamente vírus e bactérias em agentes resistentes a qualquer
tratamento
➢ Alimentar
• Ação de colocar o carregador municiado no alojamento do carregador na arma, fita
na mesa de alimentação ou cartucho no tambor.
➢ Municiar
• Ato de colocar os cartuchos nos carregadores ou preparar a fita para ser colocada na
metralhadora ou canhão.
➢ Carregar
• Ato de introduzir um cartucho na câmara do cano de uma arma.
➢ Desarmar
• Desativar qualquer sistema de disparo, impedindo-o de cumprir sua finalidade.
Deixar a mola do aparelho de disparo distender-se lentamente, amortecida pelo dedo
do atirador.
➢ Descarregar
• É o ato de retirar o cartucho da câmara do cano.
➢ Disparar
• Fazer o percussor ou percutor ir para frente com força de mola, ferindo a cápsula do
cartucho.
➢ Extrair
• Retirar o estojo da câmara do cano.
➢ Ciclo
• Operações compreendidas entre duas realizações iguais da mesma fase de
funcionamento.
➢ Regular
• Estabelecer ou restabelecer a folga permitida entre as peças.
➢ Testar
• Ação de verificar o correto funcionamento da arma ou equipamento bélico.
➢ Tiro
• Deflagração de um cartucho.
➢ Rajada
• Deflagração sucessiva de "N" cartuchos.
➢ Desmontar
• Separar as peças da arma de maneira correta.
➢ Alto explosivo
• É caracterizado por uma reação química quase instantânea, com velocidade de
detonação de 1000 m/s a 8.500 m/s.
➢ Baixo explosivo
• Explosivo de queima longa e progressivamente, produzindo na sua queima, uma
grande massa de gases, com velocidade de deflagração de 400 m/s a 900 m/s.
➢ Alojamento
• Abertura ou cavidade que só permite a desmontagem da peça por um só lado.
➢ Oríficio
• Abertura circular livre.
➢ Passagem
• Abertura com igual dimensão ou diâmetro, que permite a desmontagem de peças ou
conjuntos, por qualquer dos lados.
➢ Alvo
• Referência para o tiro ou para o lançamento de bombas, foguetes e mísseis.
➢ Armar
• Ação de comprimir a mola do mecanismo do aparelho de disparo, deixando o
percussor retraído.
➢ Artilheiro
• Militar responsável pela operacionalidade do sistema de artilharia utilizados na
FAB, tanto terrestre quanto aéreo.
➢ Acidente de tiro
• É acontecimento indesejável, por manejo inadequado, falha de funcionamento do
armamento ou da munição, que causa vitima, dano material diverso ou dano ao
armamento.
➢ Paiol
• Estrutura projetada para o adequado armazenamento de explosivos, munições ou
componentes carregados.
➢ Barricada
• Barreira natural ou artificial, situada próxima à massa explosiva, de tal forma e
dimensões que possa proteger, de maneira efetiva, dos perigos de explosão
instalações adjacentes expostas.
➢ Cabeça de guerra
• Item que comporta uma carga de alto explosivo e uma espoleta a fim de produzir
um efeito desejado.
➢ Cabide
• Lugar onde ficam as armas prontas para serem usadas.
➢ Cano
• Tubo metálico, de aço, destinado a receber o cartucho, resistir à deflagração da
carga propulsora e dirigir o projétil convenientemente ao alvo.
➢ Câmara
• Divisão interna do cano de uma arma (parte não-raiada).
Compatibilidade
• Os explosivos são classificados para efeitos de armazenagem, segundo os riscos de
virem a iniciar-se, em “Grupos de Compatibilidade”, baseados-se na sua
sensibilidade de iniciação. Os grupos de compatibilidade são especificados por letras
de A até Q.
➢ Área de perigo
• Área que oferece perigo de vida ás pessoas que transitam ou operam em seu interior.
➢ Casulo
• É utilizado em aeronaves com o objetivo de abrigar e proteger uma arma
automática, visando um tiro de alta densidade contra o alvo.
➢ Cartucho
• Item de munição completa que é dividido em estojo, carga propulsora, espoleta,
projétil. Lembrando que existe cartucho de festim que não possui projétil. O
cartucho é a unidade básica de contagem de munição.
➢ Estojo
• Recipiente metálico das munições de armas de fogo, onde os demais componentes
de um cartucho se reúnem.
➢ Projétil
• Parte do cartucho que é arremessado contra o alvo.
➢ Munição
• Tudo que se usa para municiar uma arma de guerra, incluindo cartuchos, bombas,
foguetes, etc.
➢ Número de lote
• Número dado pelo fabricante como orientação para registro, controle de estoque,
armazenagem, utilização, restrições de emprego ou funcionamento de item bélico.
➢ Contrapinar
• É o ato de colocar um contrapino em um parafuso, porca ou pino.
• Ação de colocar, nas passagens respectivas, os contrapinos indicados rebatendo
convenientemente as pernas.
➢ Corrosão
• É a deterioração de um metal por ação química ou eletroquímica do meio ambiente.
➢ Cunhete
• Caixa metálica ou não destinada a embalagem de munições.
➢ Deflagração
• Ação que envolve a queima rápida de uma massa explosiva numa ação mais lenta
que a detonação. Transforma a energia química em mecânica. Os propelentes agem
desta forma. O confinamento dos explosivos pode resultar em uma detonação.
➢ Detonação
• Rápida decomposição da massa explosiva, normalmente em velocidade superior a
450 metros por segundo.
➢ Desmilitarização
• Compreende a operação necessária para desmontar ou desmembrar a munição ou
componentes fora de uso, a fim de recuperar material ou componentes aproveitáveis,
que possam vir a ser usado ou que possam ter valor monetário como sucata
alienável ou aproveitável.
➢ Ejetar
• Acionar o dispositivo de ejeção da aeronave, lançando para fora assento e piloto.
Libertar o estojo das garras extratoras e lançá-lo para fora da caixa da culatra.
➢ Estocar
• Ação de guardar as peças ou armas protegidas com antióxido. Ação de guardar
material em condições ambientais adequadas, para evitar modificações em suas
características.
➢ Estilhaço
• Fragmento proveniente de uma explosão ou detonação.
➢ Espoleta
• É um dispositivo elétrico ou mecânico, destinado a provocar funcionamento da
bomba no momento conveniente.
➢ Explosivo
• Toda munição carregada com elementos biológicos, químicos e de demolição,
propelentes sólidos para foguetes, líquido, cartuchos, pirotécnicos, minas bombas,
torpedos, granadas, cartuchos de ejeção, componentes de mísseis e outros
dispositivos contendo explosivos.
➢ Explosivos iniciadores
• Aqueles que são empregados em mistos, para a iniciação ou excitação das cargas
explosivas. São muito sensíveis ao atrito, calor e choque. Quando sob os efeitos do
fogo, explodem sem incendiar-se. Ex: Azida de chumbo e Estifinato de chumbo.
➢ Explosivos reforçadores
• Servem como intermediário entre o iniciador e a carga explosiva principal. Podem
ser iniciadas pelo calor, atrito ou choque. Podem detonar quando queimados em
grandes quantidades. Ex: Nitropenta(PETN) e Tetril.
➢ Explosivos de ruptura
• Constituem os altos-explosivos, propriamente ditos. São quase todos tóxicos.
Ex:Amatol e trotil.
➢ Fogo no pavio
• Frase pronunciada pelo manipulador de explosivo (CMMAD, CNDAEX ou EOD)
enfatizando que o pavio (estopim) será acesso ou no caso do explosor a detonação
será executada.
➢ Foguete
• É um veículo propulsado, balístico, capaz de levar uma carga bélica ao alvo, desde
que o sistema de controle de tiro, situado na plataforma lançadora, tenha sido
corretamente ajustada.
➢ Míssil
• É um veículo propulsado, guiado e pilotado capaz de levar uma carga bélica ao alvo.
➢ Frenar
• Imobilizar parafusos ou peças, por meio de arame de freno.
➢ Grupo
• Reunião de peças ou conjuntos com funções diferentes.
➢ Instalar
• Colocar no avião o armamento já preparado.
➢ Harmonizar
• Ajustar um sistema das armas para proporcionar-lhe precisão no tiro.
➢ Linha de tiro
• Linha demarcada no solo que limita a posição mais avançada do atirador durante a
execução do tiro. Esta linha, nos boxes, é pintada no piso com a cor vermelha
➢ Pista quente
• É pronunciado pelo instrutor de torre para avisar a pessoas presente que irá começar
a seção de tiro.
➢ Pista fria
• É pronunciado pelo instrutor de torre para avisar as pessoas presentes no estande,
que o tiro foi encerrado.
➢ Lubrificar
• Passar leve camada de óleo sobre as peças.
➢ Montar
• Colocar as peças em seu devido lugar segundo sua função.
➢ Peças
• Partes contínuas da arma.
➢ Pirotécnico
• Artefatos destinados a produzir efeitos luminosos, fulmígenos, incendiários, ou
provocar inflamação ou detonação de explosivos.
➢ Percursor
• Pino metálico das armas de fogo, espoletas, minas, etc., o qual avança de encontro a
uma cápsula iniciadora, movida por pressão de uma mola, pela inércia ou pela
pancada de um martelo.
➢ Percutor
• Pino das armas de fogo, espoletas e minas que avança de encontro a uma cápsula
iniciadora, em conjunto e fixo a uma culatra ou bloco de disparo.
➢ Tóxicos
• É qualquer substância que agindo diretamente por suas propriedades químicas por
sua ação ordinária torna-se capaz de destruir vidas a vida ou comprometer
seriamente a saúde.
➢ Persistência
• É a duração de um agente químico no terreno até se extinguir. A persistência varia
com o tempo, vegetação, etc.
➢ Percussão
• É o ato de atingir a cápsula ou espoleta do cartucho com o percussor ou percutor.
➢ Pólvora
• Designação tradicional para as substâncias explosivas (pólvora negra e propelentes
sólidos), onde o regime normal de funcionamento é o regime da deflagração estável.
➢ Porta bomba
• É um dispositivo que se destina a transportar bomba, lançadores de foguetes,
lançadores múltiplos (SU-20), tangue de combustíveis ou qualquer equipamentos
aeronáuticos compatível com o porta bomba.
➢ Pilone
• Equipamento bélico que compõe a estrutura das aeronaves, com a finalidade de
sustentar itens bélicos ou não através de um porta bomba.
➢ Preparar
• Tomar as providências para que o armamento fique pronto para instalação.
➢ Pressão
• Pressão gerada pela queima da pólvora na câmara de uma arma de fogo.
➢ Propelente
• Combustível sólido ou líquido destinado a propulsar determinado veículo em uma
trajetória pré determinado.
➢ Quantidade/distancia
• Os explosivos são classificados para efeitos de cálculo da quantidade e distancia de
segurança, baseando-se em suas características e nos perigos causados (danos e
perdas produzidos), no caso de explodirem, incendiarem ou auto-inflamarem, em
(oito) classes (de 1 a 8) chamadas “Classes de Quantidade/Distância.
➢ Segurança
• Conjunto de providências destinadas a prevenir a ocorrência de acidente ou pelo
menos reduzir sensivelmente sua gravidade ou frequência.
➢ Assentos ejetáveis
• A finalidade dos assentos ejetáveis é proporcionar abandono rápido e seguro aos
tripulantes da aeronave, o que seria impossível de se realizar, caso não se contasse
com este meio, por causa das velocidades de que são dotados os aviões atuais.
➢ Espoletas
• São pequenos recipientes metálicos, em geral cilíndricos, contendo uma carga
explosiva extremamente sensível, de elevado poder detonante, e que detona sob a
ação de um estopim eu de uma centelha elétrica proveniente de um explosor.
Tudo que constitui meio de defesa ou ataque, em qualquer circunstância de luta entre dois
ou mais contendores (opositores, inimigos).
Arma que utiliza a pressão dos gases, resultantes da combustão da pólvora, para
arremessar um projétil à distância.
2.2 Classificação
➢ funcionamento,
➢ tipo,
➢ emprego
➢ alimentação.
São as que, após a deflagração da carga propulsora, utilizam a pressão dos gases,
exclusivamente, para lançar o projétil. Não possuem dispositivos automáticos de alimentação e
de carregamento.
➢ antecarga
➢ retrocarga.
2.2.1.1.1 Antecarga
São as armas carregadas pela boca do cano.
Figura 02
2.2.1.1.2 Retrocarga
São as armas carregadas pela câmara, que se localiza na parte posterior do cano.
Figura 03
São as que, após a deflagração da carga propulsora, utilizam a pressão dos gases
resultantes, exclusivamente, para lançar o projétil, possuindo, entretanto, dispositivo automático
de ejeção. Não possuem dispositivo automático de carregamento. Nessas armas, somente uma
fase do funcionamento não é manual, a ejeção.
Figura 04
São as que, após a deflagração da carga propulsora, utilizam a pressão dos gases
resultantes para lançar o projétil e fazer recuar o mecanismo da culatra, executando as fases
gerais do funcionamento, continuamente, até que ocorra um novo disparo. O automatismo
principia no primeiro tiro e é sempre precedido pelas operações iniciais de municiar, alimentar,
carregar e pressionar a tecla do gatilho.
Exemplo: Metralhadora MAG 7,62 mm, Metralhadora Browning .50" M3, Canhão M39A3 (20
mm), Canhão DEFA (30 mm), Pistola Glock G18.
➢ armas de porte;
➢ armas portáteis;
➢ armas não-portáteis.
São armas de pouco peso e dimensões reduzidas, que podem ser conduzidas por um só
homem, através de coldre.
São armas de peso e dimensões relativamente pequenos, que podem ser conduzidas por
um só homem, normalmente através de bandoleira.
São armas de grande peso e volume, que são conduzidas por vários homens ou por
viatura.
São armas que podem ser preparadas e/ou operadas por um só homem.
Exemplo: Fuzil, mosquetão, carabina, pistola e revólver.
São armas que, para serem preparadas e/ou operadas, necessitam de mais de um homem.
Exemplo: Submetralhadora Taurus MT12, Fuzil automático HK33, Pistola Taurus 9mm e Pistola
IMBEL 9mm.
Figura 09
Exemplo: Mosquetão.
Exemplo: Revólver.
Figura 12
antecarga
Tiro simples retrocarga
funcionamento
repetição
Automáticas *
semi-automáticas
de porte
tipo portáteis
classificação não portáteis
individual
emprego coletivo
Por cartucheira ou discóide
Por carregador
alimentação Por fita
Por pente
Por tambor
Tabela 01
Sincronizada
fixa Independente
A instalação
móvel Livres
De torre
automáticas
Cano fixo com tomada de gases
Ao princípio Cano fixo sem tomada de gases
de
funcionamento Cano móvel curto recuo do cano com reforçador
Cano móvel curto recuo do cano sem reforçador
Cano móvel longo recuo do cano
Tabela 02
3.1 Definição:
Cano é um tubo metálico, de aço, destinado a receber o cartucho, resistir à deflagração da
carga propulsora e dirigir o projétil convenientemente ao alvo.
Os canos lisos não têm raiamento e são empregados geralmente em armas de caça, nestas
armas são conhecidos como GÁUGIO OU ADARME.
3.1.1.1.1 Gáugio
Assim, para a arma gáugio 16, dezesseis esferas pesarão uma libra; para a arma gáugio
22, vinte e duas esferas pesarão uma libra, e assim por diante.
Observação: não confundir a esfera de chumbo, que serve para determinação do gáugio da arma,
com as esferas de chumbo da carga do cartucho.
Calibre Diâmetro em mm
10 19,3 - 19,7
12 18,2 - 18,6
16 16,8 - 17,2
20 15,6 - 16,0
24 14,7 - 15,1
28 14,0 - 14,4
32 12,75 - 13,15
36 (410) 10,414
Tabela 03
Figura 13
Canos raiados são aqueles que possuem em seu interior um conjunto de ranhuras, no qual
os projéteis se encaixam e deslizam. A esse conjunto de ranhuras dá-se o nome de raiamento.
Internamente, os canos raiados são divididos em duas partes; parte raiada e câmara, cujo
conjunto se deu o nome de alma. Ao conjunto de raias e cheios chamamos raiamento.
a)Parte Raiada
- Raias
São sulcos helicoidais que se desenvolvem, no interior do cano, para a direita ou para a
esquerda, guardando inclinação constante com a sua geratriz. Quando as raias se desenvolvem da
esquerda para a direita, dizemos que são dextrógiras; e, quando as raias se desenvolvem da
direita para a esquerda, dizemos que são sinistrogiras ou levogiras.
- Cheios
- Calibre
É o diâmetro do cano tomado entre dois cheios opostos. É interessante saber que, nos
canhões e morteiros, o comprimento do cano é um múltiplo nominal do calibre. Assim, por
exemplo, o canhão automático antiaéreo de calibre 40 mm tem um tubo de 2400 mm de
comprimento, isto é, 60 vezes o calibre. Simbolicamente, diz-se que é um canhão C.60.
- Forçamento
É a diferença entre o diâmetro do projétil e o diâmetro do cano (tomado entre dois cheios
opostos).
b) Câmara
Na câmara notamos:
Figura 17 CÂMARA.
4.1-Conceitos
4.1.1 Cadência
É o número de disparos feitos em um minuto (nas armas automáticas), com exclusão das
demoras em colocar e retirar o carregador e resolver incidentes de tiro.
É a relação entre o tempo realmente empregado para executar as rajadas (tempo de tiro) e
o tempo de repouso do pessoal e material, tudo dentro de um minuto. É expresso por uma fração,
cujo numerador é o tempo de tiro, e o denominador é o tempo de repouso, em segundos.
4.1.4 Rendimento
Condições gerais das armas de fogo são aquelas, a que todas as armas indiferentemente,
devem satisfazer. As condições de ordem geral a que as armas devem satisfazer são três:
➢ tiro,
➢ serviço
➢ fabricação.
4.2.1.1 Precisão
Uma arma é mais precisa que outra quando sua dispersão de tiro (ângulo de salto e
derivação) é menor que a da outra.
A precisão depende :
É a aptidão que tem uma arma de manter o fogo, sem que se reduza a velocidade de tiro
ou resulte dessa continuidade de ação um desgaste apreciável do material.
➢ de refrigeração da arma;
➢ da estabilidade do cano;
➢ de fatores de limpeza do cano.
4.2.2.1 Robustez
É a condição pela qual a arma suporta pancadas ou choques, durante os transportes e nas
operações do mecanismo, sobretudo nas ocasiões de tiro.
4.2.2.2 Simplicidade
Função da simplicidade é a condição a que as armas devem satisfazer, a fim de que não
exijam esforços ou ferramentas especiais nas fases de sua preparação e operação.
4.2.2.4 Mobilidade
É a condição pela qual a arma pode ser transportada para qualquer lugar, sem fatigar o
operador pelo seu peso e volume.
As condições de ordem particular são aquelas que atendem aos requisitos exigidos por
cada grupo de armamento em particular.
Como foi visto anteriormente, as armas automáticas são as que, após a deflagração da
carga propulsora, utilizam a pressão dos gases resultantes para lançar o projétil e fazer recuar o
mecanismo da culatra, executando as fases gerais do funcionamento, continuamente.
➢ a instalação e
➢ ao princípio de funcionamento.
➢ fixas
➢ móveis.
a) Fixas
-.Armas Sincronizadas
São as que têm o regime de fogo controlado pelo regime de um motor que as comanda
assim que se comprime a tecla do gatilho. São armas que atiram entre os espaços das pás das
hélices dos aviões e o motor que as comanda trabalha sincronizado com o motor do avião.
-.Armas Independentes
São as que disparam por ação do dedo do atirador sobre a tecla do gatilho e têm o seu
regime de fogo ou tiro controlado pelo atirador.
Exemplo: Canhão M39A3 (instalado nas aeronaves F-5); Metralhadora Browning .50" M3
(instalada nas aeronaves AT-26 Xavante).
b)Móveis
- Armas Livres
- Armas de torre
Nestas armas, como indica o seu nome, o cano não recua, permanecendo fixo. Só o
mecanismo da culatra faz o recuo e o avanço. Em geral, o seu funcionamento inicia-se com o
mecanismo da culatra recuado. Nestas armas, ao se libertar a culatra móvel, esta avança por força
da mola recuperadora; como o percutor faz corpo com a culatra móvel, vai ferir a cápsula do
cartucho, que se encontra na câmara.
Algumas dessas armas podem ter sua cadência modificada através da regulagem da
abertura do evento, como, por exemplo, a metralhadora MAG 7,62 mm, que possui um regulador
de cadência de três posições.
Nestas armas o cano também não recua, permanecendo fixo. O mecanismo da culatra faz
o recuo somente pela pressão dos gases exercida sobre o culote do estojo. Tais armas,
geralmente, não possuem tranca, e uma das inconveniências desse tipo de arma é exigir munição
com estojos de paredes bem espessas, a fim de suportarem a pressão dos gases, sem apoio da
câmara.
São as que recuam, simultaneamente, o mecanismo da culatra e o cano, este num curto
espaço. Para ocorrer o recuo, essas armas aproveitam os gases resultantes da deflagração da
carga propulsora em dispositivos especiais, chamado reforçador de recuo, que são montados na
boca do cano; esses gases, ao chocarem contra a boca do cano, efetuam o recuo do cano e do
mecanismo. Isto se torna importante, sobretudo nas metralhadoras aéreas que, achando-se em
Diferem das armas com reforçador apenas por não o possuírem. São armas em que a
potência da deflagração da carga propulsora é suficiente para proporcionar uma pressão normal
para o exato funcionamento da arma.
Nestas armas, o mecanismo recua somente pela pressão dos gases exercida sobre o culote
do estojo, que é extremamente grande, dando longo recuo do cano.
Exemplo: Canhões de artilharia pesada.
5 ARMAS AÉREAS
5.1 Particularidades
As armas empregadas no tiro aéreo são metralhadoras e canhões, cujos calibres variam de
7 a 75 mm.
Sua função é determinar o ponto, através da linha de visada (linha imaginária que vai do
olho do atirador até o alvo), em que se deve atirar, para que o projétil vá colidir com o alvo. A
linha de visada pode ser estabelecida por meio mecânico ou ótico. Daí os aparelhos de pontaria
mecânicos (arma) ou óticos (visor ou viseira).
Torna-se muito mais simples e fácil com o deslocamento da aeronave e permite que, pela
diminuição da superfície de arrefecimento, possa reduzir o peso da arma. Isso não se dá na arma
terrestre, em que esse problema é em parte resolvido pelo aumento da massa do cano ou por
líquidos de refrigeração.
5.1.3 Cadência
➢ Placa de fechamento
➢ Culatra móvel
➢ Tampa
➢ Cano
➢ Prolongamento do cano
• É o conjunto de peças que se estende para trás da cano, até cerca da metade da caixa
de mecanismo. Nele se encontram montados o cano, a tranca e o mecanismo de
amortecimento e aceleração.
➢ Caixa do mecanismo
• Serve para abrigar e servir os demais grupos da arma. É na caixa do mecanismo, que
se encontram montados os demais grupos e peças. Na sua parte anterior,
encontramos montada a camisa do cano.
➢ Camisa do cano.
• É o conjunto que permite fazer o recuo da culatra móvel, quer para descarregar, quer
para carregar, armar ou restabelecer o funcionamento interrompido por incidentes de
tiro.
Considere carregada toda arma de fogo, até que a mesma seja examinada, a fim de se
verificar se há cartucho na câmara, pois todos os acidentes são efeitos da demasiada confiança.
Nunca apontar uma arma para qualquer coisa em que não se pretenda atirar ou numa
direção em que possa causar danos, se a arma disparar.
Não desmonte uma arma de fogo, a menos que ela tenha de ser inspecionada ou limpa.
Ao inspecionar ou examinar uma arma, aponte a boca do cano para uma área segura,
normalmente para o chão ou para cima, a fim de que uma descarga acidental não ponha em
perigo vidas ou propriedades.
Jamais tente usar uma arma, a menos que compreenda todas as suas características de
segurança. Jamais abandone uma arma carregada num lugar onde alguém possa apanhá-la.
Nunca usar munição real para comprovar o funcionamento mecânico de uma arma,
exceto num campo de tiro aprovado ( estande de tiro).
6.1 Raiamento
É o mais importante elemento que influi no tiro. Uma raia é considerada quanto à:
➢ Forma;
➢ Profundidade e largura;
➢ Inclinação;
➢ Número de raias;
➢ Comprimento do cano.
6.1.1 Forma
Devem-se evitar ângulos reentrantes, para não dificultar o enchimento, pelo chumbo ou
camisa de forçamento do projétil, o que daria evasão de gases. A melhor forma é a arredondada.
Em uma raia muito profunda ou larga, não haveria o enchimento perfeito da raia pelo
chumbo ou material da camisa de forçamento do projétil, dando-se evasão de gases.
Também não se deve ter uma raia pouco profunda ou pouco larga, o que iria dificultar o
movimento do projétil dentro do cano.
6.1.3 Inclinação
A inclinação é também chamada passo (distância entre o início e o fim de cada volta de
uma helicoidal). Quanto maior for a inclinação da raia, menor será o passo da hélice geométrica.
Quanto menor for a inclinação da raia, maior será o passo da hélice geométrica.
A velocidade de rotação do projétil será maior quanto menor for o passo da hélice
geométrica, dentro de certos limites, porque, à medida que o passo diminui demasiadamente para
uma mesma carga, a pressão do projétil na raia aumenta, e ele pode até romper-se. Vemos,
assim, que, para empregar hélices curtas (maior pressão), deve-se diminuir a carga, para evitar a
excessiva pressão no projétil. Há, portanto, duas soluções para o problema das raias:
Como a velocidade de rotação do projétil será maior quanto menor for o passo da hélice,
aumentando-se o passo (diminuindo-se a inclinação), essa velocidade de rotação tenderá a
diminuir. Porém, com a carga forte, a velocidade inicial aumentará, o que compensará a
tendência de diminuição da velocidade de rotação, uma vez que a rotação do projétil depende da
velocidade inicial.
➢ Crescente:
Quando as raias possuem pequena ou nenhuma inclinação na origem, aumentando
gradualmente, à medida que se aproxima da boca do cano. Essa inclinação chama-se também
inclinação parabólica.
➢ Uniforme:
Quando a inclinação das raias é a mesma, desde a origem até a boca do cano.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 43
Abaixo de quatro raias, haverá diminuição na justeza de tiro, porque o projétil não terá
segurança em seu movimento dentro do cano.
As armas necessitam, então, de alta potência e alta velocidade inicial. O cano pode ser
considerado como um tubo construído para resistir à pressão interna e dar a direção desejada ao
projétil. Ao se construir um tubo desses, devem-se considerar quais as tensões que ele terá de
suportar nos seus diversos pontos, e torná-lo suficientemente forte para proporcionar segurança
perfeita.
As principais tensões a que está sujeito o cano, durante a explosão da carga propulsora,
são:
Segundo a LEI DE LAMÉ: "Em um ponto qualquer de um cilindro oco sobre pressão interna, a
soma da tensão tangencial com a tensão radial varia inversamente com o quadrado do raio".
Figura 25
Em um cilindro oco, sobre pressão interna, os pontos mais próximos ao diâmetro interno
sofrem maior tensão, em relação aos situados mais próximos ao diâmetro externo;
Em um cilindro oco, sobre pressão interna, os pontos mais próximos ao diâmetro interno
realizam um esforço menor, em relação aos situados mais próximos ao diâmetro externo.
Consiste em construir o cano, dando às partes exteriores uma tensão inicial (por
intermédio de têmperas variáveis), que diminui gradativamente na direção do interior. Vale
ressaltar que quanto mais temperas mais rígido o material vai ficar.
A temperatura dos canos, quando há falta de boa refrigeração, sobe rapidamente durante
o tiro, especialmente quando as rajadas são descontroladas. Quanto maior for a rajada, mais alta
a temperatura do cano. Todo cano tem seu limite de rajada. Assim, nas metralhadoras Browning .
50", a rajada máxima permitida é de 75 tiros. Depois de passado um minuto a partir da rajada
inicial, estas metralhadoras podem continuar atirando com rajadas de 25 tiros consecutivos,
espaçadas de um minuto, uma da outra.
8 BALÍSTICA
Balística: é a ciência que estuda o movimento dos projéteis, especialmente das armas de
fogo, seu comportamento no interior destas e também no seu exterior, como a trajetória, impacto,
marcas, explosão, etc, utilizando-se de técnicas próprias e conhecimento de física e química,
além de servir a outras ciências.
➢ Interna;
➢ Intermédia ou de transição
➢ Externa;
➢ Terminal ( efeito).
Entende-se por Balística Interna a secção da Balística que estuda os fenômenos que
ocorrem dentro do cano de uma arma de fogo durante, o seu disparo. Mais especificamente
estuda as variações de pressão dentro do cano, as acelerações sofridas pelos projéteis, a vibração
do cano, entre outras coisas.
8.1.1 Iniciação
Uma arma ao disparar começa por iniciar a carga de pólvora da munição. A queima da
pólvora origina gases que por estarem confinados vão originar pressão que por sua vez atua na
base do projétil, fazendo força neste. É graças à obturação que os gases não escapam para mais
lado nenhum a não ser a boca do cano. A rapidez de queima é proporcional à pressão, logo, as
altas pressões geradas vão acelerar a própria queima. No principio das armas de fogo só existia a
pólvora negra. Atualmente existem inúmeras pólvoras diferentes, onde entre cada uma pode
variar a sua vivacidade, característica, tamanho e forma (desde simples grãos a cilindros ocos,
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 48
por ex.). Uma pólvora muito viva, queima rapidamente que origina altas pressões rapidamente
que por sua vez aceleram a queima.
Figura 28
O projétil só inicia o movimento depois de ter ocorrido o seu forçamento para fora do
estojo e nas raias do cano (a não ser que seja um cano sem raia) que lhe conferem um movimento
rotacional. O projétil vai então adquirir uma enorme velocidade em pouco espaço (ex: na
espingarda de assalto HK G3 o projétil sai do cano com uma velocidade de cerca de 800 m/s que
adquiriu em apenas 45cm).
Os gráficos de pressão são o tema central da Balística Interna. Para que uma arma tenha
um bom rendimento dos gases da queima e ao mesmo tempo tentar ter canos leves e menos
resistentes há que olhar para os gráficos de pressão. Se usarmos uma grande carga de pólvora na
munição, as pressões máximas são proporcionalmente maiores. Deve-se então jogar com a forma
da pólvora de maneira a que queime lentamente ao principio, quando o projétil avança com
pouca velocidade e com maior velocidade quando o projétil já começa a deixar espaço livre atrás
de si devido à sua velocidade. Existem inúmeras maneiras de obter isto, ora com cargas de
pólvora menos vivas, ora com a sua quantidade, ora com a forma dos grãos de carga, ora com o
peso do projétil, etc. Estes conceitos não se aplicam tanto a armas portáteis, tanto porque a
variedade de pólvoras para estas armas não é muita, e uma boa resistência dos canos não é difícil
de atingir. Em resumo, balística interna e a parte que estuda o movimento do projétil desde o
momento da percussão até a origem da trajetória (boca do cano). Nessa subdivisão da balística
faz-se o estudo do cálculo do cano e também, naturalmente, o cálculo das câmaras. Estuda-se,
também, a reação química de composição da carga explosiva propulsora.
Entende-se por Balística Intermédia o estudo dos fenômenos sobre os projéteis desde o
momento em que saem do cano da arma até o momento em que deixam de estar influenciados
pelos gases remanescentes à boca da arma.
Nesta seção da Balística o mais importante é o efeito dos gases imediatamente à saída do
cano. Os gases da queima saem do cano a uma velocidade maior que a do projétil, envolvendo-o.
Basta haver uma pequena falha na boca do cano, para que uma grande quantidade de gases saiam
por essa falha provocando um efeito muito grave na precisão do tiro. O projétil é desviado
significativamente.
Na balística intermédia outro fator de estudo e aplicação são os aparelhos que atuam na
boca do cano, tais como tapa-chamas, quebra chamas, silenciadores e afins.
➢ Silenciadores são de uma maneira básica, um tubo com várias câmaras separadas de
maneira que os gases, por viajarem mais rápido que o projétil, percam a sua
velocidade nessas câmaras antes de chegarem ao fim com uma velocidade que se quer
menor quanto possível. Isto, para evitar a explosão sônica (produzida quando a
velocidade dos gases ultrapassa a velocidade do som). Apesar dos gases, uma arma
para ser silenciosa precisa que a munição não possua velocidade supersônica pela
mesma razão, e os mecanismos da arma sejam também "silenciosos" na sua operação.
A balística externa é o estudo das forças que atuam nos projéteis e correspondentes
movimentos destes durante a sua travessia da atmosfera, desde que ficaram livres das influências
dos gases do propulsante, até aos presumíveis choques com os seus alvos.
As duas principais forças que atuam sobre os projéteis durante as suas viagens na
atmosfera e valor relativo dessas forças, no caso dos projéteis modernos são:
Apesar de a atração terrestre ser bastante similar à do vácuo, a força a ter em conta é a
resistência do ar, que tem três componentes: a força de sucção provocada pelo vácuo na base do
projétil; uma componente de compressão sobre a ponta do projétil, devida a uma compressão do
ar naquela zona; uma componente de fricção do ar sobre as superfícies e protuberâncias laterais
do projétil. Para velocidades subsônicas do projétil a componente de resistência mais importante
é a de sucção, enquanto que para velocidades supersônicas a resistência por compressão é a mais
importante.
8.3.2 Resistência do ar
8.3.3 Deriva
Designa-se por deriva o desvio, para fora do plano vertical que contém a linha de
projeção, sofrido pelos projéteis que são estabilizados giroscopicamente ou por rotação. Esse
movimento, que resulta da "queda" constante dos projéteis e do fato de essa queda fazer com que
o ar sob os projéteis fique a uma pressão superior à do ar sobre eles, será para a direita se o
sentido do movimento de rotação do projétil for, visto do lado da base, o dos ponteiros do relógio
e vice-versa.
De modo semelhante, no caso dos projéteis estabilizados por rotação com uma rotação no
sentido dos ponteiros do relógio quando vista do lado da base, um vento que sopre da direita para
a esquerda deverá (para além de o deslocar para a esquerda) fazer o projétil subir. E vice-versa
para um vento que sopre da esquerda para a direita.
➢ Um vento longitudinal que sopre de frente, ao fazer com que a velocidade relativa dos
projéteis seja menor e com que eles levem mais tempo a chegar ao alvo e estejam
portanto mais tempo sujeitos à ação da gravidade, fará com que eles venham a bater
mais baixo;
➢ Por outro lado, um vento longitudinal que sopre de trás para a frente, ao fazer com que
a velocidade relativa dos projéteis seja maior e com que eles levem menos tempo a
chegar ao alvo e estejam portanto menos tempo sujeitos à ação da gravidade, fará com
que eles venham a bater mais alto;
➢ Um vento lateral da esquerda ara a direita fará o projétil deslocar-se para a direita;
➢ Um vento lateral da direita para a esquerda fará o projétil deslocar-se para a esquerda.
Estes classificam-se em alvos duros e alvos moles, conforme são ou não difíceis de
penetrar, ou seja, conforme dispõem ou não de uma armadura ou couraça qualquer. A balística
terminal divide-se na que estuda a interação com os alvos duros e a que interage com alvos
moles, também conhecida por balística das feridas.
Podem-se considerar como alvos duros desde armaduras de tanques até coletes à prova de
bala. Para a sua neutralização existem vários tipos de munição, desde projéteis cinéticos
chamados APDS ou APFSDS que devido à sua alta densidade aliada com uma área transversal
baixa conseguem uma boa perfuração, até cargas focais, como p.ex. os RPG’s, que usam uma
carga explosiva em forma de cone que quando atinge o alvo, projeta a explosão para um único
ponto, conseguindo temperaturas elevadas a uma alta velocidade de impacto.
Alvos Moles
Consideram-se como alvos moles animais assim como seres humanos. Aqui já não se
considera o emprego de explosivos porque não é preciso tanto para a incapacitação do alvo, mas
mais porque é proibido o uso de munições explosivas contra seres humanos e animais. No
contexto da Balística das feridas, as energias denominam-se:
Pretende-se sempre que a energia transferida seja a maior possível pelo que se pretende
sempre que ou os projéteis nunca venham a emergir ou que, vindo a emergir, o façam
transportando o mínimo de energia cinética.
Em resumo, balística terminal é a parte da balística que estuda os efeitos causados pelo
projétil, tais como poder destruidor, poder de penetração em blindagens, etc...
9 TECNOLOGIA E METROLOGIA
9.1 Conceito:
➢ Grandeza:
Atributo de um fenômeno que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente
determinado. Pode ser classificado em grandeza de base ou derivada.
➢ Grandeza de Base:
É uma grandeza independente de outra grandeza. Ex: massa, comprimento, tempo, etc.
➢ Grandeza Derivada:
É uma grandeza definida a partir da correlação entre grandezas de base.
Exemplo: a grandeza força é uma grandeza derivada, pois é formada pelas grandezas
massa, comprimento e tempo.
➢ Unidade de Medida:
É utilizada para expressar magnitude com relação a grandeza em diversos sistemas, e
ainda diferenciar grandezas de natureza diferentes. Seu nome e símbolo são definidos e
adotados por convenção.
➢ Medição:
Conjunto de operações que tem por objetivo determinar o valor de um grandeza
utilizando-se de métodos e procedimentos adotados e padronizados. Durante uma
medição podemos encontrar diversos fatores que contribuem para um grau de
confiabilidade da mesma, tais como: incerteza de medição(nível de precisão), desvio
padrão(devido a várias medições). Erro de método. Erro de medição, etc.
➢ Padrão Metrológico:
Conceito: Dispositivo capaz de reproduzir(primário) ou conservar(secundário, referência
e trabalho) uma unidade para servir de referência na calibração. Ex: massa padrão de
1KG, padrão de referência de césio, etc.
➢ Padrão Primário:
Padrão que é reconhecido como tendo a mais alta qualidade metrológica e cujo valor é
aceito sem referência a outros padrões de mesma grandeza.
➢ Padrão Secundário:
Padrão cujo valor é estabelecido através de comparação com um valor primário de
mesma grandeza.
➢ Padrão de Referência:
Padrão geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local
ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.
➢ Padrão de Trabalho:
Padrão utilizado rotineiramente para calibrar instrumentos de medição geralmente é
calibrado por comparação a um padrão de referência.
➢ Calibração:
conceito: Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação
entre os valores indicados por instrumento de medição e os valores correspondentes das
grandezas estabelecidas por padrões. A calibração deve ser efetuada periodicamente,
devendo possuir controle e identificação adequadas previstas na Norma Técnica do
SISMETRA( sistema de Metrologia Aeroespacial) NTS 9-11 de 1996.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 57
Figura 29
Cerca de 40000 anos atrás para medir comprimento, as unidades de medição eram
baseadas em partes do corpo humano, como referências universais, pois ficava fácil chegar-se a
uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram medidas
padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo.
Figura 30
Figura 31
Figura 32
Quilo padrão: Padrão em platina e irídio que determina a massa exata do quilograma,
conservado no Bureau Internacional de pesos e medidas, em Sévres na França.
Figura 33
O sistema Inglês de medição usa dois processos de leitura, um pelo sistema de polegada
fracionária e o outro pelo sistema de polegada decimal.
Figura 33
Para converter polegada em milímetro basta multiplicar o valor em polegada por 25,4.
Para converter milímetro em polegada basta dividir o valor em milímetro por 25,5.
9.3.1 Escala
Usada para tomar medidas lineares, quando não há exigência de grande rigor ou precisão.
Figura 34
9.3.2 Paquímetro
É utilizado para medição de peças cujo o grau de incerteza não justifique o uso do
micrômetro e quando a tolerância requerida não for menor que 0,01mm , 1/128” ou 0,001”.
Figura 35
Figura 36
Figura 37
Figura 38
Figura 39
Figura 40
Figura 41
➢ A=E/N
➢ E=1/16”
➢ N=8 divisões
➢ A=1/128”
➢ A=1/16” / 8 = 1/16”.1/8 = 1/128”
Figura 42
Observando a diferença entre uma divisão da escala fixa e uma divisão do vernier,
conclui-se que cada divisão do vernier é 1/128” menor que cada divisão da escala fixa.
Figura 43
➢ Erro de planeza
➢ Erro de paralelismo
➢ Erro de divisão da escala
➢ Erro da divisão do vernier
➢ Erro da colocação do zero
➢ Paralaxe
➢ Pressão de medição
No erro por paralaxe o cursor onde é gravado o vernier, por razões tecnológicas, tem uma
espessura mínima “A”. Assim, os traços do vernier TN são mais elevados que os traços da régua
TM.
Figura 44
9.3.3 Micrômetro
Características
Figura 45
Figura 46
➢ Micrômetro Externo com Discos é usado para medição de papel, cartolina, couro,
borracha, etc, Também usado para medição de espessura de dentes de engrenagens
(sobre roletes ) e ainda outros materiais moles, onde se faz necessário maior superfície
de contato.
Figura 47
Observação: Caso o micrômetro apresente diferença de concordância deve ser feita a calibração
do instrumento. Após a verificação, do perfeito funcionamento do instrumento, faça a medição.
➢ Posicione a peça,
➢ Gire o tambor até que os contatos apresentem uma abertura maior que a dimensão por
medir;
➢ Faça a leitura, abra o micrômetro e retire-o da peça evitando o atrito dos contatos com
a mesma.
Observação: A peça a ser medida deverá estar limpa e isenta de rebarbas, pó abrasivo,
lubrificantes, etc.
Figura 48
Figura 49
Figura 50
Figura 51
Figura 52
Figura 53
A escala da luva é formada por uma reta longitudinal (linha de referência), na qual o
comprimento de 1" é dividido em 40 partes iguais. Daí conclui-se que a distância entre a divisões
da escala da luva é igual a 0.025", que corresponde ao passo do parafuso micrométrico. Lêem-se,
na graduação da bainha, os grupos de 0,1" e as divisões de 0.025".
Estando o micrômetro fechado, ao se dar uma volta completa no tambor rotativo, tem-se
um deslocamento do parafuso micrométrico igual ao seu passo (0,025"). Aparecendo o primeiro
traço na escala da luva, a leitura da medida será de 0.025". Dando-se duas voltas completas,
aparecerá o segundo traço; a leitura da medida será 0,050", e assim sucessivamente
Sabendo-se que uma volta do tambor equivale a 0,025", tendo o tambor 25 divisões,
conclui-se que cada divisão do tambor equivale a 0,001".
Assim sendo, se fizermos coincidir o primeiro traço do tambor com a linha de referência
da luva, a leitura será 0.001", o segundo traço 0,002", o vigésimo traço 0,020".
Para se efetuar a leitura da medida, soma-se a leitura da escala da luva com a do tambor:
0,225" + 0,012" - 0,237".
➢ a = aproximação.
➢ e = menor valor da escala do tambor = 0,001".
➢ n = número de divisões do nônio = 10 divisões.
➢ A = 0,001"/10 = 0,0001".
Se girarmos o tambor até que o primeiro traço coincida com o primeiro traço do nônio, a
leitura da medida será 0,0001", o segundo 0,0002", o quinto 0,0005".
Sendo 0,001" = 0,0010", se girarmos o tambor até que a linha de referência da escala da
luva fique na metade do intervalo entre o zero do tambor e o primeiro traço, faz-se, por
estimativa, 0.0005".
9.4 Tensiômetro
Figura 54
9.5 Torquímetro
O torquímetro é uma ferramenta de precisão que mede o torque aplicado numa porca ou
parafuso. Indiretamente o que queremos medir é a tração submetida pelo pino roscado.
Torque é uma força que produz ou tende a produzir um movimento de rotação ou tração.
Multiplicando-se o valor da força aplicada pela distância do ponto de aplicação desta força ao
eixo de rotação.
Figura 55
Exemplo: Uma libra de força aplicada a uma distância de um pé do centro de um parafuso resulta
no torque de :
Figura 56
Escala correta;
Kg.cm, Kg.m , lb.in, lb.ft ou N.m;
Se necessário, faça a conversão para a escala correta..
➢ Faixa de trabalho.
Evite usar o aparelho com valores próximos aos limites da escala, pois as leituras obtidas
poderão não ser muito exatas.
➢ Ajuste adequado.
➢ Aperto
Não aperte além do especificado quer para alinhamento ou para frenar a porca.
Para evitar estes inconvenientes, aperte até o limite inferior especificado e então, se
necessário, aperte novamente até que o alinhamento desejável seja obtido, caso isto
não seja possível, selecione outra porca. Ao calçar com arruelas, siga sempre o
recomendado pelo desenho ou Norma Aplicável.
➢ Valores de Torques
Todas as porcas, parafusos e tubos flangeados são torqueados segundo norma rígida
em ordens técnicas de manutenção, as tabelas de torque prevêem torques mínimos e
máximos em roscas limpas e secas ( desengraxadas) a menos que de outro modo
especificado. Para fixações auto frenadas devemos adicionar ao torque de resistência
ao atrito.
DIVISÃO DE ENSINO SSDM
EEAR 80
➢ Posicionamento do torquímetro
Nunca usar o torquímetro sobre uma porca já apertada e nunca “cheque” o torque
desapertando com o torquímetro ( a medida não é válida e a ferramenta não pode ser
submetida a esforços contrários);
➢ Validade da leitura.
➢ Lubrificação
Nunca use lubrificantes nas partes do torquímetro. Se for pedida a lubrificação use o
lubrificante especificado.
Figura 57
Figura 58
Figura 59
10 NORMAS DE SEGURANÇA
11 FERRAMENTAS MANUAIS
Figura 60
É aquela que possui a largura da ponta igual ao diâmetro da haste. É usada para trabalhos
mais delicados, que necessitam de menor força de torção.
Figura 61
Figura 62
11.1.3.1 Philips
Figura 63
As chaves de boca possuem quatro mordentes paralelos dois a dois. A distância entre o
mordente inferior e superior determina o tamanho da chave. Seus mordentes formam ângulos de
150 em relação à linha imaginária que passa pelo centro do cabo da chave. O crescimento da
chave é de 1/16"; uma chave de boca que se adapta a uma porca de 1/4", do outro adaptar-se-á a
uma porca de 5/16", sendo esta de um lado 3/8" X 7/16".
Figura 64
Figura 65
É a chave ideal para o mecânico de armamento, pois sua fina espessura, entre o diâmetro
interno e externo, permite que seja usada num espaço estreito.
É fabricada com 6 ou 12 pontos ou estrias de agarramento. Isto faz com que a chave de 6
estrias trabalhe em um ângulo mínimo de 60 0; e a de 12 estrias, em um ângulo mínimo de 30 0. O
crescimento dessas chaves é de 1/16" de um lado para outro. Uma chave que se adapte de um
lado a uma porca ou parafuso de 1/4" do outro se adaptará a uma porca ou parafuso de 5/16".
Figura 66
É um conjunto de chaves universalmente usado por causa dos seus diversos recursos. É
fabricado em aço temperado, não-quebradiço. Um jogo de soquete compõe-se das seguintes
partes:
Figura 67
11.3.1 Soquete
É um cilindro de aço, com encaixe fêmea quadrada em uma das extremidades, para
receber o macho do cabo, e estrias do outro, para encaixar-se a uma porca ou parafuso
hexagonal. A parte estriada possui de 6 a 12 estrias ou pontos de agarramento.
O tamanho das soquetes é dado respectivamente em função da parte fêmea, que cresce de
1/16" .
11.3.2 Cabos
11.3.2.1 Catraca
Possui uma pequena alavanca que, quando colocada na posição ON, permite que o cabo
gire somente no sentido horário, ou seja, no sentido de aperto; quando colocada na posição OFF,
o cabo estará preparado para soltar a porca ou o parafuso.
Figura 68
Acessório que permite maior torque na remoção e aperto de porcas e parafusos podendo
ser acoplado a outros acessórios. A parte macho do cabo "T" desliza para ambas as extremidades
da barra redonda, aumentando ou diminuindo a sua alavanca.
Figura 69
É a ferramenta que possui uma dobradiça entre o cabo e o macho. Isso faz com que o
cabo gire num círculo, em qualquer ângulo, entre 00 e 900, em relação à linha central do parafuso.
Figura 70
O arco de velocidade tem forma igual ao arco de pua de carpinteiro, e é usado quando se
deseja rapidez.
Figura 71
11.3.3 Acessórios
Figura 72
11.3.3.2 Adaptador
O adaptador serve para quando se tem um soquete, barra de extensão, catraca ou cabo em
“T” com encaixe de tamanhos diferentes.
Figura 73
É usada na aplicação de força em uma direção angular. Seu tamanho é dado pela parte
macho ou fêmea. A junta flexível é uma barra de pequena extensão, com uma junta universal
entre as partes macho e fêmea. Elas fazem com que a barra gire em qualquer ângulo, de 0 0 a 900,
com o eixo do parafuso.
Figura 73
➢ Crescente
➢ Inglesa
➢ Grifo
É a chave de emergência mais popular para o mecânico. Seus mordentes brandos estão
dispostos num ângulo de 250, partindo da linha central do cabo. Seu comprimento é dado pelo
comprimento total.
Essa ferramenta foi designada para ser usada como uma chave de boca. Deve sempre ser
girada em direção do mordente móvel, porque coloca a maior parte da tensão no mordente fixo, o
qual é o mais resistente dos dois.
Figura 74
A chave inglesa é igual à chave crescente, porém seus mordentes estão em ângulos retos
em relação ao cabo, isto é, formam ângulos de 900 com a linha central do cabo. O mecânico
deve usá-la em aberturas grandes, como tampas de filtros e respiradores. Seu tamanho é dado
pelo comprimento total.
Figura 75
É também uma chave de boca regulável, designada para girar tubos redondos. Os
mordentes são serrilhados e estão em ângulo reto em relação ao cabo. Seu tamanho é dado pelo
comprimento total, estando totalmente aberta.
Figura 76
11.5 Alicates
Os alicates são usados para segurar, cortar, modelar ou dobrar metais leves. O tamanho
dos alicates é dado pelo comprimento total.
São alicates com mordentes longos, os quais são, comumente, cerca de 1/3 do
comprimento total do alicate.
Esses alicates são usados para segurar fios, pequenos objetos nos lugares inacessíveis.
Nunca devemos usar alicates para agarrar objetos grandes, para segurar porcas ou parafusos,
visto que tais operações resultam na quebra de mordentes.
Figura 77
Possui mordentes curtos e lâminas pequenas, num ângulo pequeno em relação ao cabo.
Figura 78
Esse tipo de alicate é usado para segurar objetos chatos e circulares, assim como para
cortar fios. São fabricados em duas posições diferentes ampliando sua utilização.
Figura 79
São fabricados com cinco, seis ou sete posições diferentes, facilitando assim o uso
em diversos tamanhos de porcas.
Figura 80
Figura 81
11.6 Punções
Os punções são classificados de acordo com as formas de suas pontas, tais como:
➢ punção de bico;
➢ punção de centro;
➢ punção toca-pino;
➢ punção sólido;
➢ Estampador.
O punção de centro e o punção de bico têm ponta aguda; o diâmetro da haste é que vai
determinar o tamanho do punção. O punção de bico será usado para marcar pontos em chapas
metálicas nos quais será empregado um compasso de pontas. O punção de centro será utilizado
para marcar centros em peças que irão ser brocadas.
O punção sólido é usado para desandar peças que estiverem agarradas ou emperradas.
Os punções toca-pino e sólido têm a ponta cega; e o diâmetro da ponta cega determina o
seu tamanho.
Figura 82
11.7 Martelos
Classificam-se em:
➢ martelos comuns;
➢ martelos macios.
O tamanho de todos os martelos é dado pelo peso, em onças (28 gramas), excluindo-se o
cabo, que varia de 12" a 15" de comprimento.
1 onça = 28 gramas
O martelo de bola é feito, entre outras coisas, para rebitar e cravar peças, através de sua
face reta.
Figura 83
A pena desse martelo é empregada para trabalhos em ângulo reto com o cabo. A outra
face é utilizada como o martelo de bola comum.
Figura 83
Os martelos de pena são usados, para trabalhar em peças que possuam cantos vivos.
Figura 84
O martelo de plástico é geralmente leve, tem duas faces feitas de plástico e serve para
bater em peças que se deformariam, se usássemos um martelo comum.
Precauções:a maioria dos acidentes com martelos é causada por cabos soltos.
A palma da mão, suada ou suja de óleo ou graxa, poderá também fazer o cabo do martelo
escorregar da mão. Óleo ou graxa, na face do martelo, pode fazê-lo resvalar do serviço, batendo
na outra mão, ferindo-a, assim como também poderá estragar ou destruir o serviço.
Figura 85
11.8 Macetes
São feitos de material macio, tais como couro, borracha, plástico, etc., e são geralmente
de tamanho maior que os martelos comuns, sendo empregados para trabalhos que se
deformariam, se usássemos um martelo de cabeça metálica.
Figura 86
11.9 Furadeiras
Figura 87
➢ Não mudar a velocidade com eixo ou mandril, girando. No caso da mudança, tornar-se
difícil, deve-se girar manualmente um pouco o eixo do mandril até as engrenagens
casarem uma com a outra.
➢ Deve-se tomar o cuidado de usar sempre a velocidade adequada para cada broca.7-
No caso de trabalhos com uma peça de grande porte, deve-se tomar o cuidado de fixá-
la devidamente, isto é, diretamente na mesa usando grampos de fixação ou parafusos
próprios no rasgo da mesa, podendo ainda fixar na própria base.
➢ No caso de trabalhos com uma peça de grande porte, deve-se tomar o cuidado de fixá-
la devidamente, isto é, diretamente na mesa usando grampos de fixação ou parafusos
próprios no rasgo da mesa, podendo ainda fixar na própria base.
Figura 88
O nome "helicoidal" é por causa do aspecto da broca cujo corpo se apresenta com arestas
e canais em forma de curva denominada hélice.
Figura 89
É fabricada, geralmente, de aço carbono. Para trabalhos que exijam, porém, alta rotação,
usam-se brocas de aço rápido. Estas oferecem maior resistência ao corte e ao calor do atrito.
A Ponta da broca é constituída por duas superfícies que, no seu encontro, formam as
aresta da ponta ou arestas cortantes( fios ou gumes da broca). O ângulo destas duas superfícies
cônicas é denominado ângulo da ponta ou ângulo da broca.
As guias são estreitas superfícies helicoidais que mantêm a broca em posição correta
para realizar o furo, sem produzir corte o tamanho da broca é medido entre as duas guias.
Canais são ranhuras helicoidais, que lançam, para fora do furo, o material cortado pelas
arestas de corte.
Figura 90
O ângulo da ponta da broca deve ser de 1180, para os trabalhos mais comuns.
Observação: As arestas cortantes devem ter, rigorosamente, comprimentos iguais, isto é, A=A'.
11.11 Machos
São feitos de aço rápido ou aço carbono,o aço rápido é mais resistente ao corte do que o
carbono.
Figura 91
Ao iniciar uma rosca, o mecânico deve saber o diâmetro da rosca e o n o de fios de rosca
por polegada.
11.11.1 Classificação
O macho no 3 paralelo é o que serve para fazer rosca até o fundo de um orifício cego
(não-vazado); e também serve para dar um melhor acabamento aos filetes de roscas, após terem
passado os machos no 1 e 2.
11.11.3 Rosqueamento
Se o metal for mole, por exemplo: latão, não será necessário lubrificá-lo, nem as voltas
para a esquerda.
O ferro fundido é brocado e alargado a seco, isto é, sem lubrificação. Ao se abrir a rosca
no ferro fundido, as voltas para a esquerda são dispensadas.
11.12 Tarraxas
11.12.1 Desandador
Figura 92
11.12.2 Cossinete
O cossinete é uma ferramenta que, juntamente com o desandador, forma a tarraxa. Seus
filetes internos, cortados por rasgos longitudinais, fazem com que produza um corte, lançando o
material cortado pelos espaços entre eles.
Figura 93
Rosqueamento
O processo para usar a tarraxa é idêntico ao dos machos. O trabalho deve ser firmemente
preso à morsa, e qualquer rebarba, na extremidade da peça, na qual será aberta a rosca, deverá
ser removida.
Quando a tarraxa pegar no metal, a operação se faz idêntica à dos machos, até que se
chegue ao comprimento desejado.
11.13 Serras
As serras podem ser fabricadas de vários materiais, entre eles poderíamos citar:
➢ aço carbono;
➢ aço rápido.
Aço carbono é aquele que contém, além de ferro, pequenas porcentagens de carbono,
manganês, silício, fósforo e enxofre. É menos resistente ao corte e mais tenaz.
Já o aço rápido é aquele que possui os elementos acima e mais combinações de metais,
como cobalto, tungstênio, silício, molibdênio, etc.
Importante: evitar ao máximo torcer ou dobrar a lâmina de serra, pois fatalmente ela se romperá,
e um dos pedaços poderá atingi-lo.
Figura 94
Você deverá ter uma boa base, não permitindo que o corpo movimente-se, como se fosse
um pêndulo.
Figura 95
São três:
➢ alternada;
➢ em trava;
➢ ondulada
Figura 96
Essas três posições dos dentes das lâminas de serra têm a mesma finalidade, qual seja,
fazer um corte mais largo do que a própria lâmina, para que esta não venha a agarrar-se no corte.
Numa lâmina em disposição em trava, cada terceiro dente permanece reto, e os outros
dois são ajustados alternadamente.
Os dentes, em todas as lâminas de serra, são dispostos de maneira a proverem uma folga
para a lâmina e devem ser suficientemente ajustados, para dar ao entalhe um corte livre, liso e
rápido do que a própria lâmina, para, desse modo, não remover mais material do que o
necessário. O número de dentes, numa lâmina de serra, varia de 14 a 32 dentes por polegada.
É necessário selecionar uma lâmina com o número adequado de dentes para o trabalho
em questão. Por exemplo: uma lâmina de serra com 14 dentes deve ser empregada em aço de
máquina e aço estrutural. Uma lâmina de 18 dentes deve ser usada em material sólido, alumínio,
metal branco, aço para ferramenta, aço rápido e ferro fundido. Uma lâmina de 32 dentes por
polegada é usada em tubo de parede fina, conduíte e chapas de metal mais fina do que a medida
18. A serra de arco deve ser segurada perpendicularmente ao metal, e deve-se levá-la à frente
com leve golpe, ao final deve-se aliviar a pressão e puxar a serra para trás.
Depois de a serra ter entrado no material, fazer cada golpe tão comprido quanto possível,
sem bater o arco contra o trabalho. Não fazer pressão para baixo no golpe de retorno. A
velocidade mais eficiente é cerca de um golpe por segundo, ou cerca de 50 a 60 golpes por
minuto. Para material muito duro: 35 a 50 golpes por minuto.
11.14 Limas
As limas são ferramentas que aparentemente não nos causariam acidentes, mas isto é um
tremendo engano.
Figura 97
11.14.1 Generalidades
Os dentes das limas são inclinados para frente, e nunca se deve pressionar uma lima ao
retorno quando se trabalha com material duro. Os materiais macios, como o chumbo e o
alumínio, podem sofrer uma ligeira pressão no retorno.
A lima de dentes curvos é usada para desbaste em materiais macios, como alumínio,
latão, cobre, estanho, etc.
Figura 98
Figura 99
Figura 100
Morsas, grampos "C" e paralelos são ferramentas usadas para segurar ou prender os
serviços de várias espécies, sendo que as morsas são mais usadas.
11.15.1 Morsa
Figura 101
11.15.1.1 Cuidados
Não bater no cabo da morsa com o martelo. Quando a morsa não estiver sendo usada, os
mordentes deverão ser conservados juntos; e o cabo, em posição vertical.
Ao se dobrar um metal qualquer, preso a uma morsa, deve-se bater sempre contra o
mordente fixo, e nunca contra o mordente móvel.
Ao se instalar uma morsa na bancada, esta deve ficar na altura do cotovelo do operador.
São usados para segurar o trabalho, quando o emprego da morsa não for possível.
Figura 102
Figura 103
12 NOÇÕES DE GIROSCÓPIO
12.1 Conceito
Figura 104
12.2 Emprego
12.3.1 Rigidez
12.3.2 Precessão
Figura 105
REFERÊNCIAS
CASILLAS, Afonso Luís. Mecânica industrial ilustrada. São Paulo: Mestre Jou, [19--].
CUNHA, Mauro Salles. Manual prático do mecânico. 7. ed. São Paulo: Livraria, [19--].